N/A: Essa vai especialmente pra querida Deia Silva, com agradecimentos especiais a minha amiga Pearll, pelas sugestões e revisão. Ainda não sei quantos capítulos essa fic vai ter, mas acho que pelo menos uns 7, vamos ver. ^^ Ah, e por favor, se puderem, não esqueçam de deixar um review. Eu ficaria muito feliz em saber o que estão achando. Bem, chega de blablabla, vamos à história!
CAPÍTULO PRIMEIRO
ou "Era só o que me faltava!"
Março de 1996
"A poeira estava baixando. Os destroços do escritório ficaram à vista: a mesa de Dumbledore estava virada, todas as mesas caídas, tinham sido arrancadas do chão, instrumentos prateados aos pedaços. Fudge, Umbridge, Kingsley e Dawlish caídos sem movimento no chão. Fawkes, a fênix, sobrevoava em largos círculos sobre eles, cantando levemente.
[...]
'Aonde você vai, Dumbledore?' sussurrou Professora McGonagall. 'Grimmauld Place?'
'Ah não,' disse Dumbledore, com um pequeno sorriso, 'Eu não vou sair para me esconder. Fudge vai logo desejar nunca ter me tirado de Hogwarts, eu te prometo.'"
[Harry Potter e a Ordem da Fênix, Capítulo 27]
A tensão daquele episódio se estendeu pelo resto do dia. Longo e desagradável, é assim que foi. Com um amargor agarrado à garganta e o peito cheio de receios, Minerva deu graças quando finalmente pôs os pés em seus aposentos privados. Uma noite de sono, ao menos. E que fosse tranquila. E que dormisse ininterruptamente. E que descansasse, só um pouco que fosse. Nem que pra isso tivesse, mais uma vez, de fazer uso das poções de sono que Pomfrey lhe tinha arranjado. Talvez duas doses a atordoassem o suficiente para não pensar em-
Mas, só um momento depois de pousar o chapéu cônico sobre a penteadeira, um ruído estranho veio do banheiro. E isso, é claro, de imediato desfez sua linha de raciocínio.
Ela estreitou os olhos. A que nível intragável a arrogância de Dolores tinha chegado?! Sentiu raiva e ultraje! Dolores Umbridge, em pessoa, jamais teria conseguido violar seus encantamentos de proteção, disso Minerva estava bem certa. Então... quem teria mandado? Estaria a pessoa ali somente para bisbilhotar ou era movida por objetivo mais hostil? Por via das dúvidas, segurou a varinha bem firme entre os dedos e abriu a porta devagar... pronta para duelar, se necessário.
Imediatamente, foi envolvida por uma pesada nuvem de vapor com cheiro de limão, chocolate e açúcar. Seus óculos, completamente embaçados, não a deixaram ver mais nada, e só depois de um rápido feitiço desembaçante pôde pôr os olhos em uma escova de dentes mui roxa sobre a pia, que em nada se parecia com a sua. O tubo de pasta de dentes de tuti-fruti também certamente não era seu. Não foi preciso se virar para "adivinhar" quem estava cantarolando em sua banheira, e quando o fez, só confirmou o óbvio. Suspirou, sem saber se o que sentia era alívio ou choque. E lá se ia todo o seu shampoo, em uma mui longa e mui alva barba branca. Havia bolhas por toda a parte e poças d'água no chão do banheiro.
– Dumbledore!
Furiosa? Ela estava furiosa, era isso? Ele piscou com inocência, como se não entendesse.
– Uh... olá, Minerva. Sabe, não é muito educado entrar sem bater, sobretudo quando outra pessoa usa o banheiro. – Então ele inclinou a cabeça, como se para olhar por cima dos oclinhos que no momento não estavam lá. – Eu podia não estar envolto em bolhas.
Minerva só pôde revirar os olhos e fungar.
– Tem ideia de quão nervosa fiquei hoje mais cedo, com sua pequena cena de fuga? Sem saber para onde tinha ido, quando o veria de novo! Sozinha com aquela maldita e desagradável...!
– Minha cara Minerva... – ele a interrompeu delicadamente, enquanto enxaguava a barba – por favor, se acalme... Eu lhe disse que não sairia para me esconder, não disse? Sinto muito se a assustei com a possibilidade. Mas eu sempre estarei aqui. – Ele sorriu. – Por e para Hogwarts.
Minerva respirou fundo, levou a mão à testa... então pressionou de leve as têmporas, sinceramente frustrada. Por e para Hogwarts, é claro. Sempre.
Ele continuou:
– Suponho que a esta altura Cornelius já tenha entregado toda a autoridade possível sobre Hogwarts a Dolores. Quando ela perceber que a gárgula que guarda o meu escritório não a deixará entrar, provavelmente vai providenciar alguns feitiços de rastreio, e infelizmente ela tem alguns ótimos magos a seu serviço, muito capazes de obter sucesso, ao menos dentro de determinado alcance... Então, bem... temo que não seja boa ideia que eu me mantenha em meus próprios aposentos até que ela se vá, por mais tentador que me pareça. É claro que não varrerão o castelo todo atrás de mim, mas não tenho dúvidas de que checarão a minha torre de cima à baixo. Não quero provocá-los mais, poderiam tomar medidas desnecessariamente drásticas para tentar me capturar. Talvez algo contra o castelo, e isso seria uma lástima..
– Sei. E então?
– Então... decidi ficar aqui. – E rapidamente adicionou, ao mesmo tempo em que se levantava e estendia a mão na direção da toalha. – Se não se importar, é claro.
Minerva não teve tempo de desviar os olhos antes de ver o que não devia. Saiu resmungando coisas desconexas enquanto Albus, lá no banheiro, enxugava os dedos dos pés muito alegremente.
Continua.
