Disclaimer: Tudo nessa fanfic pertence à tia J.K. Rowling, exceto a minha idéia ligeiramente macabra... E eu não ganho nada com isso. xD
N/A: Uma fic Tom/Ginny, levemente... triste. A tradução do titulo é 'Congelando debaixo da minha pele'. A música na fic é Figure 09, do Linkin Park. Chega de notes!
Freezing under my skin
Gina estava sentada no chão da sala dos Weasleys. Tinha o hábito de sentar no chão frio para pensar, e às vezes ficava lá bastante tempo. Acendera algumas velas e as fez levitar. A casa estava vazia, todos estavam, ou na sede da Ordem da Fênix, ou cumprindo missões. Deitada, sentindo o frio do chão, ela olhava para as velas, e pensava nele. Nele, sempre nele. Ela queria pensar em Harry, na guerra, em qualquer outra coisa mas seus pensamentos iam direto até Tom, aquele fantasma, aquela lembrança de um adolescente que mudara sua vida de um jeito assustador.
You've become a part of me
Ela julgava ser possível esquecê-lo, depois de tanto tempo. Após a morte de Dumbledore, Hogwarts fora fechada, pelo menos até que a guerra terminasse. Gina havia ficado, enquanto Harry, Hermione e Ron foram atrás das Horcruxes. Ela só sabia a razão deles estarem viajando porque Harry havia lhe dito. Ela não sabia o que fizera com que ele contasse para ela, mas o garoto pareceu querer que ela soubesse de tudo, provavelmente para que não fosse atrás deles em busca de respostas. Ele pacientemente contou-lhe que Horcruxes eram partes da alma de Voldemort escondidas em objetos, e revelou que, para que o bruxo fosse morto, era preciso que os objetos fossem destruídos antes. Ela se espantara ao saber quão fria era a transição da alma para o objeto: pela morte.
Já haviam se passado alguns meses desde que eles saíram, era quase Natal. Estava muito frio, e ela sabia que logo teria uma tempestade de neve. Gina adorava neve... Era algo tão puro, tão limpo. Algo que tinha o poder de transformar demônios em anjos. A neve podia mudar tudo, a paisagem, a temperatura... E também podia mudar a si mesma, se transformar em água... E era isso que Gina mais invejava: poder mudar sempre. Ela não podia se modificar por fora, tampouco podia mudar por dentro. Ela não era como a neve, pois a neve era pura. Ela, já não era. Não depois de ter conhecido ele. Não com ele dentro dela.
E ser salva por Harry Potter não ajudou nada. Ela ainda se sentia suja, pois Tom jamais havia a abandonado. Ela preferiria não ter sido salva se soubesse que aquela seria a sua vida. Na verdade, ela não queria ter sido salva mesmo. Queria ter morrido aquele dia na Câmara, ter dormido e nunca mais acordado.
Ela olhou para a janela e viu que alguns flocos de neve começaram a cair. Lembrou-se, ainda olhando para fora, que Luna veria vê-la, para ficar alguns dias. Gina perguntou-se se ela conseguiria chegar quando tivesse muita neve. Ela tremia, pois usava apenas um vestido fino, mas ignorou.
Repentinamente, as velas se apagaram. Certamente não por causa do vento, a garota pensou, pois a brisa só passava rente ao chão, e as velas estavam perto do teto. Ela ergueu-se, tremendo mais, agora também de medo, para acender as velas novamente. Mas, quando se levantou, não sentiu o chão de madeira d'A Toca. Seus pés tocavam uma grama fria, com gotas geladas, e ela sentia a neve caindo em seus cabelos. Ela fechou os olhos, não queria saber onde estava, não queria saber o que estava acontecendo. Só queria voltar para dentro de casa. Estava escuro, mas ela sentiu a claridade, mesmo com os olhos fechados. E ouviu aquela voz que temia ouvir, aquela voz fria e desprovida de emoção.
-Olá, adorável G. – ele usou aquele apelido de quando começaram a conversar. Mas o apelido jamais foi dito de modo carinhoso, a garota podia sentir o frio nas palavras dele.
Abriu os olhos, temendo o que veria. E ela o viu. Alguns metros a sua frente, estava o mesmo adolescente que nunca deixou de temer. Bonito, com olhos e cabelos negros. Suas feições eram geladas. Ela não via nada nos olhos escuros dele, nenhum sentimento. E Gina viu onde estava: no fundo d'A Toca, onde havia um grande jardim e, atrás de algumas, árvores, uma nascente. Essa nascente se tornava um pequeno lago, rodeado de pedras e árvores altas. No inverno, o lago congelava e, muitas vezes quando criança, ela havia deslizado no gelo.
-O que você quer? – perguntou. O pânico emanando dela de modo quase palpável.
-Eu vim visitá-la. Estava com saudades.
-Não estava nada! – ela tremia incontrolavelmente, de frio e de medo. – Você não apareceu do nada, depois de tanto tempo só por que queria me visitar.
-Quem disse que eu apareci do nada? Você me manteve dentro de você o tempo todo.
Ele andava em direção a ela, que se esquivava. Não queria estar perto dele de novo, não queria. Mas ele, de algum modo, conseguiu chegar perto dela. Abraçou-a de modo possessivo, e a ruiva sentiu que estava sendo envolvida por uma estátua de gelo. Afagando os cabelos ruivos, ele aproximou sua boca da orelha dela, e sussurrou em seu ouvido.
-Eu nunca vou sair de dentro de você. Você não pode mudar isso. É o que você é. – ela tentava desvencilhar-se, mas ele era muito mais forte que ela. A jovem sentia o frio que vinha dele, e, como o gelo, isso a machucava. Ela já não tremia. Não era possível. Tom a segurava firmemente, ela não podia se mexer. O rapaz era exatamente como uma estátua de gelo. E como ela se sentia congelada, sabia que o gelo nunca derreteria. Ela se sentia uma estátua de gelo também. E isso a machucava por dentro.
You'll always be right here
-Gina! Abre a porta! É a Luna! – como se acordasse de um pesadelo, Gina abriu os olhos. Estava de pé na sala da casa, as velas estavam acesas. E ela ainda se sentia paralisada, como se fosse feita de gelo.
-Já vou. – ouviu-se dizer. Andando até a porta da sala, de onde ouviu Luna chamá-la, passou as mãos nos cabelos, mas não sentiu flocos de gelo. Não fazia idéia do que acontecera, e agradeceu, mentalmente, à amiga por tirá-la do que quer que fosse. – Olá Luna.
-Oi Gina. – a loira parecia preocupada, mas isso passou despercebido pela ruiva. Ela ainda refletia o que acontecera. – Está tudo bem?
-Sim, e com você? – Gina não tinha a intenção de contar para Luna o que tinha acontecido. Ou o que parecia ter acontecido.
-Tudo bem. – Luna parecia desconfiada, mas não falou nada. Entrou na casa, deixou a grande bolsa que carregava no sofá da sala e sentou-se.
-Luna, você via aqui dentro lá de fora?
-Sim. – ela respondeu com sua voz sonhadora.
-Você me viu, então? E viu que as velas se apagaram? – Luna parecia não ouvir o que a voz preocupada de Gina dizia, mas respondeu.
-Na verdade, eu via você sentada, e de repente você se levantou. Eu te chamei, e você veio.
Gina ficou calada, pensando. Ela não podia ter dormido, pois teria se deitado. E, na verdade, não tinha o menor sono. Não queria pensar que estava tendo pensamentos, alucinações, visões ou o quer que seja com Tom. Ela não queria tê-lo de novo em sua vida. De modo algum.
O mais assustador era que aquele jovem, que sequer era real, dissera a verdade. Ele nunca sairia de dentro de Gina, porque ele era como o mal dentro dela. Ele nunca havia controlado a garota através do Diário. Havia apenas liberado o que já residia dentro dela, e tudo que aconteceu foi conseqüência disso. E como explicar algo que é aparentemente simples, mas se torna complicado, aos olhos da família e amigos de Gina? Era mais fácil mentir, dizer que havia sido controlada.
Mas, na verdade, ela sabia de tudo, sempre havia sabido. Sempre conversou com Tom, e ele nunca mentiu sobre seus planos de voltar a viver, apenas escondeu como os realizaria, o que fez com que Gina não sentisse medo de fazer tudo que ele lhe pedia. E isso pareceu atrair a garota cada vez mais até ele.
Quando ela tomou consciência de quão perigoso era ajudar Tom, ela já não conseguia mais voltar atrás. Ela o amaldiçoava, porque até ele chegar com seu Diário, o mal não havia despertado, nem seria algum dia. E agora, o sentimento quase tomava conta dela. Ele apareceu e a transformou em um monstro. Um monstro, era isso que ela era. E como esconder isso? Como fugir disso?
You've become a part of me
Gina guiou Luna até o seu quarto, onde dormiriam. Pela vidraça da janela fechada, era possível ver que a neve se tornara mais densa, e que Luna havia chegado na hora. Gina, antes de sair do quarto, contemplou a neve que caía no lago, que ainda não havia congelado, e, com um arrepio de frio por ainda estar somente com o vestido branco, desejou não ter que voltar lá para fora. A loira largou sua bolsa sobra a cama e começou a olhar as coisas de Gina. Alguns livros em uma estante, e também alguns cadernos. Um livro chamou a atenção da loira. A capa era preta, e não havia nada escrito nela. Quando o abriu, a primeira página estava em branco, com a exceção de algo escrito no canto direito, "Ginevra Weasley – Primeiro Ano". A garota começou a folhear o livro, e encontrou desenhos. Luna deduziu que Gina os havia feito. E não eram gravuras felizes, de modo algum.
-O que está fazendo, Luna? – Gina havia entrado no quarto novamente e observava a loira da porta.
-Estava olhando as suas coisas, e encontrei isso. – Luna mostrou o livro, parecendo pensativa, enquanto Gina ia até ela. – Foi você quem os desenhou?
-Sim. Mas esse é do meu primeiro ano em Hogwarts, e eu mal sabia desenhar direito. Além do mais, esses desenhos são assustadores. Pensando bem... – Luna olhou para Gina, e viu medo nos olhos da ruiva. – Quase todos os meus desenhos são assim. – O medo rapidamente foi substituído pela indiferença nos olhos da garota, e a loira voltou a olhar para os desenhos.
Luna começou a folhear o livro e encontrou cobras desenhadas, espadas com um líquido sobre ela, algo que aparentava horrivelmente a sangue seco, livros rasgados... Mas um desenho a fez parar. Ao contrário de todos os outros, que eram pintados somente de preto, este tinha também tinta vermelha. Não era um desenho feliz, mas seria normal a não ser por um detalhe: feito com tinta preta havia uma garota, de vestido branco, deitada de lado na neve. Seus cabelos cobriam a maior parte de seu rosto. Era possível ver seus olhos fechados, mas ela não parecia dormir. Pelo menos não de modo sereno. Seu rosto exprimia dor, sofrimento e medo. E a tinta vermelha, de certo modo, contornava a expressão de dor no rosto, além de fazer finos traços, que se assemelhavam muito com sangue, escorrendo no rosto, no corpo e nos cabelos da garota. E o contraste do vermelho no vestido branco... Era assustador.
Gina sentiu muitas coisas, sentimentos que ela não tinha há tempos... O medo que a fazia tremer, o ódio que a induzia a fazer coisas inimagináveis, o amor que a fazia fraca. O amor que lhe trazia mais dor do que qualquer outra coisa no mundo. Mas ela afastou esses pensamentos, não queria lembrar-se de nada. Só queria esquecer. E Luna foi virando as páginas do livro, fazendo Gina ver desenhos sombrios, que a transportavam para os dias mais infelizes de sua vida. E chegou ao desenho que Gina mais temia: era um dos seus melhores desenhos, uma reprodução perfeita. Foi feito no dia que ela ia morrer. E, olhando para a gravura, para aqueles olhos que ela desenhou tão bem, sentiu-se mal. Com a cabeça parecendo girar, sentou-se na cama e as luzes se apagaram. Novamente.
-Olá... – Gina havia fechado os olhos novamente, mas não pôde evitar sentir que não estava mais sentada na sua cama, e sim em algo duro e frio, coberto por uma fina camada de neve.
-O que foi, Tom? – Ela abriu os olhos, e viu que voltara novamente para o jardim atrás de sua casa, mas agora estava sentada em uma das pedras que ficam na orla do lago. E Tom estava de pé, a alguns metros dela. Ela desviou o olhar, mas não sem antes perceber que ele tinha algo nas mãos. – Perdeu alguma coisa? Sinto muito, mas não vou poder aju...
-Não perdi nada. Quem perdeu foi você.
A garota já não podia evitar olhar para ele. Virou-se, e viu que Tom segurava um livro de gravuras, o seu livro de gravuras. Ele foi se aproximando dela, mas a jovem já não se esquivava. Sabia que seria inútil, então se manteve sentada, desconfortavelmente, na pedra. Ele lhe entregou o livro, e ela sentiu que o frio que emanava do jovem parecia mais intenso. Tremendo, a garota aceitou. Mas ela percebeu algo diferente. Uma corrente fina estava presa entre as páginas do livro. Puxando a corrente, abriu nas páginas que guardavam uma bela corrente fina de prata, com um pingente. Que foi o que parecia mais ter chamado a atenção da ruiva, pois essa não tirava os olhos da jóia.
Era um floco de neve, decorado, fino e transparente como uma lâmina de cristal. Ela segurou a corrente entre os dedos, e continuou mirando o colar que parecia ser feito de gelo, pois emanava uma frieza que só não se equiparava àquela de Tom. Mas, ela já não duvidava que fosse gelo, pois, vindo dele,qualquer coisa era possível.
-Você gostou? – ele perguntou, mas parecia não querer uma resposta.
-É... lindo. – Ele, com gestos quase rudes, pegou o colar da mão dela, e, se aproximando como se a abraçasse, prendeu a corrente no pescoço da garota. Ele não a tocava, mas a ruiva pôde sentir muito frio vindo dele. Como um perfume, que mesmo se mantendo dentro do vidro fechado, emanava seu odor.
Então, movendo-se para longe de Gina, roçou seus lábios nos dela, e um arrepio percorreu o corpo da ruiva. Ela sentiu-se novamente envolta por gelo. Encarou-o, mas percebeu que ele olhava para outra coisa.
Agora ela vira onde estava preso o pingente: naquele mesmo desenho que evitara olhar, alguns minutos atrás. Era ele. Desenhado no que deveria ser o último dia de sua vida. Ela reproduzira de modo tão perfeito o olhar, as feições dele. Os olhos frios, que pareciam não mudar nunca. Gina sempre teve a esperança de que um dia ele olhasse para ela de modo diferente. Mas nunca o fez. E, mirando o desenho, percebeu que o Tom que encontrara nos seus onze anos era idêntico ao que ela agora encontrava, pela segunda vez naquele dia. Talvez fossem alucinações, talvez sonhos ou até lembranças de momentos que nunca aconteceram, mas Gina queria, com todas as suas forças, não ter que viver aquilo. E, mais do que nunca, ela desejou morrer.
You'll always be my fear
Sentiu alguém puxar seu braço, e ouviu murmúrios. Fechou os olhos com força, e, antes de abri-los, sentiu que estava novamente sentada em sua cama, e que o livro não se encontrava mais em seu colo. Então, viu Luna. Luna, a garota que não parecia se preocupar muito com o mundo a sua volta, estava chacoalhando Gina, pois esta estava se comportando estranhamente. Tudo que tinha acontecido até então parecia estranhamente irreal. E Gina então desejou que tudo não passasse de um pesadelo, uma ilusão.
De um modo quase instintivo, ela colocou a mão no decote das vestes. E lá encontrou o colar. Então não era uma ilusão... Ela se sentiu pronta para chorar, mas segurou as lágrimas.
-Gina, você está bem? – Luna parecia alarmada, pela primeira vez, desde que Gina a conhecera.
-Eu estou bem. – Gina, mais uma vez, estava disposta a criar uma rede de mentiras. Mas, por mais incrível que parecesse, ela não se importava. Odiava ter que falar sobre ela mesma, pois quando fez isso, caiu tão fundo quanto era possível imaginar. E se fosse preciso mentir para não cair novamente por causa de Tom, ela mentiria. – Foi só uma dor de cabeça. Nós podemos ir lá para baixo, e eu procuro alguma poção.
-Se você diz... Mas, por favor, se sentir mal de novo, me avise. – Luna pareceu perder-se novamente em seus pensamentos, e Gina agradeceu. Elas então rumaram para a cozinha.
O frio que emanava do colar só lembrava Gina de que ela teria de fazer algo para acabar com aquilo, embora não soubesse o quê. Ela procurava uma poção para fingir para Luna que iria tomar, embora duvidasse que a loira ainda estivesse preocupada com aquilo. De fato, Luna já parecia nem estar prestando atenção ao que a ruiva fazia.
-Hum...Luna? – Gina esperou que a garota aparentemente despertasse de suas divagações, e continuou. – Que tal se nós comêssemos alguma coisa, e depois fôssemos para o quarto conversar?
-Claro – concordou a loira. Então as duas pegaram algumas coisas no armário, arrumaram a mesa e começaram a comer.
Sem perceber, Gina olhava pela vidraça embaçada da cozinha, para o jardim atrás da casa. Um arrepio percorreu o corpo da garota, e não foi de frio, por mais que ela estivesse usando apenas um vestido muito fino. Ela olhou rapidamente para as velas que havia acendido e colocado em um castiçal antigo sobre a mesa. E levou sua mão até o colar, apertando com força o pingente. Parecia somente um cristal normal, mas a pele de Gina começou a arder, e quando ela largou, sua mão estava vermelha e um pouco amortecida. Quando voltou ao normal, começou a latejar. Então era gelo, afinal. Algo típico de Tom. Transformar coisas que pareceriam ordinárias em peças únicas. Ela percebeu que ele tinha essa mania desde o Diário. Quem poderia imaginar que um simples diário trouxa poderia conter um feitiço tão poderoso a ponto de quase trazer uma lembrança de volta a vida?
As duas terminaram de comer, arrumaram as coisas, e estavam subindo para o quarto. Mas Gina sentiu-se tonta, e soube o que viria a seguir. Sendo assim, as velas do castiçal que Luna segurava se apagaram. Mas Gina não foi para o jardim. Ela desmaiou, caindo perto de Luna, quando chegaram ao primeiro andar.
N/A: A segunda parte, o final, só com reviews! Já vou agradecer...
A DarkAngel, que betou a fic para mim, depois de ter que ler e me ouvir falar dia e noite por umas três semanas da fic. Não esquecendo que ela me ajudou, e muito, com o titulo, a sinopse, canon e outras coisinhas.
A Mari, que fez a capa para mim, depois de uma hora no photo paint e milhões de mudanças.
