Esta fic é uma adaptação do livro O Beijo da Inocência, da Maya Banks. Portanto, a história não me pertence, assim como os personagens de Naruto também não.
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CAPÍTULO I
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Chegava um momento na vida de todo homem em que sabia que havia sido caçado. Sasuke Uchiha ficou olhando o anel de diamantes e soube que o seu tinha chegado. Fechou a tampa e guardou o estojo de veludo no bolso da jaqueta.
Tinha duas opções. Podia casar-se com Sakura Haruno e conseguir seu objetivo de fundir sua companhia com os Hotéis Haruno para criar a maior e mais exclusiva cadeia de hotéis do mundo, ou podia negar-se e perder tudo. Tendo em conta as circunstâncias, só podia fazer uma coisa.
O porteiro do edifício em Tóquio se apressou para abrir a porta enquanto Sasuke se dirigia para a rua, onde esperava o motorista. Respirou fundo antes de entrar no carro, e o motorista arrancou.
Essa ia ser "a" noite. Era o resultado do cortejo, de incontáveis jantares e beijos que foram se tornando cada vez mais apaixonados. Essa noite culminaria na conquista de Sakura Haruno e, então, pediria que se casasse com ele.
Sacudiu a cabeça ao reparar uma vez mais no absurdo da situação. Pessoalmente acreditava que Kizashi Haruno estava louco por obrigar sua filha a cair nas garras de Sasuke. Tentou fazer o velho mudar de opinião sobre o fato de que sua filha se casasse com ele.
Sakura era uma moça muito doce, mas Sasuke não tinha interesse em casar-se. Ainda não. Possivelmente em cinco anos. Então, escolheria uma esposa e teria filhos.
Mas Kizashi tinha outros planos. A partir do momento em que Sasuke se aproximou, Kizashi mostrou um brilho calculista em seus olhos. Sakura era muito suave, muito inocente, muito… tudo, para ocupar-se dos negócios familiares. Estava convencido de que qualquer homem que mostrasse interesse por ela, o faria para congraçar-se com o clã Haruno e sua fortuna. Kizashi queria que cuidassem de sua filha e, pela razão que fosse, estava convencido de que Sasuke era a melhor opção.
Assim, incluíra Sakura como parte do acordo. A condição? Que Sakura não soubesse disso. O velho estava disposto a entregar sua filha, mas não queria que ela soubesse. O que queria dizer que não ficava nenhuma saída a Sasuke além seguir aquele estúpido jogo. Recordou as coisas que disse e a paciência que teve ao cortejar Sakura. Era uma pessoa direta e todo aquele assunto o incomodava.
Sakura pensaria que faziam um casal perfeito. Era uma mulher de bom coração que preferia passar o tempo em sua fundação para proteção dos animais do que nos conselhos de administração dos Hotéis Haruno. Se algum dia descobrisse a verdade, não ficaria satisfeita. E não podia culpá-la. Sasuke odiava manipulação, e se zangaria muito se alguém lhe fizesse o que faria a ela.
–Velho estúpido –murmurou.
O condutor parou em frente ao edifício de apartamentos, onde vivia todo o clã Haruno. Kizashi e sua esposa ocupavam o apartamento de cobertura e Sakura havia se mudado para um apartamento menor em outro andar. Vivia entre outros membros da família, desde primos a tios.
A família Haruno parecia estranha a Sasuke. Tornou-se independente ao fazer dezoito anos e a única coisa que se lembrava de seus pais era a advertência de que não se metesse em confusões.
Toda a devoção que Kizashi mostrava por seus filhos lhe parecia estranha e o incomodava. Sobretudo desde que Kizashi decidiu tratar Sasuke como um filho, agora que ia se casar com Sakura.
Sasuke começou a sair quando viu Sakura correndo para a porta, com um amplo sorriso nos lábios e seu olhar aceso ao vê-lo. Ele se apressou para chegar junto a ela.
–Sakura, deveria ter ficado lá dentro –disse franzindo o cenho.
Ela riu em resposta. Suas gargalhadas soaram frescas em meio ao som do tráfego. Estava com os cabelos róseos soltos, sem a presilha que costumava usar. Segurou as mãos dele e as apertou enquanto lhe sorria.
–Vamos, Sasuke, o que pode acontecer? Lee está aqui e está mais atento a mim que meu próprio pai.
Lee, o porteiro, sorriu para Saura. Sasuke suspirou e rodeou-a pela cintura.
–Deveria me esperar dentro e deixar que fosse eu quem te buscasse. Lee não pode cuidar de você. Tem outros deveres.
–Para isso tenho você, tolo. Não imagino que alguém possa me machucar estando ao seu lado.
Antes que ele pudesse responder, ela uniu seus lábios aos dele. Aquela mulher não sabia controlar-se. Estava montando um espetáculo.
Mesmo assim, seu corpo reagiu à paixão do beijo dela. Seu sabor era doce e se mostrava inocente. Sentia-se como um ogro pela farsa que estava participando. Mas então recordou que os Hotéis Haruno seriam, por fim, dele.
Lentamente, afastou-se.
–Este não é o lugar, Sakura –a repreendeu. –Temos que ir. Juugo está nos esperando.
Ficou séria e durante uns segundos sua expressão se tornou triste, mas em seguida voltou a animar-se, mostrando um alegre sorriso em seu rosto.
Sasuke se acomodou no assento traseiro junto a Sakura, e ela, em seguida, se aconchegou ao seu lado.
–Onde vamos jantar hoje? –perguntou ela.
–Preparei algo especial.
–O quê? –perguntou, equilibrando-se sobre ele.
–Já o verá.
Ouviu seu suspiro de desespero dela e seu sorriso se alargou. Uma coisa a favor de Sakura era que ela era muito fácil de contentar. Estava acostumado a mulheres que protestavam quando não cumpriam suas expectativas. Por desgraça, as mulheres com que estava acostumado a estar tinham altas e caras expectativas. Já Sakura, parecia contentar-se com qualquer coisa. Estava certo de que gostaria do anel que havia escolhido.
Ela se acomodou ao seu lado e apoiou a cabeça no ombro dele. Suas espontâneas amostras de afeto seguiam incomodando-o. Não estava acostumado a pessoas tão abertas. Quando se casassem, diria-lhe que contivesse um pouco o entusiasmo.
Uns minutos mais tarde, Juugo se deteve no edifício de Sasuke e saiu para abrir a porta. O Uchiha saiu e ofereceu a mão para ajudar Sakura.
–Esta é sua casa... –comentou ela, arqueando uma sobrancelha.
–Isso mesmo. Venha, o jantar está nos esperando.
Passaram pela porta e se dirigiram ao elevador. Subiram e a porta se abriu no vestíbulo do apartamento. Para satisfação dele, tudo estava como o planejado.
A iluminação era tênue e romântica. Soava jazz de fundo e a mesa estava disposta junto à janela, com vista para a cidade.
–Oh, Sasuke! – ela exclamou. –Isto é perfeito.
Uma vez mais se jogou em seus braços e o abraçou. Cada vez que ela o abraçava, Sasuke sentia uma estranha sensação no peito. Soltou-se de seu abraço e a levou até a mesa. Puxou a cadeira para ela, abriu a garrafa de vinho e serviu duas taças.
–A comida continua quente! –exclamou ela, tocando seu prato. – Como conseguiu isso?
–Com meus superpoderes –respondeu ele sorrindo de canto.
–Eu gosto da ideia de um homem com superpoderes para cozinhar.
–Alguém me ajudou enquanto ia pegá-la.
Ela enrugou o nariz.
–É muito antiquado, Sasuke. Não havia motivo para que fosse me buscar se íamos passar a noite em seu apartamento. Eu podia ter tomado um táxi ou pedido ao chofer de meu pai que me trouxesse.
Sasuke piscou surpreso. Antiquado? Tinham-no chamado de muitas coisas, mas nunca de antiquado.
–Um homem tem que estar atento às necessidades de sua garota –ele disse. –Foi um prazer ir te buscar.
Ela ruborizou e seus olhos brilharam.
–Sou?
–É o que? –perguntou ele, inclinando a cabeça enquanto deixava a taça de vinho na mesa.
–Sua garota.
Nunca tinha se considerado um homem possessivo, mas agora que decidiu que Sakura se converteria em sua esposa, descobriu que o era.
–Sim, e antes que acabe a noite, não ficará nenhuma dúvida de que me pertence.
Um calafrio percorreu o corpo de Sakura. Como se concentraria no jantar depois de tal afirmação? Sasuke ficou olhando-a do outro lado da mesa como se fosse saltar em cima dela a qualquer momento.
Sentia-se como uma presa. E era uma sensação deliciosa, absolutamente, mas também ameaçadora. Estava desejando que chegasse o momento em que Sasuke desse um passo adiante em sua relação.
Desejava-o, ainda que o temesse. Como estar à altura de um homem que era capaz de seduzir uma mulher com tão somente um olhar? Fora todo um cavalheiro durante o tempo que estiveram saindo. A princípio, só lhe dera beijos inocentes, mas com o tempo se tornaram mais apaixonados.
Outro calafrio a percorreu por culpa daqueles pensamentos. Teria ele planejado fazê-la sua essa noite?
–Não vai comer? –perguntou Sasuke.
De novo, ficou olhando o prato. Sentia a boca seca e estremeceu ansiosa. Moveu o camarão-rosa com o garfo para molhá-lo no molho, e lentamente o levou aos lábios.
–Não é vegetariana, é?
Ela sorriu ao ver a expressão dele – como se a ideia acabasse de ocorrer. Colocou o camarão-rosa na boca e mastigou enquanto voltava a deixar o garfo. Depois de engolir pegou sua mão.
–Se preocupa muito. Se fosse vegetariana, já teria dito. Muita gente acredita que não como carne por minha vinculação com a associação de proteção aos animais –disse ela e ao ver a expressão de alívio de Sasuke, sorriu de novo. –Como frango e peixe. Não gosto muito de porco e menos ainda de vitela, foiegras e similares. A ideia de comer fígado de pato me revolve o estômago.
–Levarei em conta suas preferências culinárias — disse ele com solenidade.
–Sabe uma coisa, Sasuke? –ela perguntou sorrindo. – Não é tão empertigado quanto as pessoas pensam. A verdade é que tem um grande senso de humor.
–Empertigado? –perguntou, levantando uma sobrancelha. – Quem pensa que sou empertigado?
Consciente de que tinha cometido uma gafe, Sakura meteu outro camarão-rosa na boca.
–Ninguém. Esqueça isso.
–Alguém a preveniu contra mim?
A repentina tensão no tom de voz dele fez com que ela se sentisse desconfortável.
–Minha família se preocupa comigo –respondeu Sakura. – São muito protetores, muito –concluiu.
–Sua família a advertiu para que tomasse cuidado comigo?
–Bom, não exatamente. Certamente meu pai não. Ele acredita que pode tocar a lua. Minha mãe também está de acordo com nossa relação, mas acredito que é porque meu pai a aprova.
Sasuke relaxou em seu assento.
–Então, quem?
–Meu irmão quer que tome cuidado, mas tem que entender que sempre que saio com alguém me diz o mesmo.
De novo, Sasuke arqueou uma sobrancelha enquanto levava a taça de vinho à boca.
–Sei.
–Bom, já sabe, é um mulherengo. Tem uma mulher diferente a cada semana. Pensa que a única coisa que você quer é me levar para cama.
Sakura sentiu as bochechas arderem e inclinou a cabeça.
–Parece o típico irmão mais velho –disse Sasuke. –E tem razão em uma coisa: quero te colocar em minha cama. A diferença é que uma vez a tiver nela, vai ficar lá.
Sakura ficou surpreendida. Ele sorriu com altivez.
–Acabe de comer. Quero que desfrute do jantar. Mais tarde, desfrutaremos um do outro.
Seguiu comendo mecanicamente, sem reparar no sabor. O que as mulheres faziam em situações como aquela? Estava com um homem decidido a levá-la para cama. Deveria mostrar-se fria ou ficar na defensiva?
Conteve a risada. Estava começando a perder a cabeça.
Mãos fortes a seguraram pelos ombros. Sakura jogou a cabeça para trás e viu Sasuke às suas costas. Como ele tinha chegado até ali?
–Relaxe, Sakura –ele disse brandamente. – Está muito tensa. Venha aqui.
Com pernas trementes, ela ficou de pé. Sasuke acariciou-lhe a bochecha com um dedo e logo afastou uma mecha de cabelo da testa. Por último, desenhou uma linha por seu rosto até chegar aos lábios enquanto aproximava seu corpo do dela.
Rodeou-a pela cintura com um braço e com a outra mão segurou sua nuca. Dessa vez, quando ele a beijou, não houve a contenção que tinha visto outras vezes. O beijo foi ardente e avassalador. Como podia um beijo provocar aquele efeito?
Com a língua, Sasuke roçou os lábios de Sakura, brandamente a princípio e com mais ímpeto depois, fazendo pressão para que ela abrisse a boca. Sakura relaxou e se deixou levar por seu abraço.
Ouvia seus batimentos cardíacos nas têmporas, no pescoço e no mais profundo de seu corpo. Desejava aquele homem. Às vezes tinha a sensação de que passara toda a vida o esperando. Era perfeito.
–Sasuke –sussurrou ela. – Há algo que tenho que te dizer... Algo que deve saber.
Ele franziu o cenho e procurou seus olhos.
–Vá em frente, conte o que quiser.
Sakura engoliu em seco, mas sentiu que o nó em sua garganta tinha crescido. Nunca imaginou que fosse algo tão difícil de dizer e se sentiu como uma tola. Possivelmente não deveria falar nada e deixar que as coisas acontecessem. Mas, não, aquela seria uma noite especial e Sasuke devia saber.
–Eu… Nunca fiz isso –disse nervosa, agarrando-se a seu braço. – O que quero dizer é que nunca fiz amor com um homem. É o primeiro.
Algo escuro e primitivo brilhou em seus olhos. A princípio não disse nada. Logo, a beijou com ânsia, devorando seus lábios. A seguir se afastou e uma expressão de satisfação apareceu em seu rosto.
–Me alegro. Depois desta noite será minha, Sakura. Alegro-me de ser o primeiro.
–Eu também –murmurou ela.
A intensidade de sua expressão se suavizou. Inclinou-se para frente e a beijou na sobrancelha. Ficou assim durante longos segundos antes de tomá-la pelos ombros.
–Não quero que tenha medo. Serei muito suave com você, querida. Quero que aproveite cada momento.
Ela ficou nas pontas dos pés e o rodeou pelo pescoço.
–Então, faça amor comigo, Sasuke. Passei muito tempo esperando por você.
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Olá! Aqui estou eu trazendo mais uma adaptação :)
Li este livro há pouco tempo, e achei os personagens principais tudo a ver com o Sasuke e a Sakura.
E acho que, ao longo da adaptação, vocês também vão concordar comigo.
Espero que gostem!
