Meninos Maus Devem Aprender
Um aperto de mão. E seu destino mudou completamente. Não encontrou um monte de cabeças ruivas quando foi procurar a passagem para o trem. Encontrou, sim, duas cabeças loiras platinadas sorrindo um pouco maliciosamente para ele. Não se deixou intimidar e logo teve a oportunidade de conhecer Lúcio e Draco Malfoy. Os dois meninos foram juntos no trem para Hogwarts e dali surgiu uma forte amizade. A influência de um no outro fez com que o menino Malfoy não se tornasse um adorador de Voldemort, apesar da insistência de seu pai. E o menino Potter aprendeu a se defender, e não deixar que ninguém o tratasse como seus tios haviam tratado. E ambos foram selecionados para a Sonserina. Sete anos depois eles se reencontravam frente ao trem.
-Potter. – Draco o cumprimentou com um aceno de cabeça.
-Malfoy. – respondi da mesma maneira. Não era do nosso feitio ficar com grandes demonstrações de afeto em público. Já éramos bem grandinhos para ficar pulando ao encontrar os amigos.
-Viu Blaise por aí? – Draco me perguntou. Ele era o terceiro membro do nosso trio de ouro.
-Ainda não. Deve estar dando uns amassos nas suas namoradas antes de partir. – Sim, Blaise era um cara muito popular entre as garotas. Tinha muitas namoradas dentro e fora da escola e por isso sempre se atrasava, tanto para as aulas quanto para embarcar no expresso.
Isso era um dos fatores que nos fazia o trio de ouro. Trio maravilha, também era outro apelido. Nós somos muito amigos, andamos sempre juntos e isso parece ser o terror das garotas e dos professores. Das garotas, obviamente, porque, sejamos sinceros, não havia em toda a escola melhores partidos do que nós. Draco faz o tipo anjo malvado das meninas, com seu cabelo loiro quase branco, seus olhos cinzas e segundo uma garota que eu ouvi conversando em seu bandinho "com um corpo que é o mau caminho completo". Quanto a isso, prefiro não comentar.
Blaise fazia o tipo come quieto. Parecia um rapaz tímido, na dele mas quem o conhecia de verdade sabia que aquilo era só tipo para atrair as garotas. Ele interpretava tão bem que no quarto ano entrou para o grupo de teatro da escola. Ele não é loiro como o Draco. Não, o cabelo dele é bem preto, bem curto e bem espetado. Os olhos são castanhos e segundo ele mesmo, "muito expressivos'. Baixa auto-estima não era um problema que ele sofria. Longe disso.
E eu, bem, não é por nada mas eu sou Harry Potter! Aprendi a dar valor ao meu nome depois que vi como sou importante no mundo bruxo. Nunca ninguém mais vai fazer pouco de mim como meus tios. E tirando o fato que eu derrotei Voldemort duas vezes (a última foi pra valer, no quinto ano), eu também posso me considerar um presente de Deus para as mulheres. Os anos de quadribol fizeram muito bem ao meu corpo. Não, eu não sou daqueles bombadinhos que ficam mostrando seus braços cheios de músculos. Não, como a Luna disse, eu tenho braços torneados. Não sou lá muito alto, 1,75 não é exatamente muito mas estou bem assim, obrigado. E é claro, não posso deixar de lado a minha maior arma com as garotas: meus famosos olhos verdes. Talvez não sejam "expressivos" como os de Blaise, mas são hipnotizantes, segundo uma garota que eu peguei mas não lembro o nome. E o charme Potter, meu cabelo que eu aprendi a não querer arrumar. Meu pai conquistava as garotas assim, bagunçando ainda mais a cabeleira. Então eu não deixava o cabelo tão curto quanto o de Blaise, mas o suficiente para o vento fazer um ninho quando eu jogava quadribol.
OK, explicado isso, somos os terrores dos professores (olha, rima!) porque não prestamos muita atenção nas aulas mas somos excelentes alunos. Nunca tiramos notas baixas. E também causamos alguns problemas pela escola, com o mapa do maroto e tal, mas isso fica pra outro dia.
-Finalmente, cara! Pensei que ia perder o trem outra vez! – Draco xingou Blaise quando ele finalmente chegou ao nosso vagão, coma boca inchada e um chupão no pescoço.
-Cala a boca, Malfoy. Você não quer é admitir que estava morrendo de saudades de mim! – ele riu e bagunçou todo o cabelo de Draco, que o empurrou para longe.
-Sai pra lá, ter saudade de você? Vai sonhando, Zabini!
De repente a porta do nosso compartimento se abriu e uma cabeça muito loira e um pouco despenteada apareceu.
-Olá meninos! Como foram de férias? Espero que bem. Só passei para dar um oi, na escola a gente conversa! – Luna disse e da mesma forma como entrou, ela saiu. Sem nem esperar uma resposta.
Luna era uma garota estranha. E por isso a gente não sacaneava ela nem nada. No quinto ano eu e Draco a encontramos num corredor escuro, sozinha e chorando. Íamos simplesmente ignorá-la e voltar pelo mesmo caminho, porém ela mesma nos deteu.
-Potter, por favor, não vá até a floresta negra. Mesmo que ele te implore, não vá! – ela disse numa voz estranha, rouca de choro e um pouco vazia, como se estivesse em um transe.
-O que você disse, Lovegood?
-Mesmo que ele te chame, te implore, te obrigue! Seja mais forte, não vá. O sinistro mora além da floresta, onde ele não pode chegar. Um alarme falso conduzirá ao fim dos tempos, a falsa morte de um acarretará na morte de todos. A luz só vence a escuridão quando não há mais sombras. – ela disse numa voz mais estranha ainda e caiu desmaiada.
Draco e eu a levamos para a ala hospitalar, onde madame Pomfrey cuidou dela gentilmente. Quando ela finalmente acordou, não pude contar minha curiosidade.
-Lovegood, do que você estava falando?
-Olá, Potter. Do que eu estava falando quando? – ela me olhou bem curiosa.
-No corredor! Você falou sobre a floresta, uma falsa morte. O que foi aquilo?
De repente ela estava muito assustada, lágrimas começaram a cair de seus olhos novamente.
-Então era verdade. Ó Céus, era verdade. Eu te imploro, não vá! – ela falou agarrando a minha mão.
-Mas do que raios você está falando, garota? – Draco não tinha muita paciência.
-A visão, Malfoy. Eu tenho o dom da visão. E eu vi que Voldemort vai tentar atrair Harry para a floresta, com a falsa morte de alguém que ele ama. Se Harry for até lá, será o fim. Se você for, Harry, ele vai te matar.
-Você sempre tem essas visões, Luna?
-As vezes. Eu previ que não seria bem recebida na escola, que as pessoas zombariam de mim e que Neville ia vomitar abóboras no dia 14 de agosto.
Não eram provas muito convincentes, porém o tempo mostrou que Luna era uma verdadeira vidente. O sinistro, da visão, era meu padrinho Sirius. Ele realmente morava perto da floresta, um lugar que nem mesmo os homens do ministério iriam para procurá-lo. E Voldemort, através de um sonho, me fez crer que ele estava com Sirius na floresta e que se eu não fosse até lá ele o mataria. Sem lembrar muito bem do que Luna havia me dito, eu fui até a floresta. Mas no caminho eu a encontrei.
-A falsa morte. Não podem haver sombras quando a luz vencer, Harry. Mas há uma mudança na visão. Não vá sozinho. O mago da luz pode se fazer representar.
Eu continuei correndo até a floresta quando percebi que a maluca estava ali comigo.
-Você está louca, garota? Voldemort está ali, você não pode ir!
-Mas eu não vou, Harry! Estou te acompanhando, apenas. E vou cantar para acender as chamas, não pode haver sombras quando a luz chegar! – ela era realmente biruta. Eu fui um pouco estúpido, sacudi ela bem forte pelos ombros.
-Olha aqui, garota. Você pode ser biruta e tal mas eu não vou ser responsável por mais a sua morte! Agora volta pra dentro dessa porcaria de castelo e me deixa continuar! Ele pode morrer por sua culpa, se ficar aí me atrapalhando!
-Tudo bem, Harry. É uma armadilha, ele não está lá. Mas você não sabe disso, por isso vai. Continue, tranqüilo. Eu pararei na orla da floresta, não sabe que é proibido aos alunos entrar ali? – a louca continuou sorrindo e eu desisti de fazê-la entender. Continuei até a floresta e ela realmente parou na orla.
Fazendo uma grande história curta, Sirius não estava ali, a louca da Luna cantou para atrair a Fênix de Dumbledore que chorou nos olhos de Voldemort e o cegou temporariamente, nós batalhamos um pouco, houve um grito no castelo que cortou meu coração e eu ouvi de novo minha mãe implorando pela sua vida. Fawkes pousou no meu ombro e dali pareceu sair um calor que ia direto para o meu peito. Eu não ia ser um assassino como ele. Do grito eu tirei a voz doce da minha mãe e conjurei um patrono. Acho que era realmente meu pai ali. Voldemort riu muito daquilo e me lançou um avada kedavra. O feitiço atravessou o patrono e uma luz muito brilhante saiu dele. Quando eu vi, Voldemort estava morto no chão. E Luna estava do meu lado, sorrindo.
-Nem uma sombra. Foi realmente muito bom. Parabéns! – ela apertou a minha mão e saiu caminhando tranqüilamente de volta para o castelo. Acho que ela chamou alguém, pois logo Dumbledore estava do meu lado e confirmou a morte de Voldemort. Eu fiquei tão maluco que comecei a rir sem parar. É, quem ri por último ri melhor!
E assim, dessa maneira estranha, nós ficamos meio que amigos da Luna. Não que ela seja parte da turma, mas a gente considera ela pra caramba e ela também gosta da gente. Não existe outra maneira de se tornar amigo de uma pessoa tão maluca.
-Você está bem? – Draco perguntou estalando os dedos na minha cara.
-Estou, só lembrando um pouco das coisas.
-É, dizem que o último ano costuma ser bem nostálgico. – disse Blaise rindo.
Não demorou muito nós chegamos ao castelo. E não demorou muito uma cabeça ruiva insuportável cruzou nosso caminho.
-Mas que droga, Weasley, agora vou ter que tomar um banho com desinfetante! Por que você atravessou meu caminho? – Draco perguntou. Eu não gostava dos Weasley, mas por um motivo totalmente diferente de Draco. Eu não gostava do jeito como eles se portavam, como sem fossem uma grande e feliz família Weasley, eram como nos comerciais de margarina. Aquilo me dava nojo e inveja e eu não gostava de sentir isso. Já o Draco não gostava deles porque eram pobres e gostavam dos sangues-ruins. Isso era outra coisa em que nós não concordávamos. Eu não me importava com o passado das pessoas, se elas eram bruxas, os pais não importa o que são. Mas esse assunto a gente já tinha discutido demais e acabamos concordando em não concordar.
-Ah o que é isso Malfoy! Um banho de vez em quando cai bem, principalmente para você. – respondeu a garota que eu mais odeio no mundo: Hermione Granger. No começo eu a odiava porque ela era a sabe tudo, tinha todas as respostas para todas as perguntas, uma pentelha de marca. E tirava notas mais altas que eu, uma garota da Grifinória! Inadmissível! E agora, para completar, ela cresceu. A rainha da Grifinória (como ela era chamada pelas costas já que era extremamente mandona e teimosa) se transformou, de um ano para o outro, na gostosa da Grifinória. E isso me irrita muito. Eu sou Harry Potter, eu posso ter a garota que eu quiser. Aí bem no ano seguinte que eu fiquei livre da peste do Voldemort, que eu ia aproveitar adoidado minha fama com as garotas, ela aparece toda...Bem, toda perfeitamente delineada. E eu passei o sexto ano todo tendo que olhar furtivamente para as pernas dela com medo de que alguém percebesse. E acordando com muito medo de ter gemido o nome dela alto. E ao que me parece, esse ano vai ser o mesmo tormento outra vez.
-Isso é verdade, Granger, principalmente se eu puder tomar banho com você! – Draco respondeu de pronto. Viu, eu não era o único que tinha percebido as mudanças da sabe-tudo.
Ela ficou muito vermelha (depois de um ano e ainda ficava toda encabulada com o assédio dos rapazes) e o Weasley ficou mais furioso. Apontou a varinha bem entre os olhos de Draco e ia lançar algum feitiço quando Hagrid chegou.
-Ok, crianças. Não é hora para isso. Vamos para as carroças, estão atrasados para a ceia. Vamos, vamos. – falou o gigante nos empurrando. Eu adoro ele mas quando ele nos chama de crianças é realmente irritante.
Fui com Draco e Blaise para uma carroça, não antes de ver Blaise olhando com ar de aprovação as costas, bem, não exatamente as costas, da Granger. Eu realmente detesto aquela garota.
Chegamos ao castelo e logo fomos recebidos por uma ceia maravilhosa. Nos empanturramos até não agüentarmos mais e subimos para o nosso dormitório.
-E aí, Draco, qual é a da vez? – Blaise perguntou se estirando na sua cama.
-Ainda não sei. Aquela Parvati estava me olhando durante toda a ceia, mas comer uma grifinória uma vez até que vai, mas duas é nojento. – Ah, sim, Draco tem um vocabulário extremamente vulgar quando se trata de garotas.
-Depende da grifinória, né! Eu adoraria fazer com a Granger diversas vezes repetidas. – Blaise respondeu e meu sangue ferveu.
-Não se atreva! – eu respondi mais alto do que esperava. Os dois olharam para mim espantadas e um tanto quanto maliciosos.
-Qual o problema, Potter? Por acaso você tem sentimentos por ela? – Draco perguntou, pronunciando sentimentos como se fosse a palavra mais nojenta do mundo.
-É claro que não! – respondi rápido demais e ainda senti as minhas malditas e traiçoeiras bochechas ficando vermelhas.
-Então qual o problema? Por que o Blaise não pode se atrever a trepar com a rainha da Grifinória loucamente, diversas vezes seguidas? Malfoy perguntou com malícia.
-Eu...Bem...Ele...Bom, é se rebaixar demais! Qualquer homem da sonserina sabe que não importa o quão gostosa ela seja, ninguém vai se submeter a se deitar com a Granger. É como uma traição à nossa própria casa. Ela é meio que proibida.
Blaise se abaixou como se fosse contar o segredo e falou em voz baixa:
-O fruto proibido é mais gostoso! – piscou e foi para o banheiro se trocar.
Draco ficou ali me encarando.
-Cuidado, Potter. Garotas assim são perigosas, quando você menos espera elas colocam um bambole de trouxa no seu dedo, aí já era. – era como ele se referia a alianças. E trouxa era no sentido de idiota mesmo.
-Fica tranqüilo, Draco. Daquela garota eu quero distância.
Blaise voltou sorrindo do banheiro.
-Sabem que eu tive uma idéia?
Draco e eu só continuamos olhando para ele. Suas idéias não costumavam ser muito boas.
-Acho que o coitadinho do Harry aqui na verdade tem medo de ser rejeitado pela gostosa sabe-tudo. Que tal a gente fazer uma aposta?
-Nem vem, Blaise! To fora. – respondi mais do que prontamente.
-Que tipo de aposta? – perguntou Draco. Filho da puta.
-Se Harry consegue ou não ultrapassar as calcinhas de Hermione Granger. Se ele conseguir, ele escolhe o que quer da gente. Agora, se ele não conseguir, que é o que acho que vai acontecer, a gente escolhe o que quer dele.
-É uma aposta sem sentido, Blaise! Não tem mesmo um valor fixo apostado! – será que eles não viam que aquilo não era uma boa idéia?
-Eu acho que tem que ter mais uma condição. – Draco respondeu.
-Qual? – Blaise perguntou.
-Ele não pode se apaixonar.
