Titulo: Doente de amor

Autor: Araleh Snape

Tradutor: Mazzola Jackson

Status: AUTORIZADO PELA AUTORA

Shipper: Severus Snape e Harry Potter

Conteúdo: MPREG

Gênero: romance

Resumo: O amor desmedido pode ser a perdição de qualquer pessoa. É tão perigoso não saber amar, como amar demasiado. Harry cria conhecer-se bem, mas quando vai descobrindo sentimentos desconcertantes surgidos para seu Professor comprova que há muito de si mesmo que não se imaginava que podia fazer. Alguém desconhecido tem chegado, seu nome é Ângelo Abatelli, e compartilha os mesmos sentimentos que Harry por Snape, seu amor é tão poderoso que é inevitável lutar pelo que deseja. Entre os dois terá uma imensa rivalidade para ser o ganhador, no entanto, poderia ser que se obsedar por não perder pode lhes fazer esquecer que o amor também pode enfermar-nos.

Capitulo um: Aceitando-se

- É um imbecil! –rosnava Harry enquanto encaminhava-se furioso para as frias masmorras, odiava ter que passar seus poucos momentos livres cumprindo com um castigo que segundo ele não merecia. -Odeio-o, o aborreço! –continuou vociferando para si mesmo até o momento que chegou em frente ao despacho do Professor Snape.

Entre tanto, este se encontrava sentado depois de seu escritório, tinha feito a um lado os exames que tinha que revisar e se massageava as têmporas com exasperação sentindo ainda na boca o sabor metálico da poção que acabava de tomar para se tirar esse desesperante dor de cabeça. Quando escutou os firmes golpes na porta teve desejos de arrojar o tinteiro sobre esta, mas simplesmente se concretou a dar permissão para entrar.

- O que me faltava! –suspirou com profundo cansaço ao ver a Harry em frente a ele. –Que quer agora, Potter?

- Vim a cumprir meu castigo. –respondeu o outro em um rosnado-.

- Não tenho tempo agora… se vá.

- Mas…

- Que se largue, tenho dito! –disse-lhe com uma ferocidade que fez que o garoto soubesse que algo não andava bem. –Que não me entendeu?... Fora daqui antes de que me arrependa e o ponha a limpar os retretes dos slytherin!

Isso foi suficiente para que Harry sentisse que o sangue lhe voltasse a ferver de raiva e sem dizer nada mais, saiu dando um estrondo que fez estremecer as paredes. Severus teve desejos de gritar-lhe e regressá-lo a pôr lhe o castigo de sua vida, mas preferiu deixar-se cair sobre sua cadeira tentando não pensar em nada nem ninguém que incrementasse essa dor que não se ia… e Harry seguro que faria que a dor se convertesse em uma verdadeira tortura.

Harry caminhava velozmente pelos corredores, mais histérico que nunca.

- Pedaço de merda, isso é o que é!... Que acha que tenho seu maldito tempo?! Por sua culpa suspendi o treinamento e tudo para nada!... Agh, odeio-o!

Tão concentrado ia amaldiçoando a seu professor de poções e toda sua estirpe, que não se deu conta do que o golpeou e deixou atirado no chão, olhando estrelinhas a seu redor. De repente sentiu uma cálida voz que lhe falava, quis enfocar e o primeiro que se topou foi com o sorriso mais encantador que tinha visto em sua vida, aqueles lábios turgentes eram um convite aos tocar. Seguiu olhando um pouco mais e notou uma mirada verde oliveira que o via entre preocupado e divertido. Não soube que o impulsionou a tomar a mão que se lhe oferecia para o ajudar a se pôr em pé, mas ao o fazer e perceber a macieza dessa pele algo o fez estremecer. Era estranho que se sentisse assim, e mais em frente a um perfeito desconhecido… em frente a um homem! Mas tinha que admitir que não recordava ter visto um assim jamais. Tinha umas facções tão suaves como varonis, sua pele era perfeitamente branca, o cabelo o levava solto e lhe chegava à metade de suas costas, de um castanho claro com brilhos dourados. Seu corpo, seu corpo era realmente perfeito, mais alto que Harry, atlético, de pernas longas e estilizadas. Devia de ter ao redor de uns trinta anos, era difícil sabê-lo, pois seu sorriso quase infantil contrastava com a maturidade de sua mirada.

Quiçá o homem deu-se conta de toda a inspeção que lhe fazia Harry pois de repente lhe olhou com picardia conseguindo que o garoto de dezessete anos se corava visivelmente.

- Está bem? –perguntou o homem e sua voz pareceu-lhe a Harry uma das mais formosas, tão encantadora como o canto de um fénix, de repente sentiu o desejo de viver por esse homem, de converter em seu escravo e morrer por ele. –Harry?

- Como sabe meu nome? –questionou saindo um pouco de seu estupor.

Por toda resposta, Harry recebeu uma suave caricia na frente roçando-lhe sua cicatriz, e pela primeira vez em seus dezessete anos de existência não se sentiu molesto de ter.

- Não me respondeste… Está bem?

- Sim… acho que sim.

- Desculpa-me por não me fixar, vinha distraído e não te vi, espero para valer que não te tenha lastimado por minha culpa.

- Eu… eu também vinha distraído… creio.

- Alegra-me que esteja bem. –diz quase com carinho. –E alegra-me encontrar a alguém, estou buscando o escritório do Professor Dumbledore… Poderia me guiar a ela, faz favor?

Harry assentiu e indicou-lhe que o seguisse. Enquanto caminhavam, o homem manteve-se em silêncio, seu sorriso tinha-se apagado deixando lugar a uma expressão afável e cheia de serenidade. Ao chegar em frente à gárgula, Harry pronunciou a contrassenha provocando que a porta aparecesse deixando ver o começo da escada de caracol que levava ao despacho do diretor.

- É muito amável por guiar-me, Harry. –agradeceu-lhe o homem voltando a sorrir e provocar que a noite se alumiasse para o jovem. –Acho que já deve ir para seu dormitório, é tarde.

Harry não podia pronunciar nem um som, era impossível deixar de ver e admirar sua singular beleza. Outra vez o homem pareceu-lhe notar o que sucedia ao garoto e levantou suavemente uma sobrancelha lhe sorrindo compreensivo.

- Parece-me que não me apresentei, não sei onde tenho deixado meus modos e espero que me perdoe por isso. Meu nome é Ângelo Abbatelli, venho da Itália, e se tudo sai bem com o professor Dumbledore, provavelmente possamos seguir nos vendo por aqui, Harry.

- Ah si? –murmurou quase inteligivelmente.

- Sim, mas agora é tarde, te repito. Não quero fazer esperar mais ao Diretor, de modo que se me permite, espero ter outra oportunidade para conversar contigo, Harry.

Harry pensava que a cada vez que escutava seu nome pronunciado pelos lábios de Ângelo, se escutava como música celestial, e é que sabia que nenhum outro apelativo lhe iria melhor a esse homem de doce mirada, era realmente um anjo descido do paraíso. Viu-o desaparecer depois da gárgula e suspirando muito fundo, teve que continuar seu caminho para a torre de Gryffindor. Ao dar volta ao primeiro corredor, deteve-se tão de repente que parecia que tinha chocado com uma parede invisível, olhou para atrás, confundido ante a gama de sensações que tinha acordado um estranho nele. "Que demônios passa contigo, Harry? –questionou-se recobrando a sensatez. –Como é possível que te tenhas sentido assim por outro homem?... não, isso não pode ser, seguramente devo estar baixo um feitiço ou algo parecido, de outro modo não o entendo".

Harry seguiu com seus devaneios, preocupado por ter-se sentido atraído por alguém de seu mesmo sexo, e ansiando desesperado encontrar uma resposta que justificasse tudo aquilo. Ao entrar à sala comunal encontrou-se a Ron esperando-o enquanto terminava a redação para Herbologia. Foi justo nesse momento que uma luz veio ao cérebro de Harry…

- É um Veela, por suposto, isso é! –gritou com algaravia e alívio indo sentar-se junto a um aturdido Ron que o olhava como se se tivesse voltado louco.

- Que sucede, colega, quem é um Veela?... Talvez já te têm enlouquecido os castigos do morcego?

Harry sorriu com complacência, até esse momento já se tinha esquecido que devia ter tido um castigo com Snape, mas preferia não pensar mais nele e se recargou sobre o sofá que tinha detrás, fascinado com sua inteligência que o tinha levado a descobrir o segredo de Ângelo Abbatelli

- Esta noite salvei-me do castigo, Snape tinha outras coisas que fazer. –disse sem dar-lhe importância ao assunto. –Mas quando vinha de regresso me encontrei com um homem que buscava a Dumbledore, era algo estranho, mas acabo de descobrir que é um Veela.

- E daí fazia aqui?

- Não tenho ideia, o deixei no despacho de Dumbledore. Mas por um instante preocupei-me, esse homem começou a usar seus encantos comigo pode te imaginar isso?

Harry começou a rir fortemente, mas Ron não o fez, ficou vendo a seu amigo com um gesto preocupado, tentando entender o que tinha sucedido.

- Está querendo-me dizer que… esse Veela tentou te seduzir? –perguntou alarmado. –Se é assim, deve lhe dizer a Dumbledore, não pode permitir que alguém agressivo entre no colégio tão facilmente.

- Mas Ângelo não é agressivo… é mais, poderia se dizer que é muito gentil e doce.

- Amigo, está preocupando-me.

- Eu era o preocupado… por um momento até achei que tinha cruzado do outro lado da banqueta. –disse rindo-se estrondosamente. –Mas felizmente não era mais que o encanto Veela, isso justifica tudo.

- Realmente não. –disse Ron com sinceridade. –Um Veela que não é agressivo, não usa seus encantos nada mais porque sim, e mais sendo varão, seu interesse é procriar-se e só busca a mulheres ou homens férteis e com os que possa formar uma família. Duvido muito que se acerque a um heterosexual, Harry, além de que está proibido. Não digo que não possa o tentar, mas seus encantos não funcionariam, teria que usar outras tácticas para o apaixonar, as de qualquer outro mortal, já sabe, se arriscando quase sempre a um falhanço total.

- Está caçoando, verdade? –perguntou de repente muito sério.

- Não.

Por uns minutos um pesado silêncio manifestou-se entre os dois jovens, Ron nem sequer pôde continuar com sua redação e tamborilavam nervoso seus dedos contra a mesinha de trabalho, até que finalmente se armou de valor e tomando ar continuou.

- Não é para alarmar-se, Harry… muitos garotos o são.

- Eu não sou gay, Ron! –gritou furioso com seu amigo.

- Não te enoje comigo, eu só te digo o que sei.

- Pois não sabe nada, para informação didática melhor lhe pergunto a Hermione!

- Como queira. –respondeu compreensivo.

Harry não pôde mais ante a serenidade de Ron e se envolveu em si mesmo abraçando seus joelhos e afundando sua cara entre elas. Sentiu como seu amigo se punha de pé e se afastava, mas não levantou o rosto, não soube quanto tempo passou até que escutou de novo seus passos. Ron deteve-se a seu lado e com uma grande precaução, agachou-se a seu lado colocando um par de livros no chão junto a ele.

- Só por se quer te informar… talvez tenha razão e eu esteja equivocado. Mas quero que saiba que pode contar comigo sempre, Harry.

Harry sentiu-se culpado de ter-lhe gritado a seu amigo, mas não se atreveu a levantar o rosto até quase vinte minutos após que Rum se marchasse. Olhou os livros, e com algo de indecisão os tomou e começou ao ler. Neles tinha muita mais informação da que Rum lhe tinha dado sobre os Veelas e seus influxos de sedução… nada do que ele tinha dito era mentira, e inclusive a cada parágrafo podia descrever detalhadamente o que tinha sentido com Ângelo Abbatelli, aquilo o assustou e se recusando ao aceitar, arrojou os livros aos lumes da lareira enquanto começava a chorar agoniado. "Maldito Snape! –amaldiçoou em seu interior. –Tudo é sua culpa, se não me tivesse deixado sair não teria conhecido a esse Veela e nada disto estaria passando! Sim, tudo é culpa de Snape, o odeio!".

-a-a-a-a-a-a-a

À manhã seguinte, Ron levantou-se mais temporão que o resto de seus colegas, quase não tinha podido dormir e teve que suportar as vontades de baixar a averiguar como estava seu amigo, sabia que ele precisava um momento a sós para reflexionar. Mas agora que tinha amanhecido devia se apressar ou caso contrário alguém poderia descobrir o que lhe passava e isso não era conveniente, pelo menos não pelo momento. Descobriu a Harry sentado em frente à lareira, tinha-se ficado dormido no chão, feito um ovo. Ron viu com tristeza que seu rosto mostrava o surco de umas lágrimas secas, e ainda que tivesse gostado de deixá-lo dormir mais, lhe moveu suavemente pelo ombro para que acordasse e ninguém o visse nesse estado.

- Ron? –perguntou Harry ainda médio dormido.

- Sim, achei que quiçá quereria ir-te a dar um banho antes que os demais acordassem.

- Ron… sinto muito, te pagarei. –disse-lhe olhando os livros carcomidos entre as cinzas.

- Isso não importa agora. Vamos, deve ir dar-te uma ducha e depois te sentirá como novo, já terá tempo para falar.

Harry assentiu, surpreendido da maturidade com que Ron estava se comportando com ele e aceitou sua mão para o ajudar a se levantar. Um pouco mais tarde, Harry saía do banho luzindo um cômodo conjunto esportivo, era sábado e podia desfrutar de um pouco de tranquilidade. Ron estava-o esperando, o resto de seus colegas ainda dormiam desfrutando de seu dia de descanso, de modo que o par de amigos decidiu descer para tomar o café da manha e aproveitar que o comedor estaria praticamente vazio.

- Estou assustado, Ron. –confessou Harry sem ânimo de dar a primeira mordida a sua tostada com mel. –Não sei que vou fazer.

- Se quer meu conselho, deveria deixar de preocupar-te, não te angustie… a resposta virá com o tempo.

- Mas é que eu quero saber agora! –exclamou tentando não levantar a voz, pese a que não tinha mais que um par de garotos de primeiro na mesa de Ravenclaw. –Estou seguro de que deve ter uma explicação!... após tudo, o homem do que te falei quiçá não era tão boa gente como pensei e usou um feitiço em meu contra… ou quiçá era um comensal disfarçado.

- Harry…

- É que não posso o aceitar, Ron!... Nunca antes me tinha sentido assim por um homem, e te lembra que eu gostava de Cho, dessa é a prova irrefutável de que não sou gay.

- Não se molesta se te digo algo? –perguntou quase com medo.

- Que coisa?

- Talvez não o fizeste consciente até agora, mas tenho visto como teus olhos se vão tanto por trás de figuras femininas como masculinas.

- Isso não é verdadeiro!

- Disse-te que não te enojasse, mas… durante quarto ano, além de perseguir a Cho, não deixava de olhar a Cedric quando os vias juntos… e as férias na toca, sorria como tonto a cada vez que Charlie te falava… e, para te ser sincero –agregou engolindo saliva. –sempre me pareceu que te lhe cola muito a Malfoy quando jogamos ao quidditch.

Isso foi mais do que Harry pôde tolerar, olhou a seu amigo com ódio e se levantou de seu assento disposto a se marchar e não voltar a lhe dirigir a palavra. Ron respirou fundo, também se pôs de pé para o seguir, mas justo quando Harry atravessava a porta, alguém mais entrava provocando que quase chocassem.

- Harry, que gosto me dá te ver! –exclamou Ângelo com um brilhante sorriso. O Gryffindor não respondeu de imediato, seus ombros perderam força e lhe olhava absorto.

- Bom dia. –saudou Ron acercando-se a eles e saindo em ajuda de seu amigo que se tinha combinado com a boca aberta olhando ao jovem que tinha em frente a ele.

- Bom dia. –respondeu Ângelo dirigindo-se ao recém chegado, sem dar-lhe importância à atitude de Harry, parecia muito acostumado a essas reações. –Meu nome é Ângelo Abbatelli, E o teu é…

- Ron… Ron Weasley. –disse tendendo-lhe a mão com amabilidade.

- Dá-me gosto conhecer-te, Ron, suponho que vocês dois são amigos verdade?

- Sim, o somos, mas Harry não se sente de todo bem hoje… eu ia levar a descansar um pouco mais na Torre, de modo que… com licença.

Ron não permitiu que Harry se estivesse expondo a essas situações, e sujeitando do braço, quase o obrigou a sair do comedor até que chegaram a um corredor deserto, foi então que Harry pôde se recuperar um pouco e em seu rosto se desenhou a ansiedade.

- Sou patético, não é verdadeiro?

- Não é, mas tenta dissimular um pouco que gosta, Harry, ou se dará de conta.

- Você não sentiste nada… Verdadeiro? –questionou com temor.

- Bom, é verdadeiro que é um tipo agradável, e que seu encanto Veela podia se sentir, mas…

- …não ficaste como idiota o olhando enquanto se te escorria a baba. –concluiu Harry a cada vez mais agoniado.

- Amigo, já te disse, deixa de te preocupar por isso.

- Porque tinha-me que passar isto a mim, Ron? –perguntou-se lastimosamente.

- Harry, não é uma maldição. E também não tem porque angustiar-te pelo que sente por esse Veela, não o conhece e é provável que com o tempo se acostume e se te esqueça… já depois encontrará a alguém para ti.

- E a propósito… Porque continuará no castelo? –perguntou de repente interessado. –Ontem à noite disse que se todo saía bem com Dumbledore, poderíamos nos ver mais seguido… Acha que fique a viver aqui?

- Isso gostaria?

- Não sei… Mas tenho que averiguá-lo!

Nota tradutor:

Mais uma fic de estreia!

Mas e ai o que esse Ângelo mau nascido estará fazendo em hogwarts?

Vamos bora para os comentários, não custa nadinha comentar sabia... já to me sentindo triste com isso... ninguém comentando... desse jeito só postarei a continuação daqui uns dois meses... por que eu gosto dos comentários!

Vejo vocês por ai!

Ate breve