30 anos mais tarde...
Todos nós sabemos das consequências da ação do homem. A poluição e o aquecimento global sempre andaram de braços dados ao homem, que ao processo de poluir o ar, destruir vidas, arrasar paisagens chama evolução. Mas tudo tem um limite, e esse limite fora ultrapassado.
A Terra inteira agora jazia debaixo de um verdadeiro inferno de gelo, pagando pelos erros do homem. Ninguém previa que o dia chegaria tão cedo, que o fim estava a um mero passo. O alimento é escasso, a água potável um grande tesouro, o ar irrespirável. A morte por fome, desidratação e doenças respiratórias tornaram-se cada vez maiores, os assaltos por um pouco de comida eram frequentes, as guerras inevitáveis. Aqueles que não tinham lugar para se aquecer, sofriam uma morte lenta e dolorosa.
Já 30 anos depois a tecnologia tinha avançado espantosamente. Era raro não dar caras com um robot todos os dias. Eram tantos que se estimavam um dia ultrapassar o número da raça humana. Robots inteligentes, adaptados à mais extrema das condições. O mundo estava agora vítima do que criaram. Os robots foram usados como autênticas máquinas de guerra. Nações foram arrasadas pelo poder que parecia ser cada vez mais infinito da tecnologia. Tantos foram os avanços, que o robots não precisariam mais dos humanos. Todos os pensamentos de ambição que o homem tinha residiam agora, também, nos robots. Agora viam os humanos como um obstáculo no caminho. Não iriam mais receber ordens. Iriam tomar o lugar dos humanos e repor tudo no seu lugar, cada erro feito pelos humanos iria ser emendado.
A BOTerminator era uma associação secreta formada pelos melhores soldados que planejava uma revolução. Porém, a cada dia que se passava terreno era perdido para os robots.
Atravessando a feroz tempestade de neve, debaixo da escuridão da noite gélida, um soldado cansado lutava numa luta individual contra a fúria da Mãe-Natureza para regressar à sua base. Os flocos de neve brilhantes lhe escorriam graciosamente na cara enquanto avançava. Não se via mais nada para além de um grande deserto gelado. Por vezes, encostados a um canto, era possível observar os cadáveres perfeitamente conservados no frio, ou pessoas morrendo lentamente de hipotermia.
Mavic olha para uma espécie de relógio no pulso. As suas reservas de energia estavam praticamente no fim. A sua armadura estava equipada com um equipamente especial de aquecimento, que lhe impedia de acabar como os que por vezes encontrava estendidos no chão. Precisava de regressar à sua base rapidamente.
Mavic regressava de uma busca pelos seus companheiros que haviam desaparecido após a nova invasão robótica. Os sons dos seus passos misturavam-se com o som da tempestade. O seu corpo mal se mexia. A temperatura era tão baixa que os pulmões congelavam a cada respirar. Não havia sinal da base. O calor era a pouco e pouco sendo substituído pelo frio impiedoso. Mavic caminhou, com esforço, mais alguns metros e cai de joelhos no manto branco de neve, antes de ficar completamente estendido no chão.
