Disclaimer: Sait Seya pertence ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas
Quanto tempo que não posto fics!!! Estava com saudades do ffnet e de vocês, que sempre me acompanham... Bem, mas vamos ao que interessa, ao invés de ficar aqui, enrolando...
Fic nova, totalmente escrita para não ser abandonada e em Universo Alternativo, estrelada por... Shion! E uma personagem original que faz parte da fic "Destiny's Child", da minha linda Pure – Petit Cat...
Boa leitura e chega de enrolar! Ah, só mais uma... Fic toda escrita e inspirada em canções do U2, é claro...
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Capítulo I – Where the streets have no name
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-May! May! – uma voz masculina gritava pelo apartamento – May! Telefone pra você!
-Quem é, Andy? – uma pergunta como resposta, em tom meio abafado, como se a pessoa que falava estivesse dentro de alguma caixa ou algo assim.
-É da "W"(1)!
-"W"? Não conheço nenhum "W"! Que nome mais estranho!
-Eu não disse que é o "W", sua louca... – Andy disse, entrando pela cozinha com o telefone na mão – É da "W", a revista.
-QUÊ??? – May levantou-se com tudo de debaixo da pia, batendo a cabeça na mesma – Ai! Me dá esse telefone, Andy! Por que não disse antes?
-Mas eu ten... – o telefone foi arrancado das mãos do rapaz – Deixa para lá...
-Alô? Sim, May falando... Claro, tenho tempo para conversar sim... Certo... Mas, assim, tem certeza? Nossa, claro que quero, eu... Nossa, já! Meu, tô dentro! Quer dizer, aceito sim, muito obrigada... Os detalhes? Tudo bem, podemos acertar pessoalmente, claro... Até... Obrigada... Até breve, tchau...
-E então? – Andy perguntou, segurando um copo de suco e fitando a irmã mais nova, que parecia meio petrificada. May virou-se e o encarou, com um sorriso largo estampado no rosto branquinho e perfeito.
-Era da "W"!
-Dã, isso eu sei! O que eles queriam?
-Me contratar para clicar o ensaio principal da edição de aniversário! Você tem noção de como isso é demais, cara?
-Claro que tenho, May... Você vive falando que fotografar um ensaio para essa revista é o sonho de qualquer fotógrafo e um monte de blábláblás que não entendo direito.
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-A "W"? O que eles queriam, Giulia (2)? – a voz masculina demonstrava uma certa fatigação ao fazer a pergunta.
-Querem que você seja a estrela do ensaio de aniversário da revista, Shion... E, pelo que me passaram, o material vai tomar pelo menos metade das páginas da edição.
-Interessante... Sabe quem vai ser o fotógrafo?
-É fotógrafa... May McGregor, a escocesa que clicou a última campanha da Chanel (3).
-Ah, sim, já ouvi falar... Bom, pode agendar uma reunião com os editores da revista. Vamos ver, se o contrato for bom...
-Sempre é, Shion, você sabe. Até mais.
-Até.
Desligou o celular e voltou a se concentrar na leitura do jornal do dia, enquanto tomava café. Não que um ensaio para a "W" fosse algo para se desprezar, mas... Já estava começando a se cansar daquela vida, afinal, eram vinte anos de carreira. Mas que a assessora italiana de sangue quente não ouvisse isso!
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Nota mental número um: conferir pela milésima vez se suas três máquinas digitais, a profissional comum, seu material de revelação e afins estavam ok na bagagem.
Número dois: escrever mais alguns três ou quatro lembretes na lista de cinqüenta e três que deixara ao irmão mais velho.
Número três: largar mão de tanta paranóia e curtir a viagem e o trabalho!
E lá estava May no trem que a levaria até Lake District, uma bela província inglesa onde a paisagem parecia intocada há séculos e cujos arredores serviriam de locação para o ensaio da "W". Sabia que a publicação havia alugado um castelo antigo por um fim de semana e que apenas ela e o modelo estariam no local, além dos empregados habituais, claro. Uma exigência que ainda não entendera muito bem porquê.
Aliás, desde que fora contratada estava tão empolgada que se esquecera completamente de perguntar quem seria o modelo. Resolveu esquecer aquilo e ouvir música. Colocou os fones no ouvido, ligou o mp3 e recostou-se meio deitada na poltrona da cabine em que estava sozinha, apoiando os pés na da frente.
I wanna run, I want to hide
I wanna tear down the walls
That hold me inside
I wanna reach out
And touch the flame
Where the streets have no name
Eu quero correr, eu quero me esconder
Eu quero derrubar as paredes
Que me seguram por dentro
Eu quero alcançar
E tocar a chama
Onde as ruas não têm nome
E ficou tão presa ao seu mundinho particular que não viu a cabine se abrir e alguém entrar. A pessoa ficou em pé, apenas observando May cantar de olhos fechados, se remexendo na poltrona como se dançasse ou algo assim.
E foi assim por quase três músicas até ela abrir os olhos e ver, em pé à sua frente, quem era. Um belo homem, de cabelos esverdeados e compridos soltos pelas costas, olhos violetas e sorriso leve. E, que estranho, tinha duas pintas no lugar das sobrancelhas. Usava jeans despojado e camisa branca, além de sapatos pretos.
I wanna feel sunlight on my face
I see the dust cloud
Disappear without a trace
I wanna take shelter
From the poison rain
Where the streets have no name (3x)
Eu quero sentir a luz do sol no meu rosto
Eu vejo a nuvem de poeira
Desaparecer sem deixar pista
Eu quero me abrigar
Da chuva ácida
Onde as ruas não têm nome (3x)
-Pois não? – ela perguntou, meio sem jeito, tirando os fones do ouvido – Acho que minha cantoria te atrapalhou na outra cabine, desculpe... É que quando ouço U2, eu me empolgo.
-Acho que não me reconheceu, não é mesmo? – ele perguntou, observando com atenção o enorme ponto de interrogação que se formava sobre a cabeça de May – Shion Radziavicious, muito prazer.
-Ah, o modelo exclusivo da Armani (4)? Meu Deus, desculpa... – May não sabia onde enfiar a cara – Eu não reconheci, que baita gafe...
-Está tudo bem, até gostei... Não é muito interessante ser reconhecido em todo lugar onde coloco meus pés, sabe... Mas posso me sentar? Já que vamos trabalhar juntos, achei que seria bacana conversarmos um pouco, vamos passar um fim de semana inteiro um com o outro.
May tirou os pés da poltrona em frente e Shion se sentou, a jovem desligou o mp3 e começaram a conversar. E, em pouco tempo, o trem chegava à estação de Lake District. Um carro pago pela revista os esperava e, após mais quarenta minutos de estrada, estavam à beira da escadaria de entrada do castelo, uma construção de pedras e tijolos e um jardim de rosas vermelhas e brancas ao redor. Simplesmente encantador.
-Me sinto dentro de um conto de Charles Dickens (5)! – May disse, sorrindo – Onde é meu quarto?
Shion, mais atrás, teve que concordar com a fotógrafa, aquele lugar parecia saído de alguma história de fadas. Seria ele, então, algum príncipe encantado?
Quem saberia dizer?...
We're still building and burning down love
Burning down love
And when I go there
I go there with you
(It's all I can do)
Nós ainda estamos construindo e queimando amor
Queimando amor
E quando eu vou lá
Eu vou lá com você
(Isso é tudo o que posso fazer)
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Com a ajuda de duas camareiras. May ajeitou suas coisas no guarda-roupas do quarto e fez de um dos banheiros do corredor, seu estúdio de revelação. Claro que já se rendera à tecnologia digital, mas ainda gostava de tirar algumas fotos com filme comum, somente pelo prazer de poder revelá-los e naquele momento conhecer o resultado do seu trabalho.
Como não gostava muito de dormir fora de casa, deu ao quarto o seu jeitinho particular. Fotos da família espalhadas pelo cômodo, seus travesseiro colorido sobre a cama, cacarecos sobre a penteadeira e, o mais importante de tudo: Seu mp3 conectado a duas caixinhas de som, sobre o aparador. Assim, poderia ouvir U2 a torto que é direito.
No outro quarto, um tanto afastado do da jovem, Shion já arrumara suas coisas. Como estava acostumado a viagens e afins, levava somente o básico: algumas trocas de roupa, higiene pessoal e livros, para ler nos momentos de folga, que quase não existiam em trabalhos como aquele.
Até a hora do famoso chá das cinco, nenhum dos dois voltou a se ver ou se falar.
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The city's a flood, and our love turns to rust
We're beaten and blown by the wind
Trampled in dust
I'll show you a place
High on a desert plain
Where the streets have no name (3x)
A cidade está inundada e nosso amor enferruja
Nós fomos malhados e assoprados pelo vento
Esmagados em poeira
Eu te mostrarei um lugar
Acima das planícies desérticas
Onde as ruas não têm nome (3x)
-Então, pretende começar a fotografar quando? – Shion perguntou, deixando sua xícara de chá sobre a mesa de granito. Estavam em uma das varandas do castelo, tomando chá e servidos de todo tipo de pães, bolos e tortas.
-Acho que amanhã... Como exigiu que não houvesse mais ninguém além de nós dois, vou ter que arrumar o cenário, luz e adereços sozinha. Mas gosto disso.
-Prefiro assim, eu detesto maquiador em cima de mim, figurinista. Ainda mais com o tipo de fotos que faremos.
-Como assim? – May perguntou, levando a xícara de chá aos lábios, estava com um pouco de frio.
-Não sabe? – ela negou com um aceno – Serão fotos sensuais, algumas de nu parcial e...
-HÃ??? – a xícara foi ao tampo da mesa, encharcando as roupas de ambos e a comida também. -Ah, desculpa, mas é que eu... Eu ouvi direito?
-Não foi nada, mas me diga uma coisa: como assina um contrato de trabalho sem saber detalhes sobre ele?
-E que fiquei tão empolgada em fotografar para a "W" que me esqueci de perguntar que tipo de foto eles queriam... Aí, como mencionaram que o modelo havia dado a sugestão, eu desencanei.
-Eu não acredito...
We're still building and burning down love
Burning down love
And when I go there
I go there with you
(It's all I can do)
Nós ainda estamos construindo e queimando amor
Queimando amor
E quando eu vou lá
Eu vou lá com você
(Isso é tudo o que posso fazer)
Vermelha de vergonha, May pediu licença à Shion e aos empregados que apareceram para limpar a bagunça. E o resto da tarde e noite ficou sozinha em seu quarto, tentando não pensar no dia seguinte. Imagina só, ter que ser profissional e tirar fotos sensuais daquele homem... Ficava com calor só de pensar!
Pior: E se não apenas Andy, mas George também soubesse? Os dois irmãos iam ficar fulos da vida com a pequena e bem cuidada irmãzinha...
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W, atualmente a revista de moda e comportamento mais vendida do mundo, é americana. Seu mais recente ensaio que rendeu polêmicas e notícias foi o de Madona com o modelo brasileiro Jesus Luz, e que me inspirou a fic de certa forma.
Giulia, personagem da Nyx em Destiny's Child! Minha miguinha não podia ficar de fora, então dei um jeito de colocar a bichinha na fic!
e (4), Chanel, marca francesa de moda alta costura e Armani, italiana.
(5) Charles Dickens, escritos irlandês de contos conhecidos entre as crianças, como Soldadinho de Chumbo, Oliver Twist, A vendedora de fósforos e A pequena sereia (que tem final feliz só no desenho da Disney, prefiro o original, bem mais sombrio e triste).
