Oi, esse é o primeiro fic de Saint Seiya que tenho coragem de digitar (tenho outros, mas são tão grandes que tenho preguiça de digitar). Espero que gostem.

Ele se passa pouco depois da "morte" de Issak. Eu sigo o mangá, então o mestre do Hyoga e do Isaak é o Kamus!

Kamus e Milo têm 17 anos no começo do fic e a história é toda escrita em 1ª pessoa.

Atenção, esse fanfic tem yaoi, se não gosta, não leia. Já tah avisado, não venha reclamar depois...

Saint Seiya não pertence a mim (infelizmente ;_;), não me processem por fazer um fanfiction baseado nessa serie.

O Começo de Tudo

Cap 1 – O Sentimento Maior que a Amizade

Milo

Já tem três dias que me sinto assim...Desde que Kamus voltou pra Sibéria.....

Sinto que há algo errado com ele. Está triste de mais, sem contar que há também um grande sentimento de culpa e incapacidade que ocupa grande parte de seus sentimentos...

_ Kamus, onde você se meteu? – Paro e olho em volta, porem só vejo neve e mais neve.

Meus ossos estão gelados e o frio é intenso. Francamente, não entendo como alguém pode morar aqui....

Respiro fundo e volto a andar no meio desse nada branco.

Mais dois dias passaram, antes que eu avistasse uma pequena cabana feita de madeira.

Assim que a avistei, tive certeza que havia achado ele. Corro em direção da cabana. Meu coração pulsa ainda mais que o normal por causa da felicidade que sinto em finalmente tê-lo achado.

Ao entrar, meu coração se aperta. Nunca imaginei que veria Kamus no estado em que estou vendo. Ele está abatido e triste. Seu olhar é vazio e acho que nem me notou quando entrei. Solto a mochila que carregava no chão e vou até ele.

_ Kamus? Kamus, o que houve? – Pergunto preocupado, porém ele apenas me olha.

Sem saber ao certo o que fazer, retiro meu casaco para poder me movimentar melhor e só então percebo como está frio dentro da casa. Apreço-me em alimentar mais o fogo da lareira.

Penso em me sentar com Kamus, mas provavelmente ele não comia há algum tempo, então preparo uma sopa quente. Não que eu cozinhe muito bem, mas quebra o galho.

Ele comeu de forma mecânica, nem deve ter sentido o sabor, e não mudou de expressão em momento algum.

Tento conversar com ele várias vezes, porém ele me ignora completamente.

Sem saber como posso ajuda-lo, apenas me sento do seu lado e o abraço carinhosamente.

_ Vai ficar tudo bem Kamus...Agora eu estou aqui e vou ajuda-lo a passar por isso....o que quer que isso seja....- Acaricio seus longos cabelos e ele retribui o abraço – Vai ficar tudo bem....

Não sei ao certo quanto tempo ficamos assim, só sei que quando olho para ele, ele estava completamente adormecido. Então, me levanto calmamente e o ergo em meus braços. Deito-o na cama e o cubro com um grosso cobertor e logo depois me sento ao seu lado...

Kamus

Quando acordo, Milo estava ao meu lado, sentado em uma cadeira, me observando calmamente.

É incrível como ele consegue me fazer sentir bem com apenas uma palavra ou um gesto. Quase me fez esquecer a morte de meu discípulo...

Ele se levanta da cadeira e vem até mim.

_ Kamus, já acordou?...Como se sente?

_ Bem, obrigado. – Digo sem muita certeza, e ele percebe.

Milo suspira e me abraça novamente.

_ O que aconteceu com você Kamus?

_ ...- Não respondo, não sei se conseguiria.

_ Estou te procurando há dias. Se não me disser o que aconteceu, minha viagem terá sido em vão...

_ Sinto muito tê-lo feito vir até aqui – Digo interrompendo-o, ofendido.

_ O problema não é esse Kamus. O problema é que não poderei ajuda-lo se não me falar o que houve. Não estou aborrecido por ter vindo até aqui, mas ficarei se tiver que voltar para o santuário sem ter te ajudado...

E, mais uma vez, ele conseguiu quebrar minhas barreiras....Tenho ânsias de chorar, porém apenas o abraço, pois apesar de ele estar me abraçando, ainda não havia retribuído tal gesto.

_ Por favor Kamus, me conte o que aconteceu.

Enquanto ele falava, passei a mão por uma mecha  de seus cabelos e me assusto ao constatar que estava molhado.

_ Por que seu cabelo está molhado Milo?

_ Molhado? – Ele me solta, passa a mão nos cabelos e me olha com um olhar sapeca _ Acho que foi a neve. Estava andando já há alguns dias e a neve me encharcou.

_ E você não se secou, seu tonto?!? -  Digo levantando e indo até o armário.

_ Nem me lembrei na hora...Mas não tem problema, você só dormiu por meia hora, não tem muito tempo que eu estou aqui, não vou pegar um resfriado por causa disso...

_ Não interessa, seca logo seu cabelo e tire essa roupa úmida – Jogo uma toalha e uma troca de roupa pra ele, que se troca rapidamente.

_ Pronto, estou seco. Agora pare de fugir do assunto. – Disse voltando a se sentar na beirada da cama, ainda secando os cabelos.

Também sento na cama, de frente pra ele. Respiro fundo, me preparando para lhe explicar, e todas as lembranças voltam à minha mente, e um nó se forma em minha garganta. Não consigo falar.

_ Milo... – Digo  após uns minutos de silencio – ...Isaak...o Isaak... – Não pude terminar a frase, uma dor muito forte em meu peito me impede..

Milo

Nunca, em toda minha vida imaginei vê-lo tão triste como o vejo e.....desejo nunca mais vê-lo assim.

_ Isaak, o seu discípulo mais velho? – Ele apenas afirmou com a cabeça – O que tem ele Kamus?

_ Ele morreu...e o culpado disso fui eu....

_ Kamus, você sabe que muitos morrem durante os treinos, são poucos os que sobrevivem. Quando aceitou ser mestre desses dois meninos, você sabia dos riscos que eles corriam. Por isso não é permitido ao mestre se apegar aos discípulos.

_ Eu sei...Mas não tem como não sentir a morte deles, por mais que tente não se apegar.... Com os anos aprendi a amar aqueles garotos como a filhos, apesar de não demonstrar isso à eles. E ele morreu por minha culpa...

_ Não foi culpa sua, tenho certeza que é um bom mestre....se ele não sobreviveu, foi porque ele não era bom o suficiente...

_ Ele não morreu no treino. Ele morreu porque eu não estava lá para ajuda-lo quando ele precisou. Foi tudo culpa minha! – Ele disse a ultima frase alterado, quase gritando, algo raro de acontecer com ele.

Vejo seus olhos ficarem ainda mais tristes e melancólicos.

_ Me explique isso melhor Kamus. Como e quando isso aconteceu?

_ Quando voltei do Santuário encontrei Hyoga, meu outro discípulo, quase com pneumonia. Ainda febril, ele me contou que havia tentado visitar o tumulo de sua mãe, que fica no fundo do mar da Sibéria, porém foi pego por uma forte correnteza e se não fosse por Isaak, ele teria morrido. Isaak morreu salvando ele...Isaak morreu porque ainda não tinha forças o suficiente para enfrentar as correntezas. Se eu estivesse lá, poderia tê-lo salvo e Isaak não teria morrido. Foi tudo minha culpa!

Novamente, como se ainda isso fosse possível, seu olhar ficou mais triste e culpado. Porém, pela primeira vez, seus olhos se encheram de lagrimas, e isso me assustou, me assustou mais do que qualquer coisa até então.

Eu amo Kamus. O amo já há algum tempo, porém nunca disse isso e nem demonstrei à ele nada, além de minha amizade. E, até esse momento, não pretendia contar nunca o quanto gosto dele, mas essa situação me pegou desprevenido. Não sei ao certo o que fazer, só não quero vê-lo chorar. Então, pego por um impulso, eu o abraço e o beijo. Foi um beijo superficial e leve, pouco mais de um roçar de lábios.

Quando o solto, ele me olha surpreso e confuso.

Kamus

Demora para eu entender o que havia acontecido de verdade...E demora mais ainda para que um de nós falasse. Milo olha para o chão, evitando meu olhar. E foi ele quem começou a falar

_ Desculpa. Você estava muito triste e eu não sabia o que fazer, foi um impulso. Não gosto de te ver triste, me desculpe....

Ele realmente esta muito envergonhado e fica um bom tempo dando várias desculpas. Eu apenas fico a observar seu jeito estabanado e confuso de se explicar.

Pela primeira vez em dias, eu sorrio... Sorrio de seu jeito atrapalhado e de suas desculpas sem sentido, sorrio de seu rosto desconcertado e, principalmente, sorrio porque percebi o quanto ele gostava de mim e o quanto ele queria que eu ficasse bem.

Até mesmo eu me assustei quando meus olhos se encheram de lágrimas, mas nenhuma lágrima escorreu. Talvez porque Milo tenha impedido, ou talvez porque eu não seja mesmo capaz de chorar...

Assim que percebe o leve sorriso em meus lábios, ele para de falar e fica a me olhar sério. Eu apenas o abraço pela cintura e encosto minha cabeça em seu colo, me deitando na cama,  da mesma forma como ele fazia comigo quando estava chateado, da mesma forma que eu permitia somente ele fazer...

_ Tudo bem, eu entendo....- Digo desculpando-o

Milo

Não, ele não entende. Ele acha que fiz aquilo apenas por ser muito seu amigo e não saber o que fazer. Isso não deixa de ser verdade, mas o maior motivo é porque eu o amo. Como nunca amei ninguém.

Suspiro. Melhor que ele não saiba, ou irá me odiar.

Tirando esses pensamentos da mente, apenas curto o momento, e fico acariciando seus cabelos, pois provavelmente nunca mais eu verei Kamus tão frágil assim.

Aos poucos, ele foi ficando sonolento.

_ Obrigado Milo... – Diz baixinho, entre o mundo real e o mundo dos sonhos.

_ Pelo que? Não fiz nada...

_ Obrigado por estar aqui.... – E então ele fica em silencio, adormecido profundamente.

Penso em me deitar ao seu lado e dormir um pouco também, mas meu estômago reclamando, me faz mudar de idéia. Levanto com cuidado para não acordá-lo e vou até a cozinha. Como o que havia sobrado da sopa.

Logo depois, resolvo sentar na sala, perto da lareira pois ainda estava muito frio.

Observo a neve caindo através da janela, até que me sento sonolento e adormeço.

Kamus

Abri os olhos e me encontrei deitado na cama e coberto com um grosso cobertor. Rapidamente olho em volta e percebo que estava sozinho.

Será que tudo havia sido um sonho e que Milo não estava ali na verdade?

Suspiro chateado e me levanto, já tendo a certeza de que tudo não havia passado de um sonho, pois a casa estava silenciosa de mais.

Ando até a sala e, para minha surpresa (e por que não dizer também felicidade), o encontro adormecido sentado no sofá, todo encolhido e abraçando o próprio corpo.

Me aproximo com um sorriso, feliz por saber que não estava só, porém meu sorriso sumiu ao constatar que ele estava escolhido pois tinha frio e tremia bastante.

Volto às pressas para o quarto e pego o cobertor para cobri-lo, porém ele continua tremendo. Preocupo-me, pois aquele cobertor era grosso o bastante para deixa-lo até com calor.

Passo então minha mão por sua testa e percebo que ele tem febre alta. Provavelmente ficou assim por causa dos dias andando na neve. Seu corpo só resistiu até agora, pois sua vontade de me encontrar devia ser muito grande.

Resolvo tira-lo do sofá para poder cuidar dele melhor e para que ele descanse melhor também. Levanto-o em meus braços e o deito na cama.

Cuido dele por cerca de duas horas, quando ele acorda.

_ Kamus? O que eu estou fazendo deitado aqui?

_ Eu te coloquei aí. Eu disse que você ia ficar doente, não disse?

_ Eu não estou doente! – Diz se levantando.

_ Sim, está. – Eu o empurro de volta pra cama e o cubro. – Fique um pouco deitado!

_ Eu não quero. Vim para cuidar de você, e não o contrário! – Eu sorrio

_ Você já está cuidando de mim. Agora me deixa cuidar um pouco de você também, se não você não vai conseguir continuar cuidando de mim, ruim desse jeito.

Ele parece se conformar e fica quieto na cama. Encosto minha mão em sua testa, por baixo da espessa franja e constato que ainda tinha febre.

_ Vou pegar um pouco de água para você. Já volto.

Me levanto e vou até a cozinha pegar água. Quando volto, ele já estava adormecido e, novamente tremia de frio.

Procuro por mais cobertores, mas ali só tinha aquele que já estava cobrindo-º

Deito-me então ao seu lado e o aqueço com meu cosmo. Pouco adianta, pois a febre estava alta de mais e ele começa a delirar.

Ele chama por seu mestre e por pessoas das quais nunca ouvi ele falar antes, e também me chama...

_ Kamus... Kamus... _Diz em um sussurro trêmulo.

_ Estou aqui. – Eu o abraço para tentar aquece-lo mais, porém de nada adianta.

_ Kamus.... Kamus... – De seus olhos começam a escorrer lágrimas. Deve estar tendo um pesadelo terrível em meio à seus delírios. – Kamus, não.... não faça isso... – E pelo jeito, eu sou o causador de tamanha dor... – ...não vá.... não.... me deixe.... te amo....

Com essa declaração involuntária, me assusto.

Sempre soube que Milo não gostava de se prender à ninguém, que tinha muitos amantes passageiros e, como ele mesmo dizia, sem importância alguma. Mas, há muito tempo atrás ele foi questionado por Saga, se algum dia seu coração havia sentido a dor que ele estava fazendo seus amantes passageiros sentir, a dor de não ter seu amor correspondido. E, para a surpresa de todos, seus olhos se entristeceram e ele disse "Sim, se você quer tanto assim saber, eu já amei, e ainda amo alguém. Porém meu coração escolheu a única pessoa que eu sei que jamais me amará da forma que a amo." Quando questionado do por que dele não ter tentado seduzir essa pessoa ainda, ele simplesmente disse "Porque eu a amo de mais para fazer com ela o mesmo que faço com as outras pessoas. Não quero que pense que estou usando-a também."

Depois disso, ele se retirou e nunca mais tocou no assunto, nem mesmo comigo, e eu também nunca insisti no assunto. Mas agora era diferente...

Seria eu essa pessoa que ele falara antes? Será que foi por isso que ele me beijou àquela hora?

Minha cabaça está dando voltas. Meu melhor, e único amigo, aquele no qual sempre confiei e contei nas horas nas horas que mais precisava, aquele que é o único que permito que veja meu verdadeiro jeito de ser, por trás da barreira de gelo que me escondo para que os outros não vejam minhas fraquezas, havia acabado de falar por entre seus delírios que me amava.

Penso em soltá-lo e sair dali o mais depressa possível, porém seu corpo trêmulo me obriga a ficar.

Por um momento, me esqueço da confissão e me lembro apenas o quanto era meu amigo e que era importante para mim. Acendo novamente meu cosmo e aqueço seu corpo.

Aos poucos ele vai parando de tremer. E eu fico ali, abraçando-o, até que adormeço.

Continua....

Terminei de digitar o 1° capitulo!!!!!!!! Provavelmente vou demorar uma semana ou duas para mandar o próximo. Mas se me incentivarem serei mais rápida, então por favor, mandem rewies!!!!

Bem, o Kamus pode estar parecendo meio OOC, mas lembrem-se, ele deixa bem claro que só se permite agir normalmente na frente do Milo!!! Mais pra frente ele vai aparecer agindo "normalmente"

Keiko onee-chan terminei!!!!  Apesar de vc jah ter lido essa historia até o fim, acompanha na net e deixa rewies pra mim... *cara manhosa*

June, demorou mais terminei, espero q goste.