Notas Iníciais e únicas:
Nota 1: Isso é um crossover com OC's e envolve Bleach e Final Fantasy (muito pouco), então todos os direitos resevados aos seus respectivos autores: Tite Kubo e Hironobu Sakaguchi.
Nota 2: Erros? Reviews indicando-os.
Nota 3: Obrigado, Richelle, por me ajudar.
The End of notes ;**
01. Valhala, a cidade dos heróis mortos em Batalha.
Eu voltava do lago municipal de Ceres pela Avenida Bernardo Sayão, no mesmo dia em que eu reclamara de ter uma vidinha muito pacata quando algo fora do comum aconteceu.
Um clarão hiper-forte em um beco escuro logo à minha frente, a cerca de quinhentos metros de onde eu estava, corri o mais rápido que pude para ver o que era.
Quando cheguei ao beco encontrei apenas um senhor muito estranho de idade muito avançada com um daqueles aparelhos de rádio amador em suas mãos.
– Hey, senhor, você viu aquele clarão há poucos segundos? – perguntei ofegante por causa da corrida repentina.
– Não, eu não vi nada – respondeu o velhinho ainda no escuro com o rádio amador nas mãos.
Ele olhou para mim jogando o aparelho no lixo.
– Por que está jogando algo tão antigo no lixo? – perguntei ao velhinho.
– Isso aqui já parou de funcionar a décadas, meu filho – respondeu ele com certo pesar.
– Ah, mas... Ele parece ser bem legal. – Sabe, é que eu sempre gostei de coisas antigas – O senhor poderia dá-lo para mim? – perguntei entusiasmado.
– Ele não funciona e raramente você encontrará peças para consertá-lo, mas tudo bem, ele é seu, caso contrário eu iria jogá-lo fora mesmo – respondeu o velhinho me dando a geringonça mostrando-me um estranho sorriso.
– Ah, obrigado, o senhor é muito legal, aliás, qual é o seu nome? – agradeci curioso em saber o nome do tal velhinho.
– De nada, meu nome é Odin – ele respondeu virando o lado esquerdo de seu rosto.
Tirando o fato de que não tinha lua no céu, e o beco estava completamente dominado pela escuridão por falta de iluminação pública, eu não havia reparado que este senhor não tinha o olho esquerdo.
– E qual é o seu nome meu jovem? – perguntou o velhinho contraindo o cenho numa expressão de curiosidade.
– Ah, claro, como eu sou mal educado – eu disse tentando me desculpar por não me apresentar.
"Primeiro apresente-se antes de perguntar o nome de alguém" a minha mãe sempre tentou me ensinar isso, mas acho que sou muito retardado para lembrar-me de coisas assim.
– Meu nome é Will, senhor. Willian Von Rayden. – Respondi com vergonha de meu sobrenome, que fora herança de meus avós, um sobrenome um tanto estranho para uma pessoa natural da região centro-oeste do Brasil.
– Senhor Odin, tenha uma ótima noite preciso ir para casa, pois tenho que levantar-me as 6 amanhã porque tenho aula às 7 horas – eu disse disparando as pressas para o caminho de casa acenando sem olhar para trás pro senhor que eu acabara de conhecer.
Moro cerca de 50 metros da escola e preciso acordar uma hora antes para que eu não chegue atrasado, e mesmo assim ainda consigo passar na sala da coordenadora para bater um papo sobre o porquê de meus atrasos, de vez em quando.
– Okey, Boa Noite Willian, take care! E faça bom proveito dessa sucata, eu já vivi várias aventuras graças a ela – respondeu ele.
Não entendi muito bem a função do substantivo "Aventura" na resposta dele, mas isso não importa, a única coisa que importa agora é que tenho algo para fazer e eu poderia me gabar diante da Guild dizendo "Eu consegui este rádio amador que foi usado por Hitler na segunda guerra mundial e tive que bater em dois vândalos neonazistas que estavam com ele e eles ainda lutavam Kung-fu", no entanto, eu não poderia dizer isto porque seria uma mentira muito 'cabeluda' e eles nunca acreditariam em mim, tirando o débil mental do Saito – Ah, esse sim acreditaria, pois o cérebro dele é do tamanho de uma ervilha – pensei.
– Peraí... Será que ele sabe quem foi Hitler? – perguntei a mim mesmo.
– É... Ele não sabe – respondi e ri sozinho no meio da rua.
Quando cheguei em casa corri direto para o meu quarto e liguei o PC, eu estava em busca de Diego Belmont, um amigo, desde que eu o conheço ele é bom em consertar coisas, já consertou o controle do meu Playstation várias vezes, talvez ele possa dar uma olhada no rádio e consertá-lo.
– Droga! Dine, você pagou a internet? – Gritei com minha irmã pela janela lateral do meu quarto, pois o quarto dela era o próximo.
– Claro que não pateta, eu disse a você que a grana estaria em cima da mesa e você deveria passar lá e pagar, pois é perto da academia que você frequenta – ela respondeu com a grosseria de sempre.
– Aff, cortaram a net e você não me disse nada – reclamei.
– Lógico que disse macaco sem cérebro! Na hora do almoço quando você estava usando sua perna como se fosse uma guitarra para solar After Life e pulando feito um headbanger – exclamou ela.
– Eu estava com o headfone, droga! Só porque preciso dessa internet inútil hoje ela me deixa na mão – reclamei novamente.
Vou deitar-me mais cedo, pois não posso esperar para falar com Diego para que ele tente concertar o rádio.
Este foi o único dia da minha vida que eu me recordo de acordar sem a ajuda da minha mãe, 6h30 e eu já estava pronto, mal comi e saí com uma pressa fora do comum.
Logo quando cheguei à escola contei as novidades à Guild que estava reunida no local de sempre, em baixo da arquibancada da quadra, lá estavam todos eles: Diego Belmont, Rotto Von Bastian – Esse é meu primo por parte de mãe, percebe-se algum parentesco pelo sobrenome –, Orfeu Airesir e seu irmão Richarde Airesir – esse inútil é um pirralho, um bobo da corte, o apelido dele é Zigzig, não me perguntem o porquê, pois é uma longa história –, e por fim tinha Lucas de Saito, mas como ele pedia, todos nós o chamávamos de Saito.
Ah, eu já ia me esquecendo, sempre refiro a nós como "A Guild", então, deixe-me explicar o porquê disso. Nós somos conhecidos como "Vaizards", somos um tipo de sociedade, sempre andamos juntos e sempre que algum de nós arruma confusão todos se envolvem na mesma, frequentes brigas na escola e na rua, nós tínhamos até nosso próprio time de handball "Vaizards" e cada um de nós era chamado de 'Espada' e possuía um número e este número representava o seu grau de habilidade na Guild, eu era o Primeiro Espada, Orfeu era o Segundo Espada – eu e ele sempre treinamos juntos desde pequenos não se notava muita diferença entre nós, mas como o Primeiro tinha algumas responsabilidades a mais e ele era extremamente preguiçoso para com algumas coisas, ele nunca discutiu o fato de eu ser o Primeiro e ele o Segundo –, Richarde era o Terceiro, Diego e Saito sempre disputavam para ver quem ficava com os títulos de Quarto e Quinto Espada, então, não tinha muita diferença entre eles, por fim Rotto era o Sexto espada. – Esse eu conhecia desde pequeno, nunca ligou muito para as coisas e nunca se esforçava, então, nem mesmo eu sei do que ele é capaz, só sei que ele não liga para nada além de seu Notebook.
– Eu posso dar uma olhada no rádio, mas como é uma coisa antiga não sei se vou saber consertar – respondeu Diego mostrando-se curioso.
– Eu também posso ajudar pesquisando na internet sobre aparelhos do mesmo modelo e por lojas para a compra de peças de rádios amadores antigos – Rotto disse abrindo o Notebook.
– Oh, que legal que vocês vão ajudar. Vamos ver do que ele é capaz quando estiver funcionando, pois o velhinho disse "Eu já vivi várias aventuras graças a ela". Talvez nós possamos fazer contato com Aliens – eu disse com zombaria.
– Vamos nos encontrar no porão lá de casa esta tarde, depois das 6h para que possamos mexer nisto – disse Orfeu também interessado na sucata.
– Hey, Will, cadê o jogo que você disse que traria para mim? – perguntou Richarde nada interessado no rádio.
– Will-colméia, isso aí pega 'Rádio Animix'? Minha irmã disse que estão tocando as músicas novas da Yui pela manhã toda – perguntou Saito mostrando mais uma vez não ter cérebro.
Todos riram até quase molhar as calças, ninguém conseguia olhar para ele sem rir, fazendo uma pergunta tão inocente dessas, mesmo sendo uma das coisas mais burras que eu já ouvi.
– Não. Lucas, isto é um Rádio Amador que faz possível a comunicação entre duas ou mais pessoas que se encontrem sintonizadas em canais de mesma frequência – respondi ainda tentando parar de rir.
– Ah tá, entendi – ele respondeu dando uma risadinha sem graça mostrando a todos que ele não tinha entendido nada.
– Okey, já tocou o sinal, vamos para a sala de aula ou todos nos levaremos outro pedido de comparecimento de pais para casa – disse Rotto nos mostrando ser o mesmo Nerd preocupado de sempre.
– Okey, Pai! – todos responderam com certo sincronismo e sarcasmo.
Richarde foi para o Oitavo ano, Saito para o Nono ano, Orfeu se dirigiu à porta do primeiro ano que parecia já estar trancada – Acho que ele está encrencado – eu disse para Diego enquanto estávamos a caminho do Segundo ano. Eu e Diego encontramos com Cida, a professora de Geografia, no meio do caminho até o Segundo ano e ela lecionaria nossa primeira aula, Rotto já tinha entrado na sala do Terceiro quando eu procurei por ele – Muito pequeno, mas o mais astuto e furtivo entre nós – brinquei.
Na quarta aula eu já não agüentava mais a ansiedade e capotei sobre meu livro de física, eu já sabia a matéria toda e como Humbreto, nosso professor de física, me admirava por algum motivo o qual eu fazia questão de não saber, não haveria problemas se eu dormisse na aula dele.
Acordei com Diego cutucando meu braço.
– Hey, vamos para casa, já são 11h30.
– Okey, vamos. Ah, e não se esqueça de levar suas ferramentas até o porão às 6 horas. All right? – o lembrei.
– All right, All right – ele respondeu com preguiça, como sempre.
Quando saí de casa para as minhas atividades diárias eu mal podia esperar até que 6h chegassem logo.
– Esse dia promete ser longo – reclamei.
Depois de muito tédio, nem prestei atenção na aula de guitarra e o professor Joe Van Halen só estava revisando a escala cromática em Ré maior de quatro aulas atrás que alguns não tinham conseguido aprender, como eu treino assiduamente em casa tinha sido bem fácil, pois eu já sabia antes mesmo de ele ensinar para nós.
– Que dia longo esse – reclamei voltando da academia.
Chegando em casa minha irmã já foi gritando do quarto dela:
– Tire essas botinas fedidas e sujas, pois acabei de limpar.
– Droga! Já estou meia casa adentro. – Eu ressenti.
Quando olhei para trás o meu rastro era devastador na sala inteira, estava toda suja. Não liguei para isso, mas que ela ficaria brava quando visse. Ah, se ficaria. Ela me mataria. Corri imediatamente e tranquei-me no banheiro.
– Ah, moleque! Tá achando que tem escrava sua aqui? – ela gritou furiosa.
Pode parecer estranho, mas eu estava com medo de uma garotinha de 14 anos, ela já me furou com um garfo quente uma vez e faz um monte de coisas que somente um demônio faria com o próprio irmão, então, eu não poderia arriscar.
– Desculpa. Depois eu limpo – tentei oprimir a raiva dela.
– É claro que você vai limpar, nem que eu te espanque até a morte – disse ela me ameaçando.
Depois de limpar a sujeira que fizera peguei o rádio e saí correndo, a casa de Orfeu ficava a apenas algumas quadras de distância da minha casa, sei que não eram 6 horas ainda, mas alguém já deveria estar lá.
Chegando lá, encontro Zig jogando um jogo no PC, era a versão nova de um game onde você luta controlando Terroristas ou Antiterroristas, tinha metralhadoras, facas, granadas, bazucas, etc. Um monte de armas de destruição em massa que eu nunca havia visto na vida.
– Hey, Orfeu, seu irmão deveria mesmo estar jogando esse jogo? Ele já não regula bem e lhe faltam milhões de neurônios que um ser humano normal tem – disse meio preocupado e com um ar de zombaria.
– Você deveria mesmo estar falando de mim como se eu não estivesse aqui, Will? – perguntou ele revirando o cenho e fazendo uma careta assustadora.
Orfeu apenas riu.
Três batidinhas familiares soaram na janela.
– ENTRA! – Richarde gritou.
– Parece que os outros chegaram – Orfeu presumiu.
– É – concordei.
Os três estavam juntos, Rotto estava com seu Notebook, Diego com sua mochila de ferramentas e Lucas estava viajando na maionese como sempre.
Depois de muito tempo analisando, Diego estava tonto olhando para aquela geringonça e parecia não conseguir abri-la.
– Mas, que droga é essa? – ele disse um pouco nervoso.
– O que foi? – perguntei curioso.
– Nada, tirando o fato de que isso não tem parafusos, nem trancas e tem coisas escritas numa língua que eu nunca vi antes, nada aconteceu. – Ele respondeu a minha pergunta com ironia.
– Que aparelho mais estranho, não encontro nada sobre ele na internet. Vi esses números aí e achei que fossem seus números de série, mas pelo jeito não são – Rotto disse confuso.
Aquele aparelho era bem estranho mesmo, parecia ter muito mais de 50 anos, era quase que esculpido de tão graciosos que eram seus detalhes, eu presumi que fosse um rádio amador porque tinha uma roda com números seqüenciais e uma antena, mas não possuía nenhum tipo de fone ou alto-falante e o senhor que estava com ele não mencionou que ele era um rádio em momento algum, mas também não me alertou de meus devaneios.
– E agora o que faremos? – perguntei a todos.
– I've a plan! – Richarde gritou arranhando seu inglês porcaria com um tipo de sorriso demoníaco na face e subiu as escadas o porão correndo.
Depois de alguns minutos ele voltou com uma marreta e um pé de cabra.
– Vamos ver se não abre – ele disse apostando.
Não dando chance para que nenhum de nós tentasse parar a suprema ignorância dele, ele veio correndo e BANG! Dando uma marretada na caixa, que eu havia parado de chamar de rádio, pois já havia percebido que não era um.
Ouvi um estouro ensurdecedor e aquela luz estranha e calma que eu havia visto sobre o beco um dia atrás se mostrava a mim novamente.
– AAAAAAH, que barulho é esse? – alguém gritou, mas não dava para distinguir de quem era a voz, pois o barulho dominava o porão.
– Droga! Alguém faz alguma coisa – eu clamei.
O barulho foi sumindo, deixando apenas um leve zumbido e o clarão se fazia muito forte ainda, mas este também estava desaparecendo aos poucos.
– OMG! What the hell's this, man? – Rotto gritou.
– Não vejo nada – Diego reclamava do meu lado, mas eu não conseguia abrir os olhos ainda por causa do clarão.
– Que vento repentino é esse? – Orfeu perguntou.
– Pois é, tem muito vento para ser um porão abafado – eu disse concordando.
Meus olhos se abriam aos poucos, não me dando muita certeza do que eu estava vendo, mas este lugar que eu estava vendo não parecia ser o porão dos Airesir. Era uma sala do trono que me lembrava àqueles castelos medievais que até hoje eu só havia visto em filmes.
– Uau! – todos nós dissemos quase juntos.
– Será que aquilo era uma bomba e quando o Zig a marretou nos matou com a explosão e nós vimos todos para o céu? – Lucas perguntou com muita imaginação.
– Pela primeira vez saiu algo coerente dessa sua boca. Só pode ser isso! – respondi concordando com ele.
– Hey, Willian, você pode me ouvir? – uma voz familiar soou de uma porta escura.
– Com você sabe o meu nome? E quem é você? – respondi a pergunta da voz com duas perguntas. Mas eu ainda continuava assustado.
– Eu sou um amigo não tema. Lembrastes do velhinho que lhe deu aquele aparelho que você chamou de rádio amador?
– Odin é meu nome e eu sou o deus supremo do Valhala e deus da Morte – respondeu a voz saindo das sombras mostrando-nos ser um estranho homem com apenas um olho e montando um cavalo branco e segurando uma lança brandida com várias runas brilhantes, mas o cavalo por sua vez era diferente, pois tinha oito patas – Incríveis quatro pares de patas!
