Olá pessoas, minha primeira FIC aqui, e é uma adaptação de um livro muito fofo que li da Laura Lee Ghurke. Como sé tenho que mudar nomes e alguns detalhes, vou postar em torno de um capítulo(grande) por dia, se algo aconteça e eu não possa postar em tal dia, no post seguinte eu posto o tanto de caps referente ao tanto de dias que fiquei sem postar. PS: É de época, não dizer exatamente o ano e no livro, se não me engano, não é citado. Não Havera trilha sonora, oks? A história é centrada nos personagens principais, Bella/Edward, portanto pode ser que não haja muito de Alice, Emmet e etc, aliás nem sei se haverá como inclui-los adequadamente ao longo da história...

Classificação: 16+ (mas cada um sabe o que lê)

Tema: Twilight Bella/Edward, TODOS HUMANOS, meio DRAMA/ROMANCE/COMÉDIA. Contém LEMONS, nada extremamente explícito, oks?(pelo menos do meu ponto de vista). A história é narrada por um terceiro que descreve o que o personagem sente e pensa, no começo pode ser meio confuso quando mudar os personagens, mas depois vcs acostumam, ok?

Eu quero reviews *-*

Aí vai o resumo, e o prólogo.

Resumo

Filha ilegítima de um príncipe e de uma famosa cortesã, Bella viveu confinada em escolas e conventos durante a maior parte de seus 20 anos. Mas a austeridade dos ambientes não a impediu de provocar um escândalo depois do outro. Exasperado, o príncipe Charlie Swan de Bolgheri decide que a filha deveria se casar - e quanto antes. Controlar Bella seria problema do marido.

Para arranjar o casamento, Sir Edward Cullen, o mais respeitado diplomata britânico, é chamado às pressas de uma missão na Anatólia. De volta à Inglaterra, ele promete a si mesmo que achará um marido para Bella em poucas semanas, mas logo vê que sua paciência de diplomata talvez não seja suficiente para quebrar a resistência da moça.

Apesar de não faltarem candidatos convenientes à nobreza e ansiosos para dividir o leito com uma jovem tão atraente, nenhum está à altura do espírito e da paixão de Bella.

Como convencer Bella a casar-se por imposição do pai, e não por vontade própria? Será que algum acordo é possível quando é o amor que está em jogo? Sir Edward descobrirá que, muitas vezes, é mais difícil negociar com uma mulher do que com um chefe de estado.

CASO ALGUM NOME DO LIVRO TENHA PASSADO SEM EU VER: Lucia-Bella, Elena-Angela, Ian-Edward, Cesare-Charlie, Francesca-Renée, Armand-Jacob.

Prólogo

Bella sempre tinha sido uma ótima mentirosa. Se isso era bom ou ruim, dependia do ponto de vista de cada pessoa. Ela achava ótimo enfrentar um guarda palaciano à meia-noite, com cigarro e dinheiro no bolso e planos de dar uma escapada na cabeça. Nessa noite, era exatamente isso que tentava fazer.

-Eu não conseguia dormir e queria alguma coisa para ler - disse ela, mostrando ao guarda do palácio o livro que tinha na mão.

Bella aprendera havia muito tempo, quando estava nas escolas para moças de bom trato da França, que um livro sempre era uma explicação conveniente para suas perambulações noturnas. E o pai dela, o príncipe Charlie Swan de Bolgheri, tinha uma das maiores bibliotecas de toda a Europa.

Estava voltando para os meus aposentos.

Os seus aposentos ficam daquele lado - explicou o guarda, apontando na direção oposta àquela para a qual ela se dirigia.

Ela deu uma olhada para trás, por cima do ombro, e voltou a olhar inocentemente para o guarda.

-É mesmo? - perguntou, fingindo espanto. - Eu poderia jurar
que ficavam do outro lado. - Fez um gesto abrangendo o longo
corredor em que eles estavam, um corredor de mármore de Siena
com adornos folheados a ouro, espelhos resplandecentes e dezenas
de saídas. - É tão fácil se perder aqui, eu sempre me confundo.
Tantos corredores... - explicou, baixando o tom de voz, o próprio
retrato do desamparo, e então sorriu. Ela tinha um sorriso de derreter um homem de pedra; sabia disso e usava esse recurso sempre
que necessário.

O guarda, que não era feito de pedra, amoleceu imediatamente.

-Muito compreensível - disse ele, correspondendo ao sorriso
dela. - Mas a senhora sabe que temos ordens de Sua Alteza, o prín-
cipe Charlie, de que não pode perambular pelo palácio à noite.

O pai de Bella lhe era um estranho, e a Piazza di Bolgheri era uma prisão, mas ela não tinha a menor intenção de permanecer esquecida, trancada em algum canto remoto do palácio. Era uma mulher adulta e faria o que bem entendesse. Não manifestou esses sentimentos em voz alta, porém.

Eu não tive intenção de perambular - disse ela, toda mansa e contrita. - Como eu disse, não consegui dormir.

Eu escolto de boa vontade a senhora de volta aos seus aposentos. - disse o guarda.

Não era feito de pedra, mas também não era tolo. Com um suspiro de resignação, Bella permitiu que ele a levasse de volta à sua suíte, consciente de que isso não passava de um adiamento temporário dos seus planos. Aquela era a última noite de carnaval em Bolgheri - e, com ou sem guardas, ela não ia perder as festividades.

De volta aos quarto, viu que sua criada ainda não tinha voltado. A mágica do carnaval atraía a todos, e ela tinha dispensado Margherita, para que a menina pudesse aproveitar. Bella passou

pelos cômodos escuros, dirigindo-se até as portas que levavam ao terraço. Esperou o guarda que estava de patrulha passar e fazer meia-volta na extremidade do palácio, e então saiu sorrateiramente e pegou um caminho diferente para o destino pretendido.

A luz da lua e os fogos de artifício iluminavam o céu. Os sons da música e a folia a atraíam, e as comemorações durariam apenas mais algumas poucas horas.

Ela vivia no palácio do pai havia alguns meses, mas havia aprendido a se movimentar pela propriedade em menos de uma semana. Já tinha determinado quais eram os pontos mais fáceis por onde escapar, e dirigiu-se diretamente para um deles.

O barulho da folia aumentava à medida que ela se aproximava dos limites do terreno do palácio, mas ela mal tinha puxado a escada de jardineiro que havia escondido debaixo dos arbustos naquele dia, apoiando-a contra o muro de pedra do pomar do palácio, quando sua noite de aventura foi interrompida mais uma vez.

Levou um susto ao sentir que alguém lhe agarrava o braço, mas ao se voltar, esperando dar de cara com mais um guarda do palácio, ela viu, pelo contrário, a última pessoa que poderia imaginar.

Angela? - Ela olhou pasmada para a sua meia-irmã. - O que você está fazendo aqui fora?

Eu estava olhando pela minha janela - respondeu Angela, sem fôlego. - Vi você cruzar o jardim à luz da lua e corri para baixo atrás de você. - Mais jovem do que a irmã, Angela apertou o roupão ao redor do corpo e olhou para a escada. Em seguida, voltou a olhar para Bella. - Você está fugindo?

Volte para a cama.

Não fuja! - implorou a garota de dezessete anos, apertando o braço de Bella. - As coisas estão tão divertidas desde que você chegou! Oh, Bella, eu não agüentaria se você fosse embora.

Não seja boba - disse ela, soltando o braço com um puxão. - Eu não vou fugir. Na verdade, vou sim, mas só quando conseguir dinheiro suficiente. Hoje, só vou sair para o carnaval.

Sozinha? - perguntou Angela, atônita.

Com um risinho irônico, Bella abriu os braços, em um gesto amplo. - Você vê mais alguém comigo?

Papai ficaria furioso se descobrisse. Bella olhou firme para Angela.

Ele não vai descobrir, a não ser que você conte para ele.

-Eu não vou contar, prometo. - Angela examinou novamente
a escada e voltou a olhar para Bella. - Você está sempre fazendo
isso, não é?

Fugir de mansinho não fazia parte dos hábitos de Angela, mas Bella sabia tudo sobre isso muito antes de ter conhecido a meia-irmã.

Angela era a boa menina, a filha legítima, a princesa de verdade. Bella era a tempestuosa filha bastarda do príncipe Charlie - um segredo vergonhoso. Não tinha nada de princesa, e ninguém realmente esperava que agisse direito. Mas não trocaria de lugar com Angela por nada.

Volte para a cama - ordenou, virando-se para o muro. - Pelo amor de Deus, você está aqui de roupão!

Você também.

Eu estou vestida por baixo.

Você está usando fantasia?

Antes de Bella poder responder, a mão de Angela se fechou novamente ao redor do seu braço.

Me leve com você.

O quê?! - Bella parou e sacudiu a cabeça. - Oh, não. Charlie me mataria. Eu fugir e me meter em encrenca não é nada. Já fiz isso antes, e eles não esperam nada de bom de mim. Mas com você é diferente. Você não pode vir.

Por favor. Mike pode sair e fazer o que quer, mas eu tenho que assistir ao carnaval da sacada. Quero me fantasiar e sair pelas ruas como todo mundo.

Não, não quer. Você ficaria chocada. É de mau gosto e barulhento. Você detestaria. Você ficaria horrorizada.

Não ficaria! Por favor, me leve com você!

Angela ficou olhando fixamente para ela à luz da lua. Parecia um cãozinho adorável a quem o passeio fora cruelmente negado.

-Eles nunca me deixam ir a lugar algum - sussurrou ela, com um tom tão desamparado que o coração de Bella se apertou de afeição e piedade.

Pobre menina. Seu irmão mais velho, Mike, sempre tivera toda a liberdade que o filho de um príncipe poderia ter, mas Angela fora destinada a uma vida de prisão real do berço ao túmulo, protegida e mimada. Dentro de alguns anos, ela seria dada em casamento no interesse de uma aliança política, sem nunca conhecer a riqueza da vida fora dos portões do palácio e das carruagens douradas.

Vamos então - disse Bella num impulso. - Mas fique grudada em mim - acrescentou, fazendo um gesto para que a irmã subisse a escada à sua frente. - A última coisa que eu preciso é que você se perca.

Vou ficar grudada em você como se fosse a sua sombra -prometeu Angela, parando no alto com uma perna de cada lado do muro. - Como é que eu desço?

Fique aí sentada um minuto.

Bella levantou a escada, apoiando-a contra o muro meio metro adiante, e subiu, segurando as saias acima dos joelhos, como Angela tinha feito. Puxou então a escada para cima do muro e a abaixou do outro lado. Depois de descer para a ruela que ficava embaixo, ela acenou para que Angela a seguisse e tirou o seu roupão de veludo, revelando as roupas de camponesa que usava por baixo.

- A primeira coisa que temos que fazer é conseguir uma fantasia para você - disse ela enquanto desmanchava a longa trança, deixando o cabelo escuro lhe cair nas costas. - E uma máscara - acrescentou, puxando uma máscara de cetim negro do bolso e pondo-a sobre os olhos. Ela amarrou os cordões atrás da cabeça, pôs um lenço vermelho sobre o cabelo e saiu pela ruela. - Espere aqui.

Com uma parte do dinheiro que vinha juntando, Bella conseguiu comprar para Angela uma fantasia e uma máscara semelhante à que usava em um dos muitos ambulantes que forneciam esse material para aqueles que não tinham se preparado com antecedência para o carnaval. Cumprindo a palavra, Angela ficou bem perto de Bella quando elas saíram sorrateiramente da ruela e começaram a andar pelas ruas tortuosas e barulhentas de Bolgheri.

O carnaval era sempre um espetáculo impressionante. As sacadas e janelas estavam enfeitadas com faixas coloridas de pano, as carruagens e carroças estavam cheias de arlequins, dominós e bobos da corte, turbas barulhentas perambulavam pelas ruas e música, fogos de artifício e confete enchiam o ar.

Bella e Angela passaram algumas horas assistindo aos espetáculos apresentados por mímicos, acrobatas, menestréis e ilusionistas. Ambulantes tentaram atraí-las para jogos de azar, mas Bella recusou, sorrindo. Não era tola de arriscar as suas poucas e preciosas moedas em jogos nos quais não poderia ganhar.

Angela não dizia nada. De olhos arregalados, olhava maravilhada o movimento incessante, as fantasias, as máscaras, e o sorriso de deleite no seu rosto dizia tudo. A alegria dela de estar livre, ainda que apenas por uma noite, era óbvia e sincera, e Bella estava muito contente de tê-la trazido consigo. Quando Angela voltasse para a prisão do palácio, a lembrança daquela noite sempre a faria sorrir.

Elas pararam para assistir a um espetáculo teatral de commedia dell'arte no centro de uma praça, e Bella notou uma carreta puxada por bois que parou ao lado delas. Atrás havia dois jovens vestidos como camponeses napolitanos. O carroceiro brecou a carreta e os dois acenaram para elas, tentando lhes chamar a atenção.

-Veja, Angela , temos um par de admiradores.

A garota seguiu o olhar da irmã, sorriu timidamente para os homens e desviou o olhar.

Eles olham diretamente para nós de um jeito muito atrevido.

Eles são altos e fortes - disse Bella, em tom de aprovação. - E uma pena que não possamos ver o rosto deles atrás daquelas máscaras para saber se são bonitos.

Bella sorriu para os dois homens e lhes soprou um beijo. O mais alto fez um gesto para que ela arrancasse a máscara e o lenço. Ainda sorrindo, ela fez que não com a cabeça e o observou pôr uma mão sobre o coração, como se estivesse arrasado. Rindo, ela lhe acenou um adeus e voltou-se para Angela.

-Vamos, quero tomar café.

Angela seguiu Bella, que se dirigiu para o meio de uma piazza cheia de gente, abrindo caminho para os cafés e padarias do outro lado. Com sorte, conseguiram uma mesa em um café ao ar livre e fizeram o pedido. Enquanto esperavam, Bella tirou do bolso tabaco e papel, e começou a enrolar um cigarro com a facilidade da longa prática.

Angela ficou olhando para ela, estarrecida.

Você vai fumar?

Não me olhe com esse rostinho tão horrorizado - respondeu Bella, divertindo-se. - Pelo menos não é haxixe. Quer um?

As mulheres não devem fumar.

Bella pegou a vela sobre a mesa.

-Exatamente - disse ela. Acendeu o cigarro e se encostou na
cadeira, sorrindo do rosto chocado de Angela.

Na coloração, elas não eram diferentes - as duas tinham os olhos castanhos e o cabelo liso e escuro do pai, mas aí terminava toda a semelhança. Angela era delicada, doce e exageradamente idealista, tudo o que Bella não era. Talvez fosse por isso que ela tinha gostado tanto da menina nos três meses que vivia ali. Angela participava de todas as funções reais, e Bella era mantida fora da vista, na extremidade oposta do palácio. Apesar disso, as duas tinham conseguido se encontrar. Sozinhas e isoladas dos outros, tinham-se tornado amigas secretas.

Eu não queria gostar de você, sabe? - Bella deixou escapar, soprando a fumaça para o alto.

Não queria?

-Não. Eu vim para cá totalmente disposta a odiar você.
Para sua surpresa, Angela começou a rir.

-Eu também não queria gostar de você - confessou. - Quando nos conhecemos e você me disse que era a bastarda de papai, odiei você. Eu não sabia que ele tinha outra filha além de mim.

Bella deu uma risadinha de escárnio.

Isso não é nenhuma surpresa. Ninguém sabe que sou filha dele. – disse Bella

Eu falei sério. Estou me divertindo muito desde que você chegou. Ouvir as suas histórias, saber de todas as coisas exorbitantes que você fez, coisas que eu nunca ousaria fazer...

Ouvir outras pessoas falarem sobre a vida não adianta, Angela - interrompeu Bella. - A vida é rica, doce e muito curta. As pessoas têm que viver a vida e não observá-la da sacada de um palácio.

Elena franziu as sobrancelhas, com expressão de dúvida, e estendeu a mão em direção ao cigarro.

-Vamos experimentar isso.

-Se você nunca fumou, não vai gostar - disse Bella, concordando com o pedido da garota. - Inale apenas um pouquinho — advertiu, mas já era tarde demais.

Com um ataque de tosse, Angela abanou a fumaça com as mãos e devolveu o cigarro o mais rapidamente possível.

Essa é uma experiência que eu evito de boa vontade - disse ela com um estremecimento. - E horrível!

Realmente - concordou Bella.

Por que você fuma, então?

Porque sou proibida de fumar, acho.

O que mais você já fez que é proibido?

Quase tudo - admitiu ela, sem saber ao certo se deveria ou não ter orgulho disso.

A sua mãe não se importa?

Mamma?. - Bella sorriu, lembrando-se das visitas que Renée lhe fazia no internato, pensando no jeito indeciso e animado da mãe, que cativava a todos. A própria Bella não era imune a esse charme. Ela adorava a mãe. - È difícil saber o que mamma realmente pensa sobre qualquer coisa.

Me fale mais das coisas que você fez. - Sem esperar uma resposta, ela continuou: - Você já beijou um homem?

Claro.

Os olhos de Angela se abriram com a curiosidade de toda garota de dezessete anos que não tem nenhuma experiência.

-Como é?

Bella lhe disse a verdade:

Maravilhoso. Não sei explicar por quê, mas é.

Quem você beijou? - perguntou Angela. - Quem era ele?

A mente de Bella voltou num átimo ao verão de três anos antes, e ficou surpresa ao descobrir que já não doía pensar nisso.

O nome dele era Jacob. Ele era o ferreiro da aldeia próxima à academia de Madame Tournay. Eu estava totalmente apaixonada por ele.

Um ferreiro? Como você o conheceu?

Um dia eu estava na aldeia fazendo compras e o vi. Ele estava de pé inclinado sobre a bigorna, martelando. Estava sem camisa, e o suor escorria pelo seu peito. Eu simplesmente parei e fiquei olhando para ele. Nunca tinha visto o peito desnudo de um homem antes. Ele levantou os olhos e me pegou olhando. Sorriu para mim e eu me apaixonei por ele. Foi simples assim. Comecei a fugir à noite para me encontrar com ele. Jacob fazia eu me sentir linda e desejável pela primeira vez na vida. Foi a coisa mais incrível e maravilhosa que já aconteceu comigo.

Suspirando, Angela apoiou o cotovelo na mesa e o queixo em uma das mãos.

O que aconteceu?

Charlie descobriu, Jacob se casou com outra pessoa e eu fui mandada para um convento.

O quê? - Angela se empertigou na cadeira, indignada. - Eu pensei que você ia me contar alguma história trágica de que ele morrera de amor por você.

Que idéias românticas você tem, Angela!

Ele foi um grosseirão malcriado! Se ele a amava e... beijou você, deveria ter se casado com você e não com outra garota!

Agora Bella já conseguia ver o caso filosoficamente.

Essas coisas acontecem.

Mas acho que você não poderia se casar com um ferreiro, de qualquer forma. Papai nunca teria consentido.

Bella sabia que ela teria se casado com Jacob se ele a tivesse amado o suficiente para desafiar o pai dela. Mas ele tinha preferido

pegar o dinheiro com que Charlie o subornara e se casar com a filha de um comerciante, deixando-a de coração partido. E Bella jurou que aquilo nunca mais iria acontecer.

-Quando eu me casar, será com um homem que me ame tão louca e apaixonadamente que nada mais importe a ele - disse ela a Angela. - De outra forma, o casamento é uma armadilha, e a mulher
não passa de uma prisioneira.

Para seu espanto, Angela concordou com a cabeça.

Eu ainda não me casei e já estou presa em uma armadilha. - Seu rosto bonito assumiu uma expressão infeliz. - Tenho que me casar com um duque austríaco. A mãe dele é inglesa. Tudo foi arranjado pelos embaixadores britânico e austríaco.

Eu sei. Já ouvi falar disso.

Eu não o amo. Eu nunca nem mesmo o vi, mas tenho que me casar com ele. Papai insiste nessa união.

Desafie Charlie.

-Não posso! Está tudo arranjado. Os tratados foram assinados. O dote foi pago. O Congresso de Viena será preservado, nós teremos paz com a Áustria e Bolgheri terá uma aliança com a Inglaterra. Não há nada que eu possa fazer para deter tudo isso. E o meu dever.

Bella desejou poder dizer alguma coisa que confortasse a irmã, mas não havia nada de confortador no fato de ela ser forçada a se casar com um homem que não amava. Ela mudou de assunto.

Pelo menos quando você percebe que está presa em uma armadilha, não sai fazendo loucuras para deixar Charlie fora de si.

Não sei não - disse Angela com um sorriso triste. - Estou aqui com você, não estou? Mas acho que esta é a única vez que eu terei uma chance de fazer alguma loucura na vida. - Ela fez uma pausa, estudando Bella com uma expressão pensativa no rosto. - Por que você sempre desafia papai fazendo coisas proibidas?

Bella abriu a boca para responder e então percebeu que não sabia a resposta. Ficou em silêncio, pensando antes de falar.

Eu gosto de agitação, de excitação, e há uma certa excitação em desrespeitar as regras - disse ela depois de um momento. - Além disso, adoro um desafio. O fato de me proibirem de fazer alguma coisa me dá uma enorme vontade de fazer exatamente aquilo.

E quando você desrespeita as regras, papai tem que se lembrar que você existe.

Bella ficou tensa com as palavras da irmã. Para uma garota protegida e ingênua que não sabia muito sobre a vida, Angela percebia muita coisa.

Isso também - admitiu Bella, dando uma tragada no cigarro. Soprando a fumaça, acrescentou: - Por que ele deveria poder fazer de conta que eu nunca nasci?

Não deveria não.

Bella olhou para o outro lado para não ver a compaixão no rosto da irmã. Era irônico, já que apenas alguns minutos antes ela é que tinha tido pena da jovem.

Não tem importância - disse ela em voz frágil. - Eu não ligo.

Liga sim. Mas, se isso for consolo para você, papai também se esquece que eu existo a maior parte do tempo. Antonio pode fazer o que bem entende, mas eu não posso ir a lugar nenhum nem fazer nada. Papai não me deixa nem mesmo ir a um baile antes de completar dezoito anos. Antes de você chegar, houve ocasiões em que eu pensei que fosse enlouquecer.

Só estou aqui porque Charlie não sabia o que mais fazer comigo. O plano dele era que os guardas do palácio me mantivessem sob controle. - Ela fez uma pausa e lançou um olhar significativo ao redor, e então sorriu maliciosa para Angela. - Você acha que está funcionando?

Angela retribuiu o sorriso.

Temo que não.

Recuso-me a ser controlada como uma marionete. - Virando-se na cadeira, ela jogou a ponta do cigarro nas pedras do pavimento. Enquanto esmagava a bituca com o salto do sapato, Bella avistou a carreta de bois que elas tinham visto antes. Ela circundava a piazza com os dois homens de pé na parte de trás, esquadrinhando a multidão. - Não vire cabeça - ordenou ela -, estou vendo aqueles dois homens novamente. Acho que estão nos procurando.

Por que estariam? Eles nem nos conhecem...

O que importa isso? Os homens sempre querem mulheres, especialmente aquelas que sorriem, riem e flertam com eles.

Ela observou o mais alto se voltar para a direção delas. Ao vê-la, ele lhe jogou um beijo, retribuindo o que ela lhe soprara antes. Ela riu, percebendo e gostando daquele tipo de atenção masculina.

Eles nos viram - disse ela a Angela, enquanto o seu admirador se virava para o companheiro e apontava na direção delas. - Estão vindo para cá.

Oh! - Os olhos de Angela se abriram, traindo a sua animação. - E se eles quiserem conversar conosco?

Talvez nós deixemos que conversem. - Bella se recostou na cadeira com ar descuidado. - Ou talvez - acrescentou ela com um dar de ombros - não.

A carreta parou ao lado do café em que elas estavam e um buquê voou pelo ar, pousando no colo de Bella. Ela abaixou os olhos para as violetas e em seguida deu uma olhada no homem. Depois de um momento, pegou o buquê e sorriu para o seu admirador.

-O que significam as flores? - perguntou Angela, olhando de
relance para a carreta e novamente para Bella.

-Ele quer me conhecer. - Com o buquê na mão, ela empurrou
a cadeira para trás e se levantou. - Vamos.

Sem olhar para os homens, Bella se virou e começou a andar na direção oposta. Elena correu para alcançá-la.

Não entendo. Você não quer conhecê-lo?

Ainda não decidi.

E se eles nos perderem na multidão?

Então eu não vou conhecê-lo, não é mesmo?

Ele vai achar que você não gostou dele e vai desistir.

Ele não vai fazer isso, pode ter certeza.

Como que para provar as palavras dela, as vozes provocantes dos dois homens as chamaram, vindo de trás e não muito distante, indicando que tinham deixado a carreta e as estavam seguindo a pé. Dentro de momentos, eles passaram correndo por Bella e Angela e se viraram, bloqueando o caminho delas. Sem fôlego e rindo, o admirador de Bella caiu sobre um joelho diante dela.

Doce camponesa - disse ele -, imploro à senhora e à sua companheira que nos deixem acompanhá-las.

Se deixarmos, os senhores têm que primeiro tirar a máscara. Não podemos permitir que os homens que nos acompanham mantenham o rosto escondido de nós - respondeu ela.

Ele se levantou.

-Se nós mostrarmos o rosto, as senhoras farão o mesmo? Essas máscaras só podem esconder grandes beldades.

Ela pensou por um momento e então concordou com um aceno de cabeça.

Mas todos tiram as máscaras ao mesmo tempo.

Concordamos.

Rindo, Bella puxou o lenço e a máscara e sacudiu as longas madeixas encaracoladas. Ela olhou para o rosto sem máscara de seus admiradores e deu com os dois homens olhando, assustados, para ela e para Angela, totalmente pasmados. De repente, percebeu quem eram, e seu riso desapareceu.

- Deus do céu! - sussurrou ela, sentindo-se mal de repente. Estava diante de dois guardas do palácio.