• Folha em branco •
Apresentando:
Um tributo à Morte.
Não me importava com palavras até me deparar com a menina que roubava livros. Porque o negro da tinta com a qual eram escritas não me chamava atenção, já que a tinta escura era comum para mim. Era como a noite e era como o fim.
A tinta escura era linda, eu sei. Porém, não dava a mim – Ou a Liesel Meminger – a mesma sensação de expectativa quando olhamos uma folha em branco.
Porém, agora, naquele amontoado de letras, há uma magia que de mim se apodera. Quando fito uma folha em branco, ansiosa, espero que ela se cubra de frases e quando vejo uma simples palavra, desejo com todas as minhas forças que ela me conte uma história. Qualquer que seja, enquanto procuro suas cores em meio uma pequena distração de meu trabalho.
Uso, mais uma vez aqui, as palavras que aprendi com a 'roubadora' de livros. Será que consegui me expressar? Quero dizer, consegui acabar com a expectativa de uma folha em branco colocando nela palavras que sussurram histórias?
Ou meu devaneio ficou deveras superficial, como alguém que apenas dá uma ideia vaga de como se sente? Não que eu deva realmente me importar. Já que não me dirijo a ninguém, apenas a mim mesma. Porque essa folha em branco coberta agora de palavras de tinta negra, torna-se meu precioso tesouro guardado entre as almas que levo. - As crianças sempre nos braços! – E talvez, tudo não passou de um singelo modo de me distrair. Porque agora...
Primeiro as cores, depois as palavras e então, os humanos. É assim que vejo as coisas.
FIM
Nota da Autora: "Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito." (A Menina que Roubava Livros, Markus Zusak.)
