Aula no Vazio
Summary: Estamos todos presos ao nosso destino.
Disclaimer: Nada meu, tudo da J.K. e o meu lucro são as reviews... Melhor que o que ela recebe (tentativa inútil de enganar a mim mesma u.u)
N/A: Não sei porque, mas eu tive que fazer isso... sou louca mesmo... Darkening Clouds mexeu feio comigo!
Obs.: Oneshot e ficlet... é pequenininha mesmo, só mais uma maluquice de minha mente insana...
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Era noite. A luz da lua passava por seu corpo branco-perolado e refletia no chão sem criar sombras. Brilhava suavemente, um brilho etéreo, fantasmagórico. Bem... era um fantasma mesmo. Passava pelo castelo vazio, os elfos limpavam cada corredor, cada sala, cada móvel, cada escada. Alguns empregados reformavam os quadros mais antigos. Pirraça pululava de corredor em corredor citando as novas brincadeiras. Outros fantasmas passavam quietos o excluindo, como se não tivesse o direito de estar ali.
Um rumor corria o castelo, um rumor grande, mas para ele não parecia importante, nada era importante para o fantasma que ensinava história da magia.
Seus alunos inventavam as histórias mais extraordinárias e chatas sobre sua morte, como acordar do nada morto e ir dar aula. A verdade tão simples e insignificante.
Uma promessa infantil. "Estarei sempre aqui para você, em seus muros. Para toda eternidade". Não sabia que seria levado a sério. Mas qual aluno nunca faz essa promessa perto de sair da escola. Hogwarts era como o amanhecer, bela e perigosa, amedronta e encanta, você não pode se livrar dela. E lá estava ele. Sabia que ninguém prestava atenção em sua aula, mas quem disse que ele se importa? Depois de tantos anos ali já havia cansado. Queria ir, mas não podia e nem tinha coragem para tanto. Uma morte enfadonha para um enfadonho professor de uma enfadonha matéria. Revolta dos gigantes? Exterminação de trolls? Conceito básico de leis mágicas? Céus! Quem se importa com isso? Nem ele mesmo. E ainda assim aprisionado pela eternidade a falar sobre isso. Suspirando, ou ao menos emitindo um som parecido com um suspiro, ele atravessou a parede entrando em sua sala.
As férias chegavam ao fim, e Sir Nicolas não parava de encher seu saco falando que ele viria. Provavelmente para sua casa. Não parava de se vangloriar, dizendo o quanto conhecia o seu pai. Certo que o garoto estava em pelo menos três assuntos do qual dava aula. Mas como Harry Potter podia causar tanto reboliço num castelo vazio?
Olhou sua sala vazia e começou a ensaiar uma aula, espectadores invisíveis dormiam em suas cadeiras, por um momento ele sorriu. Podia falar do kama-sutra e ainda assim eles dormiriam em sua aula. Ergueu o olhar para porta e aquilo lhe arrancou um sorriso nostálgico, lembrava de quando entrara pela primeira vez por aquela porta como professor. Nervoso, tremendo. Hoje nem a usava.
-Você devia passear um pouco, professor Binns – veio uma voz esganiçada e chorosa. – Você trabalha demais! – ele olhou para a ex-aluna.
Não era o único preso afinal.
