Título: Highway Song

Autora: DetRood (Com o ponto na verdade, mas o bendito fanfiction não deixa!)

Revisão: Crica

Categorias: Supernatural/ Drama

Classificação: 16 anos (linguagem/ conteúdo pertinente à série)

Sinopse: "…Lhe doía os miolos pensar que, quando chegasse a hora, ele realmente teria coragem de fazer a coisa certa." Algo como um epílogo do 4X12. Ficlet.

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Notas: Supernatural não é de minha autoria. Talvez em outra vida… *sonha, pobre!*

Um beijo Supernatural pra Crica pela revisão e paciência comigo.

A música que dá o título é Highway Song, de Blackfoot. Muito a cara de SN. Muito a cara dos irmãos, e achei muito a cara desse momento, no finalzinho do episódio, retratado sob a perspectiva dessa que vos escreve. Espero que gostem. Liguem a caixa de som, puxem a cadeira e boa leitura.

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Highway Song

- Charlie era como meu irmão. E agora ele está morto. Porque eu fiz 'a coisa certa'.

As palavras daquele senhor latejavam nos ouvidos do loiro.

- Ele me ofereceu um dom e eu recusei! Agora vou passar o resto da vida velho e sozinho. Isso é certo?

A tal cerveja, que ele achava que estava precisando, ainda estava na sua frente, gelada e intocada.

- Só disse que eu tinha que te salvar, que nada mais importasse. E se eu não pudesse te salvar, eu teria que te matar.

As palavras, ditas por seu pai e reproduzidas por ele à Sam, ecoavam como uma segunda voz em uma música, junto com as palavras de Jay.

Desde a conversa com seu pai á beira da morte, lhe doía os miolos pensar que, quando chegasse a hora, ele realmente teria coragem de fazer 'a coisa certa'. E lá no fundo de seu peito esse maldito dia estava cada vez mais próximo. Mais evidente.

Primeiro, aquela conversa com Azazel, e a dúvida que ele deixou, mesmo Dean resistindo, enterrou-se em algum lugar escondido, nos seus mais profundos pensamentos.

Depois, na delegacia, um dos primeiros sinais. Sam não pestanejou em sacrificar a donzela para deter Lilith.

Quando foram ao condado de Broward, Sam lhe contara que o Trickster havia jogado com eles. E que ficou alguns meses sem Dean, acreditando que estava sozinho dali por diante. Aquilo mexeu muito com Sam. Não saber mais o que era real ou o que era apenas uma ilusão.

E por fim, sua visita ao inferno. Sam nunca se perdoou por Dean ter trocado com ele.

E as pequenas coisas. A qualquer um, imperceptíveis, mas para Dean, gigantescas.

- Eu vou dar uma volta.

Não, Sam não era de dar voltas assim, sem mais nem menos. Ou alguma coisa o estava atordoando, ou estava escondendo alguma coisa muito importante dele. E, por mais que isso lhe doesse, ele sabia que a segunda opção era a resposta.

Dean realmente não queria envelhecer. Não queria prolongar a dor que sentia. Não queria viver mais para ver mais mortes e sofrimento. Não queria ter que presenciar o final dos tempos. Dos seus tempos. Sabendo que um dia, por apenas 'fazer a coisa certa', seria obrigado a fazer o que lhe parecia mais absurdo na vida. Ficar contra seu próprio irmão. E todas as coisas estavam convergindo para que isso acontecesse.

Finalmente tomou coragem e pegou a longneck com as duas mãos.

Coragem, palavra em seu vocabulário que parecia se repetir centenas de vezes. E se perguntava, calado, se era realmente coragem que sentia. E independente da resposta, apenas sabia que sempre precisou, e sempre precisaria dela.

E permaneceu assim, até a cerveja esquentar entre suas mãos…

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