CIÚMES
Por: Ayummi Hinotto
Era uma manhã como outra qualquer, Hiei estava muito bem acomodado na árvore em frente à janela de Kurama esperando-o voltar como sempre fazia, ficou pensando em como Kurama agüentava toda aquela vida nigen cheia de coisas e compromissos que ele não entendia, odiava aqueles humanos idiotas que faziam e diziam coisas que não faziam sentido algum para ele, mas Hiei estava disposto a aturar aquele mundo, afinal esse mundo, mesmo louco fazia parte de seu adorado Kurama e ele amava-o tanto que faria qualquer sacrifício para ficar ao seu lado, afinal Kurama foi quem ensinou-o a amar! Ah, o amor...Uma palavra que ele não fazia a idéia que existia até que conheceu Kurama, seu doce e querido Kurama, com ele aprendera tantas coisas, sentiu tantas coisas, coisas essas que jamais imaginou que um dia conheceria ou sentiria em sua vida, afinal sempre fora tão rude e fechado para com o mundo. Ás vezes pensava que não era digno de estar com Kurama, ele era sempre tão frio com seu amado, destratava-o, dizia-lhe palavras rudes e grossas que tantas vezes fizeram seu amante chorar. Como alguém gentil, amável e doce como Kurama agüentava ficar com alguém tão bruto e amargurado como ele?! Mas ao pensar isso veio em sua mente a imagem de seu amante dizendo-lhe que o amava do jeito que era, e para ele isso era a única coisa que importava. Kurama tinha esse dom (mais um entre muitos ) de sempre dizer as palavras certas que confortavam seu coração quando se sentia inseguro com relação ao relacionamento deles. Kurama era alguém es..pe..ci..al...Sim! Era muito especial para ele, Kurama se tornara tão importante quanto o ar que respirava, e essa pessoa tão querida merecia um presente, pensou ele, " vou fazer uma surpresa para Kurama do jeito que ele gosta".
Disse Hiei em voz alta para em seguida com sua agilidade e velocidade saltar do galho onde estava e confundir-se entre as copas das árvores. Algum tempo depois estava Hiei vestido com roupas nigens, não que ele gostasse, mas sim por que Kurama adorava vê-lo vestido assim, (afinal a roupa foi dada por ele), vestido com uma calça jeans colada, uma blusa branca e uma jaqueta preta por cima recolheu algumas rosas do jardim onde tiveram sua primeira noite de amor e resolveu buscar Kurama naquele prédio grande e largo chamado "universidade", onde Kurama passava horas e horas do dia estudando e pajeando outros humanos que falavam muito e viviam escrevendo aqueles símbolos estranhos que Kurama o estava se chamavam mesmo?..Ah! Letras...Aqueles humanos Kurama chamava de professores, Hiei não sabia para que serviam ou o que significava, Kurama já o havia explicado, mas..Ah! Não importa ele só queria ver o mais rapidamente seu youkay.
Bate o sinal e todos na universidade saem, o coração de Hiei batia cada vez mais rápido esperando pelo seu youko, não aquentava de tanta ansiedade, mas no portão só saiam nigens e nada de seu youko... Ah nigens idiotas sempre atrapalhavam seus planos, mas ele não deixaria que nada atrapalhasse o que havia planejado para eles dois naquela tarde, tudo teria que sair perfeito, pois essa seria a primeira surpresa que faria para Kurama e nada poderia sair errado.
Quando ele menos espera em meio a todos aqueles humanos que gritavam, corriam e sorriam, ele vê as lindas mechas ruivas que tanto conhecia, pouco a pouco a delicada silhueta ia se revelando, mostrando um rosto alvo de pele macia, e um sorriso que lhe dava mais serenidade. Kurama com toda sua amabilidade e educação abria caminho em meio a todas as garotas que se jogavam aos seus pés, aquelas garotas nigens que adoravam dar em cima de seu youkai...Às vezes tinha vontade de fazer "churrasquinho de nigens" mas Kurama já havia dito que aquilo não poderia fazer, afinal estava vivendo de acordo com as regras dos humanos. Derrepente seus olhos se encontraram com os de seu amado, um sorriso radiante brotou nos lábios de Kurama ao ver seu Hiei vestido do modo que adorava vê-lo e ainda por cima parado em frente a uma linda cerejeira esperando por ele. Com a maior das destrezas que possuía se livrou de todas as garotas que estavam ao seu redor e foi ao encontro do seu youkai de fogo.
-Demorei muito?
-Não, eu cheguei faz pouco tempo.
-Lindo.
-O que? Disse Hiei
-Lindo...Você está lindo itooshi, adorei a surpresa muito obrigado!
Disse kurama suavemente passando a mão sobre o rosto de Hiei, fazendo-lhe um afago que fez Hiei corar.
-Raposa!
-O que foi itooshi, não está gostando?
-Raposa nós estamos na frente de muitos humanos...Você disse que não era certo nós... Hiei foi silenciado pelos delicados dedos de Kurama.
-Schiiii! Não diga nada...Deixe-me aproveitar do presente que acabo de receber. Disse Kurama abraçando-o
-Raposa louca, você não tem jeito.
Disse Hiei para em seguida abraça-lo. E ambos ficaram ali, apenas aproveitando o momento, e sentindo a respiração um do outro quando derrepente escutaram um grito que os fez se desvencilhar daquele caloroso abraço.
-Kurama! Gritou uma mocinha de longas mechas douradas que mais parecida a luz do sol.
-Ioko?! Disse Kurama com um tom de voz que entregava sua surpresa.
-Você conhece essa nigen raposa? Disse Hiei com um olhar de poucos amigos
-Ah, itooshi ela é... Uma colega de classe estudamos juntos.
-Hn...Disse Hiei, mas quando este ia dirigir outra pergunta a Kurama foi interrompido pela presença esbaforida da garota.
-Kurama lembra-se do favor que lhe pedi esta manhã?
-Sim é claro que me lembro, mas você havia me dito que minha ajuda só era necessária no fim de semana.
-Sim eu sei, mas é que não podemos esperar mais, preciso de sua ajuda agora! Disse a menina com os olhos marejados de lágrimas.
-Calma Ioko, se ficar nervosa nada dará certo. Disse kurama com sua calma de sempre, enquanto este diálogo transcorria Hiei impacientava-se, e seus grunidos de raiva já se tornavam cada vez mais perceptíveis. Kurama já percebendo a agonia de seu companheiro tentou livrar-se da menina.
-Ioko, melhor você ir para casa e se acalmar amanhã conversaremos melhor e você poderá me explicar tudo o que está acontecendo.
Mal essas palavras foram ditas pode-se ouvir um grito vindo de uma senhora muito bem vestida, que vinha na direção dos três que estavam parados ali no meio do parque.
-Ioko! Estava te procurando, você me deixou no portão da universidade e saiu correndo quando me viu.
-Mãe!
Essas palavras foram ditas com tanto desespero que se podia ver nos rostos de Kurama e Ioko a surpresa nada agradável que tiveram ao ver aquela senhora.
-Ah! Esse é o rapaz de que me falou! Muito prazer meu jovem eu estava muito interessada em conhecer o namorado de minha filha. Disse a senhora com um tom que entrega sua satisfação com todos aqueles estanhos acontecimentos. Mas o que ninguém esperava e menos ainda Hiei, a reação da pobre menina acuada foi tão intensa que todos ficaram chocados. Um beijo, sim um beijo longo e cheio de desespero, Ioko que mais que rapidamente agarrou-se ao pescoço de Kurama e beijou-o como se sua vida dependesse daquilo.
-Sua nigen desgraçada! Como se atreve a fazer isso! Disse Hiei com todas as suas forças, e esperando, mesmo que intimamente, que tudo aquilo não passasse de mais uma de suas alucinações.
-Mas Ioko por que fez isso? Nós havíamos combinado que isso só...Dizia Kurama sussurrando quando percebeu que Hiei o olhava como se estivesse a ponto de mata-lo com um só golpe.
Ao se afastar um pouco de kurama Ioko olha para sua mãe e pede desculpas alegando que já fazia muito tempo que não via seu namorado e que estava louca de saudades e não poderia esperar mais para estar junto dele, para Hiei aquelas palavras pareciam como punhaladas em seu peito, como aquela garota se atreve a falar aquilo da pessoa que era sua razão de viver, e ainda por cima beija-lo daquela forma que apenas ele teria acesso e prazer em faze-lo! Mas o que não poderia aceitar, o que não poderia perdoar, fora à reação de kurama, ele não ofereceu nenhuma resistência e apenas se deixou abraçar, Hiei não consiga entender o porquê de tudo aquilo, e sua única reação foi dirigir uma pergunta que mais parecia um desabafo de tanta tristeza.
-Por que?
Essas duas palavras foram ditas com toda a tristeza e raiva que sentia num tom quase que melodioso e angustiante, e ao mesmo tempo, parecia que toda a frustração que antes sentia havia voltado com toda ou mais intensidade, era como se Hiei tivesse sido transportado de volta para seu passado, e onde tudo e todos eram tidos como apenas lixo que só tinham o propósito de faze-lo sofrer.
Kurama sentiu o peso daquelas simples palavras e tentando remediar só teve tempo de balbuciar:
-Hiei, espere não é o que está pensando eu...
Não adiantou, mal terminou de falar e não mais podia ver Hiei em sua frente, pois este com sua grande agilidade saltou e foi para muito longe dali, Kurama podia sentir que com ele se foram também sua vida e sua alma.
As duas mulheres que estavam ali paradas ficaram sem entender a reação de Hiei, afinal ele não passava de um amigo, muito íntimo é verdade, mas amigo de Kurama e aquela reação não era esperada.
-Não se preocupem, ele só está chateado porque não iremos mais poder jogar uma partida de futebol que tanto ele estava esperando. Kurama disse essas palavras com sua amabilidade e educação levadas ao extremo, afinal ele também esta com raiva, como poderia aquilo tudo ter acontecido com ele e logo na frente do seu youkay de fogo? Ioko percebendo o que tinha acabado de provocar aproximou-se de Kurama e disse:
-Desculpe-me Kurama, eu não tive a intenção, mas se eu não tivesse feito isso estaria perdida.
-Escute bem Ioko, sei que você tem problemas com sua mãe, pois ela jamais aceitaria seu romance, mas isso não lhe dá o direito de estragar o meu, eu tive muito prazer em aceitar sua proposta pois eu já havia passado por isso antes de contar para meus pais, mas isso jamais lhe deu o direito de estragar tudo o que eu tive tanto trabalho para construir. Disse Kurama com seu tom educado, mas podia-se notar que essas palavras estavam carregadas de ressentimento.
Educadamente se despediu de Ioko e sua mãe para logo então afasta-se e sumir em meio aos outros humanos que passavam por ali.
A noite parecia mais fria que de costume, o vento soprava forte, as folhas das árvores balançavam-se com velocidade, não havia sinal dos animaizinhos que antes brincavam no jardim, e nem sinal de Hiei sentado em algum galho da cerejeira fitando-o pela janela do quarto. A janela como sempre estava aberta, Kurama queria alimentar a esperança de que a qualquer momento seu adorado youkay saltaria da árvore para o parapeito da janela e entraria num súbito pulo para o quarto fitando-o com todo o amor que sentia em seus olhos para depois se abraçarem fortemente e passarem o resto da noite juntos um nos braços do outro. Mas isso não aconteceu e logo se podia ouvir em cada extensão do quarto os pequenos gemidos e soluços de Kurama que chorava incessantemente, para logo depois adormecer.
Amanheceu como nunca havia acontecido, era uma manhã muito nublada o tempo estava carregado de melancolia, kurama deu uma boa olhada no quarto na esperança de encontrar Hiei acuado em algum canto dormindo, mas logo essa esperança deu lugar a tristeza que antes estava em seu coração.
Como sempre kurama vestiu-se e desceu para tomar seu café da manhã, e logo sair para faculdade, Kurama sabia que aquele dia seria chato e entediante, além de que ele estava tendo um pressentimento de que naquele dia algo de muito importante aconteceria.
Continua...
Bem pessoal, espero que estejam gostando. Criticas e/ou elogios são bem vindos ok? . bjitossss!!
Ayummi-chan
