NAQUELE ANO

capítulo i: Naquele em que voltei para o último ano


POV Lily

Eu estava em Hogwarts, mas Hogwarts estava toda enfeitada com fitas e laços das cores das casas pendurados por toda a parte. Todas as faixas levavam ao salão principal. Eu estava parada no topo da escada com um lindo vestido verde curtinho, um pouco acima do joelho, tomara que caia, ele tinha a parte dos seios e da cintura preta toda bordada, e a saia de um verde bem clarinho, bem armadinha. Estava também um sapato de salto com pedrinhas pratas, eu nunca uso salto!

Quando olhei para trás, a Mulher Gorda estava se abrindo, e de lá saiu um moreno bagunçando os cabelos, um moreno muito familiar. Era James, James Potter, o segundo maior galinha da escola, só ficava atrás de Sirius Black. Ele vestia um smoking preto básico, mas que o deixava muito elegante, ele usava uma gravata vermelha meio vinho, um vermelho parecido com o vermelho da Grifinória, ele estava realmente muito bonito! Lily! Controle-se mulher!

Ele sorriu para mim, ele aparenta estar muito feliz. Eu, involuntariamente, sorri para ele também, e por dentro eu estava feliz também, mas não deveria estar afinal, ele é James Potter. Eu o odeio!

- Evans... – ele me estendeu o braço esquerdo

-Potter... – eu lhe disse sorrindo, senti-me corar. Por que agora estou corando e sorrindo para James Potter? – Mas agora pode me chamar de Lily, Potter...

-Já não era sem tempo! – ele abriu o maior sorriso que eu já o via visto dar – Próxima etapa: Lily Potter. Sem vírgulas! – Que surpresa! Ele sabe o que são vírgulas!

-Não exagera James!

-Desculpe, Lírio! – E ele me dava um longo beijo.

Acordei. Isso era só um sonho, quer dizer - um pesadelo! O que James fazia em meus pensamentos? E por que ele me beijava? Que horror! Fui arrumar meu malão, o expresso sai amanhã.

Desci as escadas e dei de cara com meus pais tomando café, Petúnia pelo jeito ainda não havia acordado.

- Bom dia filha! – Meu pai estava, como sempre, lendo o jornal trouxa, mas com o jornal bruxo - O Profeta Diário - que eu assinava ao lado, para lê-lo depois. Minha mãe estava sentada do outro lado da mesa, tomado uma xicara de chá verde e comendo seu cereal.

- Bom dia, mãe; bom dia, pai! – Disse distraída já pondo leite no meu cereal.

- Sonhou hoje? – perguntou minha mãe rindo baixinho, e eu pai riu-se também do outro lado da mesa.

- Estava mais pra pesadelo... – sussurrei para que ninguém ouvisse. - Mas... Por quê?

- Digamos que você falou um pouco essa noite, filha. - meu pai falou, fazendo ele e minha mãe rirem mais alto.

- Quem é James Potter? – Gritou Petúnia do alto da escada.

- Oi? – fiquei confusa, como ela poderia saber que eu sonhei com James?

- Seu namorado, Lily? – Perguntou Petúnia para me irritar. Todos em casa sabiam quem era James Potter, e sobre meu ódio por ele também.

- Cala a boca, Petúnia!

- Lily! – Repreendeu minha mãe. – Não mande sua irmã calar a boca!

- Deixe mãe! Lily e seu namorado são estranhos e idiotas! – Respondeu Petúnia com o ego lá em cima.

- Petúnia! – Repreendeu minha mãe novamente. – Não chame sua irmã de estranha!

- Ela só tem inveja, mãe!

- Lily!

- Não tenho, não! Sua... Sua bruxa esquisita!

- Petúnia!

- Se não tem inveja, por que escreveu a Dumbledore quando eu estava no primeiro ano?

-Lily!

- Acho melhor você parar, afinal, seu namorado não está aqui para te defender! Nem o Severus nem o James... Afinal, qual deles é seu namorado e qual é seu amante?

- Petúnia!

- Eu nunca namorei o Severus, também nunca namorarei! Nunca namorei James também...

- Mas ele você não diz que nunca vai namorar, né! – Ela me cortou.

-Chega, Petúnia! – Minha mãe gritou.

- Então me faça parar! – disse duvidando – Você não tem um feitiço para me fazer calar a boca? – Toquei a varinha com as pontas dos dedos.

- Petúnia! A janela está aberta! Agora chega! Está de castigo! - Desta vez meu pai se manifestou.

- Mas... Mãe...

- Está de castigo e ponto final!

- Viu, Lily! Tudo culpa sua! – Petúnia disse apontando pra mim.

- Você quer que eu aumente seu castigo? – disse meu pai entre os dentes.

- Não, pai...

- Então, já para o quarto! Vai ficar lá até segunda! Só sai para comer! – Sorte a dela que temos banheiro no quarto... Petúnia subiu a escada cabisbaixa. Minha mãe virou-se pra mim – Está tudo bem, Lily? Sei que você não gosta que toque no nome de Snape... Desculpe!

- Tudo bem, mãe! – falar de Snape ainda doía - Só me leve pra estação o mais rápido possível.

- Você está pronta?

- Sim, pai!

Carreguei meu malão no carro junto com minha coruja, voltei para dentro me despedir de minha mãe, meu pai ficou no carro me esperando.

- Tchau, mãe!

- Tchau, Lily! Só uma pergunta.

- Diga!

- Como vai James?

- Mãe!

- Filha, você sabe que não odeia ele tanto assim! Você até gosta dele! Ele é bonito e inteligente, não pode ser tão mal assim!

- Ah, mãe! Me deixa! Papai está esperando no carro, não posso demorar!

- Vai filha, vai! - Entrei no carro.

Chegamos na estação rápido, me despedi do meu pai e passei pelo portal. Dei de cara com Dorcas e Alice. Fui correndo abraçar elas!

- Dorcas! Alice! – Corri até elas.

- Lily! – Elas me abraçaram

- Como foram de férias?

- Maravilhosas! E as suas? – Alice disse toda animada.

- Ótimas. - Disse Dorcas desconfiada. – O que aconteceu foi que as férias da Alice foram tão boas assim?

- Aposto minha varinha que ela passou quase as férias todas com o Longbottom!

- Não enche, Lily! – A Alice disse sem graça. No ano passado, Alice começara a namorara sério com Frank, e ela morria de vergonha. – Como foram as férias com a cara de cavalo?

- Não a chame assim! – Eu disse, na verdade querendo rir.

- Mas você não gosta dela! – Dorcas disse.

- Mas ela é minha irmã – Virei para Dorcas; as meninas pareceram chateadas pelo que tinham dito. - Mas se querem saber, eu quase a transformei em cavalo mesmo! – Todas riram.

- Alguém sabe onde está Lene? – Disse Dorcas procurando Lene pela estação.

- Verdade! Ainda não a vi. – Surpreendeu-se Alice.

- Olha ela ali! – Eu disse apontando para uma morena de cabelos longos que vinha desfilando em nossa direção. Ela pulou no meu pescoço.

- Alguém sentiu minha falta? – Perguntou ela.

- Como não sentiríamos? – Perguntei já sabendo a resposta.

- Eu sei que eu sou demais! – Ela sacudiu seus cabelos.

- Menos Marlene! – Disse Dorcas fazendo todo mundo rir.

- Ah Dorquinhas! Eu sei que você me ama!

- É amamos mesmo! – O que não fazíamos para agradar a Marlene? Não que eu não a amasse!

Senti meus olhos serem cobertos por duas mãos, macia e cheirosas mãos.

- Adivinha quem é? – Reconheci a voz de Sirius.

- Sirius!

- Não! – Como não?

- Ah... Sirius! Para! Eu sei que é você! Reconheci sua voz!

- Sou eu quem está falando, mas não sou eu quem está cobrindo seus olhos – Toquei as mãos.

- Tá então... Remus – Mas não era o cheiro de Remus...

- Não!

- Sou eu! – James saiu de trás de mim sorrindo.

- Ah... Potter... – disse com repugnância.

- Lily! Esse ano você não está pensando em por acaso aceitar... – ele bagunçava os cabelos, nervoso.

- Sair com você! Não, obrigada! Agora dá o fora, Potter! – A cara dele murchou.

- Desista, Pontas! –Sirius finalmente saiu de trás das minhas costas.

- Sirius! – Pulei nele

- Ei, ruiva! Que saudade hein! – ele me lascou um beijo na bochecha e me deixou envolvida por apenas um braço. – Lene, Dorcas, Alice! Não vão dar um abraço no gostosão de vocês? – ele estendeu o braço em que eu não estava como se chamasse para um abraço.

- Cai fora, Black! – dessa vez foi Lene quem colocou uma dose extra de repugnância na voz.

-Nunca. Mais. Me. Chame. Assim. Se. Não. Quiser. Morrer. Marlene. – Disse Sirius entre os dentes fuzilando a Marlene.

- Calma, Sirius, calma – disse a ele, joguei um olhar de "tem problema?" pra Marlene. Ela sabe que Sirius odeia de morte ser chamado pelo sobrenome já que foi expulso da família. – Sirius! Como foram as férias?

- Ótimas! Pontas e eu ficamos inventando umas marotagens, bem legais! – O apito do trem tocou, era o sinal do embarque.

- Tchau Sirius! – Dei um beijo em sua bochecha. – Potter. – Acenei com a cabeça. Fomos para o trem.