AS primas ranger
Capitulo I Voldemort no Brasil
Em agosto, Hermione recebeu uma visita inesperada. Alias, duas visitas. Suas primas brasileiras, Jéssyka Kristina e Maria Kristina Granger, iriam começar a estudar na Inglaterra. Seu tio, Michel Granger, havia mandado uma carta, afirmando querer que elas travassem novos conhecimentos, novas amizades...
Em uma conversa telefônica, por fim, confessara para o irmão, que não conseguia mais controlá-las, e por isso, as estava mandando para um colégio interno. O senhor Granger logo percebeu o motivo: inseparáveis, as sobrinhas gostavam muito de festas, garotos, e embora demonstrassem adorar os tios e a prima,faziam segredo absoluto sobre a escola aonde iriam, entre muitos risos.
Ambas eram de estatura mediana, com a mesma tatuagem, o símbolo mandarim da amizade, na parte de trás do pescoço.
Maria Kristina possuía os olhos verdes, os cabelos negros, e cacheados, sempre os mantinha em um coque, com algumas mechas encaracoladas soltas. Usava óculos de aros finos, dourados, e argolas com um coração, um trevo e uma cruz pendurados. Preferia que a chamassem de Tina e gostava de ler.
Jessyka Kristina possuía os olhos azuis, os cabelos castanhos, lisos, geralmente presos num rabo de cavalo, e gostava de esportes (especialmente dos radicais). As meninas haviam enchido a casa dos Granger com o seu barulho, especialmente, após as saídas do casal, colocando Cd´s brasileiros, no volume máximo, que fazia Hermione ficar furiosa e as primas estourarem em gargalhadas, quando ela reclamava.
Hermione já não suportava as primas, quando duas semanas antes do início das aulas, ela recebeu uma carta de Rony, convidando-a para uma conversa em uma lanchonete trouxa. Feliz, ela aceitou, e no dia marcado acordou cedo. Suas primas já haviam saído (ou não haviam dormido em casa), então, como já conhecia a fama e comportamento das meninas, saiu de casa, despreocupada e aliviada de não encontrá-las.
Quando chegou lá, logo reconheceu Harry e Rony. Os meninos logo se levantaram, e quando Rony a estava abraçando, ela escutou as risadas inconfundíveis das primas.
Ambas vestiam-se com as roupas da noite anterior, quando haviam saído para dar uma volta. Antes que elas falassem alguma coisa, Hermione disparou:
- Onde foi que as senhoritas dormiram essa noite? Custava usar o telefone para avisar que iriam dormir fora?
Tina com um sorriso,replicou insolente, com um brilho no olhar que fez Hermione ficar vermelha.
- E quem lhe garante que dormimos? A noite estava muito agradável para nos abandonarmos nos braços de Morfeu.
- Mas não eram Pierre e Henry os nomes dos garotos com quem... – Jessy parecia confusa.
- Cala a boca! – Tina sussurrou, mais vermelha que Hermione.
- Vocês duas não têm vergonha na cara? Papai queria ligar para a polícia, mas mamãe não deixou, já que...
- Hermione, se você fizesse o que fizemos a noite inteira, estaria calminha, calminha. – Jessy balançou as mãos, conseguindo irritar Hermione ainda mais.
Tina intrometeu-se.
- Mas isso não é importante. O importante agora é sabermos se você vai nos apresentar ou não o seu namorado? – ergueu a sobrancelha.
- Eu não tenho namorado. – Jessy e Tina olharam-se rindo. E conversando em português:
- Eu te disse que achava que ela era "sapatona".
- Eu não queria acreditar, mas pelo visto...- as duas riram mais forte.
- O que estão falando? – o fato de falarem dela em outra língua, sem disfarçar, a deixava furiosa.
- Jessy estava me lembrando que... – ergueu as sobrancelhas enquanto cutucava a irmã, que com a maior cara de pau, completou:
- Precisamos comprar os materiais escolares. Ou você se esqueceu que as aulas começam daqui a duas semanas?
- Eu não vejo a hora disso acontecer, já que vou me livrar de vocês.
Tina, rindo, colocou a mão no peito.
- Faço minha as suas palavras... Até mais, priminha. Tchauzinho – falou bem arrastado, acenando para Rony e Harry. – Guris.
Jessy deu uma risadinha, e imitou a irmã. Elas saíram em seguida sem perceber que Hermione agarrou o saleiro para jogá-lo em cima das duas, sendo impedida por Rony, assustado com aquele comportamento.
- Calma Mione! O que quer que essas garotas tenham feito, certamente não é o saleiro que está provocando isso.
Imediatamente Hermione o encarou.
- Quem é você? O que fez com Rony?
Harry riu.
- Ele apenas está tentando agir como uma certa monitora, que nunca deixa nada a abalar.
- Pois depois de duas semanas com essas duas, até o professor Dudemblore iria perder a paciência por qualquer coisa - Hermione sentou-se, enquanto Rony e Harry erguiam as sobrancelhas.
- Elas são tão ruins assim? – Harry parecia não acreditar.
- Piores. Até Fred e Jorge são anjos perto delas – a idéia de Fred e Jorge "anjos" era tão engraçada que Harry e Rony estouraram em gargalhadas. Até Hermione entrou no clima, rindo também.
A partir daí, a conversa começou a ficar leve, enquanto eles matavam as saudades, Hermione percebeu que Harry estava um pouco tenso.
Rony contava o que estava achando do mundo trouxa, já que estava ficando duas semanas com Harry na casa dos Dursley, fato esse muito comemorado por Harry.
Cerca de uma hora depois, Mione levantou-se. Os rapazes, imediatamente fizeram o mesmo.
- Onde você vai? Podemos ir junto? - Rony falou impulsivamente. Rápido demais, pois Mione lançou-lhe um olhar parecido com o que fuzilara as primas.
- Por qual razão vocês querem ir ao banheiro comigo? - ela indagou. - Vão me explicar direitinho, quando eu voltar. E não pensem em sumir.
Quando Mione se afastou, os dois desabaram nas cadeiras.
- Ela vai engolir se inventarmos qualquer coisa?
- Desde quando Hermione é retardada? A melhor saída é contarmos a ela o que sabemos, como sabemos, e não nos preocuparmos mais, por enquanto... - Harry calou-se ao ver uma garota, que usava uma jaqueta jeans e uma minissaia plissada sentar-se na cadeira onde Mione estava. Parecia estar um pouco constrangida, e começou falar, antes que os rapazes a questionassem.
- Desculpem por sentar assim, sem pedir licença, mas é que ambos poderiam me ajudar? - ela fez uma careta. Pedir ajuda não era o seu forte.
- Claro, o que é? - Rony se surpreendeu com a rápida concordância de Harry; Embora a garota fosse bonita, com o corpo bonito, Harry parecia estar sendo outra pessoa. A garota deu um sorriso aliviado.
- Bom, antes de mais nada, obrigada. Meu nome é Heloisa Samantha, e hoje, sem querer, eu peguei o diário do meu irmão... O pior, é que só percebi isso, quando já tinha chegado aqui, e quando aquelas loucas o pegaram e começaram a ler.
- O seu irmão por acaso é fadinha? - Rony recebeu um olhar frio, atravessado, que o fez arrepiar.
- E começaram a tirar sarro da minha cara, já que lá tem o nome de uma garota, rodeado por um coração flechado. E o meu irmão não é fadinha, ele é apenas romântico e atencioso.
- E você quer que nós a ajudemos a pegar o diário de volta?
- Sim e não.
- Sim e não? Desculpe, não deu para entender.
- Bem, elas me fizeram um desafio: se eu conseguisse seu telefone e fizesse mais uma coisa, me devolveriam o diário.
- Estou começando a ter medo disso - Harry brincou.
- Você não precisa ter medo. Ao contrário dele - Heloísa afastou o cabelo negro, que chegava quase na cintura, do rosto. - O desafio é beijá-lo - havia uma certa malícia nos olhos negros, que fez Harry sorrir.
- Bem, Rony, está nas suas mãos - o ruivo olhou para ele, sem entender. Quando Harry recomeçou a falar, percebeu que a garota fazia força para não rir da situação deles. - Se você quiser ajudar essa garota, vai ter que beijá-la, e eu simplesmente vou dar o meu número de telefone.
Rony revirou os olhos.
- Como eu posso ajudar? Beijando uma garota, que embora com um corpo fenomenal não me atrai nem um pouquinho?
Ela mostrou a língua para Rony, que ficou vermelho.
- Depois é o meu irmão que é fadinha! – ela se virou para Harry. – Pelo visto você vai ter que tomar essa decisão.
- Ei, estão falando de mim! – Rony protestou. Heloísa o olhou como se dissesse "retardado!".
Harry não sabia o que dizer. Amaria pegar no pé de Rony, mas percebeu que não seria uma boa hora para isso. Tossiu, tentando disfarçar a risada, mas não obteve sucesso, recebendo um olhar divertido da garota e um olhar atravessado de Rony.
- Bom, eu não sei o que dizer, então...
- Que tal mandar essa garota ir ver o crepúsculo?
- Retardado ao quadrado. – Heloísa deixou escapar, em um murmúrio. Rony e ela encaram-se, furiosos.
- Como você pretende me obrigar a beijá-la?
- Se eu pudesse, lhe daria um bom soco na cara, alguns chutes e esqueceria da sua existência corpórea. Mas, como não posso... o que você sugere? – ela virou-se para Harry, que balançou os ombros.
- Se conseguir vencer o desafio, eu te ajudo a... – Harry ficou de boca aberta, quando a garota praticamente saltou sobre a mesa, pegou o rosto de Rony e tascou-lhe um beijo, que fez Rony piscar os olhos.
- Ei, isso é...
- Um beijo. – Rony gelou ao escutar a voz de Hermione. A garota a olhou, e saltou no instante seguinte.
- Bem, a minha parte eu já fiz. Pode me dizer o seu nome agora?
- Harry Potter e o meu número é... – a garota tinha um certo olhar abobado que fez Harry se perguntar se a mesma não seria uma bruxa. – escutou o que eu disse?
- Ah, sim. Desculpe. É que quando a minha pele corre perigo, meu instinto de sobrevivência grita por comida... Bom, tchau. Boas aulas! – acenando, ela voltou para a mesa, onde duas garotas estavam rindo. Heloísa parecia estar distraída, e observava com discrição a mesa deles. Hermione parecia outra: mantinha a voz sobre controle, mas tinha um brilho muito perigoso no olhar.
- Ótimo, agora que tal vocês me contarem o que aconteceu?
- Bem, quando você saiu, essa garota, sentou-se e disse que se chama...
- Estava me referindo a Voldemort. Você não tem que me dar nenhuma explicação sobre essa garota. – o fato de Hermione frisar cada uma das palavras, fez Rony gelar. Ela estava muito além de furiosa.
- Vamos para sua casa, que é um lugar mais calmo para conversar. – Harry propôs.
- Não esperem isso com as minhas primas lá. – Hermione resmungou. Os rapazes riram.
Quando estavam saindo da lanchonete, Mione se virou, e deu um passo em falso. Estava quase caindo, quando foi amparada por trás. Havia fechado os olhos com força, esperando o chão bater, ou um dos amigos a amparar. Mas não. Foi segurada por trás.
Abrindo os olhos, viu um par de olhos muito azuis, lhe causando um arrepio, dada a intensidade com que a fitavam. Delicadamente, ele a ajudou a endireitar-se, e quando falou, Mione reconheceu quem era.
- Devia tomar cuidado por onde anda, Hermione. Se os incompetentes dos seus amigos não conseguem nem mesmo lhe ajudar a evitar uma queda, certamente não vão poder ajudá-la quando o Lord quiser eliminar os bruxos nascidos trouxas. – ele mantinha um sorriso debochado para Rony e Harry. Quando a olhou novamente, mantinha uma expressão calma. – Até mais, Hermione.
- Hanson, se encostar um dedo na nossa amiga...
- Potter, Weasley. Dêem licença. Eu tenho que me encontrar com uma pessoa, que esta aí dentro. – ele fechou ligeiramente os olhos. O tom de voz era como se explicasse para uma criança que dois mais dois é igual a quatro. Os Grifinórios fecharam ainda mais a cara.
- Harry e Rony, vocês o escutaram?
- Obrigado Hermione, – Henry Hanson pegou na mão da garota e a beijou. – mas creio que seus amigos, só compreendam as palavras com brutalidade. Palito e Cicatriz dêem o fora. – ele assumiu uma postura arrogante. Henry Hanson era Sonserino, e embora não costumasse entrar nas rixas entre sonserinos e grifinórios, quando entrava em uma delas, geralmente obrigava três ou quatro alunos a irem para a enfermaria.
Os grifinórios saíram da porta, deixando Hanson passar. O clima entre os amigos estava pesado.
Rony ainda observava as ruas com curiosidade. Ao escutar um comentário, sobre semáforos, Hermione deu-lhe um beliscão, que o calou até a casa dela. Mione morava em um bairro afastado do centro de Londres, em uma casa de fachada azul com branco, com dois pisos e grades brancas. Harry deu uma risadinha ao ver a casa, afirmando que ela parecia-se com a casa dos tios.
Após os três entrarem, Mione ofereceu um chá gelado e os três sentaram, na sala. Rony olhava tudo, com fingida curiosidade, e por fim, pediu a Hermione para ver o resto da casa. Quando olharam o quarto da mesma, se surpreenderam com a bagunça existente, especialmente com os apetrechos que Jessy e Tina haviam deixado lá: um skate, o seu par de rollers, e cerca de duas dúzias de livros e CDs, entre roupas espalhadas.
- Essas índias deixam tudo bagunçado. – Mione resmungou
- Essas o quê? – Harry e Rony perguntaram juntos.
- Índias. Nativas do Brasil. Bom, o que queriam me dizer? – ela se sentou em um canto da cama.
- É sobre Voldemort. – Harry entrou no assunto. Já não dava para adiar mais. – Semana passada, ele junto com um grupo de comensais, entraram na Escola de Bruxaria Tupã, que fica numa ilha do Brasil.
- E por que ele fez isso? - Hermione não compreendeu.
- Parece que ele está atrás de um grupo de jovens. E esses vão começas a estudar esse ano em Hogwarts, transferidos da escola do Brasil. Aparentemente, fazem parte de algum plano de Voldemort, para destruir Dumbledore e Harry. – Rony continuou. – Era para eles estarem na escola durante o ataque, mas tinham saído cerca de dois dias antes, sem permissão. Eram 15 alunos.
- E não existe uma lista com os nomes dos alunos?
- Esse é outro problema, Mione. – Harry parecia cansado. Não vinha dormindo bem há duas semanas, entre pesadelos com Sirius e Voldemort e sua cicatriz que não parava de doer. Não era uma dor forte, mas um latejar constante e persistente. – A lista com os nomes foi destruída, e os envolvidos na transferência ou estão mortos ou com a memória tão danificada que estão em uma hospital feito o ST Mungus. Os alunos se recusaram a dar os nomes dos colegas. Mas sabemos de uma coisa: parece que outro tanto de alunos, ia ir para lá.
- Quem?
- Apenas conseguimos descobrir o seu nome e o de Malfoy. – Rony respondeu, de mau humor. Depois que se encontraram com Hanson, o humor de Rony não havia se recuperado.
- O quê? – o choque de Mione não seria tanto se aparecesse um trasgo na sua frente agora. – Eu vou ser transferida para uma escola, em um país onde não tenho a menor idéia de como me comportar... Eu não sei português...
Mione sentou-se. Passou a mão pelos cabelos. Estava perdida.
- E agora?
- E agora? – Harry repetiu. - Você vai para a Toca. o sr Weasley nos deu recomendações para que a levássemos para lá, em segurança. Especialmente porque a Ordem esta nos seguindo, desde que voltei da escola. – não conseguiu esconder um sorriso. – E além do mais, vai ser divertido.
- Eu preciso avisar meus pais. – Mione levantou-se. - E eles só vão voltar à noite.
- Pode usar a Edwiges
- Deixe um recado com as suas primas, se for necessário, Mione, mas não podemos perder tempo. - Rony resmungou. Os três saltaram quando escutaram a porta bater com um estrondo.
- O que foi isso? - Harry puxou a varinha. Proteção nunca era demais.
- Eu não... – escutaram a voz de Tina gritando com Jessy.
– São as minhas primas. Eu vou dizer para elas abaixarem o volume de voz.
Mione saiu decidida a botar ordem, mas quando escutou Tina parou.
- Não devia ter dito a Luciano que vamos estudar aqui na Inglaterra. Ele vai ir correndo contar para você-sabe-quem onde estamos!
- Se eu não contasse, ele iria nos seguir... e a sua idéia idiota de nos levar a uma livraria comum, não é exatamente o despiste comum.
- De certo que não! Luciano sabe que você adora canetas, e essa ridícula que comprou com uma indiazinha e os lápis com desenhos de ocas e índios, e depois quer quebrar a cara de Hermione!
- Mas eu comprei justamente para dar para ela, tchê! – Jessy reclamou. – Pior, é a sua implicância com Chris!
- Eu tenho os meus motivos! – Tina gritou, parecendo mais brava.
- E que malditos motivos são esses? Até o começo desse ano, você suspirava por ele, quando não o tentava matar, estava estudando pelos cantos.
- Quer saber mesmo? Pois bem: Christopher apostou, não consegui escutar o quê, que iria me conquistar, até o fim do ano.
- Então essa aposta ele já ganhou. – Jessy falou calmamente. Hermione escutou alguma coisa ser quebrada. – Hei, não precisa me matar!
- Se tiver juízo, Jessy, vai ficar de boca fechada!
- E se você tiver coragem, vai ir atrás de Chris e vai... hei, fique exatamente aí!- Mione, curiosa, desceu, com Harry e Rony atrás. Ao chegarem, viram Tina correndo atrás de Jessy. Quando esta subiu pelo sofá, a irmã, foi atrás, e continuou a perseguição.
Tina, atirando-se ao chão, conseguiu derrubar Jessy, e esta rindo, batia as mãos no chão.
- Tá legal, eu desisto! – Tina parou de fazer cócegas e ambas suspiraram. – Mas você devia procurá-lo.
- Sem chance. Se eu procurá-lo, vou enfiar um soco na cara dele e um chute no meio...
- Já entendi. – Jessy parou de rir, mas mantinha um sorriso no rosto.
- Onde vocês pensam que estão? – Mione falou. Jessy e Tina erguem-se o suficiente para ver a expressão de fúria reprimida.
Olhando em volta, Jessy respondeu.
- Na sua casa, ora essa. - tinha a expressão mais inocente do mundo.
- Exatamente. Na minha casa. Portanto, podem levantarem-se daí, e começarem a arrumar.
- Escute sargento, será que as pobres soldadas não teriam direito a defesa?- Tina colocou as mãos na cabeça, enquanto fechava os olhos com força. Quando os abriu, Mione continuava com a expressão severa.
- Ah, é claro. Daí as madames vão querer tomar banho...
- Isso não é anti-higiênico, sabia? – Jessy falou, para que Mione a ouvisse. Mione continuou, como se não tivesse escutado.
- E depois ir dormir.
-Precisamos recuperar as nossas forças, já que a noite foi agitada. – Tina sorriu
- Lógico que podem fazer isso... – Jessy e Tina se olharam, rindo quando Mione completou - depois de arrumarem as bagunças que fizeram aqui e no meu quarto!
- Tá, mas tem uma condição básica, que você não cumpriu até agora. – Tina sentou-se com a máxima dignidade que encontrou, já que a saia que usava, havia subido, revelando boa parte das coxas. – Você não apresentou os seus "amigos". – Tina ergueu a sobrancelha,enquanto mirava Harry.
Percebeu a cicatriz na testa. Uma Maldição Imperdoável havia sido aplicada nele. Congelou por dentro, ao imaginar qual delas seria, se a Imperius, ou a Cruciatus.
- Eu posso apresentá-los... depois! – pegou Harry e Rony pelos braços e os levou para a cozinha. Resmungando, Jessy levantou.
- Ninguém merece! E ainda por cima... hei, rainha da Inglaterra, será que da para me ajudar? – jogou uma almofada na irmã.
- Percebeu a cicatriz do moreno?- perguntou olhando para a porta da cozinha.
- Percebi. É um raio, o que prova que ele provavelmente foi atingido pela maldição Cruciatus.
- Um trouxa sendo atingido pela...
- Escuta, será que nesse seu cérebro de computador não entram certas informações básicas, tipo: há vários anos aqui, nessa ilha, havia um bruxo, conhecido como "Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado" e que tinha diversos seguidores, que se denominavam Comensais da Morte. Eles matavam e torturavam bruxos e trouxas... Entrou o cartão? - bateu com o punho fechado na própria testa.
- Eu não me esqueci, está bem? Só o que me surpreendeu foi que um amigo de Hermione tenha sido tortura...
- Aham – Jessy tossiu, quando Mione saiu. Olhando para Tina, ela percebeu a expressão pensativa da prima.
- O que foi? – Hermione ficou curiosa.
- Nada de contas... – Tina respondeu. Hermione as olhou por um instante e então subiu novamente. As brasileiras começaram a arrumar rapidamente a bagunça que haviam feito: algumas cadeiras fora do lugar, as almofadas no chão, e guardar os cacos do vaso que Tina jogara em Jessy.
- Oh, rainha, pega aí, vai.. – disse Jessy, no momento em que jogava uma almofada na irmã. Com expressão risonha, Jessy prestava atenção na escada. Quando percebeu que Mione estava descendo, deu uma piscadinha para a irmã.
- Tina... – ela arrastou bastante o nome da irmã. – tu viu aqueles dois pecados? – Mione parou no meio da escada - Aquele moreno de olhos verdes? – Jessy suspirou.
- E o ruivo com olhos de chocolate? E aquelas sardas? – Tina imitou a irmã. - Eu me divertiria beijando uma a uma...
- E o moreno? Viu o tamanho das mãos dele?
- E o que a mão tem a ver com...
- Quanto maior for o tamanho da mão, maior vai ser o tamanho do... – Tina virou o rosto para o lado, sufocando uma risada. Quando percebeu que os garotos que acompanhavam a prima, estavam na sala, as observando sem ação. O ruivo, totalmente vermelho, não conseguiu distinguir o que era cabelo ou pele do rosto. O moreno, à medida que Jessy ia falando, ficava na mesma situação. – pé!
Tina estourou na gargalhada, ainda mais pelas expressões constrangidas nos rostos dos adolescentes. Mione desceu as escadas, lançando um olhar para as primas que as fez rir mais ainda. Praticamente jogou os amigos dentro da cozinha, e as irmãs subiram para o quarto. Quando viram a bagunça que tinham feito, Tina praticamente correu para o banheiro, se trancando.
- Eu tomo banho primeiro! – gritou, quando tinha a porta fechada.
- Ninguém merece...- enquanto esperava, Jessy começou a arrumar o quarto. Tina saiu do banheiro, observando o quarto com atenção.
- Achei que ia esperar para que eu te ajudasse... – começou a tirar os grampos do cabelos.
- Resolvi fazer alguma coisa de útil até que saísse... ... Eta banhinho demorado!
- Fazer o quê? Precisava relaxar, depois de uma noite como a de ontem... - elas se encararam e riram de novo.
- Mas foi divertido, não foi? Acho que a Tiazinha vai se matar, antes de querer ir atrás de nós, novamente.
- Nós? Escuta cara-pálida, não sei o que fez para ela, mas acho melhor abrir o bico rapidinho.
- Jessy, estamos juntas quase que 24 horas por dia, nos últimos 5 anos. O que eu poderia ter feito para ela? E eu juro, na frente de mamãe, se for preciso, que não sei o que aquela maluca queria comigo... e passo com louvor.
- Bem, se está disposta a passar pelo detector de mentiras Ana Granger, é porque é verdade. –Jessy ficou pensativa por um instante. - Tina, acho que vou tomar o meu banho. Não arrume confusões enquanto isso, está bem? – riu quando Tina bateu continência, e murmurou um "maluca" enquanto entrava no banheiro. Tina já dormia, na sua camisola longa rosa bebê, quando ela voltou, o seu ronco dando provas disso.
Jessy vestiu a camiseta preta que usava para dormir, com a frase estampada: "Só gatinhas podem me usar" em pink. Deitou e logo adormeceu. As duas não perceberam Mione entrando no quarto, nem tirando as suas coisas, para ficar duas semanas na casa de Rony.
Ela estava ansiosa para que as aulas começassem. Mal sabia ela, que esse era o pensamento das três garotas Granger.
Capitulo 2
Descoberta
As duas semanas seguintes, até o inicio das aulas voaram. Mione estava contente em saber que Rony ia ser o capitão do time de quadribol da Grifinória, realizando assim um dos sonhos do rapaz.
Já estavam no trem há pelo menos meia hora, acomodados. Com menos "crianças" para levarem até o trem, Molly e Arthur Weasley os levaram mais cedo,com medo que algo pudesse acontecer com os jovens. Hermione estava contente, especialmente porque não iria rever as primas, pelo menos até o Natal.
Harry a advertira para não pensar daquela forma, já que ambas pareceram boa gente, apesar de um tanto... atrevidas.
- Graças a Deus, vou me livrar delas. – Mione repetiu sorrindo.
- Ai, priminha, não diga que tudo isso é saudade de nós. – Jessy apareceu atrás dela, queixando-se com voz melosa.
- Ah, não, não pode ser! - Mione virou-se para ela. – O que está fazendo aqui?
- Estou olhando para ver se tem espaço para mais duas pessoas, mas pelo visto, não tem.
- Eu perguntei o que está fazendo no trem!
- Ah, isso. – Jessy tinha os cabelos soltos, e uma mecha havia caído no rosto. Jessy o jogou para trás, antes de responder. – Vamos para Hogwarts e como...
- Hogwarts? Você é uma bruxa?– seu cérebro parecia não acompanhar a explicação.
- E você queria que fôssemos o que? Lagartixas? – Tina apareceu na porta. Seu rosto demonstrava um mal-humor terrível.
- Você também? – Mione arregalou os olhos. Se agüentar uma delas seria ruim, as duas... Não queria nem pensar.
- Ora priminha, não precisa ficar exultante... Só vamos estudar um ano aqui. – Tina falou com ironia.
- Ah, Tina você eu não sei, mas eu só volto para Tupã caso minhas expectativas não sejam correspondidas. – disse Jessy olhando para Harry e Rony com um sorrisinho que os deixou mais vermelhos que no dia antecedente.
- Jessy vem! - Tina mal-humorada se dirigiu à porta.
- Ninguém merece! – Jessy disse, se dirigindo à porta. Nisso apareceu uma pilha de malas, com uma gaiola vazia, oscilante na parte de cima.
- Tina, quer que eu enfie onde essas malas? – a respiração ofegante acompanhou essas palavras.
- Quer que eu realmente diga onde deve enfiá-las? – Tina colocou a mão na cintura. Respirando rápido, Tina parecia um touro pronto para avançar.
- Calma, meu anjo... Eu só quis dizer, que não sei onde colocá-las. - a voz apaziguadora pareceu ter enfurecido Tina ainda mais.
- Não sou seu anjo... Pode largar as coisas aí que nós nos viramos!
- Eu disse que levaria e posso ser tão cabeça-dura quanto você.
- Desisto! – Tina saiu da cabine resmungando. Jessy não conteve uma risada ao escutar o comentário.
- O dia que conseguir entender essa daí, eu viro monge tibetano! – a voz de Draco estava diferente, com um certo toque de humor.
- Então reze para isso nunca acontecer, Malfoy... Aliás, não fica tão ruim assim o nome, não acha?
- Não concordo, senhorita Granger... Mas vocês bem que podiam ter comprado uma coruja junto para não ter uma gaiola vazia ocupando espaço, não é? – mais um acesso de riso de Jessy.
- Esquece... Como diz a Tina, loiros e neurônios nunca se encontram...
- Vou fingir que não escutei esse comentário infeliz... Ainda mais que ele saiu de uma boca tão... – eles continuaram a conversar conforme se afastavam da cabine.
Mione olhava para a porta surpresa. Malfoy? Malfoy estava carregando as malas das primas, e além de insultado, estava rindo disso? Olhou para Rony e Harry, percebendo que eles também estavam com os queixos no chão.
- Malfoy sendo desprezado por Tina... Eu tenho que ver isso agora! – os três se levantaram e correram para fora, a tempo de ver o cabelo platinado de Malfoy entrar numa cabine.
Capitulo 03
A viagem
Quando chegaram lá, perceberam que Tina estava sentada, mandando. O pobre coitado (nunca teriam pensado que pensariam em Malfoy dessa maneira) estava em pé, arrumando as malas, de costas para eles, percebendo que o garoto era mais alto que Draco e tinha o cabelo mais comprido.
- Esse não é o Draco. – Mione falou, tendo um sorriso malicioso no rosto.
- Como você sabe? – Rony a olhou.
- Esse daí é muito mais bonito que Draco. – as orelhas de Rony ficaram vermelhas, e Harry riu.
- Terminei, não acha que mereço um pagamento? - o garoto se aproximou de Tina, que deu uma imitação de sorriso. Quando se inclinou, Tina o empurrou.
- Nem vem seu galinha. Quando eu quiser te beijar, me matem, que já enlouqueci.
- Serve eu? – Jessy perguntou rindo.
- Serve... Claro que serve... – ele tinha uma expressão inocente o rosto. Jessy deu um sorriso malicioso.
- Fecha os olhos, então. – Jessy puxou o rosto dele, que fechou os olhos. Quando estava a poucos centímetros, virou o rosto e o beijou na bochecha. E agradeceu. – Obrigada gatinho.
- Assim não vale... – Chris reclamou.
- Como assim não vale? Tu disse que queria um beijo. E eu te dei um beijo. – Jessy se defendeu.
- Não era desse tipo de beijo que eu estava falando... paciência. – deu de ombros, com um ar malicioso.
- Pode ir agora. – Tina o expulsou. Ele fez uma cara de coitado.
- Bom... Se você não quer a minha humilde presença, estou indo... Com o coração na mão.
- E desde quando Christopher Galinha Malfoy tem coração?
- Não é galinha, é Bryan, Tina. Christopher Bryan Malfoy. E se você quiser, posso ser o seu amorzinho... – Jessy sufocou uma risada. Até quando Chris iria se humilhar daquele jeito? Tina não costumava ser muito vingativa, mas com essa história, estava se colocando em maus apuros, especialmente com o orgulho dele.
- Muito bem, Chris, quer ser gentil comigo suma da minha frente! – ela resmungou. Chris apertou a mão de Jessy, deu dois beijos, um em cada bochecha e se aproximou de Tina. – Nem vem, violão! – ela mostrou o punho fechado. Chris pegou a sua mão e falou.
- Essa cor fica muito bonita em você, especialmente se ficar na Grifinória. – deu um sorriso quando ela estreitou os olhos. - Ok, estou me mandando. Mas melhore logo esse humor, antes da seleção. Não quero te ver na Sonserina por causa disso. Se bem que esse risco você não corre, já que é sangue-ruim, como... – Christopher não terminou a frase, sendo praticamente chutado para fora da cabine pelas duas meninas, caindo em cima do trio que assistia atônito à cena que se desenrolava.
- Saia daqui e não se atreva a voltar. – até Jessy tinha os olhos faiscantes de raiva. – Seu sangue-podre!
Bateram a porta com um estrondo.
- Não são sangue-ruins... São gênios ruins, isso sim... – Chris resmungou, enquanto massageava o cotovelo direito. Sorriu quando percebeu que tinha esbarrado e caído em cima de uma garota. – Desculpe-me, eu não havia percebido que um anjo, melhor dizendo, que uma anja estava na porta...
- Será que não dá para levantar, idiota? – Rony parecia ter contraído o humor de Tina.
- Desculpe, senhor Sensibilidade, mas não ouvi a anja reclamando... – Chris começou a se levantar, fazendo caretas pelas pontadas de dor.
- O que aconteceu Chris? – uma garota com a pele cor de cobre, cabelos negros, lisos até o meio das costas com uma franjinha quase cobrindo os olhos perguntou. Ela possuía diversos colares de em volta do pescoço.
- Oi, Índia. Nada de mais, só os terremotos Granger... Acho que pisei outra vez na ferida.
- Você também não gosta quando elas te chamam de sangue-podre, então estão quites. – ela olhou cautelosa para o trio que se levantava. – E quem são eles? Seus amigos?
- Não... Acabei de cair em cima dessa anja, e estava tentando ganhar uma volta ao redor do paraíso, se não tivesse esse cabeça de fósforo para atrapalhar. – deu um tapa na boca ao perceber o que dissera. – Não vai contar para Tina o que eu falei, vai? É capaz dela arranjar uma pinça e arrancar todos os fios do meu corpo, no humor que está!
- Você merece, ainda mais sabendo que ela tem esse problema de humor pela manhã, e viagens.
- Ela tem problema de humor pela manhã, tarde e noite. – ele resmungou num muxoxo.
- E é a melhor batedora que Tupã já teve como aluna.
- Por que acha que prefiro ser amigo dela? – ele exibia novamente um sorriso inocente. – Afinal, de inimigo já basta o Paulo.
- O Trasgo vai amar saber que você não o esqueceu. – Jessy tinha aberto a porta e o encarava com uma certa malícia, apesar do mau-humor. – Afinal de contas, o triângulo amoroso com o Lulu finalmente vai ter continuidade, quando você voltar dentro de uma caixa de fósforos. Isso se sobrar tudo isso.
- Pisa mas não esculacha, por favor, Jessy. Como está a Pimenta?
- Ardida. E eu também estou brava com você.
- Que meda.- ele fingiu tremer. - Sabe, não vou conseguir dormir, tremendo de medo, achando que a Vampira vai ir até o meu quarto e vai sugar todo o meu sangue...
- Chris... Só se for para chupar sangue-podre! – Jessy gritou, enquanto puxava a morena para dentro, com as bagagens dela. – Convencido, arrogante, Galinaço!
- Galináceo.- Tina corrigiu, enquanto procurava uma poção na frasqueira. O antigo professor de poções delas, Henrique, havia lhe cedido alguns frascos com uma poção do sono, como presente de despedida, já que ela praticamente vomitava durante longas viagens.
- Eu xingo aquele imbecil do jeito que quiser, e depois, ele foi inscrito desse jeito.
- Você o inscreveu desse jeito. – Tainá sorriu ao ver a carranca que Tina fez. Jessy parecia ter prazer em escrever as palavras de modo errado, especialmente quando algum texto ia parar na mão da irmã. Tina já reclamara diversas vezes que acabaria tendo uma úlcera corrigindo os erros de Vampira.
- Se usasse um dicionário de vez em quando, eu não teria problemas de estômago.
- Para alguém com um estômago de avestruz, você reclama demais.
- Alguém tem que botar ordem. – as duas outras fizeram caras de espanto, antes de cair na gargalhada. Tina achou o que procurava, um frasquinho azul, com rolha. – O que foi? Não era para ser engraçado. – reclamou quando Tainá lhe disse que ela era a última pessoa que podia "botar ordem".
- Bom, o trem parte em cinco, quatro, - Jessy começou a cronometrar o tempo que faltava, enquanto Tina tomou todo o conteúdo do vidro. Ficou zonza e encostando-se no banco, adormeceu. – zero! – Tainá e ela riram quando começaram a escutar os roncos de Tina. Ela tinha esse problema, e embora tivesse ido a diversos médicos, tanto bruxos como trouxas, não conseguira resolver.
- Eu não acredito... Depois de tanto tempo, eu já devia ter me acostumado, mas esse ronco é demais! – Jessy reclamou. Tainá estourou numa gargalhada.
- Pois saiba, que quando estamos de férias, costumo ter insônia, por conta da falta de ronco.
O queixo de Jessy caiu.
- Como é? Ficou viciada no ronco da Tina? – fez uma cruz e fingiu se afastar. – Sai que eu gosto de homem, tá? Maluca, vai ser amiga da Tina e não minha!
- Jessy! – ela ficou indignada. – Eu gosto de homem, tá? Só que quis dizer, que quando me deitava, prestava atenção no ronco, que acabou sendo uma espécie de ritmo de dormir, entendeu?
- Vou fingir que acredito... – fez uma cara que como se dissesse: "Sou louca mas não burra". Tainá Pereira, ou Índia deu de ombros.
V + I + L+ P + G TC
Do lado de fora da cabine, Chris balançou a cabeça e foi em direção à cabine que dividiria com o primo e alguns colegas dele. Havia conhecido dois deles, chamados Crabbe e Goyle. Estava com a cabeça nas nuvens, quando uma risada o acordou.
- Pronto para andar pelado e mostrar para as inglesinhas o que de melhor é produzido no Brasil?
- Luciano! Fale disso em português, sua anta! – não conseguiu se controlar. – E a Tina tem razão, você é muito grosso!
- Por que? Está com medo que as meninas te escutem? – apontou para dois garotos que pareciam ter uns doze anos. – E depois, no ritmo que estamos indo, vai além de andar pelado, ganhar um belo resfriado, já que aqui é inverno no Natal.
- Tem certeza que não podemos renegociar a aposta?
- Claro que podemos renegociar... mas só se a Tina souber.
- Sem chance... Eu vou ganhar lembra-se?
- Christopher, Christopher... - Luciano passou o braço pelos ombros do amigo. – Tenho certeza de uma coisa: se não conquistar Tina até o dia 24 de dezembro, além de me pagar os vinte galeões, vai andar pela escola como veio ao mundo...
- E se eu ganhar, você é quem anda pelado... Não quero nem imaginar essa visão do inferno...
- Correção... Do paraíso, já que as meninas vão amar ver o papaizinho aqui como no dia em que veio ao mundo...
- Eu vou vomitar... – Christopher colocou a mão no estômago.
- Ei, ainda não consegui nenhuma cabine... e com as garotas eu não posso ficar.
- Também jogar tinta verde nas três e ainda querer ficar de bem com elas... Vem comigo, vamos até a cabine onde os idiotas dos amigos do meu primo estão.
- Alguém esta passando tempo demais junto com a Pimenta.
- Quem me dera... Pelo menos junto dela eu me divirto, mas com eles... Tina tem duas coisas que os dois não vão ter nem que vivam quinhentos anos.
- Seios bonitos e verdadeiros? – Luciano tropeçou numa mala que estava esquecida no corredor.
- Por que Tina nunca está presente quando precisa ouvir as coisas? Ela iria adorar ouvir isso.
- Acha que pretendo morrer antes de me formar? Ela ouve e me mata no segundo seguinte. Se bem que... – Christopher o olhou estranhamente.
- Quando foi que viu...
- Meu amigo Christopher... Não me pergunte nada, senão até mesmo o amado Chocolate morre, combinado?
V+ I + L+ P + G TC
Depois de três horas de viagem, Jessy e Tainá já estavam cansadas de olhar a paisagem, e resolveram dar uma volta pelo trem. Jessy tinha em mente implicar um pouco com Hermione, já que a prima demonstrara não ter gostado nem um pouco de vê-la no trem. Iam conversando em português, já que Tainá entendia praticamente nada em inglês, (havia estudado francês no colégio, e só Deus sabia o por que de não ter ido para Beauxbatons na transferência) e os quatro haviam se proposto a ajuda-la a aprender a língua, traduzindo um pouco (basicamente tudo) das aulas. Elas acharam o banheiro e Tainá entrou. Jessy pegou o celular e tentou ligar para a mãe. Sabia que em Hogwarts não conseguiria de modo algum.
Enquanto esperava que ela atendesse, encostou-se na parede, só percebendo que era a cabine onde Hermione estava, quando escutou a voz da prima, conversando com os dois rapazes que haviam ido até na casa dela.
- Por que será que Voldemort atacou a escola?
Uma voz feminina respondeu:
- Segundo papai, Aquele-que-não-deve-ser-nomeado estava atrás da mulher que ele ama, para que ela possa dar um herdeiro a ele.
Jessy deu uma espiada, reparando que além do trio, haviam uma duas garotas (uma loira e a outra ruiva, parecida levemente com o ruivo) e um loiro, meio gordinho.
O seu moreno (Jessy tinha a sensação que iria se divertir muito falando assim) fez uma cara, tentando disfarçar uma risada, que ela entendeu perfeitamente. Uma asneira assim só uma... Parou com os pensamentos. Parecia Tina!
- Pois eu acho que ele estava atrás de alguém, mas não o amor da sua vida. – Hermione replicou. Engraçado que até o tom mandão de Tina ela tinha!
- Mas quem será que ele estava procurando?
- Alguém muito valioso, com certeza. Será que as suas primas não sabem de nada? – o moreno questionou.
- Eu não vou pedir nada a elas, Harry. Se você quiser, peça isso a elas.
- É mas são suas primas, não de Harry. – o ruivo objetou. O moreno deu uma risadinha.
- Sua ligação não pôde ser completada, pois o telefone solicitado ou está fora de área ou está desligado. – Jessy escutou a resposta no celular. Não conteve-se em praguejar.
- Porcaria!
Hermione olhou para fora, e viu a prima com o celular na mão.
- O que está fazendo?
- Não é obvio? Estou tentando ligar para alguém. – Jessy respondeu.
- Mas você não sabe que em Hogwarts não funciona nenhum aparelho trouxa? A magia...
- Minha querida, não estamos em Hogwarts. Estamos no trem e eu preciso ligar para a minha mãe. E tem mais uma coisinha: eu não seria burra de tentar lá. – ela lançou um olhar frio, sem sentimento e se dirigiu ao banheiro.
Harry ficou pensativo, não respondendo a uma pergunta de Neville.
O que aconteceu? – Hermione perguntou.
Nada, só estou pensando.
Como só está pensando, está com uma cara. – Rony disse.
É o seguinte: esse olhar de Jessy me lembra alguém, é uma sensação estranha.
Mas quem ela lhe lembra? – Neville pediu.
Eu não sei, mas é como se eu já conhecesse aquele olhar, aquela expressão.
Já sei, ela te lembra a Mione, elas são primas. – Rony parecia dizer, não é obvio?
Não é a Mione, se fosse eu saberia, você não acha?
Harry! – Mione exclamou, parecendo assustada.
Que tipo de sensação é essa?
Não sei explicar. Ela me lembra alguém, que me traz uma sensação nada boa.
Hermione ficou pensativa.
Será que são comensais? – Gina pediu.
Não pode ser, são brasileiras, e você não conhece ninguém do Brasil, ou conhece? – Rony tinha a testa franzida quando questionou Harry.
Claro que não conheço... Deixa para lá. – disse Harry, vendo que Mione estava com uma expressão séria. – Mione, não cria confusão com sua prima só por uma coisa boba.
Boba? Harry, se Voldemort está atrás de um bando de brasileiros, que por acaso estão sendo transferidos para Hogwarts, não acha que é muita coincidência demais? Alguém tem que se preocupar, sim.
E vamos fazer a ronda, antes que o Malfoy volte aqui e nos incomode mais. – Rony a puxou pelo braço.
Tainá ergueu a sobrancelha ao ver a cara amarrada de Jessy.
Encontrou com Chris de novo?
Não, foi com a minha prima. Acredita que ela usa um crachá de monitora? Esse mundo está perdido mesmo. Uma Granger monitora, quer dizer, vamos ter que nos comportar...
Até parece que não estão se comportando...
É mas você não entende... Estamos nos comportando pelas Firebolts...
Nada interesseiras... – ela piscou para Jessy, que riu.
Olha, pode me fazer um favor? Volta para a cabine, que deixar a Tina, dormindo, com o Lulu e o Galinaço soltos, sem ninguém vigiando, é sinal de encrenca.
Concordo. – as duas riram. Quando Tainá estava perto da cabine, esbarrou nos garotos. Eles tinham um brilho muito suspeito no olhar.
O que andaram aprontando? – ela curvou a cabeça.
Eu? Nada! – Chris respondeu inocente.
Aqui ele não fez nada mesmo.
E o que você fez aqui?
Ih, falei demais... Ah, Índia, que roupa bonita... É nova?
O que você fez? – Luciano fingiu-se arrependido.
Nada que água e sabão não resolvam. – ela puxou os dois até a cabine. Só os soltou, quando viu o que Lulu tinha feito: pintado o rosto de Tina como se fosse um palhaço, com um batom rosa.
Jessy vai te matar.
Não, ela vai dar boas gargalhadas. – Chris falou.
Não, ela ainda está furiosa com Lulu. Aquele cheiro demorou três dias para sair. E EU estou brava ainda... Riddiculus Humanus!- a roupa dos dois se transfigurou em dois vestidos rosas, compridos até o meio das coxas, cheios de babados azuis. Os sapatos, em sandálias de salto alto, prata, amarradas até os joelhos. - Agora, como dois bons meninos, vão para a sua cabine e nem pensem em voltar aqui, senão eu mesma acordo a Tina para dar uma lição em vocês.
Vamos nos comportar, prometo. – Luciano tinha a cara de quem dizia "na primeira oportunidade, você me paga".
Por que fez isso comigo? Sou inocente!
Como Luciano descobriu onde Tina tinha o batom? – Chris abaixou a cabeça, e fingindo arrependimento, começou a bater no peito.
- Mea culpa! Mea maxima culpa!
- Foi o que imaginei... Fora os dois! – os dois começaram a discutir, adiando o momento de sair dali. Tina estava realmente engraçada daquele jeito, e Chris sentiu-se de forma levemente vingado. É claro que não era nem um terço do que a garota o tinha feito passar desde fevereiro, mas não sentia-se tão contente com isso. Talvez estivesse amadurecendo... Ao pensar nisso deu um sorriso, que Tainá não resistiu.
Está bem, podem ficar até a Vampira voltar, mas assumam os riscos. – Tina mexeu-se no sono, parando de fazer barulho e respirando fundo.
Ela não está acordando, está?
Não, provavelmente começou a ter um pesadelo... – Tainá era muito sensitiva, e compartilhar o quarto com a batedora a ensinara a reconhecer os sinais.
Fique longe dela, seu desgraçado! – ela xingou no sonho. Luciano que estava se sentando ao lado de Tainá, deu um pulo.
Tem certeza que ela está dormindo?
Absoluta. O que ela falou?
Disse que era para ficar longe dela... Para não ter dúvidas, acho melhor irmos para a cabine.
Nesses trajes? – Tainá imaginava o que iam falar deles.
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