Olá vadia...
Senti um arrepio percorrer minha espinha. Conhecia muito bem essa voz rouca e incrivelmente sexy. Me virei, quase não acreditando que era ele mesmo. Um homem alto, cabelos negros e olhos azuis de um brilho sem igual me encaravam, e ele sorria, com aquele sorriso irresistível e inconfundível.
- Sirius?! - Eu dei um sorriso enorme e o abracei, antes mesmo de ouvir a resposta. Ele estava muito mais alto e quase inacreditavelmente mais bonito do que desde a ultima vez que nós tínhamos nos encontrado, a exatamente dois anos atrás.
Quando finalmente o soltei, ele não sorria mais.
- Quem é você e o que fez com minha Evans? - Levantou uma das sobrancelhas perfeitas e eu fiquei levemente assustada.
- O-o-que? Por quê? Tem alguma coisa na minha cara? No meu cabelo? Minhas roupas? - Tirei do bolso de minha calça jeans um espelhinho e conferi. Cabelos laranjados, olhos esmeralda, pele alva. Aparentemente tudo ok. Olhei para Sirius e ele estava lá, rindo de se acabar.
- Você tá linda, Lily! - Minhas bochechas instantaneamente ficaram vermelhas. Desde os meus 6 anos de idade, toda as vezes que recebo um elogio, minhas malditas bochechas insistem em ficar mais coloridas do que meu cabelo. Sou praticamente um arco-íris ambulante. - É que você pareceu tão feliz em me ver... Até estranhei a falta dos gritos. - E eu corei novamente.
- Isso é consequência de ter passado dois anos na França. - Sorri levemente. - Você está tão...
- Bonitão? Ah não, isso eu sempre fui - E me deu aquele sorriso maroto que eu tanto conhecia e sentia falta. Eu ri.
- Eu ia dizer alto. Mas bonitão também serve.
Black me olhou espantado, e eu sorri mais ainda.
- Sério... cadê a Lily?

Revirei os olhos e o perguntei sobre os marotos.
- Todos nós somos aurores agora. - Sirius inflou seu peito e eu pude perceber o orgulho em sua voz. - Aurores especiais - Completou baixinho, sorrindo. Me explicou sobre uma tal de Ordem da Fênix e me perguntou sobre a França. Ficamos conversando algumas horas sobre França, Magia e nossas carreiras. Me impressionei com o rapaz, que a apenas dois anos atrás ainda era uma criança.
Ficamos alguns minutos nos encarando, silenciosamente. Mesmo depois de conversarmos tanto, eu ainda não acreditava que eu finalmente estava ali, em um típico pub inglês trouxa, conversando com meu melhor amigo. Aquela sensação era uma das melhores que eu já havia sentido. Sirius não fazia idéia de tamanha saudade que eu havia sentido. Olhei bem fundo naqueles olhos, que pareciam não parar de brilhar nunca. Como a estrela que levava o seu nome. Sorri levemente e falei baixinho, quase ronronando.
- Sirius... É muito bom te ver de novo.
Lentamente nossos rostos se aproximaram, quase sem querer. Não parecia que estávamos agindo racionalmente, a única coisa que eu seguia era a batida do meu coração, que a cada centímetro quebrado, se tornava mais intensa. Nosso contato visual parecia não ser possível de ser quebrado, e só foi quando finalmente nossos lábios se tocaram e nossos olhos se fecharam, e nos entregamos totalmente aquele momento de quase insensatez. Hesitantemente nos separamos, e por uns instantes, o silêncio predominou entre nós dois. Não tinha a mínima vontade de quebrá-lo, pela primeira vez nos meus dezenove anos, eu não tinha nada a dizer. Bastava olhar praqueles olhos. Depois do que me pareceu horas, Sirius finalmente falou, mais rouco do que nunca.
- É muito bom te ver também.