Notas da Autora: Essa é uma fic baseada no livro Assassinato no Campo de Golfe de Agatha Christie. E tb tem todas aquelas baboseiras que a gente tem sempre que falar: os personagens não são meus, são todos da Jk ou da AC. Não tenho o objetivo de lucrar nada com essa fic, a não ser alguns reviews... Acho que é só isso que tem pra falar né? Bem, boa diversão lendo a fic... e eu acho que vocês terão porque esse é um dos livros mais inusitados que eu já li.
Foi em princípio de junho. Eu estava tratando de uns assuntos em Paris e estava regressando no trem da manhã a Londres (seria muito mais fácil voar com o velho Ford Anglia ou com minha vassoura, mas em todo caso, eu não era mais um menino), onde morava o meu velho amigo, o mlhor auror-investigador de todos os tempos do mundo bruxo: Harry Potter.
O expresso de Hogwarts (que agora, fora da época de volta à Hogwarts, agia como um trem comum) estava singularmente vazio. Na minha cabine viajava uma passageira, além de mim.
Tinha saído do hotel com uma certa pressa e estava todo atarefado verificando se não tinha esquecido de nada quando o trem partiu. Até então, mal tinha reparado na minha companheira de viagem, mas naquele momento fui violentamente recordado da sua existência. Levantou-se, bruscamente. colocou a cabeça para fora da janela e gritou:
- Diabo!
Confesso que sempre achei que uma mulher deve ser feminina e aquilo me deixou completamente sem saber o que fazer. Levantei a cabeça, e pude notar que eu tinha a testa levemente franzida. Deparei-me com um rosto bonito e atrevido, emoldurado por um chapéu vermelho também muito atrevido. Um grande manto negro lhe descia pelos ombros. Calculei que poderia ter pouco mais de dezessete anos.
Retribuiu o meu olhar, sem o mínimo embaraço, e fez uma careta expressiva.
Abri a boca, mas ela se antecipou a mim:
- Não diga mais nada! Ninguém gosta de mim! Irei para o jardim e comerei vermes! Minha irmã morreu e não tenho mesmo ninguém nessa vida.
Refugiou-se atrás de uma enorme revista francesa, que cobria com louvor todo o seu rosto miúdo. Passados dois minutos vi os seus olhos me olharem por cima da revista. Não pude deixar de sorrir, e logo a seguir ela atirou a revista para o lado e começou a rir também.
O seu sorriso era tão contagioso que logo comecei a rir também e agora éramos dois idiotas rindo não se sabia de quê. A moça era, sem dúvida, tudo aquilo que mais me desagradava em uma mulher, mas isso não justificava que me tornasse ridículo com a minha atitude. Decidi ser menos severo. No fim de contas, ela era decididamente bonita.
- Pronto, já somos amigos! - declarou a atrevida. - Diga que lamenta por causa da minha irmã...
- Sinto-me desolado.
- Assim é que é um menino bonito!
Deixei-me ouvir aquilo. Então eu, Ronald Weasley, era um menino bonito?
- Não é todo mundo que sabe diferenciar uma qualquer de uma duqueza... Pronto, estou vendo que já o escandalizei novamente! Fico furiosa quando isso acontece.
- Como é você quando está furiosa? perguntei, sorrindo.
- Um autêntico diabinho! Não sabe a língua que tenho! Uma vez quase mandei um tipo desta para melhor. Sério! Ele não estava merecendo outra coisa, senão um Avada Kevadra. Tenho sangue italiano...
- Bem, não fique furiosa comigo. - supliquei comicamente.
- Não ficarei. Simpatizei com você.
- Fale de você.
- Sou atriz. Piso no palco desde os seis anos... Às cambalhotas.
- Perdão? murmurei, intrigado.
- Nunca viu crianças trouxas acrobatas? Eu fazia isso.
- Ah, compreendo! - Não eu não compreendia nada, mas não queria deixar que a menina soubesse disso.
- Sou americana de nascimento, mas passei a maior parte da minha vida aqui na Inglaterra. Agora temos um espectáculo...
- Temos
- A minha irmã e eu, ora! Uma mistura de canto e dança e um bocado de conversa. Entusiasma a todos.
A minha nova conhecida inclinou-se para a frente e tagarelou voluvelmente, em termos que, na sua maioria, eram completamente desconhecidos pra mim. No entanto, comecei a sentir um interesse crescente por ela. Parecia uma mistura tão curiosa de criança e mulher!
Parei por um tempo e olhei para fora da cabine. Estávamos quase chegando à Londres.
- Está pensando na guerra contra Voldemort?
- Ah sim, ainda me traz bastantes recordações ruins
- Foi combatente, suponho?
- Sim, e também perdi grandes amigos meus, mas isso não vem ao caso. Agora trabalho no Ministério da Magia.
- Por Merlin, deve ser preciso ser muito inteligente!
- Não é nada. Por sinal, até há muito pouco que fazer. Em geral despacho em duas horas por dia. E ainda por cima o trabalho é enfadonho. Confesso que não sei o que faria se não tivesse outros interesses.
- Não me diga que coleciona insetos!
- Não! - exclamei surpreso. - De onde tirou essa idéia?
- Não sei. Me veio à cabeça.
- Compartilho a casa com um homem muito interessante, um auror-investigador do Ministério. Você deve conhecê-lo, todos o conhecem: Harry Potter. É na verdade um amigo maravilhoso e um auror-investigador fantástico. Já provou diversas vezes estar com a razão, em casos onde o Ministério falhou.
A minha companheira me escutava de olhos arregalados.
- Que interessante, hein?! Adoro crimes! Vejo todas os filmes de aurores e quando há um assassinato devoro os jornais!
- Lembra-se do Caso Styles?
- Deixe-me ver... A velhota que foi envenenada, algures no Essex, não foi?
- Sim. Foi o primeiro grande caso de Potter. Pode ter a certeza de que, se não fosse ele, o criminoso teria escapado.
Entusiasmado com o assunto, contei o caso do princípio, preparando o caminho para o desenlace triunfante e inesperado. A moça me escutava fascinada. Efetivamente, íamos tão absortos na conversa que nem vimos quando o trem entrou na Estação King´s Cross.
- Por Merlin, já chegamos. - exclamou a mocinha.
Pegou sua varinha e fez um feitiço qualquer que fez seu rosto ficar todo maquiado.
- Assim está melhor. É um bocado fatigante manter as aparências, mas se uma moça se respeita tem o dever de não se desleixar.
Arranjei dois carregadores e descemos para a estação. A minha companheira estendeu a mão.
- Adeus. Prometo que no futuro terei mais cuidado com a língua.
- Voltaremos a nos encontrar, não é? Eu... hesitei ... quero conhecer a sua irmã.
Rimos.
- É muito simpático. Transmitirei as suas palavras à minha irmã. Mas não creio que nos voltemos a encontrar. Foi muito amável comigo durante a viagem, sobretudo tendo em conta a maneira como fui atrevida com o senhor. No entanto, o que o seu rosto exprimiu em primeiro lugar é absolutamente verdade: não sou da sua espécie. E isso causa problemas. Eu sei muito bem.
O rosto da jovem modificou-se e, por momentos, desapareceu dele toda a despreocupada alegria. Parecia zangado, vingativo.
- Portanto, adeus. - se despediu, em um tom rápido.
- Nem sequer vai me dizer seu nome? - perguntei, quando virou e se afastou.
Olhou por cima do ombro, com uma covinha em cada face. Parecia uma encantadora pintura de Hagwarts.
- Cinderela! - respondeu rindo.
Eu mal imaginava quando e em que circunstâncias voltaria vendo Cinderela.
Notas da Autora: O que acharam? Parece que o Rony ficou gamadão na Cinderela... Mais emoções nos próximos capítulos... Ah deixem reviews, por favor... Bjinhus
