Eu queria agradecer a Lilibeth pela betagem excelente e principalmente pela paciência infinita em me aturar enquanto escrevo.

Todos os personagens são da JKR e eu só ganho noites mal dormidas, e diversão ao escrever pequenas histórias com eles.

Essa é uma história slash. Para quem não sabe isso quer dizer que tem sexo entre dois homens. Se não gosta, se isso te ofende é fácil: Não leia.

Para quem gosta: Espero que se divirtam.

Frágil Equilíbrio

Eu deveria estar nauseado. Eu deveria estar pensando em um jeito de matá-lo, ou de pelo menos fugir daqui. Mas não. Eu estou parado, vendo-o dormir.

Seu rosto causa repulsa até nos seus seguidores mais fieis, mas ele só me desperta carinho quando o vejo dormindo.

Eu estou enlouquecendo!

Ele é o monstro que matou meus pais, que torturou e destruiu milhares. Por causa dele Dumbledore está morto. É ele que mantém Ron e Mione presos com garantia do meu bom comportamento, como se isso fosse necessário. Ele o faz por sadismo apenas.

E eu... Eu o observo dormir, fascinado pelo rosto que provoca medo e asco, seduzido pela visão do meu amante adormecido.

Seu primeiro movimento, antes mesmo de abrir os olhos vermelhos, é, como sempre, me puxar mais para perto. Ele não diz nada, só me puxa sabendo que serei eu o primeiro a falar:

—Olá, Tom.

—Você não dormiu.

Não é uma pergunta. Ele sabe que, assim como ele, não preciso de mais do que duas horas de sono.

—Estava vendo você dormir.

Sou o único que o chama de Tom, sou o único que pode vê-lo dormir, sou o único na sua cama desde que me obrigou à ela meses atrás. Sou único para ele assim como ele é único para mim.

Ele me vira na cama, me deitando de costas, e se coloca sobre mim. Seus olhos de cobra estão fixos nos meus. Abro minha mente. Não tem nada ali que ele já não saiba.

Eu acaricio seu rosto, deixando que ele passeie a vontade em meus pensamentos. Toco seus lábios, as fendas que ele tem no lugar de nariz, seus olhos...

Algumas vezes me sinto em um filme trouxa de ficção, onde eu me envolvo com o alienígena malvado. Mas nenhum alien jamais foi tão cruel quanto Tom, e, ao contrário dos filmes, não há esperanças de redenção para ele. Nós dois sabemos disso.

Ele roça os lábios nos meus.

Eu deslizo a mão por suas costas. Sua pele é fria e estranha. É como tocar uma cobra, mas eu gosto. Gosto de tudo nesse Príncipe das Trevas.

—Tire seus amigos de sua mente.

—Tire meus amigos de suas masmorras. Você não precisa deles.

—Isso o faria feliz? – Ele beija meu rosto e meu pescoço enquanto sussurra em parselíngua.

—Sim. –respondo no mesmo idioma. Sempre falamos em parselíngua quando estamos fazendo sexo.

—Então eles ficam lá. – Sua língua viperina desce pelo meu peito.

—Eu odeio você. – Minha voz sai rouca de desejo.

—Eu sei. – A língua dele agora percorre a parte interna das minhas coxas e eu me contorço de prazer. – Eu também odeio você.

—Ahhhhh! – Eu já não consigo falar nada. Quando ele me toca assim as sensações são intensas demais.

Ele separa minhas pernas ainda mais e me penetra com a língua. Sem rodeios, só puro desejo.

Eu grito de prazer. Nunca escondo o quanto gosto que ele me toque, o quanto gosto de tocá-lo.

Ele move a língua dentro de mim simulando o ato sexual. Eu não sei o que me da maior prazer, o ato físico ou o mágico.

Posso sentir a magia dele, escura e mortal, crepitando ao nosso redor.

Não contenho os gemidos. Seguro-me nos lençóis de seda negra, frios como meu amante, numa tentativa de não gozar antes da hora.

Grito o nome dele, em parselíngua. Gemo obscenidades.

Posso sentir seu prazer de me ver tão descontrolado aumentar a força de sua magia ao nosso redor.

Ele tira a língua de dentro de mim e lambe o meu pênis ereto.

Não deixo que ele o envolva com a boca. Puxo Tom para acima de mim e seguro seu rosto, olhando dentro dos olhos dele.

Agora sou eu quem invade sua mente.

Ele não gosta, mas não tenta me bloquear. Ele não conseguiria e isso só aumenta meu prazer em fazer isso.

Tom ondula o corpo esfregando sua ereção na minha, me chamando, me provocando...

Uso magia, não verbal e sem varinha, para inverter as posições. É mais um efeito colateral inesperado do dia em que nos tornamos amantes. Um entre tantos. Não precisamos usar a voz ou a varinha para magias mais simples.

Agora estou sobre ele. Nenhum de nós sorri, mas nosso desejo aumenta.

Sem cuidado algum enfio um joelho entre suas pernas forçando-o a abri-las para mim.

Ele fecha os olhos e se entrega suavemente. Doce e submisso, como só eu posso vê-lo, ele fecha os olhos. Indefeso. Eu devia matá-lo agora, mas não posso. Eu não consigo.

Eu o beijo e sinto suas mãos em meus cabelos. Um toque carinhoso e gentil.

Meu corpo dói de tanto que eu o desejo, mas eu me obrigo a esperar.

Torturo nós dois roçando meus lábios nos dele, e me esfregando em seu corpo, até sentir que ele treme de desejo embaixo de mim.

Ele só treme para mim. A sensação de poder é inebriante. Eu tenho o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos tremendo de desejo nos meus braços.

Penso o feitiço lubrificante, ergo suas pernas e o penetro suavemente.

Ele abre os olhos e eu fecho os meus. Ainda não. Ainda não quero o contato visual. Ainda não.

Ouço um leve gemido de frustração por minha recusa, mas logo ele geme de prazer.

Eu me movimento cada vez mais para dentro dele, ainda suavemente, ainda de olhos fechados.

Ele tem os pés apoiados no meu ombro facilitando que eu aprofunde mais ainda dentro dele. Tom é flexível como uma cobra.

Sinto suas unhas em meus braços.

Meu corpo pede que eu vá mais rápido mais forte e mais fundo dentro dele.

Minha magia geme pela dele e me faz ansiar por abrir os olhos e me misturar a ele mais uma vez.

Eu resisto o quanto posso. Ouço meus gemidos como se fossem de outra pessoa. Sinto os gemidos dele como se fossem meus. Gememos de prazer e de dor. Dor por eu ainda estar me contendo, por eu ainda estar torturando nós dois. Silvos de cobras. Nossos gemidos são como os silvos das cobras.

Eu quero que ele chame meu nome, ele sabe disso, e, no entanto, resiste o quanto pode.

Um jogo de força... Algumas vezes ele ganha, outras eu venço.

Adoro essa dor no corpo e na alma.

—Harry!

Ao som de sua voz chamando meu nome eu abro os olhos e encontro os dele.

Nossas magias se fundem. É uma sensação única. É como ser tragado para a escuridão primordial. Nada na magia de Tom é luz. Nada. Eu me alimento dessa escuridão e lhe devolvo o que ele não tem. Devolvo-lhe luz.

Ele grita ao sentir as ondas da minha magia percorrendo o seu corpo.

Ele grita o meu nome e pede mais. Nunca sei se mais magia ou mais paixão.

Eu o possuo agora com selvageria. Ele enfia as unhas com força nos meus ombros se movendo tão enlouquecidamente quanto eu.

Sinto o sangue onde ele me fere e, como castigo, mordo seu pescoço até sentir o gosto metálico do sangue dele. Depois limpo seu sangue com a língua e o beijo fazendo com que ele prove o gosto.

A magia estala no quarto à nossa volta. Meu suor pinga sobre seu corpo frio que nunca transpira. Meu amor não é mais totalmente humano. Ele lambe meu rosto deliciando-se com meu gosto.

Ele sente o orgasmo chegando e me abraça com as pernas e os braços.

Nossos corpos atingem o ápice juntos levando nossas magias a provocarem um redemoinho ao nosso redor que praticamente destrói o que ainda resta do quarto.

Eu desabo sobre ele, sem voz, sem energia e sem fôlego. É um pouco como morrer. É como morrer junto com ele.

Sinto meu pênis deslizar para fora do seu corpo e me deito de lado puxando Tom para que fique abraçado comigo.

Ele acaricia meu rosto, afastando uma mexa do meu cabelo que grudou no meu suor.

—Eu te amo, Menino. – Sua voz é fria e desprovida de qualquer emoção. Ele não se declara. Apenas constata um fato não muito agradável.

—Eu sei. – Não posso evitar um leve carinho na minha voz. Eu também o amo. E ele sabe disso. – É uma merda, não é?

Ele faz um leve gesto de assentimento antes de me beijar suavemente nos lábios e se erguer.

Quando senta na cama, de costas para mim, ele geme baixo.

—Você me deixou dolorido. – Ele massageia as pernas que agüentaram todo meu peso minutos atrás. – Esse corpo não é o original, você sabe.

Apoio o pé nas suas costas e faço que vou empurrá-lo.

—Suas piadas são horríveis, Tom. Poupe-me delas, por favor.

Ele se ergue e fica de frente para mim. Minha insanidade é tal que eu o acho lindo.

—Não vai vir consertar o estrago?

—Não. – Fico em pé sobre a cama e o abraço. – Quero ver o grande Lord Voldemort mancando e com dor no traseiro hoje.

—Cretino. – Ele me empurra de volta na cama, mas não há raiva na sua voz, apenas uma leve diversão. Tom é tão louco quanto eu.

Reunindo alguma dignidade manca até o banheiro, e eu rio alto, sem me importar com mais nada a não ser debochar do meu amante.

Tom é totalmente incapaz de realizar qualquer magia de cura, ao contrário de mim. Outro efeito colateral de nossa primeira trepada: sou um curandeiro. Curo quase qualquer coisa apenas tocando, e algumas vezes apenas desejando curar.

Olho em volta. O quarto é um caos total. Desde a primeira vez é assim. No momento que nossas magias começam a se fundir o caos em volta começa.

Estamos fechados aqui dentro há horas, fizemos sexo três... não, quatro vezes. Não sobrou nada inteiro. Pelo menos os feitiços de proteção e silêncio resistiram.

Não que houvesse alguma dúvida que feitiços lançados por algum de nós dois fossem resistir.

Estico-me na cama enquanto sem nenhum esforço faço o quarto voltar ao estado original e escancaro as janelas deixando a luz e a brisa da tarde de inicio de verão entrarem. Não há dementadores congelando o ar e as almas em volta da Fortaleza. O ar é agradável e Tom se encarrega de torturar as almas por aqui.

Passo as mãos sobre as marcas de unha nos meus braços fazendo-as sumir enquanto caminho até a janela. Estamos na torre mais alta, a visão dos campos em volta é linda.

Olho para o quarto já quase totalmente em ordem e concentro-me na cama: Os lençóis sujos de suor, sêmen e sangue desaparecem da cama, volatilizados. Seriam matéria prima de feitiços negros muito interessantes contra mim, ou contra Tom. Quando se vive em uma fortaleza repleta de Comensais da Morte todo cuidado ainda é pouco. Eu o protejo com fúria. E ele a mim.

Tom sai do banheiro se enxugando e caminhando quase normalmente.

Eu o encaro.

—Não adianta fazer essa cara, Criança. Não vou me deter só porque você quer.

Sabemos que não é verdade. Sabemos que comigo aqui Tom mata menos, tortura menos. Sabemos que muitas vezes eu o detive. Mas eu sei que nem sempre consigo, e que dessa vez ele não vai me ouvir.

—Quer comer alguma coisa antes de ir?

—Não.

Tom quase não come. Eu também preciso de muito menos comida que o normal. Ele diz que estamos acima disso também.

Depois de pronto meu amante me beija e eu retribuo.

– Eu não demoro, Criança.

Ele desaparata. Só nós dois podemos fazer isso na Fortaleza.

Dizer que não demora é a forma dele me dizer que vai minimizar o estrago. Sou grato por isso, mas eu sei que não vai ser suficiente. Muita gente vai morrer hoje. Não há volta para Tom, e mesmo que houvesse ele não ia querê-la.

Sinto uma lágrima descer pelo meu rosto antes de me dirigir ao banho. Já não sei mais por quem eu choro.

TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP

Desço às masmorras.

Os comensais que ficaram na Fortaleza se afastam do meu caminho, eles me temem tanto quanto a Tom. Sabem que é perigoso contrariar minhas ordens. Às vezes eu me divirto em dar ordens contrárias às dele só para vê-los desesperados.

Na escada eu encontro Pettigrew.

—Sai, Verme.

Ele se cola a parede tremendo. Assim com Belatrix ele sabe que basta que eu peça sua cabeça que Tom me entrega. Qualquer castigo que eu deseje eles receberiam. Ou se eu me resolver a castigá-los pessoalmente Tom não vai se opor. Por hora me satisfaz o pavor em que eles vivem.

Poucas celas estão ocupadas. Tom normalmente mata quem cai seu prisioneiro, a menos que tenha alguma utilidade para o infeliz, obviamente.

Eu vou direto à cela de Ron e Mione.

As masmorras não são mais como eram há dois meses quando ao destruir a última horcrux eu, Ron e Mione fomos capturados.

Ele se divertiu nos torturando por alguns dias e então decidiu nos matar, mas antes disso quis me proporcionar uma última humilhação.

Arrastou-me até seu quarto e me jogou seminu em sua cama.

Sempre que desço às masmorras para ver meus amigos, eu lembro da dor e da humilhação de ser arrastado pelas escadas sob os risos da turba de Comensais. Lembro do grito de Ron ao me levarem daquele jeito. Lembro das lágrimas da Mione e de Ron mais pálido que um cadáver tentando se soltar das algemas que o prendiam para vir em meu auxilio. Eu mesmo não gritava ou chorava.

Mas Tom não me violentou, nem me matou como havia ameaçado.

Eu estava fraco, muito ferido, sem minha varinha e totalmente em pânico. Tom estava exultante, furioso e pronto para me destruir de todas as formas possíveis.

No entanto...

Chego em frente ao conjunto de celas onde meus amigos estão há dois meses. O carcereiro de Tom, que naquela noite riu deliciado, hoje se inclina até quase o chão e abre as portas para mim.

Quase poderíamos estar nos salões da Grifinória depois que eu "redecorei" o lugar.

Hermione larga o grosso volume sobre Magia Avançada que está lendo e corre para me abraçar. Estive aqui ontem, mas ela se preocupa por cada segundo que passo ao lado do meu amante.

Ron vem mais devagar. Ele não aceita muito bem o fato de eu trepar com Tom. Não posso culpá-lo por isso. Mesmo assim ele me abraça apertado.

—Tudo bem, parceiro?

Aceno que sim sem prestar muita atenção. Meus olhos estão grudados no terceiro prisioneiro do conjunto de salas que eu reservei para meus amigos. Lupin, meu último elo com meus pais.

Ele foi capturado há dois dias. Os Comensais o trouxeram bastante ferido e inconsciente. Cruciatus demais.

Não deixei que Tom sequer o tocasse e o trouxe para perto de Mione e Ron. Eu o curei. Foi preciso muita energia para evitar que ele tivesse um destino parecido com o dos pais de Neville.

—Como ele está, Mione.

—Recuperou a consciência por alguns segundos há pouco. Ele nos reconheceu e perguntou por você.

—Nós dissemos que você estava bem, e ele desmaiou de novo.

Eu me aproximo de Remus, e o calor que sempre envolve meu peito quando sinto o impulso de curar volta. Ajoelho-me ao lado da cama onde ele está e toco os cabelos grisalhos dele.

Não via Remus desde que fui capturado. Ele é o primeiro para quem terei de me explicar. Se é que existe alguma explicação para o que eu e Tom vivemos.

Cura é uma magia diferente. Eu não penso um feitiço, eu não uso uma poção, eu apenas toco e sinto a cura acontecer. Quando eu acabar aqui, Lupin vai se sentir fisicamente melhor que nunca.

Remus abre os olhos antes que eu termine, e parece entender vagamente o que estou fazendo, porque simplesmente aguarda em silêncio até que eu termine. Só então ele me puxa para um longo abraço.

Depois é a vez de Ron e Mione serem abraçados pelo nosso amigo. Certamente ele nos julgava mortos. Penso nos outros Weasleys. Eu tenho de tirá-los daqui.

Remus, Ron e Mione trocam noticias. Ele fala como estão todos, ela fala das horcruxes, da nossa captura. Ron pergunta pelos pais e irmãos. Até de Percy ele quer saber.

Depois que o assunto se esgota, Remus olha em volta. Chegou a hora.

—Meninos, isso não parece uma prisão. O que aconteceu depois que foram capturados?

Uma constatação simples, e uma pergunta mais simples ainda.

Ron e Mione olham para os lados. Eles não vão falar. Ainda agora são leais a mim e não vão me expor.

Eu me pergunto o que eu fiz para merecer tanto deles.

—Acho que posso explicar isso, Remus.

Ele me olha. Será que Remus percebe que não sou mais o mesmo garoto que ele ensinava? Será que ele vê o que me tornei ou eu terei de abrir seus olhos?

—Íamos ser mortos, mas Voldemort resolveu brincar um pouco comigo... em particular. – Uso um tom bem sugestivo e pela expressão de Remus dá para ver que ele entendeu bem a que tipo de brincadeira eu me refiro. – Eu não tinha a menor condição de me defender dele, mas algo deu errado. Muito errado.

Rom e Mione estão atentos. Eu não contei a eles exatamente como as coisas aconteceram naquela noite.

—Quando ele recuperou o corpo foi usando meu sangue, então ele podia me tocar sem sentir dor. Ele fez isso no cemitério naquela noite. Ele tocou minha cicatriz e quem sentiu dor fui eu. – Respiro fundo tentando ser analítico no que falo. - Quando me arrastou daqui ele me levou até um quarto, eu estava assustado demais para reparar em alguma coisa, só me lembro de uma das suas mãos no meu peito e dele rindo e falando alguma coisa sobre minha cicatriz. Então ele tocou a cicatriz e a dor dessa vez foi diferente. Alguma coisa parecia estar se rompendo dentro de mim.

Eles me olham, e eu me pergunto se realmente me enxergam. Como eu posso dizer a eles do gosto da morte? Como eu posso falar da sensação de ser rasgado por dentro, de me sentir nascendo e morrendo ao mesmo tempo. De odiar aquela coisa... Aquele arremedo de ser humano me tocando e de queimar de desejo por ele? Como eu posso explicar que a partir daquele instante eu tive enfim a certeza de ter encontrado meu destino. Quem pode entender que eu amo um monstro?

Eu me forço a continuar:

—Eu não sei exatamente o que houve. Acho que fiz por instinto. Se de auto proteção ou de alguma outra coisa eu não sei dizer, mas eu agi por instinto. Eu apoiei uma mão sobre seu peito, na altura do coração, e a outra na sua testa. Eu queria matá-lo. Eu queria que ele morresse junto comigo. E então a dor que havia em mim passou. Por um ou dois minutos ele se debateu em agonia. E depois tudo estava diferente.

Eu não digo a eles que Tom sentiu a mesma morte e nascimento que eu. Eu não digo que o que restava de nossas roupas foi reduzido a trapos em segundos. Eu não conto que eu beijei Tom primeiro. Eu não conto como ele me possuiu sem quase nenhum preparo rindo da minha dor e do meu desejo. Eu não falo nada sobre o quanto nós implorávamos pelo corpo e pela alma um do outro naquela noite. Eu não conto do quarto estilhaçado pela união de nossas magias. Eu não menciono o prazer de tomar o corpo de Tom. Primeiro, quase a força, depois delicadamente. Eu não digo nada sobre quantas vezes eu me entreguei a ele naquela noite, nem quantas vezes o tive antes que nós pudéssemos sair dali. Eu não poderia dizer da dor no meu corpo no dia seguinte. Do prazer de ver Tom semi desmaiado na cama com um meio sorriso satisfeito no rosto. Eu não explico sobre a união de nossas mentes e magias. Eu não falo sobre o meu amor e o meu ódio. Eu escondo o que Tom sente por mim. Eu não digo que desde aquela noite minha sanidade dança numa corda bamba, e que Tom me mantém parcialmente são por medo do que eu possa fazer a nós dois se enlouquecer de vez. Eu não falo sobre a escuridão profunda que é a alma daquele homem. Eu não explico que a única minúscula e frágil luz ali é o que ele sente por mim. Eu apenas resumo:

—Nossos poderes foram alterados de alguma forma. Não precisamos de varinha ou de palavras para feitiços. Eu não posso bloquear o acesso dele à minha mente, mas ele também não pode esconder nada de mim. Atingimos uma espécie de equilíbrio. Eu não consigo tirar vocês daqui sem a permissão dele, mas ele não pode feri-los depois que eu os tomei sob minha proteção. Não consigo matá-lo e nem ele a mim.

Dou um tempo para Remus absorver toda a idéia.

—E você pode sair daqui?

—Posso. Eu tentei alertar você uma vez dos planos dele. Ou mesmo avisar que estávamos relativamente bem. Só que não consegui. Eu não consegui nem mesmo chegar perto de vocês. Alguma coisa me impedia. Não foi ele que me impediu. Foi um efeito daquela noite. Mais um efeito daquela noite. Quando entendi isso voltei para cá e tenho tentado minimizar os ataques.

—Sim. Os ataques têm sido mais espaçados. – Remus parece ter compreendido um mistério agora.

—É uma guerra de vontades. Só que nesse aspecto ele ainda é mais forte do que eu.

—Mesmo assim, Harry, há uma diferença perceptível. O Ministro diz que Voldemort está enfraquecendo.

—Não está, Remus. Ele na verdade está mais forte do que nunca. Se o Ministério se basear nisso e atacar vai ser chacinado. Eu não vou conseguir impedi-lo de se defender. Ele sabe disso, e pretende se aproveitar.

—Harry, nós temos de dar um jeito de avisá-los.

—Remus, se você colocar um trouxa de frente para uma parede e disser a ele que ele tem de atravessá-la para salvar o mundo, por mais que ele o queira não vai conseguir fazer. – Eu vejo o gesto de desamparo de Remus quando ele entende o ponto. – Bom, há sempre a esperança que o trouxa morra e seu fantasma atravesse a parede.

Hermione me censura com o olhar por causa da piada sem graça. É a frustração ou a convivência com Tom que está deixando meu humor torto assim?

—Tem outra coisa que você precisa saber, Remus. – Eu escondo minha ansiedade usando uma máscara de calma. Mione segura minhas mãos e Ron fica atento a Lupin. Eles sabem o que eu vou falar. – Na noite em que nossos poderes se alteraram nós nos tornamos amantes.

Remus olha para mim confuso. Sua mente não consegue conceber a enormidade do que eu acabei de falar. Ron aperta seu ombro em muda solidariedade, mesmo assim ele me olha sem entender. Lentamente a compreensão força caminho na mente de Remus.

—Mas... você disse que ele não...

—A força não, Remus. Foi porque eu quis. Ainda é porque eu quero.

Ele ainda está em choque.

—Harry...

Sua voz transmite apenas confusão.

—Harry... – A voz dele está cheia de tristeza, mas seu sinto que ele ainda não entendeu totalmente. – É esse o preço que você paga pelos ataques que ele não faz?

A insinuação me irrita. Sei que meu rosto se alterou pelo olhar assustado de Ron. Apesar dele confiar que eu nunca o atacaria ele não gosta de me ver assim. Ele e Mione dizem que eu fico com uma expressão parecida com a de Tom.

—Não sou uma puta barata, Remus. Não durmo com ninguém em troca de favores, ou mesmo de vidas. Eu sou amante do assassino dos meus pais. Eu sei o quão monstruoso isso é. E por mais nojento que isso seja aos seus olhos, aos meus ainda é bem mais. Mas eu sou amante dele porque eu quero ser.

Eu quero gritar que eu amo Tom. Que eu preciso dele. Do seu amor cruel, do seu ódio eterno, da sua frieza, do seu desejo, do corpo e da alma dele. Eu quero explicar que eu sou só uma parte de um todo, e que Tom é a outra metade.

Hermione me abraça, ela tenta me consolar dessa dor que é inconsolável por ser grande demais, e por não ser totalmente dor.

Eu e Remus somos salvos da situação constrangedora pelo arrepio que percorre meu corpo.

—O ataque deu errado. Alguém preveniu o Ministério.

Nenhum deles pergunta como eu sei. Compartilhamos uma alegria muda por alguns segundos. Estou feliz porque o homem que eu amo foi derrotado. Então eu sinto a presença dele na fortaleza.

–Ele voltou. – Não sei se Remus percebe minha felicidade por ter Tom por perto.

É nessa hora que a dor atinge minha alma. Dói tanto que eu perco o ar e só não caio do sofá porque Hermione me segura.

—Ele precisa de mim.

Desaparato dali direto para o saguão principal. Não me importa mais o que Remus pense, a dor de Tom é tudo que me importa. Eu sei que ele está gravemente ferido.

No saguão tudo é caos. Os Comensais que voltaram estão, em sua maioria, feridos, e Tom piora tudo punindo quem tem o azar de cair sob seu olhar.

Ele está ferido, mas não vai demonstrar isso diante dos Comensais. Não vai mostrar fraqueza. Ele não sabe o quão grave é a ferida que tem. Eu sim. Eu sei que ela pode ser fatal se eu não curá-lo agora. Não conheço o feitiço que o atingiu, mas sinto na minha alma que se eu não agir logo meu amor vai morrer.

Eu nunca interferi antes nas sessões de tortura em que ele usa os Comensais como alvo. Eu só me afasto e depois o ouço rir da minha fraqueza diante da dor alheia. Dessa vez eu ajo. Não por esse bando de lambe-botas inúteis, mas por ele.

Por ele eu atravesso o inferno que se tornou o saguão, uma de suas maldições quase me acerta, só então ele para.

—Sai daqui. – Ele ordena com os olhos lançando chispas de ódio fixados no meu rosto.

Eu me atiro nos braços dele e o beijo. O inusitado da cena o deixa sem ação um segundo. Um silêncio de morte cai sobre o saguão.

Todos sabem que somos amantes. Tom me exibe como um troféu entre eles, mas nunca houve nenhuma demonstração de paixão em público. Sei que eles não acreditam que minha participação seja voluntária. Tolo engano.

Quando interrompo o beijo falo em parselíngua:

—Seu ferimento pode ser fatal se eu não cuidar disso .

Nos meus olhos ele vê a urgência da situação, mas dá um sorriso debochado.

—Parece, senhores, que essa criança impetuosa salvou-os de receber a paga de sua incompetência. Ele tem planos mais interessantes. Vou abrir mão do meu direito de ouvir os senhores gritarem.

Tom me leva pelo braço para a sala ao lado e lacra a porta.

TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP TR&HP

A cabeça dele repousa no meu peito, enquanto Tom viaja por um estado entre a consciência e o sono.

Curá-lo foi mais difícil do que eu imaginava. Foi por pouco, muito pouco que eu não o perdi.

Assim que consegui afastar a ameaça de morte nós desabamos no chão da sala onde ele ergueu seu trono. Mal tive tempo de evocar um colchão antes de cair com Tom em meus braços, sua mente vagando quase em êxtase.

A idéia de que ele poderia ter morrido me assombra. A culpa por tê-lo salvo também. No fundo eu sinto que só eu tenho o direito de matá-lo, a vida de Tom me pertence.

Estou exausto. Curar não me cansa. Normalmente eu paro apenas porque o corpo ferido não pode receber mais energia de cura sem entrar em colapso, mas com Tom é diferente. Tentar curar qualquer coisa nele suga minhas forças, e dessa vez foi quase até a exaustão.

Apesar do cansaço não quero dormir. Preciso velar por ele, Tom está totalmente indefeso agora. Não que eu esteja muito melhor.

Meus olhos vagueiam por todos os lados, estamos na Sala do Trono. É típico da megalomania dele criar um lugar assim.

Um único e solitário trono de pedra no centro de uma plataforma na parede oposta à porta. A decoração é feita por imagens de serpentes. Foi nessa sala que eu matei Naginni, a última horcrux. Foi aqui que Tom me capturou. E foi para essa sala, para uma reunião com seus Comensais, que ele me trouxe depois de nossa primeira noite juntos.

A expressão deles quando me sentei aos pés de Tom e apoiei a cabeça em seus joelhos foi indescritível. E só melhorava à medida que Tom, com as mãos brincando no meu cabelo, dizia que eu era intocável, que minhas ordens deviam ser seguidas à risca, e que eu não deveria ser incomodado por nada nem por ninguém.

A metade devia achar que eu estava sob Imperius, alguns deviam pensar que era Tom que estava enfeitiçado e o resto estava questionando a própria sanidade.

Não sem razão. Seguir Tom é o mais perfeito sinal de loucura. Só que nesse caso os dois maiores loucos somos ele e eu. Durante muito tempo em minha vida eu só quis ser normal. Nunca pude. Já era tempo de aceitar meu destino: a perda gradativa de minha sanidade.

Tom se movimenta ao meu lado. Passo a mão pela cabeça dele, sentindo sua pele se arrepiar. Sua voz soa rouca aos meus ouvidos:

—Descansa, Menino. Posso sentir sua exaustão.

Eu beijo os lábios dele. Posso ver sua força retornando.

—Você também precisa descansar.

Mas me deixo puxar para o peito dele, é óbvio que ele está voltando rapidamente ao normal, e acabo dormindo em seus braços.

Não sei quanto tempo dormi antes do pesadelo começar. Em meu sonho eu sinto garras de gelo arrancando Tom de mim. Eu tento retê-lo, mas algo muito forte o puxa. Ouço vozes dizendo que é melhor assim, mas eu não aceito e o seguro firme até que minhas mãos fraquejam e as garras o levam.

Eu acordo gritando e sendo sacudido por Tom. Agarro-me a ele.

—Não vai embora. Não me deixa sozinho. Eu não vou deixar ninguém te matar. – Parte da minha mente sabe que foi um pesadelo, e que não o menor sentido em ficar balbuciando tolices, mas eu não consigo me conter.

Tom me abraça até que eu me acalme. Só agora percebo que enquanto eu dormia, ele me trouxe para nosso quarto e ficou comigo.

Afasto-me dele sem graça, e sinto sua boca buscar a minha.

Em seus lábios eu recupero a calma.

—Pesadelo comigo, Criança?

—Sim.

Tom me recosta nos travesseiros e me olha por um longo tempo antes de perguntar:

—Por que salvou minha vida? Por que não quer que eu morra?

—Você também salvaria a minha.

—Não tenha tanta certeza.

Algumas vezes eu acho que Tom ainda não compreendeu totalmente a força que nos une.

Ele traça com a unha o contorno da minha cicatriz.

—Eu devia matar você, Menino. Seria o mais sensato.

—E eu deveria matar você, Tom. Seria o melhor para todos. Não. – Eu não o deixo falar. – Não sou um dos seus Comensais para cair na sua conversa furada sobre nova ordem, um paraíso bruxo na terra, colocar os trouxas no seu lugar. Primeiro porque isso é besteira, nós dois sabemos, e depois, você só luta por você, Tom. Pelo seu poder, para suplantar a morte. Então não faça discursos para mim.

Ele sorri divertido. É nessas horas que ele mais parece com uma cobra, talvez por isso eu volto a falar em parselíngua:

—Eu realmente gostaria de poder matar você. Mas não posso.

—Talvez, então, eu deva matar você. – Os sons chiados do nosso idioma provocam arrepios por toda minha pele. – Seria mais seguro para mim.

—Eu não tenho medo da morte, Tom. Para a mente bem estruturada, a morte é apenas a grande aventura seguinte.

—Depois de ouvir isso eu realmente deveria matar você. Dumbledore era um saco enorme e sem fundo, cheio de frases feitas e sem sentido.

—Nesse caso ele estava certo. A morte é tão natural quanto a vida.

—Então por que salvou minha vida? Por que não me mata?

—Eu devia, mas não posso. Não sou lógico, e nem mesmo coerente, Tom.

—Se não há nada de errado em sucumbir à morte, então não é crime causar a morte.

—Você não acredita nisso.

—Não sou eu quem diz que a morte é apenas uma aventura.

—Provocar a morte e o sofrimento de tantos a troco de uma falsa imortalidade é monstruoso. – Entrelaço meus dedos nos dele, e beijo-os um por um. – O que te incomoda tanto na morte?

Ele fica calado por tanto tempo que acredito que não vá me responder. Até que ele ri, como se o assunto fosse tão obvio que eu deveria ter percebido sozinho:

—A Morte é poderosa. É um poder além de qualquer outro. Eu me recuso a ser derrotado assim. Recuso-me a ser apanhado por Ela como um reles trouxa, frágil diante Dela. Somos bruxos, temos obrigação de poder mais. Você e eu já A derrotamos antes.

—Há que preço? Suas horcruxes estão destruídas, e você se desgastou tanto ao fazê-las que não se arrisca a tentar mais uma.

—Encontrarei outra forma.

—Há que preço? Ao preço de quantas vidas? De quanta dor?

Ele faz uma expressão de tédio. Algumas vezes eu tenho a ilusão de que poderia fazer Tom se arrepender de alguma coisa, mas ele crê firmemente que está certo.

—Sou mais forte. Minha força me dá mais direito do que esses tolos que se põe em meu caminho.

—Tolos como eu? Como meus pais?

—Sim. – Ele não hesita em me ferir com palavras.

—Você matou minha mãe e com a morte dela sofreu sua pior derrota. Quem foi o tolo no final de contas?

—Eu ainda estou vivo.

Tom não entende. É impressionante. Ele é um dos seres mais poderosos e inteligentes da nossa era e não entende:

—Você nunca viveu, Tom. Você apenas perseguiu a imortalidade. Você subsistiu em função de afastar a morte.

Ele se afasta irritado e eu me ajoelho na cama:

—Tom, tudo tem um preço. Criar suas horcruxes tirou pedaços de sua alma, cometer os crimes que cometeu tirou sua humanidade. Eu também pago meu tributo. Ficar com você está levando minha sanidade.

—NÃO. – Ele volta e me abraça apertado. – Você não vai enlouquecer. Eu não vou deixar.

Nós dois sabemos que estou por um fio. Eu já me descontrolei uma vez, quando Tom matou umas crianças, e ele precisou de um par de horas para me trazer de volta. Depois disso crianças são tabu para os Comensais.

Ele beija meu rosto. Há desespero nele também. Desde o inicio, desde a primeira noite, há um gosto de tragédia em cada beijo que trocamos.

—A única chance de eu não enlouquecer é você me matar, Tom.

Ele faz um gesto afastando a idéia de me ferir fisicamente.

—Você ainda não me respondeu: por que salvou minha vida?

—Porque eu não posso deixar você morrer, desgraçado. Eu não posso te matar, seria com deixar de respirar. Não dá. Eu te amo, mas não é isso que me impede. É algo maior, mas antigo, mais forte. Você não devia precisar me perguntar. – Eu me afasto dele e abro os braços. – Me mata. Me mata agora, Tom, se você puder.

Ele me olha. Posso sentir a raiva em seus olhos diante do desafio que ele sabe que não poderá vencer. Droga. Eu preciso dele. Eu preciso acabar com tudo isso.

Evoco um punhal que flutua no ar entre nós dois. O cabo está voltado para Tom e ele o pega.

—Me mata, Tom. Eu não vou me defender. – Posso sentir seu ódio fazendo farfalhar sua magia escura à nossa volta. – Por favor... – Viro as costas para ele e, de joelhos sobre a cama me seguro com força na cabeceira. – Enfie o punhal em mim e livre nós dois desse inferno.

Sem que ele me toque minhas vestes se rasgam. Estou nu e a mercê dele. Algo em minha mente diz que o melhor é mesmo Tom me matar. Ele não sobreviveria a isso e toda essa guerra estúpida que a ambição dele causou estaria terminada.

Ele me abraça com apenas um braço e beija meu pescoço. Ainda tenho a ilusão de que ele o fará, mas ao invés disso sinto seu corpo se desnudar magicamente e a excitação começar a aquecer meu sangue.

—Não é um punhal que vou cravar em sua carne hoje, Menino.

Ele afasta minhas pernas e se coloca entre elas, posso sentir seu pênis completamente ereto roçando no meu traseiro. Penso rapidamente no feitiço lubrificante enquanto ele passa o punhal de leve pela minha coluna me fazendo arfar de tesão. Mesmo sem contato visual começo a sentir minha magia se misturando à dele.

Tom me possui de uma única estocada. Com força, com raiva, com desespero. Eu me entrego como se essa fosse a última vez. Movo-me de encontro ao corpo dele sentindo-o rasgar-me ao meio, e adorando cada segundo de dor e prazer que ele me dá.

Ele me masturba enquanto fala em parselíngua que eu sou dele, que vou viver para sempre por ele e com ele. Eu respondo que eu o amo, que eu o odeio e peço mais força, mais prazer. E ele me dá. Me dá também sua magia escura e assustadora, que se mistura à minha, pela primeira vez sem provocar destruição, mas tornando tudo mais nítido em minha mente.

Ele goza mordendo meu ombro, e eu o grito seu nome em êxtase.

Tom não me deu a morte verdadeira, só essa pequena morte que eu encontro em seus braços sempre que fazemos sexo.

Deixamo-nos cair abraçados na cama e ele joga o punhal longe.

Eu tento imaginar o que será preciso acontecer para destruir essa bizarra situação em que vivemos.