Sakura e Tomoyo: o primeiro beijo

Escrita por Braunjagka

Quinta feira

Capítulo I – Sakura não é um dinossauro!

Na sala, estão Toya e Sakura; Sakura assiste à um dorama com o seu irmão enquanto Tsukishiro Yukito entra na casa, para estudar com o irmão de Sakura

Era quinta-feira, à noite, início da primavera. Sakura já estava preparada para retornar às aulas, agora como aluna do quinto ano da escola Tomoeda. Enquanto descansava em sua casa, Sakura assistia a um dorama que passava em sua televisão, junto com o seu irmão, Touya, que insistentemente a irritava, e neste dia não seria exceção.

O dorama que Sakura assistia era "India – a love history", e um trecho lhe chamou a atenção, onde os personagens Maya e Bahuan trocavam uma confidência, e Sakura observava com bastante atenção:

– Bahuan, você teria coragem de desafiar a sociedade e tudo o que eles pensam sobre nós pra sermos felizes Bahuan? - Disse Maya, entristecia

– Maya não me forçe a tomar decisões difíceis; eu sou um dálit, um impuro, nascido dos pés de Brahma, e você é uma vaixá da casta dos comerciantes, há uma grande distância entre nós"

– Olhe quem está falando de distâncias Bahuan, justamente você; você quem deveria lutar contra essa sociedade injusta em que vivemos, mas você faz justamente o contrário."

– Maya entenda, justamente por haver essa grande distância entre nossas famílias que seu pai nunca iria me aceitar, seria uma luta difícil, não sei se venceria"

– Mas por ser difícil é que vale a pena lutar Bahuan; não pense em que o meu pai iria achar ou a minha família, pense em nossa felicidade e nada mais" - disse Maya, com um olhar angustiado.

– Eu posso tentar Maya, mas não sei se vou conseguir, mas eu só sei de uma coisa Maya" - retrucou Bahuan, com um olhar firme.

– Então me diga Bahuan, o que você decidiu? - disse Maya angustiada.

– Eu não posso viver sem você, você é meu amor, você é a minha vida, em seus olhos eu vejo todas as nossas memórias juntos Maya, isso eu não posso apagar!

– Da mesma forma Bahuan em nossos olhos estão gravados nossos nomes e nada e nem ninguém pode apagar isso de nós.

– Mesmo que você esteja com outro Maya, eu sempre procurarei por você, seu nome, seus cabelos, seu perfume nos olhos de outras moças, mas nunca vou encontrar como eu encontro nos seus olhos.

Neste instante Maya e Bahuan se aproximam, trocando entre si um olhar apaixonado; no fim eles se abraçam e se beijam, em um beijo ardente e apaixonado, provocando a reação de Sakura:

– Hoê! Bahuan lute por seu amor Bahuan, não deixe Maya escapar assim.

– Eu não sabia que os dinossauros sentiam amor – disse Touya em tom irônico.

– Eu não sou um dinossauro! – Diz Sakura, jogando uma almofada no irmão, mas Touya desvia. – Como você é irritante.

– Felizmente almofadas não são pedregulhos.

– Eu não vou ficar mais dando bola pra você!

Sakura se irrita com o comentário do irmão, mas a cena da novela lhe faz lembrar de Yukito, seu Yukito-san, e lhe faz pensar:

– Yukito-san! Como eu adoraria que nossa história de amor fosse como a do Bahuan e da Maya, superando obstáculos pra sermos felizes juntinhos! Imagine nós nos apaixonado e enfrentando a sociedade, você com seus 17 anos e eu com meus 11 anos! Ah Yukito-san! Como seria nosso primeiro beijo? Ardente e apaixonado como o da Maya e do Bahuan? Só de pensar eu já fico Hanyan Yukito-san! Como você me faz ficar feliz com alguns momentos de felicidade como esses somente pensando em você Yukito-san!

Enquanto Sakura se derretia em amores por Yukito, entrando em seu modo Hanyan e abraçando apaixonadamente a almofada, Touya fez Sakura voltar a realidade, jogando uma almofada na irmã:

– No que você está pensando monstrinho? No seu namorado? Não vai me dizer que é pirralho do aluno transferido de Hong Kong.

– Sakura não é um dinossauro! - diz Sákura com os punhos fechados - E ele não é meu namorado! Está mais para meu rival, e além disso ele tem aquela prima irritante dele que diz que vai casar com ele! Portanto não tem chance nenhuma de ser ele!

– Se não é ele então quem é?

Neste momento a campainha toca, interrompendo a briga dos irmãos. Sakura vai atendê-la e se depara com nada menos que Yukito-san, seu Yukito-san:

– Konbanwa Sakura-chan!

– Yukito-san! E-e-ntre por favor, vou preparar um chá – dizia Sákura com os olhos brilhando e a face vermelha, como de costume, como sempre encontrava seu Yukito-san. Yukito achava graça no gesto e já começava a olhar que esses gestos falavam mais da garota do que ele próprio imaginava. Neste momento Touya aparece.

– Oyasumi Yukito-san, e ai trouxe os meus Cds de volta?

– Trouxe sim, estão aqui na mochilha; desculpe por interromper alguma coisa, estava olhando pela janela e vi que você e Sakura estava tendo uma conversa animada, e não queria interrompê-la.

– Que nada Yukito, eu e o dinossauro apenas estávamos conversando sobre o namorado dela, aquele menino transferido de Hong Kon...

– Ele não é meu namorado! - grita Sakura da cozinha, onde estava preparando um chá e pegando alguns biscoitos para servir ao Yukito. Neste momento Yukito sorri e continua a conversa com Touya:

– Hehehe! Chega a ser até engraçado imaginar que a Sakura já está crescendo e em breve vai começar a se relacionar com os outros meninos; me lembro dela quando ainda era uma criança e brincávamos juntos os três; como o tempo passa.

– Pois é...

Enquanto conversavam a caminho da sala, Sakura traz os biscoitos e o chá para Yukito, sorrindo alegremente e se esquecendo dos problemas com o irmão; apenas pensava no momento mágico criado pela visita de Yukito, e das chances que sempre perdia para expressar seus sentimentos pelo rapaz, mas sempre buscava agradá-lo de todo o coração com cada pequeno gesto que fazia, desde um simples chá até um bolo ou um obentou.

Sakura não odiava o irmão, só achava que ele era petulante demais nos momentos mais inconvenientes, como no café da manhã ou na sala, nos momentos de descanso, mas sentia o enorme amor emanado por ele, pois ele sempre buscava protegê-la nos momentos de perigo. A petulância de Touya aumentava a medida que o tempo passava, talvez por ciumes da irmã; era fato, Sakura estava crescendo e em breve seria uma mocinha, uma adolescente e por fim uma mulher adulta, e teria sua vida, suas paixões e decepções, o que fazia com que Touya não suportasse ver o sofrimento da irmã, ainda mais quando Syaoran se mudou para Tomoeda. O rapaz podia ser um potencial futuro namorado de Sakura, (afinal faltou coragem, faltou ousadia, venceu o óbvio, isso é uma vergonha CLAMP! e) os dois estavam sempre juntos a algum tempo, e ele teria de aguentar ver a sua irmã crescendo, mas em seu coração ela sempre seria seu "dinossauro".

Sakura aparece na sala com o chá e os biscoitos e os serve para Touya e Yukito; Touya já reparava no comportamento de Sakura quando o amigo aparecia em casa; Sakura era capaz de mudar de um comportamento agressivo para um carinhoso em instantes, bastava tocar no nome de Yukito para ocorrer a mudança; sabendo disso ele faz mais uma de suas brincadeiras sem graça, mas agora irritando profundamente Sakura:

– Ei dinossauro, o único que pode te irritar aqui sou eu hein? Nada de trazer o aluno transferido pra cá ouviu?

– Eu já disse mais de mil vezes Sákura não é um dinossauro e ele não é meu namorado!

– Então por quem você ficou aí abraçando e beijando a almofada do sofá? Vai me dizer que foi por que você se apaixonou por aquele boneco amarelo esquisito de asas no seu quarto?

– Ele não é um boneco! Hoê! - exclama Sakura, sentindo que havia dito demais. Era duro entregar a existência de Kero-chan, principalmente quando seu irmão desconfiava o bastante das saídas repentinas e súbitas de Sakura da casa, principalmente tarde da noite. Sakura desconfiava que seu irmão já sabia e ao mesmo tempo não sabia de tal aventura secreta para capturar as cartas Clow, mas mesmo assim deixava o assunto em aberto.

– Vai me dizer então que é o Yukit... ai!

Sakura não deixa o irmão continuar a falar e lhe dá mais um de seus pisões no pé do irmão, mas dessa vez com mais força do que de costume; Toya sentiu e dessa vez viu que pegou pesado ao falar de algo tão pessoal da irma, seu amor por Yukito, na frente do melhor amigo e dela; sabia que se haveria de ser seria, independente de suas brincadeiras, mas seria na hora certa em que Sakura e Yukito resolvessem ter uma conversa mais séria.

Nesse instante Sakura ficou com o rosto vermelho como brasa, seu coração palpitava forte, sentindo seu sangue circular por todo o seu corpo. Yukito também corou com a afirmação, sempre mantendo a compostura, mas dessa vez ele também sentiu o impacto da afirmação de Touya em seu coração. Não imaginava que Sakura poderia sentir sentimentos mais sérios por ele, mas sabia que era possível, ainda mais depois do evento de natal, no seu aniversário, em que a garota e ele ganharam entradas para o parque de diversões. Ela com todo o carinho do mundo lhe entregou um pequeno boneco seu, e Yukito sabia o quanto Sakura detesta artesanato e é ruim na matéria, mas superar o ódio e condensar todo o amor que ela sente por ele naquele presente era mágico.

– Como você é cruel nii-chan! Como você é cruel!

– Sakura-chan, não vá, venha aqui!

Sakura correu as escadas da casa correndo e chorando até o quarto, batendo forte a porta após ter seu segredo revelado, despertando a revolta de Yukito:

– Touya, você pegou pesado com ela! Deveria lhe pedir desculpas!

Touya sabia que o amigo raramente se irritava e procurava acalmar as brigas, até as que ele, Touya, criava, e vê-lo irritado o fez ficar com remorso pelo que fez:

– Tem razão, eu fui muito duro com ela.

– Controle-se, você a magoou e a irritou o tempo todo, deveria ser menos ciumento Toya e mais gentil com ela; ela está crescendo e é esse tipo de coisa que mais a deixa sensível. Vou conversar com ela

– Agora não Touya, ela está trancada no quarto agora e não quer ver ninguém

– Não saio daqui sem falar com ela e sem ouvir as suas desculpas!

– Está bem, reconheço meu erro; não pense que é só você que se magoa com isso, eu também fico magoado.