Ginevra Weasley desafiava Draco Malfoy de todas as maneiras possíveis.
E quando ele pensava que ela não poderia, não conseguiria mais impressioná-lo, a ruiva fazia algo tão incrivelmente inesperado que o loiro ficava sem reação. Nos dois anos em que passara transando e encontrando-se casualmente com Ginevra, nunca tivera certeza do que viria a seguir, e isso era extremamente assustador.
Certa vez, depois de muito ser surpreendido por ela, Draco Malfoy quis ser o desafiador e não o desafiado.
Num dia qualquer, saiu do Ministério e cruzou a rua. Caminhou mais alguns metros e entrou no prédio do Profeta Diário, tomando um elevador antigo e descendo no andar da redação. De longe seus olhos cinzentos encontraram os cabelos escarlates dela. Suspirou antes de gritar o nome da Weasley. Todos no andar ergueram os olhos de seus pergaminhos, inclusive a ruiva. E ali, no meio de toda aquela gente, Draco pediu-a em casamento de maneira concisa. Tudo caiu em quietude, e até as penas pararam de rabiscar as notas dos jornalistas.
- Merlin, o que foi que você bebeu? – ela perguntou, levantando-se depois de um longo silêncio aflito.
A vergonha que o assaltou foi algo absurdamente horrível. Tentou mascarar a frustração, mas todas aquelas pessoas haviam testemunhado sua tentativa extremamente falha de impressioná-la. Irritado, engoliu o orgulho. Olhou para Gina com a mandíbula trincada e viu que a ruiva estava realmente surpresa. Teria sorrido vitorioso, mas estava tenso demais para qualquer gesto.
- Isso é um sim? – perguntou com ar superior, não querendo parecer idiota na frente daquele bando de inferiores.
- É lógico que é um sim – a ruiva respondeu, ainda com os olhos arregalados –, mas o que diabos você andou bebendo?
Ele sorriu aliviado. Pelo menos conseguira fazê-la sentir o gosto de seu próprio feitiço.
