Disclaimer: Inuyasha e c&a não pertencem à Beka Taishou! Desejos de Princesa também não pertencem à ela, esta uma adaptação com fins meramente de diversão
Desejos de Princesa é um livro de Lucy Monroe, o primeiro de uma trilogia, "Noivas Reais".
E aqui estamos nós, BekaTaishou e NaiaRiedel, again \o/, postando a segunda parte, completa, da trilogia, para homenagear todas as ficwritters!
Esperamos que gostem e se divirtam, nos vemos no final da história ;D
Capítulo 01
Sango Minamo fechou a revista e colocou-a sobre a mesa.
Suas mãos mostravam-se firmes. Estava impressionada. Um furacão de dor a sacudia por dentro. Não emitiu nenhum som, embora quisesse gritar. Queria rasgar a publicação ofensiva. Mas não podia... Se desse vazão a uma ínfima parte do que corroía sua alma, ela a perderia totalmente.
Recusava-se a fazer isso. Passou anos reprimindo as emoções, escondendo as lágrimas que revelariam a dor física e a mental. A traição de Akira fez com que chorasse e jurou que não permitiria que outro homem causasse isso novamente. Nem mesmo o príncipe Miroku Taisho.
— Ele é uma delícia, não é? — suspirou Ayame, sem perceber o quanto sua visita arrasara Sango. Ela se inclinou para a frente e abriu novamente a revista, apontando para a figura que era a fonte da agonia de Sango. — Imagina se fosse essa mulher?
Sango olhou para a foto. Não queria. Doía, mas não conseguia evitar. Seus olhos estavam tomados por uma emoção tão forte quanto a que florescia em seu coração: a necessidade de saber e uma esperança desesperada de que aquela visão a tivesse enganado na primeira vez.
Não enganou.
A foto era exatamente o que pensou que fosse. Mostrava o maravilhoso presidente da filial italiana da empresa Taisho Shipping dançando com uma igualmente atraente mulher na festa de aniversário do pai dele, na ilha Taisho. O príncipe Miroku sorria e a mulher parecia uma pantera linda que acabara de atacar sua presa.
Como Sango pôde ter sido tão estúpida ao permitir-se um envolvimento com aquele homem... E realmente ter acreditado que eles tinham muita coisa em comum?
Ela caiu nos braços dele com tanto cuidado quanto se tivesse se jogado de um penhasco. Entregou a ele sua virgindade e não pediu nada em troca além de sua surpreendente paixão. Ele ofereceu sua fidelidade, mas aquela foto despertava dúvidas acerca da sinceridade da oferta.
Ao contrário do que contou a ela, seu príncipe era o rei dos playboys. Será que era uma imbecil, quando o assunto era homem, ou simplesmente não tinha sorte?
— Alô, tem alguém aí? — a voz de Ayame invadiu os pensamentos de Sango.
— O quê?
— Onde estava, chica? Não me diga que estava pensando em trabalho?
— Algo assim — respondeu Sango com a voz trêmula. Na sua cabeça, seu trabalho e seu amante estavam intimamente ligados.
— Perguntei se você consegue se imaginar no lugar dela.
Só sé fosse para dizer que, quando Miroku abraçava Sango assim, ela nunca estava com um vestido de alta-costura. Na realidade, na maioria das vezes não estava vestindo nada.
— Sim.
Ayame riu.
— Sua imaginação é melhor que a minha.
— Não muito.
— Você está bem? — perguntou Ayame, demonstrando preocupação. — Parece meio desligada, e parece algo maior que sua constante preocupação com o trabalho.
Sango se forçou a desviar o olhar da foto e da amiga loura. As duas eram americanas, mas as similaridades terminavam aí. Ayame tinha um 1,50m e o corpo de uma Vênus de bolso.
Sango, por sua vez, tinha o corpo bem curvilíneo, um pescoço que Miroku dizia parecer o de um cisne, mas que ela achava longo demais, uma aparência normal que ele dizia ser natural e altura mediana que — parecia muito pouca diante do 1,80m dele. Seus cabelos castanhos um pouco abaixo dos ombros eram lisos até mesmo quando tentava enrolá-los.
Miroku dizia que sua pele era como seda e ele adorava o fato dela não usar quilos de produtos, mas a loura que estava bem perto dele na foto certamente estava bastante maquiada. Até demais, para a preferência de Miroku.
Aquela foto fazia com que pensasse que talvez tivesse sido tão tola com Miroku quanto com Akira.
Ela tentou sorrir, sem sucesso. Conseguiu suspirar.
— Estou bem. Apenas cansada. Tenho trabalhado muito no projeto de Córdoba.
— Do jeito que se dedica, não é à toa que não tem vida social.
Mas Sango tinha vida social... Uma vida secreta que lhe proporcionava mais prazer do que jamais pensara ser possível. Pelo menos até aquele momento.
Dessa vez, ela conseguiu esboçar um sorriso, embora não muito convincente.
— Você sabe como é.
— O que sei é que trabalha muito.
— Nem tanto. Amo meu trabalho.
— Também amo o meu, mas não dedico a ele todos os minutos da minha vida. Por falar nisso, tenho que ir... Não quer mesmo vir?
Sango balançou a cabeça negativamente.
— Desculpe, mas acho que vou dormir cedo.
Ayame suspirou e também sacudiu a cabeça.
— Precisa sair mais.
— Eu saio. — com Miroku, e em momento algum gostaria de encontrar alguém da Taisho Shipping.
Ayame resmungou e de repente sua expressão ficou fria.
— Se você não for, o Takeda vai ficar desapontado.
— Duvido.
— O cara é louco por você, é bonito, tem um ótimo emprego e é solteiro. Por que não sair e passar algum tempo com ele?
— Hoje não.
— Certo — Ayame sorriu novamente e a abraçou. — Durma um pouco.
Sango retribuiu o abraço.
— Divirta-se.
— Vamos nos divertir — Ayame virou-se em direção à saída.
— Esqueceu a revista.
— Pode ficar. Pelo menos vai ter algo para ler à noite.
Ayame saiu antes de Sango responder.
Não queria ler aquele tablóide. Não queria ver. Não queria aquela revista no seu apartamento, mas, quando ia jogá-la no lixo, acabou lendo as reportagens sobre o aniversário do rei Inutaisho.
Ela olhava para a foto de Miroku dançando com uma mulher, quando bateram à porta.
Ela morava no que um dia fora o apartamento do caseiro de uma residência nos arredores de Palermo. A família ainda ocupava a casa principal e o sistema de segurança era confiável.
Como a casa dela ficava longe da entrada principal e a segurança era tão boa, não se preocupava com hóspedes indesejáveis. No entanto, Miroku já tinha aconselhado várias vezes que não abrisse a porta sem antes se assegurar de quem era, o que fazia automaticamente agora.
Era ele.
Não sabia por que isso a afetava, mas afetou. Depois de ler aquela reportagem, sua mente dizia que não pertencia mais a ele... Se é que um dia havia pertencido. Portanto, por que ele se incomodava em aparecer?
Mas ali estava ele, a verdadeira tradução da beleza siciliana. Dos cabelos negros cortados casualmente para realçar seu rosto às pontas dos sapatos de couro Gucci, ele exalava pura sensualidade masculina. Também parecia cansado, com a pele ao redor dos olhos azuis denunciando sua fadiga.
Talvez porque estivesse se divertindo demais em festas para descansar. Mesmo pensando isso, ela não deixou transparecer.
Ele havia partido para uma viagem de negócios uma semana antes do aniversário do pai. Eles se falaram por telefone todas as noites e ele deixou claro que estava fazendo o possível para apressar tudo.
Só que depois de ver aquela foto, ela não conseguia deixar de pensar que ele não fora encontrá-la diretamente do aeroporto. Por que o faria, se tinha aquela mulher linda e sofisticada para se divertir?
Talvez fosse uma linha irracional de pensamento, mas naquele momento ela não dispunha de outra mais lógica. Ele bateu novamente, demonstrando sua impaciência por ficar esperando à porta.
Ela abriu a porta e ficou olhando imóvel para a sua imponente figura.
Os lábios sensuais de Miroku se abriram em um sedutor sorriso.
— Boa noite, tesoro mio. Vai me deixar entrar?
— O que está fazendo aqui?
Ele apertou os olhos e seu sorriso rapidamente desapareceu.
— Que pergunta é essa? Não a vejo há mais de uma semana. Meu avião pousou há menos de uma hora... Para onde mais iria?
Seis meses antes, quando eles começaram a sair, a pergunta teria sido ridícula. Ele deixou claro que a veria apenas duas noites por semana, mas, à medida que o relacionamento prosseguia, o número de noites aumentava até que praticamente estavam morando juntos... Embora em segredo.
— Talvez ficar com sua nova namorada?
Ele entrou na pequena casa, forçando-a a sair da frente, caso não quisesse que a tocasse. E não queria. Não agora. Talvez nunca mais.
Ela se afastou rapidamente, até chegar a uma distância segura.
— Que outra namorada? — ele perguntou, falando cada palavra com precisão, enquanto ela fechava a porta.
Ela entregou a revista a ele.
— Esta.
Ele olhou para a revista e a pegou para olhar mais de perto. Ele percorreu as páginas com desdém, antes de jogar a revista sobre a mesa.
— Isso não é nada mais que um tablóide sensacionalista. Por que o estava lendo?
— Ayame trouxe. Ela pensou que seria interessante ler uma reportagem sobre o chefão. E que diferença faz o modo como a revista veio parar aqui? O fato de ser uma forma barata de jornalismo não apaga as fotos nem o comportamento captado pelas lentes das câmeras.
— Essa foto não mostra nada de comprometedor.
— Não está falando sério.
— Dancei com algumas mulheres na festa do meu pai, sorri para algumas, conversei. Não há nenhum crime nisso.
— Não se você não fosse comprometido.
Ele franziu o cenho, e os olhos que, em geral, olhavam para ela com afeição estavam gelados.
— Sabe que não vou tolerar uma cena de ciúmes, Sango.
Ela quase riu. Ele parecia tão arrogante que quase dava para ver que era um príncipe, só que era o filho mais novo. Esse tipo de egocentrismo devia ser deixado ao herdeiro do trono.
— Tudo bem. Vá embora que não haverá cena.
Ele estremeceu, como se ela tivesse batido nele.
— Quer que eu saia? Acabei de chegar!
— Bem, como aparentemente a única coisa que quer de mim é sexo e eu definitivamente não estou com vontade depois de ver essas fotos, pode ir.
— Eu não disse isso. — ele resmungou em italiano. — De onde você tirou essa idéia? Por que falou uma coisa assim? Não vejo você como um corpo sem cérebro.
— Ótimo, porque tenho um, e ele está me dizendo que, se sou mais que um corpo na sua cama, deveria ter ido à festa do seu pai, e não estar lendo sobre ela numa revista de fofocas para ver você flertando com outras mulheres.
— Você sabe por que não estava ao meu lado.
— Porque não quer que ninguém saiba sobre mim! Tem vergonha de mim, não tem? — ela perguntou, tocando novamente na ferida, sem conseguir evitar. Sempre fora capaz de controlar as emoções, independentemente do quanto fossem devastadoras, mas o que sentia por ele era forte demais.
Aparentemente, ele pensou que ela havia passado dos limites também, porque a fitou como se ela tivesse perdido a cabeça.
— Está louca hoje à noite. Primeiro me acusa de ter outra mulher, depois diz que a considero um brinquedo sexual... Ou algo do gênero. — ele sacudiu a cabeça. — Isso é uma loucura. Não tenho vergonha de você.
— Mas não quer que ninguém saiba sobre mim.
— Para o seu próprio bem. — ele resmungou novamente e passou a mão pelos cabelos. — Você sabe como os paparazzi podem ser invasivos. Quando souberem do nosso relacionamento, você será observada a todo instante. Não conseguirá ir a um banheiro público sem que um repórter faça perguntas ou tire uma foto.
— Não seria tão ruim assim. Não sou grande notícia.
— Mas eu sou. Durante toda a minha vida fui o filho de um dos poucos casais reais que enfrentaram divórcio. Não tive privacidade no meu casamento. Eu lhe contei isso.
Sango não falou nada. A parte lógica do seu cérebro sabia que ele falava a verdade, mas não conseguia admitir. Mesmo que sua mente dissesse que ele estava determinado a manter a relação em segredo porque a valorizava muito, seu coração dizia que uma relação escondida não valia nada.
A forma como ele havia dançado com a loura certamente demonstrava o quanto ele a valorizava.
Ele suspirou.
— Criei uma fachada de playboy desde que Mayuri morreu para me proteger e à mulher com quem eu realmente quisesse ficar. Você sabe disso.
Ela sabia. Até havia considerado esse um ponto comum forte entre ambos. Afinal, ela também não havia desenvolvido uma imagem irreverente e namoradora para ocultar quem realmente era? Ela havia considerado a reputação de playboy dele da mesma forma. Só que aquela foto demonstrava a pessoa que ele era.
A foto debochou do amor que ela descobriu sentir por ele. O amor não deveria ser algo assim. Não deveria doer tanto. Era para fazer a vida linda, para engrandecer o amante... Mas tudo o que conseguia do amor era dor e uma horrível sensação de insegurança.
— Com quantas mulheres você realmente quis ficar, desde Mayuri? — ela perguntou, sentindo-se intrometida, magoada e incapaz de conter a pergunta.
— Isso não é da sua conta.
— Aparentemente, a maior parte da sua vida não é da minha conta.
— Isso não é verdade.
— Você não divide sua vida comigo.
— Isso é mentira. — ele parecia querer sacudi-la. — Você tem mais de meu tempo do que qualquer outra pessoa. Não trabalhei dobrado enquanto estava viajando para poder voltar para você depois da festa do meu pai, em vez de ir para o escritório de Hong Kong?
Ele esfregou os olhos, demonstrando cansaço e frustração.
— Passamos praticamente todas as noites juntos fazendo mais do que dividir nossos corpos e você sabe bem disso, tesoro mio. Fomos ao cinema, saímos para jantar várias vezes... Montamos quebra-cabeças juntos, pois é algo de que gosta de fazer, e você me ensinou os jogos de cartas americanos. A única parte que não compartilho com você é minha vida pública. Pensei que fosse algo que você não quisesse. Estava errado? Quer ser conhecida como a última amante do príncipe Taisho?
O sarcasmo dele não a afetou.
— Se isso significa que não vou mais ver fotos suas colado em outras mulheres, sim.
Ele sacudiu a cabeça.
— Estávamos dançando. Foi isso. Não quer dizer nada. Você precisa acreditar nisso.
— Tudo o que sei é que vocês pareciam prontos para dar uma saída apressada da festa e encontrar outro lugar para dançar.
— Está com ciúmes. Não precisa.
— Estou magoada!
— Só porque não acredita em mim.
— Como posso?
— Falei para você que, enquanto estivermos juntos, nossa relação será exclusiva. Dei minha palavra. Você me conhece há um ano, intimamente há cerca de seis meses. Quando me viu descumprir minha palavra?
— Não gosto de ser seu segredinho sujo.
— O que temos não é sujo, e você é um segredo porque nossa relação é tão especial para mim que não quero perdê-la — ele falou baixinho.
Ela virou o rosto, recusando-se a responder, e o silêncio entre ambos era quase palpável. Ela percebeu o movimento dele, mas ficou parada quando uma de suas mãos acariciou-lhe os cabelos e foi parar em seu queixo. Ele virou o rosto dela gentilmente até seus olhares se cruzarem.
— Sinto muitíssimo pelo fato das fotos terem magoado você.
Ela sabia que ele considerava aquilo uma grande montanha-russa, e para dar algum crédito a ele, realmente era. Ele começou a conversa dizendo que não faria uma cena e agora pedia desculpas. Era perfeito demais para ter de pedir tantas desculpas e poderoso demais para ser forçado a fazê-lo mesmo quando estivesse errado, mas isso não fazia com que ela se sentisse melhor.
Que diferença faria um pedido de desculpa se não se fizesse acompanhar da certeza de que a ofensa não se repetiria?
Ver aquela foto foi doloroso. Demais. Ela sentiu o coração sendo estilhaçado.
— Só me diga uma coisa — ela falou. — Como se sentiria se nossas posições fossem inversas? E se você me visse flertando com outro homem?
Ele apertou os dentes como se imaginasse a cena, mas depois visivelmente relaxou os músculos do rosto.
— Para manter nossa relação em segredo, preciso agir naturalmente em eventos sociais. Seria totalmente forçado se eu ignorasse um salão cheio de mulheres. Haveria muita especulação nesse caso, e logo os paparazzi viriam atrás de mim para descobrir minha ligação secreta ou fariam suposições sobre minhas necessidades masculinas.
— Isso não responde à minha pergunta.
Ele era um mestre em fugir do assunto, o que fazia dele um expoente nos negócios, mas não ajudava nas relações. No entanto, ela estava com ele há seis meses. Conhecia a maioria de suas técnicas e não seria enganada por elas.
— Essa é a resposta de que você precisa. Não é o dito pelo não-dito. Meu comportamento foi necessário.
— E se eu me comportasse da mesma forma sem necessidade você não ficaria incomodado?
— Não é esse o caso.
— Tem certeza? — ela fez uma pausa, dando um tempo para que a pergunta atingisse a arrogância dele. — O fato de eu não fazer parte das colunas sociais não significa que eu nunca flerte com outros homens.
— E você flerta? — ele perguntou, com uma indulgência que demonstrava mais que claramente que nada poderia preocupá-lo menos.
— Não paquerei porque me considerava comprometida, mas agora percebo que devia ter feito isso.
Sofisticação e sensualidade em cenários internacionais...
O príncipe e sua amante grávida...
Sango Minamo sabia que, quando se tornasse a amante secreta do príncipe Miroku Taisho, não haveria casamento, futuro nem reconhecimento público. E, naquele momento, nada disso importava. Mas Sango não poderia mais ser um segredo guardado a sete chaves. Ela quer Miroku, e está disposta a tudo ou nada, mesmo que isso signifique o rompimento do caso. Até que um exame de gravidez muda os rumos dos acontecimentos para sempre...
Soberanos orgulhosos e amantes apaixonados em busca de esposas por conveniência.
