O jornal fora jogado bruscamente contra a mesa enquanto a chefe, irritada, batia com a mão em punho na mesma. Como ainda não haviam pegado um desgraçado como aquele?
— Mais um assassinato, mais um! Por que ele ainda está nas ruas?! — as voz enfurecida só não era ouvida pelos outros por causa das portas a prova de som distribuídas por todo o edifício.
— Senhora, ele quase não deixa pistas, não tem digitais e em todas às vezes as meninas estão sozinhas! As pessoas mais perto do local do assassinato nem mesmo viram um vulto! — Shizune tentava explicar para a mulher, mas a raiva não iria se esvair tão fácil.
— Nenhuma roupa suja jogada em algum lugar? Câmeras de segurança? Não há como um assassino sequer fugir da FOLHA!
— Em todos os vídeos, as garotas simplesmente aparecem andando pela mais boa vontade com um homem que por algum motivo sempre consegue cobrir o rosto diante das câmeras. Com chapéu, sobretudo e algumas vezes até mesmo a cabeça delas. As garotas não mostravam resistência alguma.
— Elas não mostravam resistência alguma, mesmo a ponto de serem assassinadas. Ele pode ter uma boa persuasão, ou ser bonito. Shizune, me traga uma pasta com todas as pessoas no Japão consideradas "bonitas" pelo padrão da sociedade e que já foram fichadas. Talvez tenhamos algumas pistas.
A assistente correu para fora da sala, indo procurar pelo que a chefe pedira. Havia, obviamente, a possibilidade de ele ser novo no mundo dos crimes. Mas conseguir assassinar duas garotas sem ser pego nem mesmo por câmeras é muito difícil. Como sabiam que era ele? Simples, em todas, bem no centro do abdômen, um símbolo estava marcado. Uma nuvem, vermelha pelo sangue que escorria do corpo delas.
Apenas no final da tarde a seleção estava pronta. Era incomum algo como isso ser pedido na seção de fichas de criminosos. A morena voltou para a sala de sua superior e deixou a pasta a sua frente. Tsunade, ao contrário do que qualquer pessoa pensaria, nem mesmo abriu para ver as pessoas listadas.
— Tsunade-sama, por que não abrirá? — perguntou a assistente, reunindo um pouco de coragem para falar livremente a frente do rosto ainda irritado da mulher.
A loira passou o dedo por um dos botões de sua mesa e apertou-o com força.
— Agentes da divisão especial, é requisitado que aparecem na sala da presidente. — disse com a voz mais calma que conseguiu, tentando não causar nem o mais mínimo burburinho entre os outros espiões e investigadores da agência.
— Você tem cert… — Shizune não completou a frase, a porta de vidro fora aberta por um homem e uma mulher de semelhante aparência, que fizeram continência ao ver sua superior.
— Agentes Hyuuga da divisão especial se apresentando. — a voz de ambos saiu junta, mesmo que a da garota mais doce e serena. Tsunade sorriu, estendendo a mão para que se sentassem.
— Ouçam com atenção, tenho uma nova missão para vocês.
