A jovem bruxa estudara diversos feitiços, mas nenhum deles aparecia em sua mente oferecendo-lhe a solução daquele... problema? O ponto de convergência das dúvidas era exatamente esse, saber se aquela sensação que a invadia por inteira era ou não um problema. Assemelhava-se mais a uma espécie de masoquismo. Ela gostava de sentir o coração perder o ritmo de batimentos estável toda santa vez que certa pessoa ficava a poucos metros de distância. E, pior ainda, deveria fingir com excelência que aquela presença não alterava em nada seu comportamento, uma dissimulação com a finalidade de proteger a si mesma. E estava conseguindo... até aquele instante. Mas, se aquele sentimento ficasse com mais fome e devorasse mais daquela alma teimosa - o que se tornava mais provável a cada dia - restaria apenas a opção de revelar as borboletas no estômago. Lily, uma bruxa inteligente e ousada, suspirando de amores... Quem teria uma imaginação tão fértil a ponto de prever isso?

Você, James, não precisou imaginar, pois conseguia ver a confusão dela escondido sob sua capa de invisibilidade dos pés à cabeça. Bem conveniente, não é? Você bem que queria tirar a capa. Você bem que queria se aproximar dela a ponto de sentir a mágica mais verdadeira e poderosa do mundo. Você queria que seus dedos brincassem com os cabelos ruivos, bem peculiares e enfeitiçadores. Você queria sentir o perfume dela. Você queria beijá-la como nunca havia beijado outro ser humano, nem existia outro ser humano em sua mente, aliás. Era Lily, apenas Lily. A Lily que deveria considerá-lo um imbecil. A Lily que sempre punha uma armadura ao encará-lo. Você achava que ela se preparava para uma guerra. Você não sabia que armaduras não são verdadeiras armas de combate. Armaduras são meras defesas. A sua capa de invisibilidade não foi uma armadura? Você a usou para não se ferir ao contemplar Lily.

Ela, inconsciente de sua presença, encostou-se numa árvore, pôs um livro à frente do rosto, o qual ainda podia ser lido com a ajuda da luz do crepúsculo. Mas o fato é que ele não estava sendo lido de verdade. Os olhos esverdeados de Lily pareciam muito distantes, perdidos em devaneios. Você procurou o título do livro e encontrou o nome de um trouxa chamado de William Shakespeare. Deveria ser um cara bem chato, você pensou. Mas você não teve tempo para continuar com suas suposições, pois Lily se moveu e trocou o livro por um caderno com cara de diário, no qual escreveu: "Eu amo as pessoas como se não houvesse o amanhã, mas elas me amam como se houvesse uma semana inteira pela frente." James, por que você não revelou que a amava como se não houvesse o próximo segundo? Ela não precisava dizer algum feitiço como alorromora para que você abrisse seu coração e mostrasse que valia, sim, a pena aquele amor reprimido que ela sentia. Valia a pena aquela amor reprimido que você também sentia.


N/Agatha: Ficou curtíssimo. Há uns dias eu poderia ficar mais tempo escrevendo, mas chegaram as provas finais. Morg, queria fazer algo maior, uma surpresa melhor. Acredite, acho que você sabe o quanto a amo, não é? Eu a amo não só no seu aniversário, mas sim em todos os dias que o sucedem e o antecedem. E, sempre que puder, continuarei a dedicar fics e poemas para a senhorita, que, além de ser a minha ficwriter preferida, terá de me dar a mão em casamento! PS: Primeira fanfic de HP, vi que a sua primeira fic foi com o mesmo casal. E, aham, a Lily non tem nada a ver com você, rs. (12/11/2009)