PRÓLOGO

Eu estou correndo. A única visão que tenho é a de meus pés correndo sem rumo, indo a algum lugar, ao encontro de algo ou alguém. Meu Adidas branco está mais para um tom de marrom ou até mesmo esverdeado.

Continuo correndo. Um trovão explode no céu início de noite, tudo se ilumina e em seguida começa cair o temporal. Vejo-me pisando em terreno lamacento. Pingos de lama voam por todas as direções. Meu cabelo molhado atinge meus olhos jogando lufadas de água. Minha respiração fica mais acelerada. Vou desviando dos eucaliptos, indo em direção à luz. Aquela luz no final daquela trilha, entre as árvores. A cada centímetro percorrido sinto-a se aproximando, cada vez mais. Alcanço a luz misteriosa. Ela me envolve com sua energia, com sua paz e tranquilidade. De repente estou caindo de um penhasco, indo de encontro com as rochas. Então eu acordo.