Quando Tom Riddle sorria, boas coisas não aconteciam. Seu sorriso era um prelúdio a segundas intenções, à maldade, à vitória. Sua vitória; coisas que aconteciam conforme o que havia planejado.

Sorriu, não de felicidade, mas de vingança. Sim, enfim a vingança que tomava conta de seus sentidos desde que descobrira quem era e de onde veio. E quem era culpado por ter ficado tantos anos preso em um orfanato, por ter um sangue impuro.

Ficara tanto tempo planejando como seria. Tudo nos mínimos detalhes; desde o que faria até o que sentiria. Sua iniciação ao que mais desejava – poder – começaria em pouco tempo.

Olhou para o anel em seu dedo, que tinha uma pedra negra incrustada. Roubar Morfin Gaunt fora tão fácil! O homem era tão estúpido que nem precisava de muito para derrubá-lo. Enojava-se só de pensar que parte do sangue que corria em suas veias corria na do homem também. Mas ao menos o sangue dele era puro, ao menos não fora maculado com a imundice trouxa.

Mas tudo iria mudar hoje.

Caminhou em direção à parte mais alta do povoado de Little Hangleton. Um lugar patético, com gente mais patética ainda.

Apertou a varinha do tio, que roubara para não levantar suspeitas. Sonhara tanto com o momento da vingança, do extermínio de sua desonra, da quebra de qualquer tipo de vínculo com Tom Riddle. Ele tentara fugir, mas não conseguiria fugir dele. Não, um trouxa tão desprezível não conseguiria fugir do seu acerto de contas.

Até tentara quando abandonou a mulher grávida. Desprezava a magia. Mas uma vez sabendo dela...

Enquanto caminhava para a mansão de seu pai – que estava cada vez mais perto – pensou que talvez o fizesse sentir dor. Pagar por tudo. Mas o barulho certamente iria atrair curiosidade, e, embora adorasse a ideia, não poderia matar todos. Não agora.

Não havia sido muito difícil descobrir onde o homem morava. Embora houvesse levado incômodos anos para descobrir a verdade, uma vez sabendo de tudo, precisou somente de arquitetar tudo de forma que não o incriminasse.

Após um tempo de caminhada, chegou na casa situada no topo da colina. Era bela e ostensiva.

Bateu na porta da casa, ouvindo o som da movimentação atenciosamente. Uma mulher gritou algo, em tom de ordem. Era arrogante. Talvez tivessem algo em comum.

A porta abriu com estrondo, revelando uma mulher velha. Ela o olhou com espanto, como se o conhecesse.

"Tom...?"

Levantou o braço, sentindo a magia e a excitação percorrendo seu braço. Sorriu.

Se Tom Riddle fosse um rapaz ainda mais perspicaz, e talvez até bondoso, ele não mataria sua família de sangue. Ele não o faria, porque notaria que toda a sua raiva e sua sede de poder se originaram de vingança, uma obsessão que o controlara durante toda a vida.

Mas ele não percebeu isso, e nem queria. Queria apenas poder; poder se vingar, poder ter poder.

Logo depois que sorriu, uma luz verde saiu da ponta da varinha.

Na manhã seguinte, a empregada gritaria para quem quisesse escutar que seus patrões foram achados mortos ainda com a roupa do jantar. E o velho jardineiro diria que vira um adolescente bonito indo embora.

Aquele adolescente era Tom Riddle. Agora não o era, não mais.


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Amarei vocês eternamente.