Capítulo 1
Encontro Inesperado
15 de Dezembro, dez dias para o Natal
Gina Weasley caminhava solitária, pelas ruas de Londres. Em suas mãos haviam sacolas dos vários presentes de natal que comprara para sua família e amigos. Pais, irmãos, cunhadas e sobrinhos, todo mundo ganharia presentes. E o que ela receberia em troca de todo aquele trabalho? Meias e cachecóis. Será que ninguém sabia o que criatividade significava? Mas, afinal, como Jorge a lembrara no ano anteiror, meias e cachecóis para Gina já virara uma tradição, e todos apostavam quem encontrava o mais esquisito. Que sorte a dela.
Se ao menos alguma coisa boa acontecesse. Desde que terminara com Harry e se mudara para Londres, sua vida parecia ter acabado. Não porque ela quisesse que acabasse, ou porque estava irremediavelmente triste. Parecia ter acabado porque nada dava certo! Ela não conseguia emprego no Ministério da Magia, como Auror, e no momento estava de férias prolongadas contra a vontade. Não conseguia ter um encontro com um cara que não fosse tarado, ou bêbado, ou tivesse uma ex-mulher neurótica e filhos pestes, ou pior que isso uma mãe super-protetora. O ápice fora quando todas as características se juntaram em Robert, com quem ela saiu apenas uma semana antes de enlouquecer, e o abandonar aos prantos.
Estava pensando em todas suas desgraças, enquanto a neve caia, quando olhou para cima e viu um estrela cadente riscar o céu.
-Faça um pedido, Gina.- murmurou para si mesma. 'Que algo bom acontecessa na minha vida, só desta vez.'
Ela então abriu os olhos, suspirando e se sentindo um pouco melhor. Todos diziam que estrelas cadente realmente tinham algum poder. Quem sabe aquela não a ajudava, ainda mais perto do natal? Sorriu um pouco mais confiante. Foi quando sentiu o peso em suas mãos sumir, e quando olhou para baixo viu que as sacolas com os presentes haviam rasgado.
-Ótimo. Perfeito.- murmurou amargamente para si mesma. Sussurrou um feitiço para emendar as sacolas, tentando esconder o que fazia dos trouxas, e se agachou para pegar os pacotes espalhados pelo chão.
Muitos dizem que tudo o que é necessário para ter uma boa chance na vida, é estar no lugar certo na hora certa. Mas, aparentemente Gina estava no lugar errado, exatamente na hora errada. Quando se abaixou, uma pessoa correndo não a viu e tropeçou nela. Gina sentiu muita dor quando caiu para trás, ao ser atropelada, sua calça fazendo barulho de rasgar.
-O que pensa que está fazendo, desgraçado?- ela gritou furiosa, se virando para a figura que ela havia derrubado.
Já era tarde da noite e estava escuro, foi por isso que a ruiva demorou para reconher quem a atropelara. Gina não podia acreditar, era muito para uma noite só. A sua frente, furioso, sujo e rasgado pelo tombo, estava Papai-Noel.
-O que você estava fazendo sentada no meio da rua?!- o bom-velinho, furioso, gritou de volta.
-Eu deixei cair minhas compras, e me abaixei para pega-las!- Gina gritou se levantando ameaçadora.
-Mamãe.- a voz doce de uma criancinha soou ao longe.- Por que ela está gritando com o Papai-Noel?
-Não olhe, Andy.- a mãe respondeu, arrastando a criança para longe.- E não se aproxime de pessoas assim.
-Ótimo, agora eu sou oficialmente a garota que tentou matar o Papai-Noel.- Gina suspirou cansada. Então, viu que quem quer que fosse embaixo daquela fantasia fajuta, a olhava atentamente. Havia um brilho em seus olhos, que lhe era vagamente familiar.- Que foi?- ela perguntou, assustada com a possibilidade de que fosse um dos seus ex-namorados.
-Weasley?- a voz zombeira dele falou.- Ora, ora, ora. O que temos aqui?
-Quem é você?- Gina perguntou assustada, tudo o que faltava em sua vida era um maníaco.
-Não está me reconhecendo?- ele sorriu ainda mais. - Talvez se lembre disso: Cabelos vermelhos, sardas...
-Vestes de segunda mão.- Gina completou com um aperto na boca do estômago, ela reconheceria aquilo muito bem. Ele sempre recitava aquelas palavras, todas as vezes que se cruzavam nos corredores de Hogwarts.- Malfoy!
-Quase isso. - ele sorriu, tirando a barba falsa e a colocando no bolso.- Seria Weasley o correto, mas acho que ter se lembrado do que eu dizia, já é uma avanço para você.
-Essa é nova. Eu peço algo bom e aparece você! Alguém realmente deve me odiar lá em cima. - Gina murmurou. Como, em toda Londres, a pessoa que ela tinha que encontrar naquele exato momento era Draco Malfoy?
-Do que você está falando?- ele perguntou, como se a achasse maluca.
-Nada.- ela sacudiu a cabeça, tentando se conformar com o fato de tê-lo encontrado.- E o que você faz vestido de papai-noel?
-É uma longa história.- ele sorriu sarcasticamente.- Que eu não pretendo te contar nunca.
-Não tem como sua situação ficar mais ridícula.- ela disse, tentando segurar a risada. Então, se cansou dele e resolveu ir embora.- Adeus, Malfoy. Tenha um... bem, tenha um bom natal.
Ela disse recolhendo os presentes em suas sacolas, e continuou andando seu caminho sem olhar para trás. A noite estava fria, e a neve caia molhando seus cabelos. Tudo o que ela queria era chegar em casa, botar pijamas e se jogar no sofá para ver a neve cair, com uma xícara de chá fumegante na mão.
Parou em frente a pequena porta, no respeitável e aconchegante bairro onde morava, e com alguma dificuldade girou a chave na fechadura. Entrou, e já estava fechando a porta atrás de si, quando com um grito viu alguém parado do lado de fora. Alguém vestido de Papai-Noel.
-Então, é aqui que está morando, Weasley?- Malfoy perguntou, olhando por cima do ombro dela a pequena casa.
-O que pensa que está fazendo? Me seguindo?- ela perguntou, tentando acalmar sua respiração, acelerada pelos susto.
-Eu preciso de um lugar para ficar.- ele falou, subtamente sério.
-Certo. Boa sorte, então.- Gina respondeu, começando a fechar a porta, mas a bota de Malfoy ficou no caminho. Suspirando ela se virou novamente para ele.- Pode, por favor, tirar o pé? Para que eu consiga fechar a porta e nós dois fingirmos que nosso encontro jamais existiu?
-Eu realmente estou desesperado, Weasley. Se não, não estaria aqui te pedindo ajuda.- ele falou, sem encara-la.
-E por que eu deveria ajuda-lo?- Gina perguntou aborrecida.
-Por que é quase Natal, Weasley.
-E no Natal todo mundo tem que ser bonzinho?
-Na verdade é porque está muito frio do lado de fora, e eu posso morrer congelado. E você iria ficar com peso na consciência para o resto da vida, sabendo que a culpa é sua.
-Minha culpa? O problema é seu se está vestido de Papai-Noel sem ter para onde ir.
-Sim, mas você podia me dar um lugar para ficar. Pelo menos por essa noite. - ele então ergueu os olhos dela, e ela pode ver que ele realmente parecia desesperado.- Por favor.
Para que a mãe dela tivera que lhe ensinar boas maneiras? Aquelas duas palavras, somadas aos olhos dele, de cachorro que caiu da mudança, e mais o fato que Draco Malfoy estava praticamente implorando, fizeram Gina ficar com pena. Suspirando, ela abriu a porta para deixa-lo passar.
-Tudo bem, mas só por esta noite.- falou, enquanto ele entrava.- Oh, eu vou me arrepender tanto disso!
Malfoy entrou, olhando em volta. Gina simplesmente o ignorou, saindo do hall onde ficava a escada para o andar de cima, e entrou na sala a direita. A casa não era grande, mas era confortável. Ligando o aquecedor trouxa, ela ajeitou os pacotes que comprara em uma mesa de canto, levaria para a casa de seus pais depois.
Voltou para o hall, mas não encontou Malfoy. Surpresa, entrou na porta da esquerda e entrou na sala de jantar, onde havia outra porta que dava para a cozinha. Nada. Confusa tentou imaginar para onde ele teria ido, e o que estava aprontando. Ouviu então um barulho sobre sua cabeça, e correu para o andar de cima. A porta do quarto de vizitas estava entreaberta, e quando entrou encontrou Malfoy estendido sobre a cama ainda com a roupa de Papai-Noel.
-Se sinta em casa.- ela murmurou levemente aborrecida pela intromissão dele.
-Até que não é ruim.- ele murmurou sonolento.- Feche a porta, Weasley. Está deixando a luz entrar.
-Que gentil.- Gina murmurou, saindo e fechando a porta. Era mesmo bom que ele ficasse quieto de uma vez no quarto, e não andando pela casa. Só Merlim para saber o que ele poderia aprontar. Afinal, aquele era Draco Malfoy.
A ruiva pensou em descer e fazer um chá, mas estava muito cansada. Se arrastou então para o seu quarto, a porta na direção oposta de onde estava. E tirando os sapatos, se jogou na cama e adormeceu instantaneamente.
ooooooo
N/A- Essa fic é minha, não é tradução. Então, espero que tenham gostado do primeiro capítulo. A fic tem um pouco de mistério também, sobre 'o que afinal o Draco estava fazendo?' Bem, vocês precisam ler a fic para descobrir. Então, comemtem! Bom natal, Madam Tessa.
