Slytherin Pride
Má Reputação
"I don't give a damn 'bout my reputation
You're living in the past it's a new generation
A girl can do what she wants to do and that's
What I'm gonna do"
Claque claque claque claque
Seu scarpin ressoava pelos corredores de pedra da escola. Abandonara o sapato baixo do uniforme, praticamente uma rebelde. Professora McGonagall fizera-lhe vista grossa a princípio, porém nada havia contra o uso de salto alto no regulamento da escola. No entando, quando a garota cortou sua saia até o meio das coxas finas e incorporou meias 7/8 e cinta-liga a seu uniforme a professora chamou-a para uma conversa em seu escritório.
Era uma sala enfadonha, transpirava a velhice para a jovem aluna. Profa McGonagall sentou-se em uma das poltronas vermelhas e ofereceu a outra à aluna.
-Srta. Parkinson, entendo que a juventude pode nos trazer um desejo de nos "rebelarmos", porém temos que manter em mente que estamos em uma instituição de ensino e exige-se um certo decoro. –A garota revirou os olhos, o que fez a professora respirar fundo. Estava falando com uma pedra- O que quero dizer, srta Parkinson, é que deve se ater ao uniforme escolar e não infrigir-lhe modificações ou mutilações.
-Ok, mais alguma coisa? –A professora não estava preparada para aquela resposta. Pansy não costumava aceitar tão facilmente a imposição de regras. Como a professora não dissesse nada, se levantou. –Então com licença.
Saiu da sala e o claque claque retornou aos corredores. Os alunos se dirigiam ao salão principal, paravam para vê-la passar, e ela adorava a atenção, um sorriso crescendo em seu peito, porém jamais em seu rosto, por onde apenas expressões de escárnio passavam.
Era a estrela da escola, sabia o que cochichavam à sua passagem e sabia o que pensavam –as garotas a invejavam, os garotos a desejavam. Andava sempre com uma máscara esnobe e sabia que isso apenas aumentava os cochichos. E ela os provocava, incitava os outros alunos a falarem dela. Primeiro por seu namoro com Draco Malfoy no quarto ano. Nada muito intenso, nada arrebatador, apenas uma boa transa e aparências. Porém tinham outras coisas em mente e um dia simplesmente acabou. Foi quando se tornou a garota mais desejada da escola: a poderosa garota de salto alto, lábios vermelho sangue, o cabelo preto caindo sobre a pele branquíssima. Sentia que poderia conseguir o que e quem quisesse. E o que queria era estar na boca de todos –fama, populardade, não importava como.
E a pessoa que tirava seu brilho vinha do outro lado do corredor. Harry Potter, o menino que sobreviveu. Harry Potter, o escolhido. Santo Potter, glória!
Colocou sua máscara de desprezo máximo ao passar pelo trio –Potter, sua amiga sangue-ruim e seu amigo cabeça de cenoura. Não suportava a idéia de que toda sua audiência subitamente de desviasse para um grupo apenas por uma cicatriz em forma de raio, quase invisível sob a franja do outro. Pansy odiava cicatrizes; elas deformavam sua pele lisa e perfeita, e em sua cabeça qualquer coisa abaixo da perfeição era inadmissível. E por isso odiava aquela cicatriz idiota na cabeça do garoto, estragando a pele em sua testa, sob os olhos verdes e míopes...
O que estava pensando, aquilo não fazia sentido! Que lhe importava sua pele, sua cicatriz e seus olhos? Tudo que lhe ocorria era que ele sugava a atenção tão desejada pela garota. Maldito Potter e seus amigos idiotas!
Andou sem ver para onde ia e acabou se encontrando na biblioteca. Estranhando o lugar, não costumava freqüentá-lo, começou o caminho de volta.
-Hey, Pansy.
A voz chamava-a num tom baixo, acompanhou-se de um leve roçar de mãos sob sua saia. A garota sorriu e voltou-se para o dono da voz.
-Nunca pensei que fosse te encontrar por aqui.- Blaise Zambini deu-lhe um meio sorriso. Um dos poucos rapazes tolerados por Pansy, considerados dignos de tocarem-na.
-Não pretendia vir para cá. Estava indo para... Merlim, esqueci para onde estava indo.
-Eu sei um lugar onde podemos ir.
Sabia o que aquilo queria dizer. A sala precisa, o único lugar na escola onde ninguém poderia encontrá-los –a menos que soubessem que estavam lá. E também sabia o que viria depois, meia-hora de esfregação, um cigarro, alguns bons momentos. Pansy consertou uma madeixa de sua franja enquanto considerava a proposta. Uma cicatriz, um raio sobre olhos verdes. O sorriso sumiu de seu rosto.
-Acabei de lembrar para onde estava indo, que pena. Mas fica para a próxima.
Saiu rapidamente dali, sentindo sua respiração falhar sua necessidade de ar. Ficava tonta. Por que aquilo viera a sua cabeça era um mistério. Os saltos batiam pesados sobre o piso de pedra em sua quase corrida rumo à torre de astronomia.
Era onde ia quando queria o silêncio. A torre mais alta do castelo, ninguém a visitava sem necessidade e estava sempre livre do ruído dos passos de alunos e professores que percorriam seus caminhos. Era paz, era sua paz, e ninguém poderia tirar isso dela.
Sentou-se no parapeito da pequena janela. Podia ver tudo o que ocorria nos terrenos ao redor dali, e tinha a certeza de que ninguém a via. Transfigurava-se em fantasma, sobrevoava tudo e não sentia mais frio, fome, dor... (And I only feel good When I got no pain And that's how I'm gonna stay) Passou suas pernas para o lado de fora e, balançando-as lentamente, começou a se perguntar o que aconteceria se caísse.
-O que você está fazendo Pansy?
A garota voltou-se tão rapidamente que se desequilibrou e por um instante pensou que descobriria a resposta para sua pergunta. Porém, um par de braços socorreu-a rapidamente e puxou-a para dentro da sala. Seu coração batia disparado com o susto.
-Céus, obrigada, eu quase caí...- Olhos. Verdes. Cicatriz. Pansy desvencilhou-se dos braços que a resgataram e empurrou o garoto.- O que você pensa que está fazendo, Potter?
-Talvez impedindo que você caia da torre de astronomia.- Ele afastou-se, claramente surpreso por aquela reação após acabar de ajudá-la.
-Mas eu nunca teria quase caído se você não tivesse aparecido e me assustado.
-E o que você estava fazendo pendurada na janela daquele jeito afinal?
Pansy sentiu seu rosto esquentar. –Não é da sua conta.
Harry ignorou a tentativa da sonserina de afastá-lo e se aproximou novamente dela. Estavam tão próximos que ela conseguia identificar cada tom de sua íris.
-Você ia pular?
Um arrepio percorreu toda a pele de Pansy. O cheiro do garoto, sua voz, tudo excitava-a de tal maneira que se envergonhava por deixar Harry Potter seduzi-la. Não que ele estivesse tentando. A menos é claro que ela o estivesse seduzindo, o que é claro tornaria sua situação muito menos vergonhosa.
-E se fosse...- E foi sua vez de se aproximar dele, seu rosto à milimetros do outro.- O que você ia fazer?
-Eu...
Foi quando ouviram passos, e uma voz chamou "harry!" nas escadas. O garoto separou-se rapidamente, olhando estupidamente para a garota que acabara de resgatar jogada no chão. Teve um instante de hesitação e em seguida saiu, seguindo a voz, provavelmente daquela sangue-ruim que andava com ele. Pansy respirou fundo. O que estava errado com ela?
x-x
-Pansy, você ao menos está comigo?
A garota voltou a si como se despertasse de um transe. Se perdera em pensamentos enquanto deixava Malfoy fodê-la com vontade, porém ele não era o tipo de homem que gostava de transar sozinho. Gostava de ouví-la gemer, pedir por mais, gritar seu nome, e então sabia que era uma vadia, sua vadia.
-Talvez você devesse tentar mais. Por que não desce e brinca um pouco? –Ela empurrou gentilmente a cabeça dele para seu baixo ventre e ele aquiesceu, mordeu a parte interna de sua coxa e chupou-a como nunca houvera feito antes. Sem ver seus olhos cinzas, Pansy só conseguia imaginar outros que observavam sua reação enquanto a lambiam e masturbavam. Não teve outro efeito, o orgasmo veio forte e poderoso.- Me come de quatro! –E seu desejo era uma ordem, e Harry metia nela com gosto, e ela gemia e gritava e pedia mais, e ele gemia também até gozar e cair ao seu lado, tomando novamente a forma de Draco. Pansy olhou a forma pálida do garoto ao seu lado e soube que aquilo não estava certo. Levantou-se, buscando sua roupa.
-Hey, onde você pensa que vai? Volte aqui.- Ele tentou puxá-la para perto dele. Um tanto needy, um amante que precisava da atenção total. Pansy suspeitava que fora por falta de amor materno. Boo-hoo.
-Não posso passar a tarde inteira deitada com você, tenho que entregar um trabalho de transfiguração amanhã.
-Achei que algum Corvinal fizesse todos os trabalho para você em troca de você mostrar os peitos ou algo assim.
Pansy riu, um riso seco. Sabia o que pensavam dela. E não se importava, era a verdade. Uma puta. Uma vadia. Era isso o que viam nela. Dormiria com qualquer coisa que se movesse, e não tinha escrúpulos de fazê-lo em troca de favores. Subiu sua saia e aproximou-se de Draco, beijando sua barriga.
-Não é em troca dos meus peitos. É em troca da minha buceta. E eu chupo ele de vez em quando. –Dizendo isso, lambeu seu baixo ventre sentindo sul, o que fez o garoto arrepiar-se. Tentou tirar novamente a calcinha da garota, porém ela não permitiu.- O que eu ganho com isso?
-Uma transa muito melhor do que você pode ganhar com qualquer um desses broxas dessa escola.
-Verdade. Mas infelizmente uma transa não vai me fazer ser aprovada em Transfiguração. Tchau.
Deixou o garoto e saiu do dormitório masculino, atravessando o salão comunal da Sonserina. Acabara de transar com Draco Malfoy, o garoto mais desejado de sua casa, fantasiando com Harry Potter. Isso certamente não parecia nada bom. Mas não podia deixar aquilo abalá-la, tinha uma reputação a manter, uma má reputação.
