Sexta – feira, 10 de dezembro de 2011, um rigoroso inverno tomava conta de nova York, as ruas úmidas e cobertas de neve. Nas calçadas o clima era de alegria e felicidade, o espirito de natal começava a tomar conta da cidade, crianças, jovens, adultos e idosos pareciam flutuar naquele clima de harmonia, todos estavam felizes, menos ela.
Rachel Berry abria a porta da pequena casa no bairro do Broklyn, o local era pouco iluminado, os móveis eram poucos, e aquele ambiente aspirava solidão. Já fazia 2 anos, 2 longos anos que ela tinha largado Lima, Ohio, sua terra natal para a vida na big apple. Agora com 20 anos, Rachel Barbra Berry, só queria um pouco de realidade. Seus sonhos de se tornar estrela da Broadway estavam se esvaindo, todos pelo ralo, cada passo, cada nova tentativa, cada momento frustrado, era uma impossibilidade, parecia toda sua vida indo por agua baixo.
Rachel nunca teve condições para ir pra Nova York, filha de mãe solteira que faleceu quando ela tinha 5 anos, foi criada por sua vó materna. Seu pai, nem sabia quem era. Formou-se no ensino médio, em uma pequena escola pública de Lima, com muitas honras e méritos, que ao que parecem só valiam por lá. Seu talento? Era único, Rachel tinha a voz mais firme e doce que toda Costa Leste já ouviu, porém sua falta de dinheiro para entrar em uma faculdade, curso de música e até se inscrever para as audições da Broadway a impedia. Rachel tinha garra, trabalhou em tudo que pode, foi babá, assistente de dentista, médico, fisioterapeuta, garçonete, e tudo que você possa imaginar. Tentava se manter com o pouco que tinha, mas de vez em quando não resistia e gastava seu suado dinheiro, com DVDs de musicais, já que as entradas eram muito caras, essa era a solução.
Rachel sucumbia ao cansaço em sua cama, não tinha vontade de nada, só sabia que precisava de um emprego o mais rápido possível, no último pediu para se demitida, após ser assediada pelo asqueroso chefe, dono do bar. Ela tentava fechar os olhos, mas não conseguiu. Sentou na cama, acendeu o abajour e olhou o jornal do dia, mas não abriu no caderno cultural, como costumava fazer,e foi direito na página de classificados, como de costume nos últimos tempos.
Seu coração para por um instante:
BELIEVE
Novo bar na 44th com a 5th Avenida – Precisa –se de funcionários: Garçonetes, caixas, recepcionistas.
Entrevistas: 11 de dezembro à partir das 10h da manhã.
Rachel abriu um sorriso, algo lhe dizia que amanhã poderia ser um dia melhor.
"Você tem certeza que quer abrir um bar?" – Acho que é a décima vez que Finn Hudson responde essa pergunta. Agora para seu "quase" irmão Kurt Hummel.
"Claro que sim Kurt, é meu sonho dar espaços para novas bandas começar, além do mais me apresentar com a minha aqui, cansei da estrada um pouco, é ótimo estar perto do público, mas sinto que preciso de uma brecha, preciso criar, compor, crescer como artista, não consigo mais fazer o mesmo tipo de música o tempo todo".
"Ok Finn, você que sabe, se a gravadora está ok, se isso que você quer, vá em frente, apenas deixe-me cuidar da decoração desse lugar, eu preciso de um pouco de diversão."
Finn assentiu de primeira, e Kurt pulou de alegria.
Finn Hudson, era um astro da música, com apenas 23 anos colecionava 5 anos com sua banda You cant stop the beat – ou YCSB como eram chamados os 4 integrantes Blaine, Puck, Sam e Finn que era o vocalista e baterista de vez em quando, vendiam inúmeros cds, shows, apresentações em programas de TV, e etc. Seu auge foi há 2 anos atrás aonde ganharam até um Grammy por seu grande sucesso, de mesmo nome da banda. Finn era do tipo cara tranquilo, apreciados da fama, mas meio cansado dela. Nova Yorkino morava sozinho, mas sua mãe Carole e seu padrasto Burt – pai de Kurt, moravam na cidade.
Finn sempre sonhou com duas coisas na sua vida, viver da música e ter seu próprio bar. A primeira ele já conseguiu, era completamente independente, a segunda ele estava prestes a realizar.
Fechou a porta do espaço adquirido em um bairro boêmio de NY, olhando com sorriso nos lábios, mal esperava para receber seus novos colaboradores, tinha certeza que amanhã seria um grande dia.
Rachel acordou às 7h da manhã, não conseguia ficar na cama e o caminho a percorrer era longo, se vestiu com uma calça jeans justa, botas de cano longo, um casaco bordo, e uma boina branca, ajeitou seu cabelo preto e sua franja, Rachel era linda, mas não acreditava muito nisso, sua auto estima não estava nos melhores momentos.
Finn levantou, ajeitou seu cabelo, escovou os dentes e não quis comer de tanta ansiedade, ele estava começando a realizar um sonho hoje.
Saiu mais que depressa de casa, queria ser o primeiro a chegar no local.
Rachel sabia que o caminho do metrô era longo e por medo de atrasar chegou meia hora mais cedo para garantir, sabia que seria muito cedo para as entrevistas, mas chegando lá poderia andar ou tomar um café por perto antes de começar, ou melhor era melhor não comprar nada, nem pro café seu dinheiro estava dando naquele momento.
Finn quando estacionou seu carro em frente ao Believe não pode deixar de notar que tinha alguém sentado na calçada, era uma menina, muito pequena, ok Finn Hudson tinha quase 1,95 de altura qualquer pessoa ficaria pequena perto dele.
Ele não pode deixar de olhar o quanto ela parecia cansada, olhando para o chão, e o quanto ela era linda, em um pequeno movimento de colocar o cabelo por detrás da orelha e morder o lábio inferior, seu coração acelerou, ele decidiu sair do carro.
"Olá" ele disse aproximando dela
Rachel levantou bruscramente que quase caiu
"Oi, eu vim para as entrevista, moro meio longe, fiquei com medo de me atrasar, e cheguei mais cedo, apenas estou aqui, mas pronta pra começar quando quiser."
Rachel emendou todas as palavras, falando rapidamente sem parar e com objetivo forte.
Finn, não conseguiu esconder o sorriso, com covinhas no rosto. O coração de Rachel parou, ela finalmente reconheceu.
"oh meu Deus, você é Finn Hudson? Finn da YCSB?" Oh meu Deus, sinto muito, acho que te confundi com o dono do bar"
Finn sorriu, "Mas eu sou o dono do bar"
"Sério?"
"Sim, agora se você me perguntar porque eu quero ter um bar, igual todas as outras pessoas fazem, eu juro que não te deixo entrar agora, nem fazer entrevista".
Rachel riu, e disse ok, sem questionar, nem tirar os olhos dele que agora abriam a porta do local.
"Hey, você ainda não me disse seu nome?"
"Rachel Barbra Berry, prazer" – Rachel esticou a mão que Finn pegou suavemente apertando forte e leve ao mesmo tempo, quase fazendo a flutar.
"Nome bonito, entre Rachel, tá frio ai fora, ainda temos tempo, vamos tomar um café"
Rachel e Finn entraram no local, Finn começou indo para cozinha com Rachel atrás, mostrou para ela que algumas coisas estavam compradas, como fogão, geladeira, eletrodomésticos e a decoração e moveis chegando, eles logo abririam, por isso precisavam de funcionários o quanto antes.
"Mas me diga Rachel a que vaga você quer e candidatar? Finn perguntou enquanto tentava utilizar o coador de café.
"No que tiver precisando, eu realmente trabalho com tudo, e o que não sei posso aprender"
"Bom" Finn disse nesse instante derramando agua quente por toda pia. Rachel sorriu sozinha como ele era desajeito, e foi ajuda – lo, em um instante ela achou um pano limpou toda bagunça, separou o coador, colocou o pó de café, e em instantes já tinham 2 canecas que ela já havia lavado, prontas com café dentro.
Finn observava cada momento.
"Rachel você é muito concentrada e boa, obrigada por isso"
"Imagina, estou acostumada a me virar sozinha" – Falou, sentando no sofá perto do palco quase montado no bar.
"Você mora sozinha? Queria ouvir sobre você
"Bom, minha família é de Lima, Ohio, cresci com minha Vó e aprendi fazer um pouco de tudo, e vim pra Nova York há dois anos, já trabalhei como assistente de diversas coisas, garçonete, babá e etc, e enfim, não há muita coisa interessante sobre mim".
"E seus pais?" – Finn deixou escapar, e percebeu sua besteira quando seus olhos abaixaram.
Quando ele ia pedir desculpas a porta tocou, era Blaine, membro da banda e sócio do Bar.
Finn foi cumprimenta – lo
"Oi Blaine que bom que chegou"
"Vim assim que pude, quais são os planos e as novidades?" Blaine interrogou com um olhar sobre Rachel.
"Quero que conheça Rachel Berry, eu ainda não sei o que ela será aqui, eu já a contratei e sinto que ela terá uma importância muito grande".
Finn falou piscando para Rachel, que corou sorrindo para os dois.
Definitivamente Rachel Berry, aquele seria um bom dia.
