Já passava das 20h00min e Lilá não tinha desgrudado de mim um segundo sequer hoje.

Para dizer a verdade, ela não me deixa sozinho um minuto desde que começamos a namorar, há três semanas.

Meu Deus, como uma só pessoa pode ser tão chata e entediante?

Não sei por quanto tempo vou aguentar isso...

Harry e Hermione chegam da biblioteca. Hermione passa direto. Harry murmura um "oi" e diz que já estava indo para o dormitório. Pelo visto, essa era minha deixa.

–- Eu vou com você! Tchau, Lilá.

–- Não está esquecendo nada? – Perguntou com sua voizinha enjoenta.

–- Não, acho que não. – respondi, enquanto olhava ao redor, procurando o que eu poderia ter esquecido. Ela deu uma risadinha, como se minha confusão fosse a coisa mais engraçada do mundo.

–- Você está esquecendo o meu beijinho de despedida, bebê.

Dei um rápido beijo na sua testa. (aquela coisa que ela passa na boca, deixa a minha toda melecada, eca!)

Inner da autora: Ele está falando do gloss...

E tratei de acompanhar o Harry, que já estava na metade da escada.

–- Você não sabe o quanto a Hermione está sofrendo! – Harry disse, assim que entramos no dormitório.

–- O que aconteceu, cara? – Perguntei assustado.

–- Você só pode ser cego. Ela está sofrendo por sua causa! – Ele disse irritado.

–- Minha causa? O que... Eu fiz? – Perguntei, enquanto sentava na minha cama.

–- Não me venha com essa de "o que eu fiz". Você sabe muito bem o que fez ou é um idiota.

Isso já estava enchendo o saco.

Eu não sou idiota! Tá, talvez só um pouquinho.

–- Qual é, cara. É sério, eu não sei o que eu fiz.

–- Presta muita atenção, que eu só vou dizer uma vez. E que ruflem os tambores... a Hermione gosta de você. Porque você acha que ela mandou aqueles pássaros te atacarem?

"Sei lá, por que ela tava mais doida que o normal?", pensei, mas só pensei. Se eu dissesse isso em voz alta, juro, que o Harry me mataria.

Demorou um tempo, mas eu raciocinei o que ele disse.

–- O... quê? Você não.. o quê? Do que você...?

–- Calma aí, cara.

Eu respirei lentamente, até que tive certeza de que conseguiria falar.

–- Você só está brincando com minha cara, certo?

–- Eta, mas você é lento, heim? Não, champs... eu não to brincando. Ela gosta mesmo de você. Ou gostava... antes de você sair por aí se agarrando com a Lilá.

E nesse momento, uma coruja bate com o bico na janela.

Harry foi lá abrir. Pegou o bilhete.

–- Lilá não morre mais hoje. É pra você. – Ele me entregou o papel com a seguinte mensagem:

Te amo, bebê

Sonhe comigo

Kiss kiss,

Lilá.

–- Acho que ela quis dizer pesadelo – falei, enquanto entregava o bilhete para que ele pudesse ler.

Ele riu e jogou o papel na minha cama.

–- Eu realmente não entendo porque você ainda está com ela. – Ele falou, já sério.

–- Porque eu não tenho nenhum motivo concreto para terminar com ela. – disse, enquanto deitava pensativo na cama.

Acabei dormindo.