Completa, mas será postada ao longo de alguns dias. Total de 10 capítulos. Também disponível no AO3.


Depois de seu "incidente", Bruce achou que sua vida estava acabada, que estava destinado a correr e se esconder enquanto vivesse, e que sempre estaria sozinho. Foi assim até que conheceu Tony.

Tony, que o tratava como uma pessoa normal, que não tinha medo de o provocar, que fez de tudo para que aceitasse O Outro Cara, que confiou nele quando ninguém mais confiaria, que lhe deu um lugar para ficar, que falava com ele de igual para igual...

Era apenas natural que tivesse se apaixonado por ele.

Para ser justo, não foi amor à primeira vista. Demorou pelo menos uma semana para que percebesse que estava completamente apaixonado. Ou quase isso. Foram mais do que três dias, com certeza. Ou talvez dois.

A questão era que sabia ter se apaixonado por alguém que estava acostumado a trazer uma nova mulher estonteante para cama a cada noite. O que poderia ser um problema.

Demorou ainda alguns dias para que resolvesse fazer alguma coisa. Na verdade, não se achava merecedor de amor, ao menos não até que Tony olhasse em seus olhos e dissesse: "Pare de usar o Hulk como uma desculpa para tudo, você merece ser feliz e até merece amar alguém. Ou pelo menos transar, porque esse seu celibato auto-imposto está começando a me irritar tanto que se, não parar logo, vou ter de resolver o problema eu mesmo." Tony riu da última declaração, para demonstrar claramente que estava brincando. E Bruce sabia que ele não estava falando sério, pois entendia o bastante de neurologia e biologia para perceber quando alguém estava interessado nele. Mas o efeito daqueles palavras foi forte demais, forte o bastante para fazer com que decidisse agir. Sabia que não era atraente o bastante para os padrões de Tony, mas também sabia que despertar fascínio era mais uma questão de atitudes do que de aparência.

Só que era um pouco tímido, e há muito tempo não tinha nenhum tipo de relacionamento romântico. Sabia que se fosse óbvio demais, Tony iria recuar. Era orgulhoso demais para se deixar ser seduzido. Por isso, precisaria ser mais sutil. Lembrou-se então de uma de suas antigas teses, de sua época de faculdade. Há anos não trabalhava com programação neurolinguística, mas ainda se lembrava bem do que teria de fazer. Ou ao menos assim esperava.