Disclaimer: Harry Potter pertence à J.K. Rowling. Esta fanfic não possui fins lucrativos. A fanfic, porém, é minha, e não pode ser reproduzida ou copiada, parcial ou totalmente. Plágio é crime.

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Síndrome Malfoyniana
por J.K. Chan

– Capítulo 1 –

Malfoy, Malfoy e mais Malfoy

Cinco para as sete... Ele está atrasado. Acho que não vai conseguir tomar café. Ah, finalmente entra no salão.

Senta-se e pega um pouco de cada prato à sua frente. Chocolate, pudim e alguns sanduíches, como sempre. Estreita os olhos, provavelmente porque hoje não tem morango no café da manhã. Ele sempre come morangos. Sorri enquanto come chocolate (depois dos morangos, chocolate é o favorito dele). Fecha os olhos, saboreando. Abre os olhos e o olhar dele segue uma direção perigosa - a minha - mas ele desvia.

Pergunta algo às outras pessoas e arregala os olhos. Acho que lembrou de algo importante. Tira alguns objetos da mochila com pressa. A pena, provavelmente de Hipogrifo e o tinteiro, com extrabrilho. Além daquele caderno preto que eu não sei pra que é. Como se alguém, além de mim, se importasse.

Levanta-se da mesa e anda discretamente até o lado de fora do salão, mas franze as sobrancelhas quando o faz. Esse é o sinal de que algo está errado com ele.

Está vendo? Isso tem acontecido durante toda essa semana. Desde que eu resolvi procurar por ele novamente no Mapa do Maroto. Sim, foi assim que começou. Uma leve curiosidade que se tornou... bem, eu não sei direito. Só sei que ultimamente tem sido Malfoy, Malfoy e mais Malfoy.

Eu acho que estou ficando louco, débil mental. Olha o que uma simples curiosidade foi capaz de fazer com uma pessoa com suas faculdades mentais em estado anteriormente normal. Será que alguém me enfeitiçou? Esses dias tem sido insuportáveis e eu só quero descobrir como me curar disso. Mas não consigo!

Mas lá fui eu observar de novo o mapa assim que o Malfoy deixou o salão. O pontinho preto com as palavras Draco Malfoy andou até em frente à masmorra do Snape. O que será que ele foi fazer lá antes do horário da aula? Muito estranho... Merece investigação. De qualquer forma, a próxima aula é mesmo de Poções. E se eu... ? Não, não e não, Harry. Nada de investigar.

Percebi que ainda nem toquei no meu café da manhã. Me distraí e de repente todos os meus colegas já foram pra aula e eu estou atrasado.

Cheguei com a roupa molhada de suor na frente da masmorra, de tanto correr. Desejem-me sorte. Snape parece estar de péssimo humor. Na verdade, Snape sempre está de péssimo humor. Menos quando se trata do Principezinho Malfoy. Ele sempre trata o desgraçado melhor que os outros. E lá vem o Malfoy de novo no assunto... Preciso me tratar. E ponto final.

Bom, eu consegui ao menos entrar na sala. Mas Snape me olhou como se tivesse visão de laser e fosse me cortar ao meio. Nada bom, Harry. Nada bom.

Andei devagar e me sentei no primeiro lugar vazio que achei. Consegui ficar perto de Ron e Hermione, mas não entendo porque os dois me olharam estranho. Quem será que está sentado do meu lado? Ah, não. Ele não. Não do meu lado...

"Olá, Potter. Será que você poderia retirar essa bunda magrela do lugar da Pansy?" – disse o bastardo. Eu me virei e juntei todo o ódio que eu sentia por aquela criatura vinda dos infernos para acabar com a minha paz.

"Claro que não, Malfoy. A Parkinson está do outro lado da sala e se eu me levantar, sou reprovado em Poções." – Eu disse e me senti um idiota.

Além de não ofendê-lo em parte alguma da frase, coisa que ele fez, quando chamou a minha bunda de magrela, eu ainda dei a deixa para ele tentar me prejudicar – atividade preferida dele – pelo resto da aula.

Ah, como eu odeio o mapa, o Malfoy, o Snape, Hogwarts e qualquer coisa que conspire para que eu permaneça com meus pensamentos revirados.

Malfoy pareceu me deixar ficar, provavelmente maquinando alguma vingancinha. Finalmente o Professor-Carrasco-Snape resolveu passar uma poção idiota pra gente fazer em duplas, e adivinhe qual a minha dupla... Acertou quem disse "Draco-Eu-Sou-Metido-E-Irritante-Malfoy".

"Potter, eu sei que eu te desperto os melhores sentimentos, mas não vai adiantar nada você tentar furar a bancada com a faca. E depois me dizem que eu não tenho motivos pra te chamar de idiota..." – disse o Malfoy, enquanto eu notava que estivera quase a ponto de furar a mesa. Seriam tantos pontos perdidos...

Passei o dia trabalhando com o Príncipe Slytherin, amaldiçoando meus dias. Malditos Rabicho, Aluado, Almofadinhas e Pontas. Malditos fundadores dessa espelunca. Gryffindor, morra!

Eu preciso parar de amaldiçoar as coisas. Até o meu pai já entrou na roda! A não ser o Malfoy. Ele merece.

Malfoy, Malfoy, Malfoy, Malfoy, Malfoy, MALFOY. Que nome desgraçado!

Vamos pensar em outro nome, muito mais bonito, e cujo dono eu não queira esquartejar, fritar e comer os pedacinhos. Tá, os pedacinhos eu repasso.

Ginny Weasley.

Ruiva. Tudo bem que não são minhas preferidas... Mas tem olhos bonitos. Poderiam ser de outro tom de azul, mas tudo bem. A pessoa certa pra eu me preocupar.

O Malfoy ia rir da minha cara se lesse meus pensamentos. Caramba, uma vez me disseram que os Malfoy têm muitas gerações envolvidas com legilimência! Já pensou se ele descobre tudo que eu tenho pensado nos últimos dias?

Calma aí, Malfoy de novo? A Ginny não durou nem um minuto! Pelo amor de Merlin! Vou procurar Madame Pomfrey assim que sair desse lugar.

Ok, Harry, respira. É apenas o Malfoy. Só fique calmo, não criemos pânico.

Tá, eu sei que você não está entendendo nada, já que os meus pensamentos são confusos. Mas por favor, preciso de ajuda. Não posso falar pra Hermione sobre isso. Ela ia me dar um sermão por algum motivo que ela ia encontrar. Depois ia falar pro Ron, e ele me mataria só de pensar no meu problema.

"Potter?" – Alguém falou o meu nome?

Mas calma aí, qual o meu problema?

"POTTER!"– Parece mesmo o meu nome.

Nenhum. Eu apenas estou sentindo um ódio saudável e normal que eu sei que é recíproco. Fim da história.

BUM!

Ouvi um barulho terrível e me virei pra encarar o meu triste destino.

Draco Malfoy estava de pé, segurando uma colher de madeira, com o rosto completamente sujo de um líquido viscoso, enquanto Snape caminhava na minha direção perigosamente e a turma olhava com espanto.

O fim de Harry Potter era próximo.

"Detenção, Potter. E menos 50 pontos para a Grifinória." – O carrasco Snape falou pra mim. – "Draco lhe passou a tarefa básica de apagar o fogo! Mas o ilustre Harry Potter achou que pudesse ignorá-la e simplesmente ficou devaneando enquanto a poção explodia!"

Mas Malfoy escolheu aquele momento pra ter várias bolhas crescendo pelo rosto. Deu um grito de dor horrível e a atenção de todos foi pra ele.

"Potter, leve Draco na enfermaria AGORA!" – disse Snape. Veja pelo lado bom (se é que há algum). Pelo menos eu ia chegar à enfermaria, que era o meu intuito primário.

Peguei Malfoy pelo pulso, não sem protestar. E não sem ele protestar. Saí da sala e quase corri pelos corredores. Dane-se se Malfoy estava ocupado em gritar de terror. Eu tinha que correr se ele quisesse ter a cara restaurada. Bom, parcialmente restaurada, já que aquela cara de "Sou-Um-Príncipezinho-Esnobe" não irá sumir.

"Potter! Pára de correr e solta o meu pulso agora!" – Ele finalmente falou alguma coisa e depois puxou o braço, me fazendo tropeçar. Virei pra trás e ele estava massageando o pulso, parado.

Parado? Não! Temos que correr! Se aquelas bolhas não sumirem, a culpa vai ser minha. Maldito seja o engenheiro desse lugar que fez a enfermaria tão longe!

"Malfoy, a gente tem que chegar na enfermaria!" – Eu falei, tentando ser o máximo civilizado possível. O que não foi suficiente.

"A gente?" – Ele peguntou, levantando uma sobrancelha loira e patética. Ai, como eu odeio essa sobrancelha levantada. – "Pode voltar pros seus amigos sangues-ruins, eu me viro daqui."

"Então está bem." – Agi certo, não é? Cada minuto com ele se torna mais desagradável. Além disso, ele precisa mesmo aprender a se virar e deixar de ser fresco. Quando eu me virei pra ir embora, vi Pirraça flutuar na nossa direção. Ah, não. Boa coisa não poderia ser.

"Bolhudo-Malfoy! Sua cara é tão feia que devia ficar com essas bolhas pra sempre... Hahaha!" – cantarolou o poltergeist.

"Quero ver você dizer pro Barão Sangrento que a cara dele é feia..." – cantarolou o Malfoy de volta, e eu senti a ameaça na voz dele. Pirraça teria o troco. Eu senti que teria.

E eu que achava que Malfoy era fresco demais pra se defender. Deixa pra lá, esqueci que é do filho de Lucius Malfoy que eu estava falando. Sabe, eu tenho que parar de falar, pensar e qualquer coisa sobre o Malfoy.

"Potter?" – MAS COMO POSSO FAZER ISSO COM ELE FALANDO COMIGO?

"Oi?" – Isso não foi a coisa mais sarcástica que eu já falei pra ele, mas eu estava distraído, dá licença?

"Perdeu alguma coisa?" – Eu mereci. Pode falar. Realmente, até acho que ele pegou leve.

Afinal, nesse último minuto que estava viajando em pensamentos envolvendo o dono do comentário, devo ter ficado olhando pra ele com uma cara de babaca.

Quando eu ia falar alguma coisa realmente sarcástica (juro que ia), Malfoy passou caminhando por mim, indo pra enfermaria. O que eu poderia fazer? Eu o segui. Afinal, eu tinha que ver Pomfrey imediatamente.

Então, enquanto eu tento alcançar Malfoy, vá tirar um cochilo, comer uns biscoitos, que depois eu falo mais sobre essa minha terrível Síndrome Malfoyniana. Estou perdido, já tem até nome. Socorro.

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Nota da Autora: Essa foi a fic mais louca e complexa que eu já imaginei. Espero que gostem das minhas loucuras. Tem muito de mim nesse Harry. Frases, atos. Ah, o próximo capítulo está pronto, mas só posto quando tiver pelo menos uma review!

Com amor, J.K.