Atirei-me ao mar de incertezas na jura de que sabia nadar, mas as águas traiçoeiras do mar quiseram me enganar. Numa ânsia sem piedade, ele começou a me puxar para si, me envolvendo com teus braços de ondas. Tomada de desespero tentava voltar aos braços do meu amado, porém o desespero tomou conta do meu ser e angústia inundou meu espírito. O relógio da vida começou a contar mais rápido, o alarme soaria brevemente. Meu corpo esgotou suas forças numa luta inútil contra aquele mar, águas profundas que pareciam querer que eu me tornasse parte integrante dele.

Não sei qual era o meu olhar naquele instante, mas vi lágrimas de sangue do meu amado...ali tão distante...impossibilitado de me sua tristeza, seu coração se despedaçando na areia, enquanto minha vida esvaía-se pelas minhas mãos. Não vi minha vida passar diante dos meus olhos, somente vi os braços da morte, pronto para aninhar-me em teu peito gélido e lívido.

A morte me pareceu por um momento convidativo, pois via meu espírito pairando silencioso e quieto em teus braços, enquanto meu corpo desprovido de vida seria levado na inquietude do mar. O terror dos olhos do meu amado foi a última coisa que eu acho que vi...