N.A.: E sim, eu voltei e voltei com a minha insanidade mais antiga e favorita. Sim! Eu voltei e voltei escrevendo Sirius/Hermione, PORQUE AFINAL É UMA DELÍCIA DE CASAL E EU AMO!
Bom, galera, é uma Marriage Law Fic e sim, vai ter muita bagunça, confusão e aquele Sirius lindo!
Boa leitura!
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I'll be on the other side
Other Side - New Years Day
1
Fora com um certo receio e muita alegria que todos ouviram a notícia de que um homem muito parecido com Sirius Black fora encontrado vagando dentro dos corredores do Ministério. Harry, Hermione e Ron foram os primeiros a deixarem Grimmauld Place naquele dia e seguirem para o Ministério confirmar essa notícia que mexeria com todos eles.
E sim, era ele. Sirius estava do mesmo modo como Harry o havia visto da última vez, os mesmos olhos cinza-claro brilhantes, o mesmo sorriso, os mesmos cabelos grandes, o mesmo corpo magro e as mesmas tatuagens. O que mudou era o modo como ele o olhava - havia algo tão profundo e tão sincero - algo que talvez a morte trouxera.
Ao longo dos dias, ninguém soube explicar o que houve e o que fizera Sirius voltar, mas todos comemoraram, apesar das coisas que ainda aconteciam pelo mundo. Voldemort ainda estava a solta, Aurors desaparecidos, Hogwarts ainda estava sob constante vigilância, apesar de que a Diretora Minerva agora a levava com punho de ferro. O grande problema era o lado de fora e o lado de dentro do Ministério.
Nada era como antes, as Leis eram rígidas, não havia brechas, não havia meio termo. O Ministério estava dividido entre pessoas da Luz e pessoas do Lord. Hermione era uma Unspeakable há um ano, enquanto Harry e Ron eram aprendizes de Aurors. Ninguém havia dito nada para o trio ao terminarem o Colégio de modo abrupto e se candidatarem para as vagas. Não havia modo de serem recusados, não após tudo que passaram e o que fizeram pelo Mundo Bruxo.
Claro, houveram aqueles como Lucius Malfoy que tentaram a todo custo impedir o trio de conquistarem um espaço por entre os cargos almejados, mas não havia modo de se negar algo ao garoto que tão claramente era a 'Salvação'. E muito menos algo que Hermione Granger colocara em sua cabeça que queria. E se havia algo que ela queria fazer, era estar novamente na frente da batalha; porém, dessa vez de um modo que poderia fazer diferença a longo prazo e para todos ao mesmo tempo.
Mas sempre havia algo os barrando, os impedindo de conseguir o que queriam. E foi em uma manhã, em Grimmauld Place, quando alguns poucos membros da Ordem estavam acordados ou presentes que Ginny entrou espumando de raiva e balançando a edição matinal do The Daily Prophet e um memorando geral do Ministério.
-Esse Ministério quer ver uma Guerra civil.
Ela disse jogando os dois papéis na mesa, vendo sua mãe parando de preparar o café da manhã e Harry pegar o que havia acabado de jogar ali. Retirou sua capa de frio e a colocou raivosamente atrás da porta da cozinha, seus cabelos se soltando pelas costas. Sentou-se ao lado de Harry e tomou um gole de seu café, enquanto via o namorado ficar com os olhos arregalados ao ler o jornal e o memorando.
-Isso é impossível.
-Mas que porcaria é essa? - Hermione entrou gritando na cozinha, vendo o olhar reprovador de Molly. - Desculpe, Molly. - A morena estava de pijamas, um memorando igual ao de Ginny em suas mãos. Os cabelos estavam revoltos e o rosto ainda deixava escapar um certo sono. -Alguém pode me explicar?
Arthur e Molly liam agora o memorando, enquanto Lupin, que estivera no jardim e ouvira Ginny entrar esbravejando, também estava ali agora e lia o jornal.
-Aparentemente, Ginny está certa. Eles querem ver uma Guerra civil.
Remus sentou-se devagar, os olhos colados no jornal, lendo a notícia principal do dia. Hermione jogou o memorando na mesa, olhando Ginny e Harry logo após.
-Vocês também receberam?
-Somente eu. Aparentemente, somente as mulheres recebem essa palhaçada.
Hermione e Ginny olharam para o pergaminho com raiva. Ali estava escrito e endereçado especificamente para cada uma delas sobre a nova Lei que entrara em vigor naquele dia. Hermione passou a mão pelos cabelos, aquilo não era possível. Ela tinha 19 anos, Ginny tinha 17. Não era possível que fossem lhes fazer passar por aquilo.
-The Daily Prophet não diz muita coisa específica da Lei. - Remus comentou retirando os óculos de leitura, seus olhos avelã colando na morena irritada, que tentava arrumar os cabelos em um coque acima da cabeça. -Mas eu a conheço. Eles tentaram fazê-la acontecer há vinte anos atrás. O Ministério entrou em um acesso de bom senso e impediu que fosse aprovada. - Puxou o memorando de Hermione, recolocando os óculos e sorrindo tristemente para a morena. -Aparentemente, dessa vez, eles perderam totalmente o bom senso.
Remus observou Hermione morder o lábio inferior em um acesso de raiva. Sabia que ela estava nervosa e estava pensando seriamente em como poderia escapar daquilo. Porém, o lobisomem conhecia aquela Lei. Se fosse a mesma, com as mesmas diretrizes, as mulheres puro-sangue e nascidas muggles estariam perdidas.
Abaixou seus olhos para o memorando e começou a ler alto, vendo que Sirius e Ronald entravam na cozinha naquele momento, seguidos por Severus, que parecia já saber da notícia pelo olhar de desprezo que vinha trazendo no rosto:
-Cara Senhorita Hermione Jean Granger.
Viemos, por meio deste memorando, informar-lhe sobre a nova Lei 38.09999.12, instaurada e aprovada pelo Ministro Kingsley Shacklebolt. A nova Lei de Casamento Obrigatório consiste em etapas a serem cumpridas nas próximas três semanas:
1 - Apresentação de Certidão de Nascimento e Documentos para Casamento com Bruxo puro-sangue.
2 - Avaliação médica para verificação de eficácia em produzir herdeiros para o citado Bruxo puro-sangue.
3 - Casamento perante ao Ministério e cerimônia perante sociedade Bruxa.
4 - Avaliação médica de consumação do casamento.
Todas as etapas serão verificadas e atestadas por um inspetor do Ministério e ele dará o consentimento para que possa seguir em frente a próxima etapa. O descumprimento de tais etapas acarretará em imediata prisão e julgamento em Wizengamot, resultando na prisão em Azkaban.
Uma vez presa, será designada a casar-se com um Bruxo puro-sangue que entregar um pedido em nosso Ministério.
Esperamos que esteja bem,
Elisa Klarch."
Remus deitou o memorando e observou os rostos na cozinha. Arthur e Molly estava lívidos, eles lembravam da primeira vez que essa Lei havia sido especulada e lembravam-se do ataque de histeria e de casamentos que gerara. Harry e Ginny pareciam que iriam explodir de raiva e medo, Sirius e Ron olhavam para o nada, pensando em o que fariam agora e Severus estava apenas observando-o com olhos pacientes. Já Hermione estava vermelha, seus olhos brilhavam com ódio e raiva.
-Me recuso.
Hermione disse baixo, mas todos a ouviram e se viraram para ela. Hermione estava próxima a uma caneca de café, e bebeu um gole dela. Seus olhos estavam no tampo da mesa de madeira, mas se viraram para Remus, olhando-o bem sério.
-Vou me recusar. Eu não posso ser forçada a casar com alguém. Eles não têm direito.
-Hermione, Kingsley assinou esse decreto…
-Poderia ter sido o Papa. - Hermione citou e apenas Harry e Remus pareceram entender a referência. -Eu não consigo acreditar que isso vá acontecer.
-Pois bem, Senhorita Granger, comece. - Severus disse enquanto retirava o casaco negro e o deixava ao lado do de Ginny. Severus sentou-se na ponta mais afastada da mesa e notou que Hermione o observava quase espumando de raiva. -Acabo de vir do Ministério.
Os cabelos de Severus estavam grandes e desciam por suas costas, quase atingindo o meio dela. O rosto estava ainda mais pálido e os olhos fundos, mas ele parecia tão forte quanto sempre parecera aos olhos dela. Hermione respirou fundo, aquilo não era culpa de nenhum deles, muito menos de Severus. Bebeu mais um gole de café.
-E o que ouviu, Severus? - Arthur o questionou.
-Eles querem que todas as mulheres puro-sangue estejam casadas com bruxos puro-sangue, mas querem ter a certeza que bruxas muggles, não possam ter outra alternativa a não ser casar com bruxos puro-sangue também. Querem fortalecer o sangue e a magia. - Olhou Hermione, ela era inteligente, entenderia o que ele não havia dito.
-Ou desistir desse mundo.
O silêncio que reinou na cozinha poderia ser cortado com uma faca e Hermione sabia que na verdade a única que estava realmente sem opções ali, era ela. Ginny e Harry certamente se casariam. Ron casaria com Luna, já estavam namorando também. E ela… bem ela, não aceitaria isso sem lutar.
Bebeu o resto de seu café, as pessoas olhavam umas as outras sem realmente quererem falar o que ela já sabia que falariam. Que ela teria que encontrar alguém, um Bruxo puro-sangue para casar e começar uma vida de mentiras.
-Isso é uma completa babaquice.
Hermione sorriu ao ouvir Sirius se pronunciar pela primeira vez no dia. Sabia que poderia contar com ele quando fosse para poder insultar e rebelar-se sobre o Ministério da Magia. Viu-o passar pela cozinha, parando atrás de Remus e lendo o pergaminho na mesa, forçando a vista um pouco porque estava sem óculos - e sem camisa, ao que via.
-Eles querem que você vá até o Ministério e prove se é ou não virgem, aí você casa e vai lá outra vez e prova se fez sexo ou não com seu marido? Por favor, qualquer um pode fingir nesses testes.
Severus riu pelo nariz e todos o olharam.
-Desculpe atrapalhar sua descrição tão médica sobre o assunto, Black, mas eu ainda não acabei meu relato. - Hermione tremeu com o tom de voz de Severus. Sabia que algo estava prestes a acontecer. -Eles vão entregar uma série de exigências e deveres para o casal quando forem entregar os papéis no Ministério. - O homem mexeu no bolso da calça, retirando um pergaminho dobrado. -Por sorte, alguns escrivães preferem cantar secretárias a prestar atenção em suas próprias mesas.
Lupin segurou o papel dobrado que Severus lhe entregava e teve a sensação de que aquele papel sim terminaria de colocar o ódio nas irís chocolate de Hermione. Sentiu Sirius debruçando-se em seu ombro para ler também.
-"Regras:
-Será lançado um Feitiço de Fidelidade no casal no ato da entrega da requisição de casamento.
-Bruxo comprará ou herdará uma casa ou apartamento para que se possa haver comunicação direta com o Ministério por Floo ou Aparatações.
-Bruxa Muggle será impedida de remédios Muggles ou Poções que a impeça de engravidar. Bruxa Puro-Sangue será impedida de Poções que a impeça de engravidar.
-Esposa será submetida a exame mensal para verificação de possível gravidez.
-Esposa deverá cancelar viagens para o Exterior em um período de 2 anos.
-Esposa deverá relatar campo de trabalho no ato da entrega da requisição de casamento, ficando passível de ser desligada de sua função caso seja de risco a futura criança esperada do casamento.
-Esposa deverá engravidar - como prazo máximo - ao final do próximo ano.
-A Lei obriga que Bruxa Puro-Sangue ou Muggle seja presa imediatamente ao se constatar enganação ou ilegitimidade nos exames ou documentos.
-A Lei obriga que Bruxa Puro-Sangue ou Muggle seja presa e julgada a Azkaban caso recuse-se aos exames.
-A Lei obriga que Bruxa Puro-Sangue ou Muggle seja presa e julgada a Azkaban caso recuse-se às regras estabelecidas pela Lei."
Novamente a cozinha estava silenciosa. Hermione já havia soltado o cabelo e agora passava os dedos por entre os cachos. Seu rosto estava impassível, parecia que o que Remus havia acabado de ler era apenas o horóscopo do dia.
-Já disse. Eu me recuso. E gostaria de ver quem me colocará em Winzegamot.
Com isso ela saiu da cozinha, todos seguindo Hermione com os olhos, mas muito receosos de contrariá-la. Sirius pegou uma caneca de café para si mesmo, enquanto ouviu as pessoas ao redor de si conversando, alguns mais exaltados do que outros.
Há um ano atrás voltou do Véu, estava por entre os vivos e com um perdão garantido. Mas ainda assim a Guerra estava ali. Ainda assim estava 'preso' em Grimmauld Place. Tomou seu café enquanto roubava um pedaço de bacon da frigideira - agora fria - de Molly. As pessoas estavam se escondendo e fugindo de um Guerra injusta, e agora seriam obrigadas a se mostrar ao Ministério.
Eles não eram tão imbecis como pareciam. Eles queriam que todos fossem ao Ministério. Eles queriam que todas as pessoas estivessem em seu controle, de um lado ou de outro, não importava. Eles queriam ter controle sobre todos, mas aquilo era ridículo. Eles estavam rebaixando mulheres como gado.
-Claro, Black teria que estar vivo para concordar. - Ouviu Snape falando isso e olhou-o. Sirius pareceu perceber somente agora que todos o estavam olhando.
-O que disse, Snape?
Severus cruzou os braços e respirou fundo, sabendo que todos ali teriam a paciência de repetir para Sirius tudo o já havia conversado enquanto ele pensava em alguma coisa fora daquela realidade.
-Estávamos conversando sobre a situação de Hermione. - Sirius pareceu procurar por ela na cozinha, mas lembrou-se de que a morena havia saído minutos atrás. Voltou sua atenção para Remus, que se prontificou a explicar. -Ela precisará perceber que não haverá escapatória disso, Sirius.
Remus viu o amigo concordar e colocar mais café na caneca, os olhos voltando aos seus. E Lupin sabia que as próximas frases fariam Sirius começar a lhe odiar.
-Ela não pode desafiar uma Lei como essas, ela será enviada para Azkaban. Você sabe como é aquele lugar. - Ele sabia ser golpe baixo, mas precisava de Sirius ao seu lado nessa. Era a vida de um Membro da Ordem em risco. -Ela precisa de um Bruxo puro-sangue, Sirius.
E naqueles segundos que levaram para que as palavras não ditas de Remus fizessem sentido dentro da cabeça de Sirius, ele percebeu outra coisa: a bruxa em questão era 20 anos exatos mais nova que ele.
-Não!
Continuo?
