AVISOS:
- O nome da fic leva Potter, mas isso não quer dizer que ele seja o personagem principal, hohoho.
- Essa fanfiction é slash, ou seja poderá ter menino com menino, menina com menina, e blá, blá, blá. Não perca seu tempo se no final você for ficar falando que não gostou.
- Os créditos dos personagens são todos da J.K Rowling, exceto Henry (personagem principal), Sue, e os locais, como a ND-6 e etc, que eu criei ou baseei. De resto, é tudo dela.
- Plágio não é legal, além de ser crime. Então, se não estiver afim de ser perseguido e devidamente humilhado, fique só na leitura.
Fora isso, espero que gostem.
Agradecimentos em especiais para Amy Lupim, que está me ajudando muito postando pra mim. Muito obrigado Amy!
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Descrição do Capítulo
Henry Crount foi recrutado para trabalhar em uma divisão secreta da Ordem da Fênix, chamada ND-6. Depois que seus sonhos parecem estar se tornando realidade, ele começa a descobrir que a ND-6 não era bem o que ele pensava ser.
- Capítulo 1 –
Que a verdade seja dita.
O professor Jack olha fixamente para um relógio de pulso, alguns minutos mais e encerraria o teste, assim poderia finalmente ir para casa.
Tempo esgotado. Os alunos rapidamente saem da sala na ânsia por liberdade. Alguns ficam, terminando de escrever, e um tempo depois entregam as folhas ao velho professor e saem. Na sala fica apenas um homem de aproximadamente 23 anos escrevendo rapidamente.
- Tempo esgotado Henry.
- Ok. – Ele continua escrevendo. – Eu... Só... Estou... Terminando... Obrigado! – Ele entrega as folhas e sai da sala.
- Eu devo ter tirado a pior nota da minha vida.
- Henry, deixa de besteira.
- Claro que sim, eu não tive tempo para estudar. Ahh droga!
- Nós já conversamos sobre isso. Largue o Gringotes se te prejudica tanto.
- Eu não posso Lara, você sabe. Sem meu salário do banco eu não teria dinheiro suficiente para sustentar essas mensalidades. Esqueça isso! – Henry derruba a mochila no chão do corredor e abaixa, procurando por algo. –Bom, eu esperei pelo fim de semana, mas, acho que o melhor momento é agora. Lembra do nosso primeiro encontro? E daquele cara bêbado cantando?
- Oh meu Deus, não! Henry! Não! Por favor...
Ele começa a cantar, fazendo uma cena engraçada. Todos olham para os dois enquanto Henry canta desastrosamente.
She's got a smile that it seems to me
Reminds me childhood, memories
Where everything
Was as fresh as the bright blue sky
Now and then when I see her face
She takes me away, to that special place
And if I stared too long
I'd probably break down and cry
Oh, Oh, Oh...
Sweet child o' mine
Sweet love of mine
Quando ela já está roxa de tanta vergonha ele resolve parar.
- Eu sei que essa não é a música perfeita para um momento com esse, mas,... - ele abre a caixinha e Lara vê duas alianças e não fala nada. – Lara Brank, quer se casar comigo? – Ela fica sem reação, não, ela não poderia desmaiar na frente de pelo menos metade da escola. Casar! Ela ia se casar. Lara olha para os lados com olhos arregalados, finalmente olha fixamente nos olhos do namorado e abaixa também.
- Sim!
As pessoas que estavam paradas vendo a cena e as pessoas em salas próximas aplaudem, algumas professoras emocionadas começam a chorar, professores cumprimentam o casal e amigos que estava perto começam uma verdadeira festa no meio do corredor.
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Algumas horas depois, Henry caminha tranqüilamente pelo Beco Diagonal, vestido de terno e gravata, passeava os olhos por algumas lojas. Sorria como um bobo no meio da rua, os motivos eram perfeitamente compreensíveis, ele ia casar. Depois de alguns minutos de caminhada pelo Beco Diagonal e ele finalmente chega ao seu local de trabalho, o Banco Gringotes. Rapidamente entra, atravessando o grande corredor tomado pelos duendes.
Os duendes odeiam os bruxos que trabalham em Gringotes. Ele não tem contato direto, mas apenas o fato de estarem lá já causa raiva nos pequenos seres. Henry vira em um corredor de muito pouco movimento, que praticamente ninguém acessava e chama o elevador privativo. Ao entrar cumprimenta o ascensorista.
- Bom dia Zac.
- Henry, como está?
- Bem, obrigado. E seu filho?
- Melhor, muito melhor. Obrigado. – enquanto ambos conversam, com as mãos para trás, Henry tira a aliança do dedo e sem que Zac veja, guarda no bolso da calça.
O elevador desce alguns andares, pára e abre as portas. Ele segue para uma sala toda branca e sem portas, janelas, totalmente fechada. No chão tinha uma pequena marca preta, Quando ele fica sobre ela e vários flashes de luzes vermelhas iluminam a sala, quando a sala volta ao normal uma porta secreta se abre para ele prosseguir. Andando pelo local, pode-se ver vários outros homens e mulheres (socialmente vestidos), todos trabalhando. Ele segue para um setor de mesas organizadas por duplas, mais pessoas trabalhando.
Henry deixa a mala que carregava em uma dessas mesas e continua andando chegando a uma. Michael, ele conversava com alguém por meio de um espelho. Quando os dois param de se falar e o espelho volta ao normal, Michael encara Henry.
- O que foi?
- Nada, porque?
- Você está com um brilho nos olhos e um sorriso idiota, aconteceu alguma coisa?
- Não! Eu não estou com um sorriso idiota e muito menos com brilho nos olhos.
- Ah está sim! Lucius está nos chamando para uma reunião, foi bom você ter chegado mais cedo.
- Tudo bem. Eu só vou pegar minhas pastas e te encontro lá.
- Ele está com brilho nos olhos, não está? - Michael pergunta para o homem da mesa ao lado e ele acena afirmativamente.
Na sala de reunião, via-se três pessoas quando Henry chegou, Michael, Cole e Lucius Malfoy, todos sentados em uma longa mesa. Henry entra e senta-se ao lado de Michael. Lucius entrega uma pasta cheia de papéis para ele e a reunião começa com ele andando pela sala enquanto fala.
- Millo Karvont. Trouxa. Nasceu na Itália, em 1450. Aos dezoito anos se tornou cientista e arquiteto, fazendo trabalhos muito à frente de seu tempo.
Henry e Michael se entreolham.
- Não sabemos realmente se ele era um trouxa, pois ele chegou a dizer que um dia o homem poderia com seres de um mundo mágico. Com isso ganhou uma passagem de ida para a fogueira. Seus trabalhos se perderam misteriosamente desde então. Porém... – ele faz uma pequena pausa. - traços de suas obras vêm aparecendo pelo mundo trouxa.
- E onde nós entramos nessa história?
- Vocês vão para o Japão-trouxa – Lucius mostra a foto de um prédio. - Neste edifício terá uma festa seguida por um leilão, nele está um dos objetos de Millo, um simples frasco com um líquido, guardado numa caixinha dourada, não sabemos do que se trata, não será leiloado e a agência o quer. Michael e Henry decorem este mapa, ele tem informações de saídas seguras, entradas, etc. Henry, você roubará este objeto e então voltarão para casa. Só isso. Vocês partem hoje à noite, boa sorte.
Terminada a reunião, Henry chega em casa e chama Lara para deitar no sofá com ele. Ela deita no peito dele e ambos ficam em silêncio, apenas olhando uns para o outro, tornando aquele momento encantador, ficam se encarando e sorrindo. Lara baixa os olhos e adormece alguns minutos. Henry começa a pensar. Talvez fosse melhor contar a verdade para a noiva, ele não ia conseguir guardar aquele segredo por tanto tempo. Mas era arriscado, expor Lara assim era um risco, mas na mente dele, era necessário. Mais alguns minutos e Lara acorda, Henry a beija e levanta do sofá, puxando-a pela mão. Ele pega a varinha e com ela aparata para um local seguro e um pouco distante de casa.
- Lara, eu preciso te contar uma coisa. Eu sou um espião.
Ela riu.
- Eu não estou brincando.
Flashback. – Memórias de Henry.
Um Henry adolescente estava sentado em um banco nos jardins de um orfanato próximo a Hogsmeade, isolado dos adolescentes que também estavam no local, ele era tímido demais para fazer amizades. Ficava naquele banco todos os dias por ser o mais longe das outras pessoas que viviam em grupos, sempre lendo alguma coisa para distrair a mente enquanto ficava lá, naquele dia, estava estudando um livro sobre a vida dos trouxas, coisa que sempre o fascinou. Quando um homem de terno escuro se aproxima dele e Henry fixa os olhos em quem tinha se aproximado, o homem lhe entrega um cartão e Henry não entende nada.
- Foi no último ano que estive no orfanato, um tempo antes da minha maioridade. Um cara me procurou, ele disse que o Ministério da Magia tinha interesse em conversar comigo sobre um emprego.
Alguns dias depois, na biblioteca do orfanato, Henry procurava algum livro, infelizmente já tinha lido quase a biblioteca inteira. Quando lembrou que tinha um certo cartão na mochila, pegou um dos poucos livros que ainda não tinha lido e sentou em uma mesa afastada, próxima a janela. Tirou o cartão de um dos bolsos de sua mochila e ficou analisando. Pensava em o que fazer da vida, em breve sairia do orfanato e precisaria fazer alguma coisa na vida. Foi até o corujal e enviou uma carta para o endereço descrito.
- Naquele dia, quando perguntei porque eu, ele simplesmente disse que eu me encaixava no perfil e foi embora. Eu pensava em tantas coisas, eu estava perto de completar minha maioridade, querendo ou não eu teria que sair de lá. Eu não tinha emprego, eu não tinha família, não tinha dinheiro, muito menos lugar para ficar. Então eu respondi o "convite", me oferecendo para o emprego.
Fim do Flashback.
- Um emprego para o Ministério da Magia? Como espião?
- Não exatamente. Pra te falar a verdade eu nunca pisei no chão do Ministério, nem nunca falei com ninguém de lá. Enviaram-me para um braço secreto da Ordem da Fênix, que é filiada do Ministério.
- Então você trabalha na Ordem da Fênix?
- Não. Eu disse que era um braço secreto da Ordem da Fênix, um outro lugar. Depois de um mês em observação, eu pedi para fazer o teste para ser agente, foi um teste fácil. Eles disseram que eu tinha talento. – ele sorriu e continuou falando. – Talvez tivesse.
- Eu... Eu não consigo acreditar. É irreal!
- Lara. Desde que minha mãe morreu e meu pai me abandonou naquele orfanato e nunca mais apareceu, eu não tive ninguém que desse sentido na minha vida. Essa pessoa é você, o problema é que eu conheci primeiro a agência e não posso abandonar isso. Mesmo se eu quisesse, eu não poderia.
- Henry! Eu te amo! Eu faria de tudo por você, mais do que ninguém você sabe disso. Mas isso sabe, eu preciso pensar a respeito, amor, eu espero que me entenda. – ela dá um beijo no rosto noivo e vira de costas para ele começando a caminhar de volta.
- Lara! Lara! – ele corre atrás dela e a abraça atropelando as palavras que lhe saiam rapidamente da garganta. – Você não pode, e você não vai contar nada pra ninguém. – a voz dele sai rapidamente do controle. – Você não pode! Eu não estou brincando!
- Eu te vejo hoje à noite Henry. Nós vamos conversar depois.
- Eu vou estar viajando.
- E você vai mesmo para Paris?
- Eu te aviso quando chegar.
Ela vai embora e Henry fica olhando ela ir, um sentimento de arrependimento começava a crescer em seu peito, talvez tivesse sido errado contar tudo para ela. Horas depois no avião que iria para o Japão, Michael podia ver que Henry lia um grosso livro, provavelmente do curso que fazia.
- Henry. – ele olha para Michael. – Sabe que Lucius não gosta que misturemos vida profissional com a pessoal.
- Eu sei! Mas eu é que não vou largar isso só porque o Lucius quer. Eu não posso abandonar meu curso agora.
- Henry, está tudo bem com você?
- Michael, há quanto tempo você e Nicole estão casados?
- Três anos, não, quatro anos. Droga! – ambos riem.
- E você a ama? – ele responde afirmativamente com a cabeça. – E você nunca falou nada a ela sobre o que fazemos?
- Para Nicole, eu sou um analista de investimentos do banco Gringotes e amo muito o que faço.
- Você não sente que está, sei lá... Está mentindo para ela?
- Eu apenas estou protegendo-a. Henry olhe para mim. Regras são feitas para não serem quebradas. Algumas nós quebramos, mas essa é uma que não se deve.
- Eu só queria que as coisas fossem mais fáceis.
No Japão-trouxa. Pessoas descem de seus carros luxuosos e posam para fotos. Dentro do evento, os convidados andam pelos salões, outros dançam e outros conversam. Michael fala japonês com um homem, sorri para ele e se afasta da conversa. Andando pelo salão, ele encontra Henry, mas finge que não o conhece. Michael aproxima-se deles e começa a conversar com o homem com o qual Henry estava conversando dando a oportunidade dele se afastar. Henry pede licença e sai. Coloca o copo de champagne que estava bebendo em uma mesa e sai do salão principal. Enquanto um homem japonês de óculos redondos o assiste saindo do salão.
Dentro do bar de sua casa, Lara se aproxima de um quadro que ficava no centro da sala. Ela olha por alguns minutos para o quadro e começa a chamar por Henry. O uso de quadros por bruxos era algo muito comum, funcionava como um telefone fixo para os trouxas. O bruxo chamava por outro, e o habitante do quadro fica responsável por chamar o dono.
- O senhor Crount não está em casa senhorita. – um cavaleiro de armadura dourada se aproxima do quadro. - Quer deixar uma mensagem para ele.
Lara meio alterada devido à bebida fica nervosa e manda o cavaleiro ficar quieto. Assim que ela começasse a falar, o cavaleiro iria "gravar" o que ela estava dizendo e reproduzir quando Henry chegasse, como uma secretária eletrônica trouxa.
- Sei que não está aí Henry. E sei também que não está em Londres.
Na festa, Michael desmaia, todos os convidados se assustam e aproximam-se para ver o que acontecia, enquanto Henry, que saiu do salão principal, chama um guarda e avisa o ocorrido, o guarda corre para socorrer Michael, que fingia estar desacordado e deixa Henry sozinho. Tudo armação para que Henry entrasse pela porta que ele guardava e roubar a caixinha.
- Eu acho que você pode estar em qualquer lugar nesse momento. Fazendo qualquer coisa. Escuta, eu pensei e decidi que posso aceitar viver assim, não sabendo o porque ou como você faz as suas coisas. Ou até mesmo onde.
Na festa, Henry liga um cronômetro e Michael usa um isqueiro que tinha sido encantado para conseguir desligar todo tipo de tecnologia trouxa, como computadores, aparelhos de som e câmeras de segurança. Apenas por quatro minutos.
Henry tenta abrir a porta manualmente, mas está trancada. Ele sabia que Lucius detestava que seus agentes usassem magia em alguma missão. Mas seria necessário para que ele não perdesse tempo.
- Alorromora.
- Eu posso viver assim Henry, claro que posso. Sei que o que você faz é perigoso e sair disso é praticamente impossível, eu te entendo. Mas tudo é perigoso na vida, não importa o que façamos.
Henry corre por um corredor e pára quando avista dois guardas indo embora de uma sala. Quando eles desaparecem, Henry desce uma escada.
- Eu quero filhos Henry. Eu quero! Não importa quanto tempo isso vá levar, mas eu quero, porque eu sei que as pessoas não são espiões para sempre. Por isso eu quero filhos!
Na ND-6, existia um sistema de segurança que funcionam da seguinte maneira: caixinhas monitoram as mensagens que os agentes recebem por quadros e em alguns casos por corujas. De repente uma caixinha da sala é ativada, ela se abre e repete tudo que Lara falou e estava falando. Então o homem responsável por aquele setor da agência chama seu superior.
- Eu vou te esperar, por que eu te amo. Sinto sua falta Henry. Volte para casa.
Ele desce os degraus e encontra no final do corredor uma porta de metal com uma fechadura simples e um sistema de leitura de cartões, como os aparelhos eletrônicos estavam desligados, era necessário apenas destrancar a porta. Henry pega dois objetos muito semelhantes a grampos e tenta destrancá-la.
Lucius estava sentado confortavelmente em sua cadeira e redigindo algum tipo de documento, quando um homem da segurança pede licença e entra na sala.
- Pois não?
- Senhor Malfoy, temos uma brecha na segurança.
- Quem?
- Lara Brank.
Lucius não conhecia ninguém que trabalhasse na agência com aquele nome.
- Qual a ligação dela?
- Henry Crount.
A porta é aberta e Henry percebe que o mapa que Lucius tinha era errado, aquilo era uma sala cofre. Henry localiza a caixinha dourada que a agência tanto queria. Ele nota que o cofre não tinha sido afetado pelo isqueiro encantado. Faltava menos de um minuto. Henry não teria tempo de desligar o alarme do cofre, roubar o objeto e voltar para a festa.
Um médico examina os olhos de Michael, fazendo ele seguir a luz que vinha de uma pequena lanterna. Michael às vezes desvia a atenção para o relógio de pulso que tinha, em breve o tempo acabaria. E assim aconteceu. As câmeras voltaram e a estação de segurança do prédio registra Henry se aproximando da primeira porta, ao sair da área restrita encontra com o homem de óculos redondos que o viu saindo do grande salão. Henry tinha certeza que ele não o viu falando japonês com ninguém.
- Oh meu Deus! Eu estou tão perdido! Olha, eu estava procurando pelo banheiro e isso aqui é uma verdadeira confusão. Sabe, deveria existir algum tipo de sinalização em português ou até mesmo em inglês por aqui. Não sei se você manda, mas fica como sugestão...
E assim Henry pela sua frente, mas o homem segura seu braço com muita força, impedindo que ele avançasse.
- Esta área é restrita.
- Oh! Por favor. Eu só estava procurando pelo banheiro! Olha, você não conhece meu chefe, o Carlos, mas se ele descobrir que eu bebi demais e arrumei encrenca hoje... Eu, eu perderei meu emprego. Por favor! - Lágrimas caem do rosto dele e o homem deixa que ele vá, indicando o banheiro. Ele agradece e vai embora. Missão incompleta.
No aeroporto, dois representantes da ND-6 aparecem na frente de Michael, perguntando por Henry. Michael diz que o amigo estava cansado e preferiu voltar para casa mais cedo via Pó de Flú.
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Aquela horrível sensação de tudo rodar em uma imensa velocidade estava diminuindo quando Henry chegou na lareira de casa. Chegou cansado, porém feliz por ter voltado. Lara deveria estar dormindo na sua cama.
- Lara, cheguei. Desculpe não ter comprado nada, mas acho que agora você me entende né?
Quando abriu a porta de seu quarto e não encontrou Lara adormecida lá, pensou que algo estava errado. Lara disse que depois eles iriam conversar, e sempre que eles conversavam seriamente, era na casa de Henry. Depois eles acabariam se abraçando, se beijando e continuariam aqueles assuntos na cama. Pegou a varinha na bagagem e voltou para a sala.
- Sr. Crount. Tem mensagem para o senhor. – o cavaleiro do quadro de Henry chegou correndo para evitar que ele fosse até a casa de Lara sem saber que algo importante tinha acontecido.
- Depois! Depois!
E aparatou. Chegou na casa da noiva e deixou a varinha cair no chão quando notou que a casa estava praticamente de cabeça para baixo como se tivesse sido invadida e saqueada. Livros no chão, a mesa de centro quebrada, o sofá fora do lugar. Na cozinha, tudo organizado, apenas alguns utensílios e copos quebrados. Viu a porta do banheiro entreaberta, pensou que talvez o ladrão estivesse lá, voltou rápida e silenciosamente para a sala e pegou novamente sua varinha em a colocou em posição de ataque. Voltou para o banheiro e se preparando para atacar.
Sangue no azulejo. Foi a primeira coisa que o cérebro conseguiu entender. Ele abre mais a porta e entra, os olhos arregalaram-se quando encontrou Laura deitada na banheira e de olhos fechados. O sangue da banheira estava misturado em um pouco de água, mas notava-se que era em quantidade muito maior do que as "manchas" vistas no azulejo.
Ele abre a boca como alguém em espanto, mas não consegue gritar ao ver a noiva morta, então fecha os olhos. Pensa ser uma loucura de sua mente e os abre novamente. Perde o controle e grita desesperadamente. Toca o corpo da noiva para ver se realmente era de verdade e se realmente estava morta. Não havia mais o que se fazer por ela. As mãos tremiam e ele tentava pegar a varinha para aparatar novamente.
Entra na ND-6 desesperado, braços tremiam e olhos ainda arregalados. A face não tinha cores, era um branco intenso como quem estivesse morto fosse ele. Seu rosto e roupas estavam manchados com o sangue de Lara. Soluçava praticamente a cada cinco segundos quando finalmente chega na sala de Lucius Malfoy, que estava sentado em sua cadeira e olhava fixamente para a porta, como se já esperasse por aquele encontro.
- O que você fez? – Henry praticamente não tinha voz.
- Sou eu quem deveria lhe fazer essa pergunta. A segurança detectou uma brecha e foi acionada e cumpriu seu papel. Você conhece os códigos de conduta desta agência, Henry Crount. E elas se aplicam a você também. Você colocou vidas de homens e mulheres que trabalham aqui em risco.
Henry derrotado senta em uma cadeira e deixa a cabeça cair, sustentou seus braços nos joelhos apoiando o rosto nas mãos e começou a chorar.
- Ela não era um risco. Por Merlin, ela era só uma mulher! Ela era...
- Você conhece as regras Henry. Informação sobre a agência é tratada como um vírus. Você nos colocou em situação comprometedora e então nós...
Henry levanta e anda até o chefe, a fúria tomou seu corpo em questão de milésimos de segundos e então Henry derruba Lucius na mesa, fazendo com que ele deitasse de maneira brusca. Com um braço segurando o pescoço e o outro prendendo o braço dele, os olhos se encaravam.
- Pare de falar "nós". Isso não existe para você. Você matou a mulher que eu amo.
- Não. Você a matou.
Henry controla-se e o larga, Lara estava morta e nada poderia ser feito. Melhor não piorar a situação. Henry controla o choro e anda até a porta do escritório ao vê-la trancada vira o corpo novamente para encarar a pose firme e aristocrática de sempre.
- Me deixa sair!
- Henry, eu sei o quanto isso deve ser difícil para você. Eu também tenho família. Meu filho trabalha aqui, mas entenda que eu faria o mesmo se fosse ele.
- Me... Deixe sair.
- Claro, mas... – ele faz uma pequena pausa para se aproximar de Henry. - de qualquer maneira, antes de você ir, o senhor precisa ir para a sala de interrogatório. Agora você também é um risco.
Henry suspira e sai da sala de Lucius com dois seguranças lhe segurando pelo braço até a sala de interrogatório. Ele nunca esteve naquela sala, justamente por nunca ter tido a necessidade de ser interrogado sobre suas atividades. Era uma sala pequena, cheia de papéis e de arquivos. Um velho homem de terno escuro estava sentado, esperava por ele. Aquele interrogatório todo começaria após alguns segundos após Henry tomar a poção Verissateum.
- Qual seu nome?
- Henry Crount.
- Você é um agente ativo da ND-6?
- Sim.
- Quanto tempo você trabalha para a ND-6?
- Cinco anos.
E o interrogatório prosseguia e a cada pergunta, Henry respondia com uma voz cada vez mais baixa e triste.
- Qual seu número de identificação e classificação da ND-6? O que você contou para Laura Brank sobre a ND-6? Você sempre mentiu para ela sobre o que fazia? Entende que se tornou um risco?
Horas depois, pela manhã, o interrogatório termina e ele finalmente sai do Banco Gringotes. Ele está cansado e sujo de sangue, e ainda lembrou que deixou sua varinha na ND-6, mas não tinha coragem de voltar. Estava afastado da agência.
No dia seguinte foi o funeral de Lara, que se realizou em um dia nublado e frio, ameaçava chover. Henry estava sentado em uma cadeira de frente ao caixão da noiva que descia lentamente para ser enterrado. Na cadeira ao lado estava a mãe de Lara que chorava discretamente, ele segura sua mão tentando passar tranqüilidade e conforto para aquela senhora.
Por Merlin, ela quase não tinha mais família. Primeiro a morte do marido meses depois do nascimento de Sue, o irmão de cabelos azuis de Lara. Agora era a filha quem estava morta, Henry se sentia tão mal por ter permitido que aquilo acontecesse. A culpa das lágrimas que caiam dos olhos daquela senhora era toda dele por ter contato a verdade sobre o que fazia.
Após o funeral, na casa de Henry estão os amigos e familiares reunidos. Sue senta-se perto de um menino que chora, então ele começa a contar historinhas para distrair o menino que nem sequer sabia o que estava acontecendo. Henry encontra Sue e ele se levanta, os dois se abraçam e Henry chora no ombro dele.
Sue e Henry se conheceram antes de Henry conhecer Lara. Aliás, foi por meio dele que Henry e Lara tinham começado a namorar, ambos se tornaram bons amigos e era naquela hora que um precisava apoiar o outro mais do que nunca.
Dias depois em sua casa, Henry resolve encarar o quadro e pedir ao cavaleiro que mostrasse as mensagens que ele ainda não tinha escutado. Automaticamente ao terminar de ouvir a voz de Lara, ele desaba no chão com as pernas cruzadas e não consegue controlar as lágrimas que caiam silenciosamente de seu rosto.
Simplesmente não conseguia acreditar na idéia de que aquilo realmente tinha acontecido. De que realmente ele tinha encontrado a noiva morta em uma banheira cheia de sangue. Queria muito que aquilo tudo tivesse sido uma alucinação ou coisa do tipo e que em breve ela entraria com um sorriso meigo e sincero que faria Henry lhe dar um abraço e um beijo, então eles iam até a cozinha preparar alguma coisa para comer e depois iriam conversar a noite toda enquanto observam as estrelas no quintal de sua casa. Em alguns meses estariam casados e um ou dois anos depois teriam o primeiro filho, dando inicio a uma família grande e muito feliz. Envelheceriam juntos enquanto viam os filhos crescendo e lhes dando netos. Aqueles eram os planos deles quando tocava no assunto família.
Mas aqueles sonhos não iriam se realizar jamais porque aquilo tudo não era uma alucinação, era verdade. E então Henry não pode deixar de pensar que graças a ele, graças ao seu emprego, graças a ND-6, graças a Lucius Malfoy, Lara Brank estava morta e nada poderia trazê-la de volta.
Semanas depois dos ocorridos, Michael tinha enviado um pacote para a casa de Henry, nele tinha a varinha dele com um bilhete dizendo que todos sentiam sua falta desejando que ele voltasse. Henry apenas sorriu ao lembrar dos colegas de trabalho. Em anexo ao pacote, tinha um comunicado solicitando a volta de Henry para a ND-6, seria uma volta sem maiores problemas caso fosse de espontânea vontade.
Henry apenas largou a caixa sobre a mesa e jogou a carta assinada pelo próprio Lucius no fogo da lareira. Ele voltaria com o estralar de dedos do chefe. Não depois de tudo que aconteceu. Henry não podia deixar de assumir para si mesmo que ficava um pouco assustado ao pensar em voltar. Ele é um ser humano, também tem sentimentos, receios, e ele tinha medo de voltar naquele momento. Agora, de certa forma ele temia a agência e não queria pisar lá tão cedo.
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Fazia três meses desde que tudo aconteceu e Henry resolveu recomeçar. Lucius deveria estar furioso por que ele não voltara, mas não importava. Iria começar saindo para jantar fora, preferiu não chamar ninguém, parecia isolado como quando estava no orfanato. Ele estava em um restaurante trouxa de Londres. Após o jantar, foi a uma sorveteria e da janela do local e ficou observando o movimento na rua enquanto tomava seu sundae. Já estava tarde quando resolveu voltar para casa, iria andar muitos metros até chegar no Caldeirão Furado, era melhor ir até um ponto público de Flú mesmo.
O ponto ficava dentro da guarita de uma garagem para carros totalmente deserta. O local estava escuro e frio, Henry andava mais depressa quando tem a sensação de alguém o seguindo. Ele olha para trás. A garagem era deserta só tinham carros velhos e abandonados, provavelmente o homem que o seguia não tinha ido buscar seu carro já que ele usava vestes escuras e caras. Tinha acabado de colocar a mão dentro do bolso interno da roupa. Henry reconhecia aquele típico movimento leve que fez com a mão, mas não conseguia lembrar o que era. Pensou rapidamente e chegou em uma conclusão. Das duas, uma: ou ele era um assaltante e estava sacando alguma arma ou então, por aqueles movimentos, ele iria apanhar a varinha. Não pensou duas vezes em se jogar no chão quando viu o cara tirando-a e apontando para ele. "Ele vai me matar!".
- Avada Kedavra!
"Mas, o que era aquilo?". Levantou-se rapidamente e saiu correndo para se esconder entre os carros. Tinha que pensar em alguma coisa, logo ele estaria lá. Foi engatinhando e se escondendo nos demais carros, como numa brincadeira de esconde-esconde enquanto pensava em um plano. Foi quando lembrou que como estava na parte trouxa, possivelmente tinha um celular no bolso.
- Natalie? Aqui é Daniel Hetch. Pode me ligar novamente em alguns segundos?
- Obviamente senhor Hetch, mas, perdoe-me pela curiosidade, por que a sua voz está tão baixa?
- Só me ligue em 15 segundos.
O homem anda pelo estacionamento de varinha em punho quando ouve o barulho de um celular tocando e então ele segue o som. Surpreendeu-se quando encontrou o celular largado no chão. Era uma armadilha.
Com um chute direto na mão do homem, Henry desarma o oponente que vira e dá um chute na barriga do agente fazendo ele tossir. Henry desvia de uma série de golpes do homem e quando encontra uma brecha nos golpes acerta a cabeça com um chute. Ele cai de costas para a porta de um carro e fica fora de si com a força do chute.
Quando ele se "recupera" e ergue a cabeça e o tronco, Henry com o pé, empurra o rosto dele contra o vidro do carro, quebrando-o. Pode-se ouvir mais passos chegando perto dele, sem pensar, ele pega a varinha do homem e mira na direção dos passos.
Espantou-se ao ver um homem de aparentemente 23 anos, de cabelos loiros e finos que lhe caíam na altura da testa, olhos azuis gelados, pele pálida e uma cara assustada. Era Draco Malfoy, o filho de Lucius, o diretor da ND-6, a pergunta era: o que ele estava fazendo ali?
- Draco?
- Henry, me segue!
Não tinha outra escolha, reparou que ainda vinha mais um atrás dele quando Draco pegou sua varinha no bolso de sua veste e lançou um feitiço paralisante fazendo o homem cair no chão feito uma pedra. Correndo mais um pouco, eles chegam à frente da guarita, Henry para o loiro.
- Espera um pouco, o que você está fazendo aqui?
- Henry eu conheço as ações do meu pai, agora você vai me escutar. Henry, você é um risco para ele. Foi ele quem mandou esses caras te matarem. Agora entra!
Draco puxou Henry pelo braço para dentro da guarita e as chamas verdes os envolvem, terminando em um beco escuro próximo do Beco Diagonal. Subitamente, Henry começa a mexer no rosto de Draco, puxando a pele para ver se ele era real.
- Polissuco? Quem é você?
- Isso não é hora para você acreditar se sou Draco Malfoy ou não. Henry, você não sabe com quem está lidando.
- Então me diga com quem eu estou lidando.
- Cinco. Seis anos atrás, quanto a Guerra finalmente acabou. – Henry entendeu que Draco estava dizendo sobre Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. – Doze comensais da morte, doze de seus seguidores criaram agências secretas pelo mundo, essas agências juntas são chamadas de...
- "A Aliança".
- O que você sabe sobre eles?
- São mercenários, vendem e comprar qualquer coisa que possa ser usada para princípios terroristas no mundo mágico, muitos ainda acreditam que podem fazer o que Você-Sabe-Quem não fez, livrar o mundo de não-bruxos. Eles são perigosos.
- Você está olhando pro filho de um desses mercenários.
Automaticamente, Henry faz ma expressão de completo susto. Ele entendeu do que se tratava. "Henry Crount trabalhava para o inimigo que pensava combater".
- Oh Merlin! Isso é impossível!
- Henry, claro que não é. Me dê um motivo para Lucius trabalhar para o Ministério? Ou para a Ordem da Fênix?
- Eu não sei, nunca pensei nisso. Na verdade eu pensava que o Ministério tivesse poupado mais uma das idas de seu pai a Azkaban. Ou na pior das hipóteses que ele tivesse se redimido pelo que fez como comensal de Você-Sabe-Quem.
Draco deu uma longa gargalhada.
- Incrível sua inocência Crount!
- Então se eu estou trabalhando para o inimigo, você é o inimigo.
- Henry! – Draco faz uma breve pausa. - Henry! É mais complicado do que se imagina.
- Quem você pensa que é para aparecer assim e me contar isso tudo. E se você estiver mentindo? E se você veio a mando do seu pai para me entregar de bandeja pra ele?
- Não! Porque eu faria isso. Henry, eu só estou te avisando.
Henry dá um tapa no rosto de Draco e diz para ele nunca mais aparecer na sua frente, então sai correndo enquanto Draco o chama. Sua mente estava uma bagunça, ele já não sabia mais o que estava acontecendo, e volta para casa. Se Lucius realmente o queria morto, aquele não seria o melhor local para ficar, mas não tinha outra escolha, ao entrar corre para a cozinha e senta em uma cadeira. Precisava fazer algo, algo rápido. Draco falou que ele era um risco para o pai dele, agora ele já não tinha mais escolhas, ou voltava para a ND-6 ou morria. Escolheu a primeira opção, mas precisava reconquistar a confiança do chefe. Saiu correndo em direção a uma casa próxima, chegando na casa de Lara, bate na porta com força e Sue atende.
- Henry, calma cara. Você está péssimo, fugiu de uma guerra?
- Sue, eu posso entrar?
- Claro que pode. Henry que cara é essa? O que está acontecendo?
- Escuta! – os dois se sentaram no sofá. - Eu preciso muito, mas muito da sua ajuda. Eu não posso te explicar nada. Então eu preciso que confie em mim. Só isso.
- Eu estou ficando assustado.
- Não precisa. Sue, eu sei que você vive mais na parte trouxa do mundo do que na parte mágica, por isso eu preciso do seu passaporte trouxa emprestado e de um cartão de crédito com limite de três mil. Eu pago tudo quando voltar.
- Claro que empresto, mas, para que você quer meu passaporte trouxa? E o seu?
- Aquele passaporte só deve ser usado em viagens para o Gringotes, viagens de negócios. Sue, confia em mim, eu não vou te meter em encrenca, prometo.
- Vem comigo, eu vou pegar. Você viaja quando?
- Amanhã de manhã!
Ele estava em um parque público de Londres-trouxa, dentro de um banheiro, estava amanhecendo e o parque estava aberto, porém vazio. Aquele banheiro era muito escuro e não tinha energia elétrica, a única luz do local vinha da varinha de Henry, que estava de frente para um espelho, com uma touca transparente presa na cabeça, que estava com uma cor muito diferente e usando algumas coisas no rosto tentar ficar mais parecido com uma foto presa no espelho, estava ficando muito parecido com a foto do passaporte de Sue.
Dentro de um aeroporto de Londres, já de manhã, Henry de cabelos azuis, usava um grande óculos escuro, uma blusa azul escura de elanca com mangas que vinham até a altura dos punhos com um símbolo de uma famosa marca de roupas trouxa e calça jeans escura. Andava tranqüilamente pelo aeroporto, ignorando os olhares espantados dos outros. Às vezes acenava para aqueles que ficavam mais de dez segundos assistindo o desfile.
- Ok. Quantas malas vai levar para o Japão?
- Somente essa. Qual a tinta você usa no seu cabelo?
- Nenhuma especifica. Eu fiz tamanha mistura com os produtos de casa que o que era para sair castanho claro saiu esse vermelho sangue.
- Eu amei! Quem sabe um dia eu faça coisa semelhante.
- Obrigada!
- Nessa foto... – ele aponta para a foto do passaporte que acabara de lhe ser devolvido. – eu estava usando Blue-Haired Freak, mas então eu comecei a usar a Ocean Blue. Confesso que preferia antes.
- Acho mais bonito agora.
- Obrigado! Mas isso não muda muito minha opinião, agora está muito discreto.
- Eu não acho. Janela ou corredor?
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Dentro do avião que iria para o Japão, ele está sentado no corredor, pensando no que fazer. A atitude de recuperar a confiança de Lucius Malfoy não foi muito bem pensada, então era melhor fazer isso durante as horas trancada dentro do avião. Muitas crianças olhavam para ele e em seguida cutucavam os braços de suas mães perguntando "o que era aquilo?", e como resposta, Henry apenas olhava com uma expressão tão fria que certamente as faziam pensar que ele respondia: "eu sou aquilo que vai te matar, se você continuar olhando para mim".
Nas ruas do Japão, já tarde da noite, ele entra em um bar e vai direto até o banheiro, lá ele troca de roupas e veste-se totalmente de preto, incluindo uma touca para esconder aquele azul. Chegando em uma rua vazia, tentou roubar uma van, mas notou que um homem estava descendo do seu jaguar, parou de tentar o roubo e ficou encostado no carro, fingindo que era seu. O homem fumava um charuto, eles ficam se olhando. Ele chega perto dele e solta a fumaça bem rosto de Henry, que fica quieto.
Ele estava dirigindo o seu jaguar e pára num beco próximo ao prédio da festa. Lembrava completamente o mapa do prédio, saídas de ventilação, dutos, entradas e saídas, era como se conhecesse o prédio inteiro. Entraria pelos dutos e chegaria escondido na sala e então roubaria a caixinha dourada que Lucius queria. Fugiria e voltaria com o objeto em mãos para a ND-6, provando sua lealdade.
Vendo dois guardas na frente do prédio, ele dá a volta até os fundos e escala a parede até o teto, entrando pelo sistema de ventilação. Consegue chegar na porta antes da área restrita sem maiores problemas, agora tinha tempo suficiente para abrir a porta. Finalmente chega na porta que dá acesso a sala cofre, o sistema de leitura de cartões estava ativado. Teria que ter o dobro de cuidado ao destrancar aquela porta e não acionar o alarme. Assim que consegue sem maiores problemas, ele finalmente gira a maçaneta, mas ouve um barulho atrás de si e quando olha para trás encontra um dos guarda que acerta sua cabeça dele com uma pancada. Ele desmaia.
Estava escuro quando acordou. Notou que estava quase sem ar nos pulmões, alguma mão forçava sua cabeça para que não saísse de dentro de um tanque d'água gelada. Seus olhos se abriram e não via nada. Não sabia mais quanto tempo estava naquele lugar. A mesma mão que empurrava sua cabeça para dentro da água dessa vez puxa seus cabelos para cima com enorme força, fazendo com que emergisse o rosto. Assim foi jogado ao chão e depois colocado em uma cadeira, sendo algemado com braços para trás.
Respirava como se fosse a última coisa que fizesse na vida, o peito doía e a cabeça também, os olhos ardiam e conseguiu ver o lugar onde estava. Na frente tinha o tanque ao qual tinha acabado de se livrar. Agora estava sentando numa cadeira ao lado de uma mesa de madeira. A única iluminação da sala vinha de algumas lâmpadas no teto que às vezes falhavam, tornando aquele cenário extremamente assustador. Obviamente que aquilo era uma sala de tortura. E ainda tinha uma porta. Sabia que qualquer um que estivesse prestes a entra na sala não seria muito amigável já que até os guardas estavam com medo. Henry conhecia alguns métodos de tortura (coisas que se aprendem com a profissão) e tentava adivinhar o que sofreria ali.
Aquela assustadora curiosidade estava se tornando em pânico, a respiração se intensificava para tentar controlar a mente e não entrar em desespero. Até que porta se abre. Não poderia ser! Henry conhecia aquele homem. Era o que ele enganou dizendo que estava procurando o banheiro na festa porque tinha bebido um pouco mais. Milhões de perguntas começaram a se formular em sua mente assim que finalmente se deu conta do que estava acontecendo.
Porque estava sendo torturado? Se aquilo realmente fosse uma casa de leilões porque tinha uma sala de tortura dentro do prédio? Simplesmente porque aquilo não era uma casa de leilões. Lucius o tinha enganado, ele ainda não sabia onde estava, mas sabia que o chefe enganou a ele e Michael. Pensamentos interrompidos quando o homem se aproxima e senta em uma cadeira de frente para ele.
- Vamos ser diretos. Para quem você trabalha?
- Ok, vamos ser diretos, pegue um papel e uma caneta. – ele obedece. – Agora escreva. E-S-A-D-O-F. Depois escreva de trás pra frente.
Assim que termina de fazer e entender que tinha sido passado para trás, olha para Henry, que dá uma longa gargalhada. Ele calmamente larga o papel e a caneta, deixando-os de lado na mesa e pega uma pequena bolsa com um dos guardas.
- Eu tenho péssimas notícias para você. Sou seu pior inimigo, - faz uma breve pausa. – E não tenho nada a perder.
- Isso não é bem verdade meu amigo... Notei que você tem todos os seus dentes bem feitos e bem cuidados!
Pegou um aparelho e com os guardas segurando os braços e pernas de Henry, o homem ameaça arrancar os dentes dele. Antes mesmo de começar, Henry começa a gritar com a boca aberta a força.
-Sim?
- Eu só tenho uma coisa a lhe dizer... Comece com os de trás, por favor.
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Dois dentes a menos e o homem resolve parar a tortura e Henry é sedado. Meia hora depois ele acorda sem nenhuma dor. O homem se aproxima novamente dele pegando algo no bolso do paletó.
- Owww! Isso é ótimo. Pode me dar o nome do fabricante, por favor? Eu vou precisar disso antes de ir dormir.
- As pílulas aliviam a dor por meia hora, portanto, creio que logo o efeito passará. Eu tenho mais algumas se quiser, é só me dizer para quem você trabalha.
Seria muito difícil sair daquele lugar, tinha que pensar em algo, mas a mente ainda trabalhava lentamente. Ele começa a chorar.
- Eu, eu não posso.
- Não chore. Você é tão jovem, seria horrível perder os dentes da boca tão cedo. – ele aproxima seu rosto do de Henry para encará-lo melhor nos olhos. – Por isso vou lhe perguntar novamente. Para quem você trabalha?
"Mas como esse cara é idiota!" – ele pensou antes de dar uma cabeçada nele, que o faz cair deitado no chão. Depois de Henry piscar algumas vezes devido a dor na cabeça, ele faz uma cambalhota com a cadeira e cai deitado com cadeira e tudo em cima do homem. Com alguma dificuldade pega as chaves das algemas no bolso dele e se liberta, depois o faz sentar na cadeira e o algema, idêntico a como fizeram com ele. Pega o aparelho que ele tinha usado para arrancar-lhe os dentes e se aproxima perigosamente.
- Não, por favor, não. Eu imploro, não.
Com o estômago furado, o homem grita desesperadamente de dor, alertando aos dois guardas que já estavam fora da sala que algo tinha saído errado. Ao entrarem, Henry luta com os dois, consegue matar um. Pega a arma do que estava morto e atira na perna do segundo guarda, então ele cai e Henry foge da sala.
Infelizmente ainda não tinha conseguido o que queria. Voltou para a área restrita e atira na porta sem dó, teria que ser muito rápido, uma vez que o alarme foi disparado e mais guardas estavam entrando no prédio, procurando por ele. Com um chute a porta cai e Henry entra na sala cofre, dane-se o sistema de segurança da sala cofre.
A sala onde estava o objeto era enorme, não parecia em nada com um cofre tradicional. Em diversas mesas estavam espalhados vários objetos, andando mais pelas mesas e prateleiras, encontra o objeto tão desejado pela agência.
Finalmente tinha o objeto em mãos. Vira para trás e encontra três guardas entrando no cofre, ele se esconde. Olhou a arma que carregava, do que adiantaria se eles estavam equipados com metralhadoras?
"Que tipo de cofre tem tubos de gás?" - Aquilo não era bem uma sala cofre na verdade, mais parecia uma estação de trabalho de alta segurança. Sendo assim, consegue desconectar um dos tubos, fazendo acontecer um vazamento silencioso.
Os homens adentravam cada vez mais no local, enquanto agachado nas mesas e escondido, Henry ia chegando cada vez mais perto da porta pela qual tinha entrado. "Tempo suficiente!".
- Hey, caras! – e então ele corre.
Eles atiram e o local que Henry já nem sabia mais do que se chamava explode. Ele não é atingido e consegue escapar do prédio.
Do Japão, Henry foi direto para a ND-6. Quando entra na agência, todos se assustam ao verem a situação que ele se encontrava. A boca sem os dois dentes do fundo deixou seu maxilar incrivelmente inchado, o rosto cheio de hematomas e ferimentos. Andava torto devido as fortes dores musculares que percorriam todo seu corpo, a pele pálida devida a tantas horas de tortura. Seguiu até a sala de Lucius e no caminho encontrou com Draco, sem parar de andar lhe lançou um sorriso torto devido à boca ferida. Draco observa o agente seguir, ele estava incrivelmente admirado pelo que Henry tinha feito para deixar de parecer ser um risco para Lucius.
Lucius não acredita quando olha para a porta e vê Henry, permitiu que um sorriso invadisse seus lábios quando olhou o que ele carregava consigo.
- Agente Crount, o que faz aqui?
Henry chega perto da mesa do chefe e joga o pacote em que a caixinha estava sobre a mesa dele. Lucius calmamente retira o objeto e sorri novamente para Henry. Ele conseguira a muito custo recuperar o que a agência queria. Não deveria ser um risco, deveria ser tratado como herói.
- Eu estou de volta. – ele mal conseguia falar devido a tanta dor.
- Sem problemas.
- E eu preciso de uma semana de licença. Provas do curso. E de um plano dentário melhor também.
- Ok, Henry!
Ele sai da sala e depois sai do banco Gringotes. Queria mais do que nunca chegar em casa e tomar um bom banho e tirar aquela tinta azul dos cabelos e dormir por dias, se necessário. Mas isso teria que ficar para muito depois, pois ainda tinha que tratar de alguns assuntos. Anda por várias ruas até chegar em um endereço que nunca pensara chegar. Entra rapidamente em um elegante prédio de negócios e fala direto com a recepcionista.
- Em que posso lhe ajudar?
- Posso falar com o Sr. Devlin?
- O sub-ministro da Segurança não trabalha neste prédio, ele trabalha no Ministério mesmo. Posso lhe encaminhar para alguém daqui se me disser em que eu posso te ajudar.
- Diga para esse alguém que ele tem um delator? – a expressão da mulher se torna séria.
- Siga-me, por favor.
A mulher acena para que ele a acompanhasse, Henry anda com ela, com uma dificuldade enorme para não cair no meio do prédio e não desmaiar de tanta dor. Eles andam pelo prédio e pode-se ver um largo símbolo no chão, o símbolo da Ordem da Fênix.
Um homem magro vestido num terno simples, de óculos redondos, cabelos rebeldes e uma fina cicatriz em forma de raio andava por um andar daquele prédio com uma caixinha de lanches típico de fast-food e um copo grande de refrigerante nas mãos. Ele entra em uma sala, espanta-se ao ver um homem de cabelos azuis e rosto inchado preenchendo fichas de papel.
- Trouxe algo para você comer. Desculpe, mas é o melhor que nossa lanchonete pode oferecer.
Henry nem olha para ele e continua escrevendo um depoimento no papel.
- Er, tem algo que possamos fazer por você neste momento?
- Quem sabe um outro tinteiro, esse aqui já era. – alguns segundos depois. – Obrigado!
Os dois estavam na sala do homem de cabelos rebeldes e óculos redondos. Ele andava de um lado para o outro enquanto Henry olhava para a mesa de trabalho dele. Sobre ela tinha um porta-retrato com três pessoas em uma foto. Uma que ele identificou como o homem que estava logo atrás dele, ao seu lado direito, um homem ruivo de cabelos cor de fogo, e ao seu lado esquerdo uma mulher, muito bonita por sinal. Ao notar que Henry observava o porta-retrato, ele o vira de modo que Henry não pudesse mais vê-lo. Ele desvia o olhar para as próprias unhas.
- Ainda estamos analisando seu depoimento. Você escreveu muito.
- É, eu sei. Isso quer dizer que eu estou dentro?
- Não ainda. Estamos verificando se precisamos de um outro agente infiltrado na ND-6, não sabemos se precisamos de um outro. – Henry deixa a cabeça cair e dá uma risada breve. – Do que você está rindo?
- Não, não ainda. Como eu disse, ainda estamos analisando. Além do que já temos um outro agente infiltrado na ND-6, não sabemos se precisamos de um outro. - Ele deixa a cabeça cair e começa a rir de Potter. – Do que você está rindo?
- Porque você disse "outro".
E daí?
- E se eu estivesse fazendo tudo isso com a intenção de ser um agente triplo? Já saberia que temos um outro agente infiltrado na ND-6 e poderia informar meu chefe. Fariam-se interrogatórios e torturas, descobririam quem é ele e esse agente seria morto. Bom, essa linha de raciocínio já me diz que eu estou nessa. Você falou demais... - ele olha para a porta da sala que estava meio aberta e vê que estava escrito Harry J. Potter -...Senhor Potter.
- Harry. Pode me chamar de Harry. E sim, você está dentro. Gostaria de lhe informar depois. E como o Devlin não trabalha nesse prédio, creio que eu serei seu superior e contato aqui. Preciso te dar algo para que possamos nos comunicar sempre. – ele encara o rosto de Henry pela primeira vez e vê tamanho inchaço em seu maxilar. – Escute, você está horrível, precisa de um dentista urgentemente. Podemos arranjar um se quiser...
- Obrigado Sr. Potter, mas não. Quando posso ir embora?
- Em breve! Vamos primeiro conseguir uma saída segura para você. Você se arriscou bastante vindo até aqui.
- É, eu sei!
Dois dias depois, Henry estava no cemitério, já com sua aparência natural, colocando flores sobre o túmulo de Lara e ficou observando a lápide, começou a pensar. Fazia quase quatro meses sem ela.
Por um instante passou por sua mente que talvez a morte dela tivesse sido necessária para colocar Henry no caminho certo. Agora ele era um agente duplo da Ordem da Fênix infiltrado na ND-6, e seu maior objetivo era destruir a ND-6 e suas agências que formavam a Aliança. Tudo era tão recente em sua mente que passava como um filme em velocidade super rápida.
Percebe que alguém estava atrás de si, o observando e vira para encarar a pessoa. Ele se aproxima.
- Draco Malfoy.
- Eu sei bem como é perder alguém.
- Olha, obrigado por ter me ajudado, e desculpe pelo que eu te disse, e pelo tapa. Eu não queria ter feito aquilo.
Draco pega um espelho no bolso e entrega a Henry. Henry observa o objeto por alguns instantes e o coloca dentro do bolso.
- Eu falei com Potter e ele me disse que seu depoimento foi enorme. Eu ainda não li, mas já fiquei feliz por saber que você foi ao lugar certo. Parabéns.
- Você é o outro agente duplo? Mas, você é filho do dono da ND-6, por que?
- Você não sabe o quanto é difícil enganar meu pai. Realizar missões para ele e para a Ordem da Fênix. Henry, não vai ser fácil.
- Eu sei. Agora, por favor, desculpe, mas eu queria ficar sozinho um momento, acho que você me entende.
- Claro.
Draco estende a mão para e ele e Henry faz o mesmo. Agora eles trabalhariam juntos contra a ND-6. Draco lhe dá um sorriso e vai embora. Henry não entendia o porque de Draco fazer aquilo, mas já era alguma ajuda. Henry lembra do espelho, ele sabe como aquilo funcionava. Assim que ele esquentasse seria sinal de que o dono de um outro semelhante o estava chamando.
E isso acontece, dentro do bolso da calça de Henry o espelho esquenta, Henry o tira e olha fixamente para ele, esperando uma outra face aparecer. Esperando pelo rosto de Harry Potter.
- Sim.
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N.A: Eba! Fic nova no ar. O está com raiva de mim e não quer me deixar postar direito, ninguém merece! Affe.
Para escrever esse primeiro capítulo eu me baseei muito no primeiro episódio do seriado ALIAS, "Truth be Told" (de JJ. Abrams).
Foi muito difícil misturar as duas coisas, mas acho que rendeu um bom primeiro capítulo. Vocês não sabem quantas revisões eu fiz nele. Foram muitas. Não é fácil contar essa historia, além de ser no futuro após a Guerra, mistura espionagem, ação, romance e tudo mais.
A musiquinha que o Henry canta no começo é Sweet Chil O' Mine do Guns n' Roses.
Deixe-me explicar uma coisinha, a Ordem da Fênix virou uma agência gigante que se filiou ao Ministério da Magia e adivinha quem trabalha lá? Harry Potter, pois é. Ele mesmo. (Tudo isso acontece dentro da minha insana cabeça, eu sei).
Atualizações: Farei o possível para serem quinzenais no mínimo. Mas, pode variar de três semanas a um mês. Desculpem, mas eu quero escrever capítulos no nível deste, e isso exige um pouco mais de tempo.
Que mais eu posso dizer?
Queria saber se vocês gostaram? E que eu adoraria receber reviews, porque é por elas que eu consigo ter uma base do que vocês acham da fic. Ah, e eu respondo sempre, pode demorar um tempinho, mas eu respondo sim, hehehe.
Se você não sabe como mandar a sua review, é fácil. É só clicar em Go, correspondente à "Submit Review" no final dessa página e mandar seu recado. Se você não for logado no site, deixa e-mail, ou alguma forma para que eu possa responder. Ok?
Até o próximo capítulo, que em breve deve estar chegando.
Créditos deste primeiro capítulo:
Sue: Eu baseei no meu amigo Renan, que na época que comecei a escrever essa fic usava cabelos azuis. Renan, os créditos da cor de cabelo são todos seus. E o apelidinho também, hahaha!
Alias: J.J Abrams, criador de Alias e Lost. Eu prefiro Alias, porque é bem mais legal. :P - eu sou do contra mesmo
Bem, é isso.
See you.
Bye.
