Era uma manhã quente e ensolarada em Roma. Então por que a cidade parecia estar sendo abalada por um pequeno terremoto?

O nobre conde Sasuke Uchiha levantou a cabeça do travesseiro e, gemendo por causa do esforço, tentou fixar os olhos. Verdade, a cama parecia uma área em turbulência, mas não estava se movendo, e as fortes pancadas, que ele supunha serem construções desabando, pareciam, em vez disso, estar vindo da direção da porta de seu quarto.

E os gritos que ouvia também não vinham de nenhuma vítima soterrada. Era a voz de seu empregado Sugetsu insistindo para que ele acordasse.

Com movimentos leves para não acordar a bela loura e nua que dormia ao seu lado, Sasuke levantou-se, pegou o robe em meio às roupas jogadas no chão e dirigiu-se à porta.

Colocou o robe e abriu um pouco a porta.

— Hoje não é dia de trabalho — informou para o rosto ansioso do lado de fora. — Não posso ter um pouco de paz?

— Perdoe-me, eccellenza. Jamais incomodaria o senhor. Mas é sua tia. A signora Uzumaki.

Houve um silêncio ameaçador e, em seguida:

— Aqui? — Sasuke questionou.

— A caminho — admitiu Sugetsu, nervoso. — Ela telefonou para dizer que estava vindo.

— E você não teve a sagacidade de dizer que eu estava fora? — perguntou ele.

— É claro, eccellenza. — Sugetsu falou com verdadeiro pesar. — Infelizmen-te, ela não acreditou em mim.

— Quanto tempo tenho?

— Vai depender do trânsito, signore, mas acho que devemos contar com minutos. — Ele acrescentou com ar de reprovação. — E estou batendo, batendo...

Sasuke forçou-se a entrar em ação.

— Chame um táxi para a minha hóspede — ordenou ele. — Diga ao motorista para vir pela entrada dos fundos, e para ser rápido. É uma emergência. E prepare o café para a signora, e os biscoitinhos de amêndoa de que ela gosta.

Ele fechou a porta e voltou para a cama. A ressaca foi ofuscada por maiores preocupações. Olhou para a beleza macia ali exposta para seu deleite, e comprimiu os lábios.

Dio, como tinha sido idiota em quebrar sua própria regra e permitir que ela passasse a noite aqui.

Devia estar mais bêbado do que pensei, disse para si mesmo com cinismo, depois se inclinou e tocou-a nos ombros, chamando-a.

Cílios longos levantaram-se lentamente, e ela lançou-lhe um sorriso sonolento.

— Sasuke, tesoro mio, por que não está mais na cama? — Ela levantou o corpo, colocando os braços em volta do pescoço dele para puxá-lo mais para perto, mas ele deu um passo para trás.

— Ino, você tem de ir, e rápido. Ela fez um biquinho charmoso.

— Mas como você é pouco cavalheiro, caro. Disse a você que Sai foi visitar a bruxa, a mãe dele, e só volta à noite. Temos todo o tempo do mundo.

— Uma idéia fascinante — disse Sasuke de forma equilibrada. — Mas, infelizmente, não temos tempo para concretizá-la.

Ela espreguiçou-se, o sorriso alargando-se.

— Mas como posso ir embora, mi amore, se não tenho nada para vestir? Você fez com que eu perdesse para você todas as minhas roupas no strip pôquer ontem à noite. Então, o que faço? Afinal de contas, foi uma questão de honra — acrescentou ela.

Sasuke tentou controlar a impaciência.

— Considere isso cancelado. Eu trapaceei.

Ela deu de ombros:

— Então, você vai ter de buscá-las na sala onde as tirei. A não ser que você queira que eu as ganhe de volta numa nova partida.

Essa não era uma boa hora para ser provocante. O sorriso dele foi quase um rosnado.

— E como, bella mia, você vai explicar sua presença, nessas condições, à minha Zia Kushina, que considera a mãe de Sai uma de suas melhores amigas?

Ino deu um grito assustado e sentou-se.

— Madonna! Você não pode estar falando sério. Prometa-me que ela não está aqui?

— Não agora, mas em breve — advertiu Sasuke.

— Dio mio — a voz dela era uma lamentação. — Sasuke, faça alguma coisa. Tenho de sair daqui. Você tem de me ajudar.

Houve uma outra batida na porta e se abriu uma fresta que mostrou o braço discreto de Sugetsu segurando roupas femininas. A voz estava ansiosa.

— O táxi chegou, eccellenza.

— Un momento — Sasuke pegou as roupas e jogou-as para Ino, que se dirigia frenética para o banheiro.

Ele fez uma pausa, observando-a desaparecer. Durante a noite, ela tinha sido uma companhia divertida e engenhosa, mas a luz do dia e o perigo dissiparam a atração que ela provocava nele. Não haveria mais jogo de cartas, ou qualquer outro tipo de jogo com a bela Ino Yamanaka. Na verdade, pensou ele franzindo a testa, seria melhor evitar esposas insatisfeitas. A única verdadeira vantagem de casos como esse era o fato de elas não esperarem um pedido de casamento, pensou ele cinicamente.

Ele resgatou sua cueca da pilha de roupas ao lado da cama e foi para o closet vestir-se com calças cor de creme e uma camisa pólo preta. Quando saiu, Ino estava esperando, vestida, porém transtornada.

— Sasuke — disse ela com veemência. — Quando vou vê-lo novamente?

A resposta sincera seria "Nunca", mas isto seria indelicado.

— Talvez essa situação seja um aviso, cara mia. Temos de ser mais cuidadosos.

— Mas não sei se vou conseguir agüentar. — A voz tremeu um pouco. — Agora que nos encontramos, angelo mio.

Sasuke reprimiu um sorriso cínico. Ele sabia quem tinha sido seu predecessor. Ino era a linda filha de um homem rico, e era casada com um homem também rico, porém fácil de ser enganado.

Ela era mimada e angustiada como, na verdade, ele também o era.

Talvez tenha sido essa a atração inicial entre eles, pensou, com um sorriso interior.

Ele de repente sentiu-se impaciente. O calor de Roma e o barulho do tráfego pareciam pressioná-lo. Ansiava por sentir o perfume do verde e acordar no silêncio, à luz da lua.

Precisava, pensou ele, isolar-se.

E podia ter o que queria, e mais. Afinal de contas, estava mais do que na hora de tirar férias. Organizava as coisas no banco e podia partir, disse a si mesmo, enquanto Ino pressionava seu corpo contra o dele, com murmúrios sedutores.

Naquele momento ele a queria fora de seu apartamento, pensou, e percebeu que sentiria tal vontade mesmo se não estivesse sendo ameaçado pela visita de sua tia.

Gentil, mas firmemente, ele guiou-a para fora do quarto e para onde Sugetsu a esperava. E, logo em seguida, a campainha da frente soou.

— Eu atendo. Sugetsu, leve a signora até o táxi. — Sasuke livrou-se das mãos dela, murmurando que era claro que pensaria nela, que ligaria para ela — mas somente se achasse que era seguro.

Ele parou para vê-la sair, depois respirou fundo e ajeitou os cabelos.

A campainha soou novamente e Sasuke percebeu que não podia mais prolongar a situação. Suspirando, foi confrontar o inimigo.

— Zia Kushina — ele cumprimentou a mulher alta e grisalha à porta. — Que surpresa agradável.

O olhar dela quando passou por ele foi ameaçador.

— Não seja hipócrita, Sasuke. — Ela fez uma pausa, ouvindo o som distante de um carro dar partida e a porta dos fundos bater. — Ah, então a sua visita escapou em segurança — acrescentou com um sorriso amargo. — Lamento ter estragado seus planos para o dia, sobrinho.

— Eu raramente faço planos, minha querida tia. Prefiro esperar para ver o que o dia tem de bom a oferecer. — Ele acompanhou-a até a sala, olhando à sua volta para ter certeza de que o ambiente voltara à ordem habitual. Os copos tinham sido removidos, juntamente com as garrafas vazias.

Anotando mentalmente que daria uma gratificação a Sugetsu, ele conduziu a tia até o sofá e sentou-se diante dela.

— A que devo a honra dessa visita, Zia Kushina? Ela permaneceu em silêncio por um momento, depois disse:

— Quero conversar com você sobre Naruto.

Ele olhou-a surpresa. A chegada de Sugetsu com o ritual de servir o café e oferecer-lhe biscoitinhos deu-lhe tempo para organizar os pensamentos.

Quando estavam sozinhos, ele disse calmamente:

— Você me surpreende cara Tia. Não estou em posição de dar conselhos a ninguém. Você sempre disse que meu exemplo para seu filho era abominável.

— Não se faça de tolo — disse a signora. — É claro que não quero conselhos. — Ela hesitou. — No entanto, acho que preciso de sua ajuda em um pequeno assunto.

Sasuke engoliu seu café.

— Espero que isso não seja um pedido para trazer Naruto de volta para Roma. Parece que está tendo progresso em Londres.

— Isso — disse a mãe de Naruto friamente — é uma questão de opinião. E, de qualquer maneira, ele em breve estará voltando para Roma para passar as férias comigo.

Os olhos de Sasuke franziram sutilmente.

— A idéia não lhe agrada, não é? Mas lembro-me de você reclamando, quando nos encontramos na festa da princesa Dorelli, que você não o via com muita freqüência.

Houve outro longo silêncio e, então, a tia disse:

— Ele não vem sozinho. Sasuke deu de ombros.

— Bem, e por que deveria? — opôs-se ele. — Deixa-me lembrar a você, querida tia, que meu primo não é mais um garoto.

— Exatamente. — A signora serviu-se de mais café. — É velho o suficiente, na verdade, para se tornar um marido. E deixa-me lembrar a você, Sasuke, que sempre foi a intenção das duas famílias que Naruto se casasse com Sakura Haruno.

Sasuke franziu a testa.

— Sabia que havia um plano desse tipo quando eram crianças — admitiu ele. — Mas agora que são adultos, as coisas mudaram. As pessoas mudam.

Ela olhou para ele imóvel.

— Exceto você, meu sobrinho. Você continua incorrigível, com seus barcos e carros de alta velocidade. Com seus jogos e suas mulheres.

Ele disse calmamente:

— Mea culpa, Zia Kushina, mas não estamos aqui para falar sobre meus defeitos. — Ele fez uma pausa. — Então, Naruto tem uma namorada. Não é nenhum pecado mortal e, de qualquer maneira, pelo que sei, não é a primeira. E provavelmente terá muitas outras antes de decidir ficar de verdade com alguém. Então, qual o problema?

— Signor Haruno é um velho amigo — disse a tia. — Naturalmente, deseja que a filha planeje seu futuro. E logo.

— E é isso que Sakura quer?

— Ela e Naruto cresceram juntos. Ela sempre gostou dele.

Sasuke deu de ombros novamente:

— Então talvez esteja preparada para esperar até que ele termine suas estripulias — respondeu ele com indiferença.

— Hmmm. — O tom de voz da tia era gélido. — Então é uma sorte que ela não esteja esperando por você.

— Sorte para nós dois — disse ele. — A signorina Haruno é doce demais; não faz o meu tipo.

— Fico aliviada em saber disso.

— Talvez você devesse saber, Zia, que o meu pai, seu irmão, estava longe de ser um santo antes de se casar com minha mãe. Nonna Uchiha me dizia que rezava por ele. — E por você, acrescentou ele para si mesmo.

— Pena sua avó não estar mais aqui para fazer o mesmo por você. — Houve uma pausa e, quando ela falou novamente, a voz da tia estava um pouco menos ríspida. — Mas não vamos discutir, Sasuke. A vida é sua. Naruto tem obrigações que precisa assumir. Por isso, ele tem de dar um fim nessa relação amorosa o quanto antes.

Sasuke franziu a testa.

— Mas talvez o quanto antes não seja o melhor para Naruto — ressaltou ele. — Eles podem estar apaixonados de verdade. Afinal de contas, estamos no século XXI, não no século XV.

A tia fez um gesto de rejeição com as mãos.

— A jovem é completamente inadequada. Uma inglesa sciattona, dessas que se conhece em bares de Londres — acrescentou ela, com desgosto. — Parece que não tem família e nem dinheiro.

— Enquanto Sakura Haruno tem os dois, é claro — disse Sasuke secamente. — Especialmente dinheiro.

— Isso pode não pesar para você, mas conta muito para Naruto.

— A não ser que eu quebre meu pescoço jogando pólo — disse Sasuke. — O que faria dele meu herdeiro, é claro. Minha ocupação com esportes de risco deveria agradar-lhe, Zia Kushina. Abre várias possibilidades.

Ela lançou-lhe um olhar fulminante.

— Que não devemos considerar. É claro que você vai lembrar, quando for preciso, o que deve à sua família. Você é o presidente do Banco Uzumaki & Uchiha. Ele é apenas um funcionário. Não pode se casar com uma mulher bonita sem estirpe.

— Então, ela é bonita — meditou Sasuke. — Mas isso teria de ser, já que não tem dinheiro. E Naruto tem o sangue Uchiha nas veias, então ela também deve ser uma beleza... essa...?

— Hinata. — A tia articulou friamente. — Hinata Hyuuga.

— Hinata. — Ele repetiu o nome suavemente. — O nome da mulher que Petrarca viu na igreja e amou pelo resto da vida. — Ele sorriu para a tia. — Espero que isso não seja um presságio.

— Bem, dependo de você para fazer com que não seja.

— Você espera que eu discurse para meu primo sobre obrigações familiares? — Ele gargalhou. — Não acho que me escutaria.

— Espero que você faça mais do que falar. Quero que dê um fim nesse romancezinho.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— E como vou fazer isso?

— Muito fácil, caro mio. — Ela deu um sorriso. — Você vai seduzi-la e fazer com que ele saiba.

Sasuke levantou-se de sua poltrona em um movimento irritado.

— Você está louca?

— Só estou sendo prática — respondeu a tia. — Pedir isso para você faz com que seu talento com as mulheres seja usado de forma útil.

— Útil! — Ele estava prestes a sufocar de raiva. — Dio mio, como você ousa me insultar sugerindo algo assim? Imagine se eu desejaria mesmo, por um único instante... — Ele afastou-se dela, olhou para a rua abaixo, depois se virou, a expressão hostil. — Não — disse ele. — Jamais.

— Assim você me desaponta — disse a tia. — Achei que fosse considerar um desafio interessante.

— Pelo contrário — disse ele. — Sinto-me enojado com uma proposta dessas. — Ele respirou. — E você me deixa estarrecido.

Ela olhou-o calmamente.

— Quais são exatamente as suas objeções? Ele abriu os braços furioso.

— Por onde devemos começar? A jovem é completamente estranha para mim.

— Mas, para começar, todas as mulheres com quem você divide sua cama são estranhas. — Ela fez uma pausa. — Por exemplo, mio caro, há quanto tempo você conhece Ino Yamanaka, cuja partida apressada eu quase interrompi?

Os olhares encontraram-se e os dois ficaram em silêncio. Finalmente, ele disse:

— Não sabia que você se interessava tanto por minha vida pessoal.

— Em circunstâncias normais, não me interesso, garanto a você. Mas nesse momento, preciso de sua cooperação.

Sasuke disse lentamente:

— A qualquer momento, vou acordar e descobrir que isso é um pesadelo. — Ele voltou a sua poltrona. Sentou-se. — Tenho outras objeções. Você gostaria de ouvi-las?

— Como desejar.

Ele recostou-se, a expressão intensa.

— O romance de Naruto pode ser passageiro. Por que não deixa seguir o curso normal?

— Porque Kizashi Haruno quer que o noivado do meu filho com a filha dele se torne oficial. Mais demoras não o agradariam.

— E isso seria mesmo um desastre?

— Sim, seria — disse a tia. — Fiz um empréstimo com o signor Haruno, e como garantia prometi que o casamento seria em breve. Pagar a dívida seria um tanto inconveniente.

— Santa Maria — Sasuke socou a palma da mão. É claro, ele deveria ter desconfiado.

O marido falecido da signora vinha de uma família relativamente pobre, mas, apesar disso, seus hábitos de gastar sempre foram legendários. Lembrava-se das reuniões de família sobre o assunto quando era garoto.

E a idade, parecia, não lhe dera juízo.

Resmungando, ele disse:

— Então, por que não me permite pagar a dívida para você e deixa Naruto viver a vida dele?

Um repentino brilho irradiou do rosto ainda belo da tia.

— Não sou uma cliente bem-vinda no banco, Sasuke. Seu pai iria revirar-se no túmulo. Além disso, os advogados nunca permitiriam isso. E Kizashi assegurou-me muito discretamente que assim que as nossas famílias se unirem, irá ajudar-me regularmente. Ele é bastante generoso.

— Então, por que não mudar o plano? — disse Sasuke com repentina inspiração. — Você é viúva. Ele viúvo. Por que você não se casa com ele e deixa a geração seguinte escolher o próprio caminho para a felicidade?

— Como você vem fazendo? — A rispidez estava de volta. — Talvez pudéssemos ter um casamento duplo, mio caro. Tenho certeza de que a honra vai obrigá-lo a pedir Ino em casamento, quando o marido dela exigir o divórcio por adultério. Afinal de contas, vai ser um escândalo terrível.

— Não sabia que Sai tinha esses planos.

— Com certeza, ainda não tem — disse a tia com um tom suave. — Mas se ele, ou a minha amiga Nana, mãe dele, descobrir que Ino o trai com você, isso talvez mude.

Finalmente, Sasuke suspirou, levantando os ombros de forma resignada.

— Eu a subestimei seriamente, Zia Kushina. Nunca imaginei que fosse tão inescrupulosa.

— Um traço de família — disse a signora. — Mas situações desesperadas requerem medidas desesperadas.

— Mas você ainda tem algo a consideraru — Sasuke continuou. — Mesmo que o caso dele com a garota inglesa termine, não há garantias de que ele vá casar-se com Sakura. Ele pode preferir procurar em outro lugar. Pode até mesmo encontrar alguma garota rica. Como você vai prevenir isso? — Ele deu um sorriso tímido. — Ou tem algum plano para chantageá-lo a cooperar também?

— Você fala como se ele nunca tivesse gostado de Sakura. — A tia falou calmamente. — Isso não é verdade. E, assim que a desilusão com a inglesa se concretizar, sei que ele vai perceber onde estão seus melhores interesses e voltará para ela. E eles serão felizes juntos. Tenho certeza.

Sasuke lançou-lhe um olhar de pura exasperação.

— Como você faz com que tudo pareça simples. Puxa as cordas e os bonecos dançam. Mas ainda há o que considerar. Por exemplo, como vou conhecer tal garota?

— Já pensei nisso. Vou dizer para Naruto que estou com homens na casa de Tuscany trabalhando no novo sistema de aquecimento e que não posso receber hóspedes. E que você gentilmente nos convidou para nos hospedarmos em Villa Diana.

— E ele vai acreditar?

Ela deu de ombros.

— Ele não tem escolha. E vou fazer com que você tenha a oportunidade de ficar sozinho com a garota. O resto depende de você. — Ela fez uma pausa. — Pode ser que não tenha nem de concretizar o sacrifício derradeiro, caro. Será suficiente para Naruto pegá-lo beijando a moça.

Ele disse pacientemente:

— Zia Kushina, ocorreu-lhe que essa Hinata possa estar apaixonada de verdade por Naruto e que nada irá persuadi-la a traí-lo?

Ele fez uma pausa.

— Além disso, e mais importante, você não pensou no fato de que talvez ela não me ache atraente.

— Caro Sasuke, deixemos de falsa modéstia. Já disseram que se você sorrisse para Julieta, ela deixaria Romeu. Como suas outras vítimas, Hinata irá achá-lo atraente.

— Verdade? — perguntou ele com cinismo. — E se, depois disso, eu tiver êxito nesse empreendimento? Não julgaria Naruto insensato se ele não falasse comigo nunca mais.

— De início, talvez ele fique magoado. Mas depois irá agradecê-lo. — Ela levantou-se. — Eles vão chegar na próxima semana. Espero que não seja um problema para você?

Ele também se levantou, caminhou até a tia e cumprimentou-a pela mão.

— Vou contar as horas.

— Sarcasmo, mio caro, não combina com você. — Ela observou-o por um momento. — Como seu pai, Sasuke, você fica formidável quando está zangado. — Ela afagou a bochecha dele. — Espero que seu humor esteja melhor quando você finalmente conhecer a inglesa.

Ele lançou-lhe um olhar sério.

— Não se preocupe com ela, Zia Kushina. Vou fazer o meu melhor para mandá-la de volta para casa com uma linda lembrança.

E ela saiu.

Sozinho, Sasuke serviu-se de uísque. Ele raramente bebia durante o dia, mas não existira um dia como esse desde o início do mundo.

No que, Naruto estava pensando quando decidiu trazer essa garota para perto de sua mãe?

Se ele tivesse a mínima decência, pensou Sasuke, ligaria para ele e contaria tudo.

Mas não podia correr riscos.

Hinata, ele repetiu para si mesmo meditando. Bem, pelo menos o nome era atraente. Se o corpo combinasse, sua tarefa não seria difícil.

Ele levantou seu copo.

— Salute, Hinata — disse ele com certo cinismo. E boa sorte — acrescentou ele. — Acho que você vai precisar.

Mais uma, dessa vez com o clima quente da Itália

Espero que gostem!