Chamas do Dragão

Por Mel

Capítulo I

Meu coração ainda se lembra.

O dia amanheceu nublado, resultado da forte chuva que assolara Tomoeda durante a semana. Poucos pássaros cantavam a canção do amanhecer. O sol escondido criava um clima pesado e triste para os cansados estudantes que voltaram há pouco de suas merecidas férias. As aulas da Faculdade Federal de Tomoeda haviam recomeçado com força total obrigando-os a correr atrás do tempo 'perdido'.

O despertador começou a tocar como louco na pequena cômoda de madeira. O barulho era ensurdecedor, mas parecia não ter tanto efeito para a bela jovem adormecida entre os lençóis e almoçadas coloridos.

Tomoyo: "Vamos, Sakura. Levante-se! Vai chegar atrasada, hoje tem prova de história da arte."

A moça tentava desesperadamente acordar a prima, mas parecia inútil. Se houvesse uma frase para descrever o sono da mestra das cartas, seria:

'Pesado como um elefante!'

Kero (Voando perto da cama): "Ihh! Esquece! Essa daí não tem salvação, não."- (fazendo uma careta engraçada).-"Certas coisas nunca mudam, minha cara!".

Tomoyo: "Sabe...Eu ainda me impressiono com a capacidade que Sakura tem de dormir. Como pode!? Se bem que..." (Fez uma pausa)- "Ela fica encantadora dormindo.".

O ursinho balançou a cabeça em sinal de desaprovação.

Há um ano e meio, Sakura cursava publicidade na Faculdade Federal de Tomoeda, uma das mais concorridas e conceituadas na área de humanas. Tomoyo passara uma temporada na França concluindo seus estudos sobre Música Clássica, mas retornara ao saber do falecimento do Sr. Fujitaka Kinomoto. O pai de sua prima perdera a vida em um desmoronamento numa escavação no Egito. Sakura ficara sem comer por três dias.

Apenas chorava descontroladamente.

Touya, já estava terminando o curso de medicina em Tóquio quando isso ocorreu. Ele bem que tentou arrastar Sakura consigo, mas a garota não quis. Optou por viver na irmandade da faculdade, acompanhada por Kero e Yue, que fora separado de Yukito após um ritual mágico. A morena logo transferiu sua matrícula para ficar perto da mestra das cartas, e apóia-la, afinal, Sakura era sua queria prima, e jamais a deixaria desamparada.

Dinheiro, não era problema. Após a morte fatídica de Fujitaka, a fumaça que rodeava o rancor do Sr. Amamya desapareceu. Sakura foi reconhecida como uma das herdeiras legítimas da fortuna Amamya, passando a se chamar Sakura Amamya Kinomoto e recebia o mesmo carinho que ele dava à Nadeshico. A semelhança entre as duas era incrível. Mas não podia negar que a bisneta herdara um brilho especial. A beleza de Sakura era fora do comum.

Aos finais de semana ela aproveitava para dar lindos passeios ao lado da prima e do bisavô, que apesar da idade avançada, se demonstrava forte e altruísta.

Kero (Cruzando os bracinhos):"Tem vinte anos nas costas e continua parecendo um bebê.

Tomoyo voltou a chacoalhar a sonolenta criatura.

Sakura: (Resmungando) "Ai ai ai!Será que não posso dormir mais cinco minutinhos?".

Os olhos verdes completamente cansados. Revirou-se na cama puxando o edredom sobre a cabeça, mas logo sentiu seu corpo tremer novamente.

Tomoyo: "Vamos, ande Sakura. Esse homem já encrenca com você por natureza.".

A jovem retirou a coberta do rosto, mostrando a língua. Parecia uma criança mimada que não queria parar a brincadeira para tomar banho.

Com muito custo se colocou de pé.

Sakura (Bamba de sono):"Você tem razão."

Kero:"Vamos logo! Hoje é dia de treinar sua magia ainda.".

Sakura: "Todos os dias é dia de treinar minha magia, Kero" (Comentou entre um bocejo).- "Mas vocês me convenceram...Já estou indo".

Se naquele momento houvesse uma tartaruga competindo com a mestra das cartas uma corrida até o banheiro, o animal venceria com vantagem de horas.

Kero (Desconsolado):"Eu disse que não tinha salvação!".

Tomoyo:"Não mesmo...(Balançou a cabeça) Continua a mesma Sakura de sempre.".

A morena sorriu arrumando o material da prima que estava todo espalhado pela mesa. Haviam certas coisas que nunca mudariam, não importava o tempo que levasse.

UUUUUUUUUUUUUUUUUU

Sakura (Apressada):"Eu sabia, eu sabia!É a famosa lei de Murphy!".

A jovem de longos cabelos mel descia a escada do prédio de história com muita pressa.

Sakura: "Ele trocou de sala. A prova será no segundo andar...E eu que subi sete lances de escada."

Eram quase cinco minutos descendo até chegar no segundo andar. Provavelmente perderia a prova e sua ficha ficaria marcada com uma suspensão. Se ao menos tivesse levantado na hora certa...

Sakura (Pensando):'Droga de despertador! Nunca toca na hora certa! Tomoyo poderia ter me chamado mais cedo, viu!'.

Olhou para os lados e o último sinal para o início da aula tocou.

Sakura:"Ai meu Deus! Agora não tem mais jeito...".

Saiu como um foguete. Correu tanto, mas tanto que as pessoas em volta mal podiam reconhecer quem era. Tropeçou em uns cinco indivíduos, antes de deixar a bolsa cair no chão. Suas canetas espalharam-se por todos os lados.

Sakura: "Essa não!"- (Ajoelhou-se recolhendo o material) –"O que mais falta acontecer?".

Naomi (Debochada): "Falando sozinha, Kinomoto?".

Sakura "Eu e minha boca grande"-(Contando mentalmente até dez): "Olá, Kimura. Atrasada também?".

A ruiva estreitou os olhos sobre a mestra das cartas.

Naomi: "Eu nunca me atraso...São os outros que chegam adiantados, querida!".

Sakura (Revirando os olhos) : "Sei..." (Riu um pouco) "Como sempre, o universo gira em torno de você, não é?".

Como a ruiva detestava aquela menina. Se tivesse poderes mágicos certamente a pulverizaria. Popular e rica, Naomi Kimura sempre fora os centros das atenções. Era a líder de torcida mais cobiçada da faculdade, uma das poucas celebridades que estudavam em Tomoeda e dona de uma beleza singular. Com seus cabelos avermelhados até a altura dos ombros, modernos, repicados, volumosos e brilhantes. Olhos negros e tocantes como a imensidão de um universo sem luz. Altura chamativa, beirava os 1,75m. Um corpo esguio como de uma modelo de passarela, a mimada filha do magnata Kimura perdera o posto assim que Sakura colocara o pé na faculdade. A bisneta de Amamyia chegava a ser assustadora, de tão linda. As pessoas não conseguiam tirar os olhos dela. Havia algo nos olhos esmeraldas que simplesmente enfeitiçava o mundo. Sentia tanta inveja daquela garota que seu corpo tremia só de olha-la.

Naomi (Tentando humilha-la): "Vejo que continua a mesma lesada de sempre". (O ódio refletido nos olhos) "Eu não acho que o universo gira em torno de mim, eu tenho certeza de que ele gira" (Riu) "Além do mais, as aulas foram canceladas. Parece que houve um assassinato nas proximidades e a policia está investigando o caso. Alguns professores são suspeitos".

Sakura (Arregalando um pouco os olhos): "Assassinato?".

Naomi (Desdenhando): "Que tipo de publicitária você é que não liga a televisão para ver as notícias?".

Sakura (Lembrando-se do treinamento): "Andei um pouco ocupada esses dias".

Naomi: "Ocupada com o que? Ah! Já sei...Com aquele monte de velhos que você cuida... Por isso que ninguém se interessa por você! Não passa de uma pobre órfã, adotada por um bisavô com dó".

Sakura (Nervosa): "Pelo menos os meus pais morreram para eu ser órfã. Não são iguais aos seus que mesmo vivos nem atenção te dão".(Riu) : "Você é carente, por isso que precisa ser o centro das atenções.".

Pronto! A confusão estava armada. Naomi partiu para cima da menina que desviava dos golpes com precisão, assustando a ruiva. Se não fossem pelos alunos que há tempos prestavam atenção na conversa das duas, chegarem e interromperem, certamente parariam na reitoria repletas de hematomas. Sakura decidiu que o melhor era voltar para o quarto, não valeria a pena brigar com alguém tão prepotente quanto Naomi. Mas a insatisfeita líder de torcida continuou com o ataque verbal. A mestra das cartas suspirou, evitando assim continuar com aquela palhaçada.

Sakura (Pensando): 'Continua me irritando e eu mando a carta trovão fritar você'.

Riu sozinha, pensando na maldade que acabara de matutar. Um sorriso tão encantador que fez Naomi se irritar mais ainda e xingá-la mais alto. Não iria ser tão ruim dar ordens às suas cartas para pulverizar a ruiva da face da terra. Ignorando completamente a situação, lembrou-se do que ouvira sobre o assassinato. Será que tinha algum maníaco escondido na faculdade? Precisava conversar com seus guardiões o mais rápido possível. Algo lhe dizia que alguma coisa importante estava para acontecer.

UUUUUUUUUUUU

Kero estava dormindo confortavelmente em sua cama gaveta, rodeado de rosquinhas. Hora ou outra soltava um comentário como: 'Eu adoro pudim de limão'. Sakura entrou vagarosamente, com medo de acordar o guardião. Precisava conversar com ele, mas poderia esperar um pouco. Yue também ficava muito cansado durante o dia, quando a lua se punha. O melhor seria aguardar.

Encostou-se na porta deixando a gravidade agir sobre seus joelhos e escorregou até tocar o chão. Estava tão cansada, por noites não dormia direito. Olhou certo urso antigo em sua cabeceira. Andava tão ocupada que mal lembrara da existência do objeto. Foi assim que preferiu. Ocupar seu tempo e não sofrer nunca mais pela ausência de...

Li Syaoran.

Sakura:"Tudo seria diferente se ele estivesse aqui."- (Falou pra si mesmo lembrando-se das palavras duras de Naomi sobre o fato de 'não ter um namorado'). –"Mas não está..."

Já tinha superado isso. Não iria ter uma recaída. Não agora, depois de tanto tempo! Prometera para si mesmo não derramar nenhuma lágrima mais pela ausência dele. Há oito anos que não se falavam. Nenhuma carta ou telefonema. Nada! Se ele se importasse de verdade teria dado um jeito de se comunicarem. Mas sabia que ele não se importava, e por isso sentia-se uma estúpida cada vez que seu coração acelerava ao lembrar dele. Lera inúmeras reportagens sobre o clã Li, e o crescimento elevadíssimo após o herdeiro tomar o controle. De vez em quando com lágrimas nos olhos, via em alguma coluna de fofocas reportagens sobre as inúmeras mulheres que ele tinha.

Tola.

Como era tola! Esperara por ele todo esse tempo, e para que?Para acabar sozinha...Era isso!Acabaria sozinha...Nunca cama de hospital...Droga de melancolia! Por que sentia-se tão conectada a ele?Havia algo errado e de certa forma estranho nisso tudo. Levou a mão ao coração tendo uma triste certeza: sempre o esperaria. Não soube até hoje o porquê não dera chance de outro rapaz se aproximar. Não fora por falta de convite...talvez um pouco de falta de coragem, mas sentia-se traindo seus próprios sentimentos se fizesse isso.

Sakura (Chutou a almofada):"Droga! Por que estou pensando nisso agora?".

Tomoyo (Ouvindo o barulho): "Sakura? É você que está aí?"-

Era a voz da prima abafada no chuveiro. Nem percebera o barulho da água caindo...

Sakura (Estranhando):"Ué! Não foi pra aula?"-

Tomoyo (Ainda gritando de dentro do box):"Não tive a primeira aula. Disseram que o professor estava sendo investigado por causa de um assassinato.".

Sakura (Sentando-se no vaso sanitário, fechado):"A mesma coisa com o meu, devem estar investigando todos os professores.".

Tomoyo:"É pode ser! Acho que a vitima foi um aluno"(Comentou toda ensaboada, procurando a tolha para livrar os olhos da ardência.)"Mas, mudando de assunto...(Observando a menina) Parece meio desanimada. Aconteceu alguma coisa?".

Sakura: (Encostando a cabeça no azulejo)"Discuti com a Naomi de novo".

Tomoyo (Abrindo os olhos vermelhos): "Discutiu?! De novo? Mas aquela mulherzinha não tem jeito! Como ela gosta de implicar com você...É muita inveja".

Sakura (Revirando os olhos): "Nem me fale...Vive me chamando de órfã e sozinha...(Balançando a cabeça) Ah! Melhor esquecê-la. Não quero perder meu tempo com quem não vale a pena".

Tomoyo (Mudando o assunto): "Você não assistiu o documentário que passou na televisão, ontem?".

Sakura: "Olha, estava tão cansada que nem liguei a televisão".

Tomoyo: "Algumas coisas estranhas estão acontecendo em Tomoeda. Parece que acharam corpos destruídos, como se fossem atacados por grandes animais".

Sakura (Sentindo um arrepio) : "Animais?" (Olhou pela janela) : "Mas isso não faz sentido, não temos esses tipos de animais de grande porte aqui no Japão".

Tomoyo: "Você acha que podem ser cartas?".

Sakura: "Não podem ser cartas" (Estava segura disso) "Porque as cartas mágicas não matam sem a ordem do mestre, e provavelmente eu teria sentido a presença se fosse usado magia, mas...(Colocou o dedo no queixo): "Há um mês atrás eu senti um abalo muito grande no campo mágico que envolve o Japão, como se alguém com muito poder estivesse aqui, mas..." (Fez uma pausa) "Não parecia ser agressivo, de certa forma, era familiar.".

Tomoyo (Enxugando-se): "Não consegue rastreá-lo?".

Sakura (Negando com a cabeça): "Seja lá o que, ou quem for, não deve estar mais aqui porque não posso sentir sua presença.".

Tomoyo: "Bom, há muitas pessoas com magia no mundo. Lembro-me que quando Li estava aqui ele comentou que na China as auras mágicas são muito comuns".

Sakura (Entristecendo-se): "Não quero falar nele".

Agora que Tomoyo tinha mencionado, a presença que sentira era muito parecida com a dele, só que mil vezes mais forte. Seria possível?! Não, sabia que não era possível.

Tomoyo (Percebendo a besteira que fizera): "Me desculpe...".

Sakura: "Não faz mal" (Mentindo descaradamente) "Já faz tanto tempo".

Tomoyo (Tentando concertar a gafe): "Já que não vamos ter aula, poderíamos visitar o bisavô, o que acha? Ai... Como você mais tarde treinará com o Kero e o Yue, terei tempo de filmar tudo e acrescentar na minha coleção de dvds.".

Sakura (Abrindo um lindo sorriso): "Ainda não sei como o bisavô não descobriu sobre nossos treinamentos na mansão..." (Riu) "Mas é uma ótima idéia. Poderemos tomar alguma coisa todos juntos" (Levantou-se empolgada) "Vou pegar minhas coisas".

Tomoyo (Mais aliviada): "Me troco em um minuto".

UUUUUUUUUUU

O entardecer em Tomoeda era deslumbrante. Poderia ficar horas sentado no parque, apenas observando o céu.

Syaoran (Fechando os olhos): "Faz tanto tempo".

Quem visse aquela imagem, certamente pensaria que era algo irreal, afinal não eram todos os dias que um anjo se sentava nos bancos de madeira de um parque japonês. Syaoran Li se tornara um homem deslumbrante. Eram os mesmo olhos âmbares e a expressão séria que tanto o caracterizava. Sua altura de guerreiro, próxima aos 1,90m o deixava quase intocável. Seus ombros largos e músculos definidos faziam contrates com o rosto perfeito e o queixo quadrado...além do inconfundível cabelo rebelde tom castanho, que balançava ao sopro do vento.

Vestido com um terno amassado pelas inúmeras horas de vôo o rapaz jamais pensou que Tóquio fosse tão distante de Tomoeda. Quase cinco horas sentado. Olhando para o mar, o guerreiro concentrou-se nas auras que envolviam a cidade, tentando procurar uma em particular.

Syaoran (Repreendendo a si mesmo) "Não posso".

A jovem de olhos verdes não era mulher para ele. Era uma menina tola! Havia tirado-lhe as cartas Clow, e por causa dela fora submetido aos piores castigos e humilhações...Virara boneco de pano nas mãos dos anciões do clã.

Sofrera!

E como sofrera!

Fora confinado nas montanhas, por cinco longos anos. Longe de qualquer tipo de sentimentos. Longe de sua mãe, suas irmãs e sua prima. Aprendera a confiar apenas em si mesmo e em ninguém mais. Quando voltara, com apenas dezoito anos, assumira as responsabilidades das empresas, levando as corporações a um nível mundial de desenvolvimento. Tivera inúmeros casos. As mulheres ficavam enlouquecidas por sua presença, ma, por menos que quisesse admitir...Os brilhantes olhos esmeraldas nunca saíram de sua cabeça e nem de seu coração. Não houvera um dia se quer que o guerreiro não pensava nela. Em como estaria...Se ainda lembrava dele.

Syaoran (Sorrindo): "Deve estar linda".

Mas não podia! Não queria se entregar novamente a esse sentimento tolo chamado amor. Nunca mais. Isso só o fizera sofrer. Amar Sakura o fez um guerreiro com piedade. E um homem com piedade jamais seria completo em batalha. Então... Por quê voltara? Porque dissera aos anciões que sentira um abalo muito grande no equilíbrio do mundo? Ele poderia ter deixado quieto. Sua magia já era mais do que o suficiente para proteger seu clã. Mas não! No fundo queria apenas vê-la novamente. Jamais seria capaz de deixá-la enfrentar uma batalha sozinha.

Sentia algo ruim dentro do peito. Assistira o jornal,e o assassinato dos alunos de sua nova faculdade fora surreal. Poderia ser novos tipos de cartas, ou mesmo ataques de outros planetas? Não sabia dizer, mas iria descobrir. Com certeza. Fitou o céu novamente. Queria que tudo desaparecesse. Desejou jamais ter conhecido Sakura Kinomoto.

Desejou ser um rapaz comum.

UUUUUUUUUU

Kero: "Vamos, Sakura! Concentre-se!"- (O leão ordenava à garota que agilmente escapou de mais um ataque da carta fogo).- "Nessa velocidade, acabará sendo atingida!".

Sakura:"Não vou ser atingida!".

Ela rebateu, usando a magia do escudo.

Todos os dias a tarde, Sakura ia até o salão da mansão Amamya onde treinava com Kero e Yue. Tomoyo só perdia os treinos se houvesse algum ensaio para o coral, caso contrário, filmava todos com empolgação. Cada semana, ela fazia a prima vestir algo diferente. Havia uma coletânea de dvds.

Tomoyo:"Ai! Isso é tão emocionante!"

Os olhos violetas brilhavam em contentamento.

Perdendo o equilíbrio, Sakura caiu no chão e fechou os olhos, aguardando pelo ataque de sua carta. Porém esta parou imediatamente, ao ver a mestra estatelada ao solo. Estranhando o baque que envolvera a menina, Kero se aproximou preocupado.

Luta:"Está tudo bem?".

Sakura: "Está sim, é que..."- (Respirou fundo) – "Nada não, apenas me distraí"- Mentiu ocultando os pensamentos longínquos fixados em certo chinês. Sentia uma presença em Tomoeda, e podia jurar que era dele. Mas como seus guardiões não sentiram nada, achou que fosse uma peça pregada por sua mente.

Kero: "Vamos parar por hoje". (Virando-se para a mestra) "E vê se come alguma coisa...".

A carta voltou para a forma humilde. Tomoyo desligou a câmera olhando tristemente para Sakura. Definitivamente havia algo estranho com a prima. Sakura sentou-se em posição de meditação. Precisava tirar ele da cabeça o mais rápido possível.

Porque agora, depois de tanto tempo?

UUUUUUUUUUU

Tudo estava no mais profundo breu, o vento gelado soprava a copa das árvores cantarolando uma marcha fúnebre. Parecia mau presságio. A faculdade estava assustadora, encoberta pelas trevas das grandes árvores do bosque central.

A sombra esguia enfiava-se entre os troncos, faminta, sedenta.

Avistou duas presas conversando distraidamente na frente do lago. Sua chance de se alimentar depois de três dias sem nada no estômago.A comida era escassa em seu mundo. O príncipe permitira que comessem a carne humana, mas que lhe levasse a alma aprisionada na concha negra que tudo vê, e mantivessem coração intacto.

Dizia à lei de seu mundo, que quem comesse o coração de um humano seria banido do deserto, e viraria poeira cósmica.

A fome falara tão alto naquele momento. Não pensou duas vezes e como um tigre atacou as moças, que só tiveram tempo de gritar desesperadas com o horrendo ser que viram.

Monstro: "Mais duas almas para você, mestre."- Murmurou com a boca cheia de sangue.

A concha brilhou guardando o espírito das duas vítimas.

Monstro2:"Achei você!"- Um segundo mostro apareceu no local sentindo o cheiro de sangue.

Monstro: "Coma! Precisamos voltar para o abismo o mais rápido possível!".- Ordenou estendendo uma perna para outro.

Monstro2:"Não podemos demorar, Yau!"- Como era bom poder se alimentar livremente.

Yau: "Sei disso...Krok, mas eu estava com tanta fome!".

Krok: "O mestre anda apreensivo. Parece que algo está para acontecer!".

Yau: "Vamos, fale menos e coma mais! Ele ficará furioso com nossa demora!".

Krok: "Já prendemos o velho nesse mundo... Cumprimos nossa missão direito, dessa vez. Acho que ele não vai se importar!".

Yau: "Você escutou o príncipe falar sobre a chama do dragão?".

Krok (Bravo): "Problemas de estado não lhe dizem respeito".

Yau: "Queria muito saber...essa história de poder infinito".

Continua...

UUUU

Oláaaaaaa queridossss! Tudo bem? Espero que sim, não agüentei ficar muito tempo sem criar uma continuação para o nosso querido anime Card Captor Sakura. Espero que gostem, e aguardo comentários.

Sobre o Alma de Heróis, eles estará misturado nessa fiction. Assim, poderei concluí-lo, melhora-lo, criar vários porquês e entreter vocês.

Melzinha