Disclaimer: Nada no mundo de Harry Potter me pertence.
I prayed for the answer
Eu rezei por uma resposta
I dreamed of the light
Eu sonhei com a luz
A beautiful solution to make things right
Uma linda solução para endireitar as coisas
But I'm damned if I stay here
Mas eu sou maldito se ficar aqui
I'm damned if I run away
Sou maldito se fugir
Damned-Akos
1º Capítulo
Era um dia de Verão, e apesar de estar calor, Draco Malfoy não estava em condições de o aproveitar. A sua alma vagueava algures na escuridão, mesmo com o sol quente que brilhava sobre ele.
Caminhava de cabeça baixa, pois para ele o céu era a única coisa que permanecia pura e alegre, ignorando a dor e a podridão que alastravam no seu coração, e ele não suportava olhar para uma coisa que lhe for a negada desde que nascera.
Palavra que ele rezara internamente a todos os deuses, para que um pouco de luz inundasse a sua vida, mas, como muitas das suas esperanças, esta era apenas mais uma que não se tinha realizado. Talvez noutras vidas ele tivesse sido um pecador, e agora estivesse a pagar com esta vida. Ele não acreditava muito nisso, mas não havia muitos factos que explicassem a sua má sorte.
O destino jamais fora bom para ele, mesmo em criança, ele nunca fora realmente feliz. A sua família era considerada uma das melhores famílias bruxas, tradicionais e de sangue puro, mas isso não lhe valera uma infância despreocupada. Nem por sombras. Desde muito pequeno que fora ensinado a odiar todos os que não tinham sangue puro e a venerar as trevas. E tanto ódio não poderia fazer bem a ninguém...
No entanto, ele considerava que a sua infância tinha sido doce como mel, em comparação com o que se passara na sua vida após o retorno de Lord Voldemort.
Fora-lhe destinada uma tarefa, ele não fora capaz de a cumprir , e pagara caro demais por isso.
Apesar de já se terem passado 7 anos, ele lembrava-se como se tivesse sido ontem do dia em que falhara. Do dia em que arruinara a ténue possibilidade de alguma coisa dar certo na vida dele. Do dia em que Snape matara Dumbledore por ele.
Ele estivera quase a desistir, para se juntar ao lado da luz, lutar pelos sangues de lama, que ele próprio desprezava,como fora ensinado em criança, mas como quase todos os planos que ele arquitectara, este fora apenas mais um entre muitos a ir por água abaixo.
Sem a menor dúvida de que o Lord já esperava o seu falhanço, pois quando aparatara para a mansão onde o Lord se encontrava escondido, a primeira coisa que vira fora a sua mãe acorrentada e em sofrimento.
O Lord das Trevas obrigara-o a torturar Narcisa, sob ameaça de morte, mas, mais uma vez, não for a capaz, e então Voldemort decidira fazê-lo ele próprio.
A sua mãe fora torturada na frente dele por horas, até no olhar não sobrar mais nada senão um brilho de loucura, enquanto murmurava versos dementes, que lhe davam a impressão de estar encerrado nas páginas de um livro atroz. Nas páginas da sua vida.
Até que por fim lhe foi direccionada a maldição mortal, e então até o brilho de loucura se apagou dos olhos de quem ele mais gostara.
Ele quisera morrer com ela, mas em vez do doce alívio da morte, provara mais quatro anos de tortura quase insuportável.
O Lord das trevas considerara o seu erro imperdoável e isso dera-lhe direito a uma cela nas masmorras e a torturas humilhantes por parte dos comensais e do Lord.
Ele era um falhado, e devia ser tratado como tal.
Agora parecia-lhe estranho o facto de ele não ter enlouquecido ou mesmo morrido, apesar de o ter tentado algumas vezes. Talvez ele nem sequer fosse digno de libertação, fosse de que forma fosse.
De todas as vezes que ele se tentara suicidar, fora descoberto, salvo, e castigado por isso.
No entanto, em todo o tempo que estivera encarcerado, não soltara um único gemido.
Para ele, gritar significava a perdição, pois estaria a admitir que fora magoado, e o seu pouco orgulho rastejaria na lama, junto com todas as coisas que ele alguma vez gostara.
Ele não tivera coragem para tentar fugir ou rebelar-se, mas os comensais nunca chegaram a ouvir um som vindo dele.
E isto aumentara-lhes a fúria, aumentado a tortura, mas ele não se arrependia de nada, a não ser de não ter conseguido matar Dumbledore, para que aquilo nunca tivesse chegado a existir.
Era um pensamento egoísta, e ele sabia-o, mas não conseguia evitá-lo.
E estes foram os três piores anos da sua vida, até que um dia tudo simplesmente acabou. Harry Potter matara Lord Voldemort, numa sangrenta batalha na qual haviam perecido incontáveis bruxos, tanto do lado das trevas, como da luz.
E assim ele tinha sido libertado, mas os três anos de encarceramento nunca se apagariam da sua mente, seria atormentado por eles até ao dia da sua morte, em sonhos que pareciam reais demais para serem apenas sonhos e que lhe valiam noites sem dormir, por medo que quando acordasse descobrisse que a sua libertação não passara apenas de um sonho agradável.
Oh sim! Ele tinha medo, e admitia-o agora, depois de tudo o que passara, tinha medo que tudo voltasse a ser como era e sobretudo, tinha medo da morte, e era por isso que não era capaz de tirar a sua própria vida.
Depois da sua libertação, descobrira que o seu pai também tinha morrido, morto após a sua alma ser sugada por um dementador. Na verdade era-lhe indiferente a morte de um homem que nunca tinha sido seu pai a não ser no papel. Agora a fortuna dos Malfoy era sua, uma vez que era o único descendente, e talvez nunca mais fosse de alguém depois dele, pois ele não pretendia constituir família.
Descobrira por experiência que era considerado pária no mundo bruxo, pois ninguém sabia exactamente o que lhe tinha acontecido, e portanto, era culpado das coisas mais tenebrosas e odiado por quem nem sequer conhecia.
Assim, resolvera partir para França, para tentar esquecer o seu país de nascimento e tudo o que lá acontecera.
Já em França, comprara uma grande casa com saída para o mar e um barco, e passava intermináveis horas a navegar.
Da sua vida antiga, não levara nada senão um quadro de Narcisa Malfoy, pintado nos seus tempos de juventude, que pendurara na biblioteca da sua casa
Era um quadro bonito, no qual a sua mãe jovem e linda, sorria despreocupadamente, alheia ao futuro horrível e ao fim que teria anos depois, esperando talvez um futuro de princesa. Ela merecera um futuro bom, mas este não acontecera, e ainda assim, a dama do quadro sorria, enquanto via o mundo mudar e pender sobre um abismo de infortunio e desespero.
Abismo em que o seu filho se encontrava, mesmo apesar da guerra ter terminado à quatro anos, e não era o único, pois muitos bruxos e trouxas tinham perdido tudo o que tinham, e não conseguiam viver realmente, apenas existir.
E era nisto que pensava Draco Malfoy pensava, agora homem feito, enquanto caminhava solitário à beira-mar em Carry...
N/A: Significava muito para mim saber o que pensam da fic! Deixem review please...
