Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertencem ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas (Mas o Shura é de quem mesmo?).

Bom, antes de iniciar mais uma fic, eu tenho algumas coisas a dizer. Primeiro, esta fic era para ser, inicialmente, parte integrante da série "My Favorite Songs", tanto que o nome dela é uma música do Ira!. Porém, ao escrevê-la, eu percebi que tinha muito material e que seria impossível fazer uma oneshot.

Então o que fazer? Simples, eu segui o conselho de meu amigo Dionísio e resolvi torná-la uma fic à parte, embora ela possua poucos capítulos. Espero que gostem!

Ah, sim, uma outra coisa: eu sei que o nome da música lembra uma coisa meio cigana, meio espanhola (ai, Shura), mas não consigo imaginar outro senão o Afrodite na história, em uma aventura pra lá de envolvente.

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RUBRO ZORRO – CAPÍTULO I

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Trata-se de um faroeste sobre o Terceiro Mundo...

A cidade do pecado. Assim ela era conhecida por todos. Antro de corrupção, roubalheira, prostituição e tudo o que representava a degradação da moral. Bandidos, polícia, homens e mulheres, todos eram parte da escória que sujava as ruas e perpetuava a má fama do lugar.

Qualquer um que vivesse por ali, boa coisa não era. Ou pelo menos a maioria. Homens bons? Se existiam, viviam escondidos, com medo dos demais.

O caminho do crime o atrai

Como a tentação de um doce

Era tido como um bom rapaz

Foi... Quem foi

Entre tantos tipos desagradáveis, havia um que conseguia se sobressair sobre todos. Seu nome ninguém sabia, mas sua alcunha era famosa para além da fronteira: Afrodite, o maior criminoso que aquela cidade já vira, o homem cuja crueldade com suas vítimas era sem tamanho. Um homem sem passado, sem história, sem pistas sobre sua vida.

Tudo o que sabia a seu respeito era que, ao terminar seu "serviço", uma rosa era deixada sobre a vítima, como um artista que assina sua obra para ser reconhecido por todos. Para cada crime, uma rosa diferente.

Vermelhas, para as vítimas cuja morte era indolor, rápida e sem marcas aparentes; raríssimas rosas negras, para aqueles cuja morte era precedida de indícios fortes de tortura; e finalmente, as belas e delicadas rosas brancas, para aqueles cuja morte era lenta, terrível e dolorosa...

Era questão de honra para a polícia local descobrir sua identidade e prendê-lo. Para a justiça, seu destino deveria ser a cadeira elétrica. No entanto, essa não era a opinião de muitos naquele lugar.

Vítimas inocentes, ele não atacava, pelo contrário. Todos os seus crimes eram ligados a homens que tinham costas largas e quentes, praticavam todo tipo de atrocidade e sempre escapavam ilesos. Gente poderosa e muito rica, que encontrava seu destino nas mãos cruéis de um justiceiro sem nome.

Afinal de contas, que tipo de justiceiro ou criminoso seria Afrodite?

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Os corredores do fórum estavam todos lotados, gente por todos os lugares, escadas e portas, jornalistas se acotovelavam em busca da melhor foto ou de uma declaração dos advogados do réu em julgamento.

Aquele era o acontecimento do ano: o homem mais poderoso da cidade estava sendo julgado pelo assassinato de três ex-funcionários de sua empresa, os corpos tinham sido encontrados boiando no rio que cortava a cidade.

Todos ali sabiam de sua culpa. Mas quem seria louco de condenar o homem cujo simpático apelido era Máscara da Morte?

Alheio à multidão que cercava o homem e seus advogados, um jovem rapaz de vinte e poucos anos, pele muito branca e cabelos e olhos azuis claríssimos, lia compenetrado um jornal. Seus traços finos arrancavam suspiros das mulheres que passavam por ali e suscitavam a curiosidade dos homens presentes: seria ele... Bem, vocês sabem.

-Vai ficar aqui parado, Antoine? O julgamento vai recomeçar, já estão todos entrando novamente na sala! – gritou ao seu ouvido um outro rapaz, de cabelos e olhos castanhos bem curtos, fazendo caretas divertidas.

-Que susto, Edward! Não vê que estou lendo o jornal?

-Estou vendo que vamos perder a sessão e o depoimento da tal testemunha chave, isso sim! É assim que quer se tornar um bom advogado, lendo jornais velhos e perdendo sessões de julgamentos importantes?

-Ah, tá, como se esse julgamento fosse mesmo uma aula sobre o que é o Direito...

-Não resmunga e vamos logo, já vão fechar as portas da sala!

Correndo os dois estudantes voltaram à sala bem a tempo de ouvir o juiz pedir a entrada da testemunha chave do processo. Discretamente, Antoine sentou-se em sue lugar, na quarta fileira destinada aos espectadores, e viu uma jovem entrar por uma porta lateral, lançando olhares desconfiados a todos os presentes.

Seus olhos negros denotavam também um certo medo e, ao mesmo tempo, determinação. Os cabelos, também negros, estavam presos em um rabo de cavalo alto, o que acabou deixando à vista uma veinha pulsando insistentemente, de nervoso. Estava usando um vestido preto com a barra na altura dos joelhos e nenhuma jóia, apenas brincos discretos. O conjunto lhe conferia um ar de sobriedade e demonstrava seu luto por alguém, possivelmente um dos três mortos.

Ela sentou-se na cadeira indicada pelo promotor à direita do juiz e então finalmente encarou o olhar do réu, à sua frente. Um calafrio percorreu sua espinha, mas ela manteve-se firme. Nesse instante, um policial aproximou-se segurando uma bíblia e ela aprumou-se para fazer o juramento.

-Senhorita Elizabeth Montgomery, jura dizer a verdade, nada mais que a verdade e somente a verdade neste tribunal, a qualquer que seja a inquisição da promotoria ou defesa?

-Juro.

'"É preciso muita coragem para dar a cara à tapa em um julgamento que não dará em nada, Elizabeth...", Antoine pensou consigo mesmo, observando os traços delicados e belos da jovem, o seu jeito firme ao responder as perguntas que lhe eram feitas.

Mergulhado em seus pensamentos, o rapaz desligou-se do julgamento por alguns momentos, dedicando-se a observar a jovem testemunha e também o réu, estudando suas expressões e resmungos.

Aquele mundo era pequeno. E cheio de surpresas também.

Amigos de infância que compartilhavam os mesmos sonhos podiam seguir rumos diferentes. Ou simplesmente perder contato um com o outro.

Quem sabe, as duas coisas também.

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-Estamos falando ao vivo do fórum da cidade, onde acaba de acontecer o julgamento do empresário de sucesso conhecido pelo nome de Máscara da Morte. Segundo as primeiras informações que temos, o réu foi considerado inocente por unanimidade pelo júri e o depoimento da senhorita Elizabeth Montgomery, testemunha chave do caso, foi considerado inválido e contraditório, o que ajudou o réu a obter uma sentença favorável.

O repórter fazia sua entrada ao vivo no noticiário, diretamente do fórum. Dezenas de seguranças particulares e policiais escoltavam Máscara da Morte até seu carro, estacionado à frente do prédio. Estava livre e podia voltar à sua rotina normal.

Parados na calçada, observando o movimento, Edward e Antoine estavam quietos, cada qual com seus pensamentos.

-É... Parece que esse cara nunca vai ser preso, pelo menos não nessa cidade. Acho que o caso dele é um trabalho para o Afrodite.

-Deixa de besteiras, Edward! Por que um criminoso mataria outro, ainda mais sendo quem Máscara da Morte é?

-Não sei... – o rapaz deu de ombros – Mas quem tem que pensar nisso é a senhorita Elizabeth. Ou você acha que o cara vai deixá-la viva depois de tudo que ela falou no tribunal?

Antoine era obrigado a concordar com o amigo. Elizabeth tinha sido corajosa ao aceitar depor contra Máscara da Morte. Mas, com esse gesto, acabou por assinar sua sentença de morte.

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No carro da polícia, sob proteção judicial, Elizabeth remexia s mãos nervosamente. Droga! Sabia que era certa a sentença "inocente" para aquele desgraçado, mas mesmo assim se arriscou. Maldito senso de justiça que agora podia lhe custar a vida!

Nervosa, ela sequer olhava para os policiais que faziam sua segurança, não confiava em nenhum deles. Durante meses acompanhara o trabalho de alguns deles que iam à empresa para conversar com aquele monstro, ela própria ouvira o que falavam por diversas vezes! E agora, o que faria?

-Senhorita Elizabeth, me parece nervosa... – um dos policiais resolveu puxar conversa – Aceita um café, eu trouxe do tribunal.

Sorrindo, a jovem aceitou o café sem pensar e o bebeu quase de uma vez. Mal tomou o último gole sentiu a cabeça começar a girar, a visão ficou turva e suas forças foram sumindo de seu corpo, até ela tombar no banco do carro.

O policial que lhe oferecera o café a ajeitou no banco de modo que ficasse mais confortável e fez um sinal para os dois que estavam nos bancos da frente, indicando que estava tudo certo. O que estava sentado no banco do passageiro sacou o celular do bolso e discou um número rapidamente.

-Alô? Sim, pode dizer a ele que está tudo certo... Logo a gente chega por aí, com a garota... Tchau.

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Final de primeiro capítulo! Finalmente, eu consegui escrever uma fic com o Afrodite, fazia tempo que eu queria escrever uma história com ele e que não fosse yaoi! Acho que consegui...

Ah, claro, o Máscara da Morte... É, tinha que ser o canceriano o "vilão" da história, ele e o Dite sempre são mostrados como amigos ou casal, eu quis mudar um pouco isso nesta fic...

Espero que curtam a fic, como eu estou curtindo! Beijos!