N/A: Twilight não me pertence.

Nenhum desses extras foi betado. A maioria é no ponto de vista do Edward (quando não for, eu cito)


Dia 1 Outtake – O Encontro Com a Fã Histérica

Como eu amo os dias em que não tenho absolutamente nada para fazer. Alice estava na casa de nossos pais e ninguém interromperia a calmaria que eu sentia. Minha única preocupação era se alguém poderia ver meu saco através da samba canção enquanto eu estava com as pernas pra cima deitado na cama que ficava em frente a piscina. Sabia muito bem que no momento que Carmen passasse eu deveria fechar as pernas.

A brisa era suave e eu estava quase pegando no sono com Nessie deitada quieta ao meu lado. Ela era uma boa cadela e amava quando eu coçava sua barriga. Dias como esse que me faziam pensar que a vida não poderia ser melhor.

Levantei para pegar meu maço de cigarros, mas parei quando o som da campainha invadiu meus ouvidos. Eu realmente espero que não seja Alice.

Fui à cozinha e apertei o interfone com o fim de descobrir quem estava me aguardando do outro lado da porta.

- Quem é? – indaguei

- Isabella Swan – disse uma menina loira que aguardava em meu portão

Essa semana eu já quase havia caído no truque de algumas fãs que diziam ser Isabella Swan. Inúmeras delas paravam em minha porta e juravam ser a jornalista só para que eu pudesse abrir o portão e deixá-las invadir minha casa. A questão é que essa menina era diferente. Ela vestia roupas sociais e aparentava uma certa tranquilidade que outras não tinham. Pensei em procurar meu celular para ver se hoje era o dia certo que ela deveria aparecer em minha casa, mas admito que estava com um pouco de preguiça. Deve ser ela.

- Pode entrar – falei apertando o botão.

Nada podia me preparar para a cena que eu vi ao abrir a porta. A menina era bonita, mas quando bateu os olhos em mim, lágrimas e mais lágrimas saíam de seus olhos. Sua maquiagem escorrendo e traços pretos feitos por seu choro cobrindo sua bochecha.

- Ed-ward...Ed-Edward – ela balbuciava. Eu entrava em pânico.

- Isabella? – perguntei porque eu devo ser muito babaca, mas diziam que esperança era a última que morre, né? Vai ver a jornalista teve algum problema durante o caminho e era por isso que chorava e tremia compulsivamente em minha porta.

- Eu te amooooooooooooooooo – ela falou se aproximando de mim e eu fui chegando para trás. Acho que Nessie ainda era muito nova pra conseguir me defender. A cachorra provavelmente ainda estava deitada em frente da piscina pegando um sol. E ainda dizem que cachorro é o melhor amigo do homem.

- Você não é a Isabella, correto? – tentei mais uma vez

- Eu tenho todos seus singles, e-eu-eu acompanho su-sua carreira desde o começo... ah meu Deus, eu não consigo respirar – a menina falou, sua face completamente vermelha. Tudo que eu não preciso agora é Jessica reclamando porque uma fã teve um ataque cardíaco na minha porta.

- Você quer um pouco d'água? – questionei preocupado

- Eu quero uma foto – ela falou tirando o celular do bolso e parando ao meu lado. Um flash surgiu e conclui que a foto havia sido tirada – Ficou boa?

- Ficou com um bom enquadramento – respondi, já que a menina estava com cara de que alguém havia acabado de morrer e eu parecia apavorado.

- Obrigada – falou mais aliviada – Tem como você me dar um autógrafo?

- Claro, você tem papel e caneta?

- Eu tenho um pilot – falou dando-me a caneta e, ao invés de pegar um papel, abaixou o decote e deixou o topo de seu seio exposto junto a seu sutiã – Aqui, em cima do meu coração.

As coisas que a gente é capaz de fazer por um fã. Assinei na pele da menina e ela, parecendo contente, agradeceu-me e saiu da minha casa como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Fechei a porta e encostei-me nela. Nessie estava parada olhando para mim com o pescoço virado e cara de dúvida.

- Agora que você aparece, né? Grande defensora! – falei passando por ela e pegando meu celular que estava jogado no sofá da sala.

Merda. Errei por um dia. Amanhã. Amanhã era o dia que Isabella Swan deveria aparecer em minha casa.

Dia 2 Outtake – Vinho, cigarros e olhos fechados

Nós estávamos na varanda do meu quarto. Ela estava sentada no chão com Nessie no colo e uma taça de vinho, pela metade, nas mãos. Seus olhos de vez em quando focavam em mim e, certas vezes, iam para o céu estrelado. Porém o que me fascinava mais era quando no meio de uma canção eu a observava e ela estava com os olhos fechados e um sorriso no rosto. O vento passava e os cabelos dela voavam, mas isso não parecia a incomodar.

Dizer que eu estava atraído por ela não era necessário, mas tinha algo a mais. Esse conforto que sentia ao seu lado era algo que não sabia como explicar.

- Essa foi minha favorita – ela disse quando a canção acabou – Mas é um tanto estranho escutar você cantando uma canção sobre insegurança.

- Por quê?

- Não sei. Normalmente pessoas inseguras tendem a hesitar e você não faz isso em momento algum.

- Eu era bastante inseguro quando adolescente. Na verdade acho que só consegui deixar de ser assim quando notei que a maior ambição da minha vida era me tornar um músico conhecido. Foi como uma epifania. O resultado disso foi meu primeiro vídeo no youtube. – confessei pegando um cigarro e o ascendendo.

- Sério? Eu tinha uma visão completamente diferente de você.

- Como assim? – questionei curioso

- Sei lá. Imaginava que você fosse o pegador do colégio e que seduzia as meninas cantando as músicas românticas do momento – ela falou e eu caí na gargalhada.

- Não. Eu só uso música para seduzir mulheres quando as trago para minha varanda – falei soltando a fumaça pela boca e dando uma piscadela para ela.

- E reclama de ser chamado de Cachorro – a ouvi murmurar e sorri imediatamente com o comentário.

- Eu só estou brincando, Carrapata. Você é a primeira pessoa que me faz companhia aqui enquanto eu toco, pra ser sincero. Normalmente gosto de ficar sozinho, mas está sendo agradável compartilhar isso com você.

- Aqui é tão relaxante – falou esvaziando a terceira taça de vinho e se deitando no chão com os olhos fechados. Eu estava deslumbrado.

- Você quer que eu toque mais alguma música? – perguntei

- Sim. Me seduz. – falou tentando parecer séria e acho que até sexy, mas uma risada espalhafatosa acabou saindo de sua boca. - Como você consegue falar essas coisas sem rir e ainda por cima soar todo sensual?

- Você acha sensual?

- Arg, não foi isso que eu falei. Para de usar minhas palavras contra mim.

- Foi isso sim que você falou. Que minha voz é...sexy – falei tentando fazer uma voz que pela risada dela não soou nada sexy.

- Se é assim que você seduz garotas não é de se estranhar que você havia me dito que nunca transava nesse quarto – disse entre risadas.

- Você está se divertindo, né?

- Mais do que nunca – respondeu tentando conter o riso.

- Então vamos lá, vou continuar sendo sua melhor forma de entretenimento. – falei jogando o filtro do cigarro no cinzeiro e pegando meu violão.

Comecei a tocar e ela continuou deitada no chão. A canção saía sem esforço de meus lábios e Bella aparentava adorar o som que eu produzia. Suas mãos iam para cima de sua cabeça e seguiam a melodia da canção, parecendo serem levadas pelo vento. Parou, de repente, e virou o rosto por completo em minha direção, me dando um sorriso que imediatamente retribuí. Que bela visão.

Com o fim da música, ela se levantou e bocejou me desejando boa noite. Continuei tocando mais uma canção e fechei os olhos. Embora ela não estivesse mais ali, eu ainda conseguia vê-la perfeitamente com os olhos fechados.

Dia 3 Outtake – Thump Thump Thump

Tony Lisbon não calava a boca. Não é que eu não goste dele, nós já mantivemos inúmeras conversas sobre o mundo da música em todas as vezes que nos encontramos, mas hoje ele estava me distraindo e eu não conseguia dar atenção a Bella.

Era possível sentir a presença dela ao meu lado, mas sabia que era falta de educação desviar o olhar de Tony para ver o que se passava ao meu redor. Então, continuei a ouvir suas palavras e balançando a cabeça nos momentos que julgava necessário. Bom, isto até o momento em que ouvi Bella com uma voz alarmada atrás de mim.

- Ei, quem você...

Quando foquei minha atenção nela, vi que Jacob Black estava com as mãos em sua cintura e olhava detalhadamente o decotado vestido. Estava quase saindo do meu lugar para defender Bella do mulherengo ator, mas antes que pudesse me mover, ela surpreendeu-me ao lançar-se nos braços dele e o envolver num forte abraço.

- Jake! – exclamou e ele abaixou um pouco para cochichar algo no ouvido dela - Ah, eu estou com Edward Cullen.

Meus olhos fitavam ambos com precisão e eu não sabia no que pensar. Ela conhece Jacob Black?

- Prazer – ele falou apertando minha mão e eu retribuí o gesto. Será que ele percebeu que eu estava tentando quebrar os dedos dele? – Você se importa se eu sequestrar a Bells por alguns minutos? Faz alguns meses que não nos vemos.

Bells? E o que ele queria dizer com "faz alguns meses que não nos vemos"?

Sem saber o que responder, assisti Bella saindo do meu lado de mãos dadas com Jacob, que a puxou para um canto mais reservado.

Eu não gostava do que estava vendo. Jacob Black sempre teve fama de mulherengo, já saiu com mais mulheres famosas do que seria capaz de citar. O fato de ele estar tão perto de Bella me irritava, mas não compreendia exatamente o motivo. Sabia apenas que não queria que ele se aproveitasse dela.

Eles conversavam animadamente e Jacob volta e meia olhava para mim, como se estivesse se gabando por estar com a minha Carrapata. Quando ele colocou as mãos na cintura dela e a puxou mais pra perto, meu sangue ferveu e meu coração disparou.

.Thump.

- Bella, acho melhor irmos embora. Temos que acordar cedo pela manhã – disse a primeira coisa que veio em minha mente que seria capaz de afastar os dois.

- Ah...Ok. Jake, a gente se fala – ela respondeu dando um sorriso ao babaca.

- Com certeza. Você ainda tem meu número?

- Tenho. Eu te ligo. – respondeu animada e quando ficou na ponta dos pés para dar um beijo na bochecha do idiota, eu virei e segui para a saída do local. Estava irritado e sabia que ela logo iria me seguir.

- Você já acabou de conversar com seu amiguinho? – perguntei do lado de fora do local assim que ela apareceu atrás de mim.

- Sim, a conversa com meu amiguinho já terminou. O que tá te incomodando, hein?

- Nada – respondi, mas ela me olhou com tanta raiva que inventei a primeira desculpa que veio em minha mente, mas que no fundo não deixava de ser verdade – Jessica me deu um sermão agora pouco, eu só quero ir pra casa, ok?

- Ah...Ok - falou conformada com minha resposta.

O caminho no carro foi torturante. Eu tentava não pensar muito sobre o que eu estava começando a sentir por Bella, mas minha mente não parava um sequer segundo. Quando subimos as escadas, ela me desejou boa noite, mas antes que eu entrasse em meu quarto, pediu que eu a ajudasse com o cordão que minha irmã havia a emprestado.

A pele dela era branca e tão suave, meus dedos tocaram sua nuca com delicadeza, afastando os cabelos que caíam sobre suas costas.

- Que horas tenho que acordar amanhã? – ela perguntou despertando-me de meu transe e fazendo com que eu pegasse as correntes do cordão para retirá-lo de seu pescoço.

- Amanhã eu só tenho que gravar uma entrevista num talk show com o Harry Queen à noite, a manhã está livre.

- Pensei ter escutado que a manhã ia ser cheia.

- Eu...me confundi. Eu nunca estive tão confuso – falei olhando para ela tentando procurar alguma resposta para o que eu estava sentindo, mas não encontrando nada.

- Talvez você precise de férias – ela sugeriu.

- É, deve ser isso. Boa noite, Bella.

- Boa noite, Edward.

Retirei minha roupa e deitei de cueca na cama. Eu estava irritado. Irritado porque uma parte de mim estava começando a desenvolver sentimentos. E eu não digo sentimentos do tipo "estou sentindo vontade de transar com você", mas sentimentos do tipo "quero escrever canções sobre você, te apresentar para minha mãe e ... ok, transar com você, mas se quiser pode dizer que a gente está fazendo amor".

Três dias. Eu só posso estar pirando.

Dia 4 Outtake – If you are wise you'll listen to me

Descendo as escadas para o primeiro andar, ouvi Zafrina cantando. Isso não era novidade para mim, já que desde pequeno estava acostumado a escutar vovó acompanhar as canções do rádio.

- Sabe que nunca ouvi a senhora cantar uma das minhas músicas? – comentei parando ao lado dela na cozinha

- Porque prefiro mil vezes ficar ouvindo a voz do meu netinho tocando nas rádios de todo o mundo – respondeu orgulhosa.

- A senhora está sempre pronta com alguma resposta.

- Anos de experiência, meu jovem – falou dando uma risada – Como foi a festa ontem?

- Mesma coisa de sempre.

- Até mesmo com Bella ao seu lado a festa foi a mesma coisa?

- Não. A gente estava até se divertindo, mas ela preferiu sair do meu lado para falar com aquele mulherengo do Jacob Black.

- Edward, Edward... Você por um acaso está com ciúmes?

- Não. Só acho que Bella não deveria passar o tempo com uma pessoa que nem Jacob.

- Ela deveria passar o tempo dela como alguém como...hmmm...deixe-me pensar...como você? – perguntou com a sobrancelha arqueada e um sorriso debochado no rosto.

- Ele foi pra lá comigo! – protestei

- Pare de reclamar como um menino mimado! Aposto que Bella é uma mulher inteligente, sabe com quem deve ou não falar.

- Eu só não gosto do Jacob. Ele sempre me olha de uma forma estranha, cheio de sorrisos como se estivesse se gabando – falei lembrando das vezes anteriores que havia o encontrado.

- Você sabe muito bem como é essa indústria de Hollywood. Pare de besteira e trate a menina da mesma forma de antes. Deus sabe o quão insuportável você fica quando está com ciúmes – disse rolando os olhos. Eu queria poder contradizê-la, mas ela estava certa.

- Eu não estou com ciúmes. É só que... Nem que eu quisesse ia conseguir tratá-la diferente. Quando eu estou ao lado dela não consigo me conter.

- Parece que alguém finalmente conseguiu capturar sua atenção. É bom ver você interessado em algo além de música. Ela é uma boa moça. Você deveria ter visto seu rosto ontem quando a viu vestida daquele jeito. Ela estava muito bonita.

- Ela é – murmurei.

- Desculpe, o que você disse?

- Ela é muito bonita – falei mais alto, mas constrangido por estar tendo essa conversa logo com Zafrina. Eu queria conversar com alguém que conhecesse Bella e entre minha avó e Alice, minha avó parecia, disparada, a melhor escolha – O jeito que eu me sinto com ela por perto, não sei descrever...

- Você não precisa dar nome a tudo que você sente.

- Eu sei, mas... ela está aqui tem 3 dias só. Parece loucura da minha cabeça.

- Sabe o que pode fazer com que você se sinta melhor?

- O que?

- Parar de contar os dias. Deixe as coisas acontecerem. Eu não conheço Bella como conheço você, mas ela definitivamente está sentindo alguma coisa.

- Como você sabe?

- Os mais velhos sempre têm razão.

Dia 5 Outtake – Os doces lábios da Bella adormecida

"Alguém tinha que te educar". Que tipo de pessoa chega na sua casa em menos de uma semana e impõe isso? A resposta para esse pergunta é Bella Swan. Não sei se percebia, mas, assim como eu, ela também sentia certa liberdade quando estávamos juntos. É difícil até mesmo explicar, mas era como se eu não precisasse medir minhas palavras para falar com ela.

Então, aqui estava eu, assistindo um filme baseado em um jogo de tabuleiro. Bella não suportava que eu falasse durante o filme, insistindo que se eu ficasse quieto e prestasse atenção, não precisaria ficar fazendo perguntas sobre o que estava acontecendo.

Em silêncio nós ficamos. De repente, a cabeça de Bella encostou em meu ombro e meu coração disparou pelo ato inesperado. Será que ela finalmente estava disposta a mostrar que também estava desenvolvendo algum tipo de sentimento por mim? Virei meu rosto e notei que ela estava com os olhos fechados. Havia dormido. Sua expressão relaxada e tranquila. Minha mão tocou seu rosto de leve e ela parecia nem se incomodar. Toquei em seu pequeno nariz e ela soltou um leve ronco. Tentei de todas as formas controlar o balançar de meus ombros enquanto ria.

A peguei no colo e caminhei em direção ao seu quarto. Quando estava quase chegando à porta, ela despertou assustada.

- O que você está fazendo? – perguntou desorientada.

- Levando você para o quarto.

- Espero que para o meu – ela falou fechando os olhos novamente e me fazendo rir por seu comentário.

- Claro. Você acha que ia tirar proveito só porque você estava praticamente babando no meu pescoço? - brinquei

- Eu estava?

- Sim e roncando também - acrescentei

- Eu não ronco – falou franzindo o cenho.

- Tente se convencer disso – comentei e a coloquei na cama, puxando o lençol e a cobrindo.

- Boa noite, Edward – ela falou enquanto eu acabava de acomodá-la na cama e, para minha surpresa, lascou um beijo em minha bochecha.

- Boa noite, Carrapata – desejei a retribuindo com um casto beijo na testa.

Ao deitar na cama, pensei na sensação que os lábios dela tinham provocado em minha pele, algo tão inocente. Logo em seguida, lembrei de como tais lábios tinham envolvido meu dedo coberto por chocolate e toda a pureza que eu tentei manter em minha mente, foi abandonada.

Tentei relutar com as imagens que rondavam minha cabeça, mas depois de alguns minutos acabei cedendo ao desejo. Coloquei minha mão ao redor do meu pau e imaginei o quão melhor seria ter a boca dela me sugando.

Dia 6 Outtake – Me dá umamãozinha?

Eu admito que nunca fui lá muito fã de ir pra academia, embora no final de minha adolescência, Emmett tenha praticamente me forçado a acompanhá-lo para as aulas de musculação. Durante a época de shows também era obrigado a fazer uma série de exercícios, mas eu era um pouco preguiçoso quando estávamos na fase de divulgação.

O ensaio para a luta do videoclipe me deixara completamente acabado, já que não me exercitava há cerca de um mês. Minhas coxas doíam e minhas costas então nem se falava. Tudo que eu precisava era de uma mãozinha. Ou duas. Delicadas. Macias. E de preferência que pertencessem a morena mais linda que eu já vi nessa vida.

- Sabe o que eu precisava? De uma massagem, mas não conheço nenhuma massagista que atende em casa a esse horário – falei tentando ser sutil.

- Nossa, que pena, né? – ela respondeu ignorando meu pedido que estava implícito.

- Carrapaaaata – resmunguei. Falar desse jeito sempre funcionava com Alice, mamãe e Zafrina, talvez funcionasse com ela.

- Eu vou tomar um banho e volto pra te fazer uma massagem. – ela cedeu.

Jessica estava me ligando sem parar e eu não estava com paciência para ouvir as reclamações dela. Joguei o celular na cadeira que ficava próxima a minha cama e Bella escolheu aquele exato momento para entrar no quarto.

- Senti certa hostilidade com seu celular. Cheguei num mau momento?

- Não. Era Jessica.

- O que ela queria? Reclamar?

- Não sei, desliguei o celular. Única coisa que quero agora são suas mãos em mim. – falei colocando minha cabeça nos travesseiros. Não era possível ver seu rosto, mas aposto que ela estava vermelha de vergonha pelas minhas palavras.

Ela veio para cima de mim e sentou-se quase em cima da minha bunda, o calor de seu corpo próximo ao meu não estava fazendo bem a minha sanidade. Se eu não estivesse de bruços, ela estaria roçando bem em cima do meu pau. Merda, não posso pensar essas coisas. "Eu não vou ficar de pau duro, eu não vou ficar de pau duro", repeti o mantra em minha cabeça.

As mãos dela eram delicadas e pequenas, faziam maravilhas ao meu corpo. A forma suave que me tocava acabou fazendo com que eu relaxasse e os pensamentos impuros saíram de minha mente – pelo menos por agora. O sono estava tomando conta de mim, porém eu tentava permanecer acordado.

Senti quando ela se levantou e antes que pudesse deixar meu quarto, a chamei, não sendo capaz de filtrar o que se passava pela minha mente.

- Dorme comigo – pedi.

- Cachorro, sem palhaçadas.

- Eu estou falando sério. Só dormir, nada mais que isso. – falei com toda sinceridade do mundo. Somente ter o cheiro dela perto de mim já seria o suficiente por hoje.

- Eu não posso. – falou baixo.

- Você não pode ou você não quer?

- Boa noite, Cachorro. – ela respondeu ignorando minha pergunta.

- Boa noite, Carrapata.

Minha cama estava vazia, como sempre. E, pela primeira vez em muitos anos, eu sabia exatamente quem desejava que preenchesse o espaço frio ao meu lado.

Dia 7 Outtake – Os delírios de um bêbado...e sua nuvem.

É incrível que sempre que você toma uma ou duas tequilas a mais, as pessoas ao seu redor sempre insistem que você está bêbado. Talvez eles precisem tomar algumas.

- Você está bêbado – Carrapata disse

- Eu não estou! Eu estou feliz! – afirmei tentando dar meu melhor sorriso.

- Feliz porque você está bêbado – insistiu

- Feliz porque você está na minha vida – falei e então comecei a rir porque não acreditava que havia dito isso para ela.

- Já estou vendo que vai ser um problema levar você pra cama – disse.

Meu Deus, ela estava louca? Problema nenhum. Na verdade a gente não precisa nem ir pra cama, se ela topasse aqui mesmo estava bom.

- Me levar pra cama? Carrapata, é só você chamar. Sério. Eu não sou difícil.

- Você é um tarado, isso sim.

- Eu sou humano, só isso. Eu gosto de você. Ia te querer ao meu lado pra sempre, mesmo que você não toque no meu órgão sexual, mas se você tocar fica mais legal.

Porra ia ser muito legal. Olha a mão dela. Delicada, mas aposto que na hora deve segurar firme. Ou então com a boca. Esquece a mão, olha a boca. Eu quero morder ela. Não, não. Esquece isso tudo. Os peitos. Poooorra. Merda, tenho que parar.

- Cala a boca, Edward. Não tenta vir com papo doce que você sempre estraga ele com sua perversão.

- Eu estou sendo sincero, somente isso. O jeito que eu me sinto agora é o mesmo jeito que você faz com que eu me sinta todos os dias. Com você eu sou feliz – pensei, ou falei alto?

Porra como isso balança, parece montanha russa. Caralho, será que eu estou numa montanha russa? Eu tenho que sentar direito. E se eu cair? Merda eu odeio montanha russa. Eu vou sentar reto. Isso, encostar a cabeça. Não olhar pra baixo.

Hmmm. Gostoso. Soninho.

Merda. Merda. Eu estou caindo. Merda, eu vou morrer. Tão novo. Minha mãe vai ficar muito puta que eu morri. Ué, porque o chão é macio? O chão não é duro?

- Hmmm – gemi sentindo o cheiro.

Cheiro gostoso. Merda, já sei! Tô numa nuvem. É óbvio! Emmett se fudeu! Eu sabia que eu era bom e ia pro céu.

- Edward! – um anjo falou

Merda, merda. Eu estou no céu, não posso falar palavrão. Merda eu acabei de falar. Merda, falei de novo. Merda. Merda. Hahaha. Mer...da. Já era, tô fudido mesmo, vão me mandar pro inferno. Será que eu posso levar a nuvem?

- Macio – esfreguei um pouco mais o rosto, só para dar ênfase a minha apreciação pela nuvem.

Quem sabe se eles vissem o quanto eu gostava dela, deixariam que eu a levasse pro inferno comigo?

- Edward, levanta! – anjo chato falou.

Ele vai ver só se eu vou devolver a nuvem. Já era. Ela é minha.

- É minha! – gritei

- Não, ela é minha! Tenho certeza que ela me pertenceu a vida inteira.

- Mas agora é minha! Me deixa!

- Então para de ficar esfregando o nariz nela!

- Mas cheira tão beeeem.

- Se você esfregar mais uma vez eu vou tirar você daqui.

- Ok, ok.

Minha nuvem. Eu me sinto vitorioso. Anjo estúpido, achando que ia pegar minha nuvem. Ia só ver.

Hmmm. Gostoso. Soninho.

Dia 8 Outtake – Não é que eu goste de fazer fofoca...

(Zafrina)

Apontei meu celular e capturei a imagem que estava a minha frente. Eu criei esse menino desde que ele tinha 3 anos de idade e não admito que alguém ouse falar que eu estou me metendo onde não fui chamada.

Edward sempre foi um garoto empenhando com sua música. Em sua adolescência, após o almoço de domingo em família, ele sempre ia para o piano e era capaz de ficar inúmeras horas tocando suas composições se alguém não o interrompesse.

Quando a fama surgiu, ele ficou incontrolável. Não digo que ficou metido como algumas celebridades por aí. Ele simplesmente não sabia quando parar o trabalho. As horas que passava conversando com o pai não existiam mais e muito menos os paparicos que sua mãe tanto gostava de fazer. Emmett se casou e desde então tem tomado conta de sua própria vida. Alice, insistente como só ela, nunca se permitiu ficar afastada do irmão, então, quer ele queira ou não, ela sempre aparece para matar a saudade.

Eu já estava conformada que as coisas seriam assim para sempre, por mais que me doesse o coração. Porém, quando uma doce menina chegou com sua mala nesta casa, eu logo vi a mudança. Os olhos dele se acenderam, o sorriso não saia de seu rosto e voltou a agir como o Edward brincalhão que sempre vi. Ela fazia bem a ele.

Olhei novamente para a foto que havia registrado e meu coração enchia de alegria. Edward estava deitado com a cabeça enfiada no espaço do pescoço de Bella, seu braço protetor ao redor da doce menina. Ela tentava até manter uma certa distância, mas seu rosto estava sereno e um sorriso estampado em sua boca.

Apertei alguns botões e comecei a digitar uma mensagem. Veja bem, não é que eu goste de fazer fofoca, mas eu precisava compartilhar aquilo com alguém que ficaria tão contente quanto eu em ver tal cena.

Isso é o que tem mantido seu filho tão feliz nos últimos dias ~ Zafrina

Eles já estão juntos? Alice não me falou nada! Será que ela vai ser minha futura nora? ~ Esme

Pela insistência do menino Edward eu diria que sim ~ Zafrina

Me mantenha atualizada ~ Esme

É claro que manterei ~ Zafrina

Nós aguentamos Edward quando ele machucou o joelho, quando fez pirraça para tomar o xarope de gripe e até mesmo quando passou o dia cantando uma maldita canção sobre uma garota estrangeira que não o queria. Se suportamos os seus piores momentos juntas, o que tinha de mau em compartilhar os momentos de felicidade?

A menina revirou na cama e eu fui correndo para a cozinha. Acredito que se descobrissem da minha pequena espiadinha, não ficariam contentes.

Enquanto arrumava algumas coisas na cozinha, a observei subindo as escadas e alguns minutos depois ela desceu e me viu. Quando nossos olhares cruzaram, eu abri um grande sorriso e ela sorriu de volta.

Observei, através do vidro, o contato dos dois e talvez o que não fosse óbvio para eles, era óbvio para mim: tudo não se passava de uma questão de tempo.

Dia 9 Outtake – Os embalos de qualquer-dia-da-semana à noite

Eu nunca me incomodei em fazer papel de palhaço para tentar pôr um sorriso no rosto de alguém. Não importa o quão idiota você pareça, o resultado estampado na face da pessoa é sempre recompensador. Bastava só eu olhar para o lado para ter certeza disso.

Bella estava rindo tanto da minha imitação de Barry Gibb, que tinha lágrimas escorrendo dos olhos, as mãos em volta da barriga e o rosto jogado para trás, emitindo sons cada vez mais altos de felicidade. Cheguei a reclamar algumas vezes que ela só ria e nada de cantar comigo, até que finalmente tomou coragem e deixou-se levar pela música, certa vez até colocando a mão para o alto como Tony Manero, personagem de John Travolta, em "Os embalos de sábado à noite".

- Viu o que eu disse? – perguntei quando a canção terminou – Nada como o poder da música.

- Você está certo, Cachorro – ela concordou me dando um sorriso.

- Quer dizer, existem também outras formas de ficar animado, além da música... – disse aproveitando que o sinal estava fechado para dar uma piscadela em sua direção.

- Cachorro, nem começa... – ameaçou tímida

- O quê? Eu não ia falar nada demais...

- Sei. O que, além da música, é uma ótima maneira de animar uma pessoa? – indagou com uma sobrancelha arqueada.

- Chocolate, por exemplo.

- Ok. Bom argumento.

- Algum elogio vindo de alguém legal. Por exemplo, eu poderia virar pra você e falar que você tem o sorriso mais bonito que eu já vi – disse olhando para Bella e vendo que ela desviou o olhar, as maçãs de sua face ficando ruborizadas, mas um pequeno sorriso estava querendo aparecer em seus lábios – Isso te deixaria animada, não é?

- Claro, desde que seja um elogio sincero.

- Difícil ser mais sincero que eu – falei rindo – Ainda há um monte de coisas que deixam qualquer um feliz. Coisas banais do dia-a-dia, como ficar de mãos dadas com alguém enquanto uma música toca na rádio.

Aproximei minha mão do banco dela, encostando sutilmente meu dedo mindinho em sua calça. Pelo canto de meu olho, vi que ela olhou para minha palma que estava virada para cima. Ela hesitou, mas colocou a mão em cima da minha.

Eu estava deliciado com o momento, mal podendo acreditar que ela finalmente havia demonstrado de alguma forma que sentia algum tipo de afeto por mim.

"Ooh it's so good, it's so good (É tão bom, é tão bom)
It's so good, it's so good (É tão bom, é tão bom)
It's so good (É tão bom)

Ooh I'm in love, I'm in love (Eu estou apaixonada, eu estou apaixonada)
I'm in love, I'm in love (Eu estou apaixonada, eu estou apaixonada)
I'm in love (Eu estou apaixonada)"

Fiz um carinho com meu dedão na palma dela enquanto a música tocava e infelizmente esse foi o momento que ela escolheu para tirar sua mão de cima da minha.

- Acho que está rolando um especial disco music nessa rádio – comentei após alguns momentos de silêncio.

- É o que parece – ela falou rindo quando a introdução de YMCA começou a tocar – Acho que você deveria cantar YMCA também. Pena que você está no volante porque seria incrível vê-lo fazendo a coreografia.

- Quem faz coreografia aqui é você, pelo menos foi isso que sua amiga Angela falou, né? Dançando em cima de balcões de bar...

- Nem começa... – ela falou tentando soar brava, mas na verdade me dava vontade de rir. Ok, deixaria as coisas passarem... por hoje.

Ao chegarmos em casa, subimos para o segundo andar e seguimos para nossos devidos quartos, mas fui pego de surpresa quando ela chamou meu nome.

Parei em frente a ela e fiquei mais perplexo ainda quando a Carrapata colocou os braços em volta de meu pescoço e me deu um abraço.

- Obrigada por hoje. Você não sabe o quão importante isso era para mim. – falou dando-me um beijo na bochecha. Meus braços a apertaram imediatamente, tentando retribuir de alguma forma o carinho.

Nossos rostos se afastaram, mas meus braços ainda a prendiam ao meu redor. Ao olhar para os lábios dela, lembrei-me de mais uma coisa que sempre deixa qualquer um com um sorriso: beijos. Abaixei o rosto e dei um sutil beijo no canto da boca dela, testando qual seria sua reação. Ela virou o rosto quase que imperceptivelmente - ou talvez até inconsciente do que fazia - e um pouco mais de meus lábios fizeram contato com os dela. A ação talvez tenha durado apenas um segundo, mas foi o suficiente para eu saber que Bella, minha Carrapata, estava finalmente cedendo ao que cada dia ficava mais claro para nós dois.

Era inevitável.

**Música citada: "I Feel Love", Donna Summer**

Dia 10 Outtake – Vai com fé que agora vai dar pé, é só você beijar.

Ela se comovia fácil. Não que eu seja insensível e não ache o filme que estávamos assistindo de fato emocionante, mas as suas lágrimas não paravam de cair até mesmo quando os créditos rolavam na tela. Ela passou a mão pelo rosto tentando remover as evidencias da dor que a vida daquela personagem fictícia havia a causado, e chamou meu nome.

- Posso fazer uma pergunta agora? – questionou

- Claro – respondi imediatamente.

- O que você faria se soubesse que não te restavam muitos dias de vida?

Era uma pergunta simples. Pergunta que já me fiz em diversos momentos de minha vida e que sempre tinha uma resposta diferente. Hoje, olhando para os olhos que ainda estavam cheios de lágrimas e os lábios que estavam extremamente rosados, não poderia pensar em outra coisa a não ser beijá-la.

Limpei o resto de suas lágrimas e cheguei mais perto dela, minha mão em momento algum deixou seu rosto e meus olhos estavam fixados em sua boca. Não sentindo resistência, encostei suavemente meus lábios aos dela.

Era a primeira vez na minha vida em que tomei iniciativa em um beijo. Nos tempos de colégio era tímido demais e depois com a fama tudo se tornou muito fácil. Com o leve toque dos meus lábios, eu a dava a opção de dizer "não", mas quando retirei meus lábios dos dela e ela veio atrás dos meus, percebi que ela queria aquilo tanto quanto eu. Não sentindo relutância de sua parte, beijei com mais vontade. Minhas mãos envolveram a nuca dela e encostei seu rosto ainda mais próximo ao meu. Tomei seu lábio inferior em minha boca e o suguei, querendo sentir seu gosto, mas ainda tentando ser cuidadoso, pois algo me dizia que ela precisava ser tratada com cuidado. Sua língua foi de encontro a minha e finalmente, ambos nos entregávamos aos sentimentos que surgiram nos últimos 10 dias.

De repente, ela saiu do meu lado e eu achei que estávamos regredindo, que ela iria falar que tudo foi um erro, mas surpreendeu-me quando sentou em meu colo e com as mãos em meus ombros, começou a me beijar até me deixar sem fôlego. Nossas bocas se moviam em união e com desespero. Era uma sensação incrível.

Não satisfeito somente em provar seus lábios, quis provar também de sua pele. Beijei seu pescoço, inspirando seu cheiro e querendo que aquilo não tivesse fim. Chupei o local que antes minha boca estivera e o som que ela produziu fez que eu repetisse mais uma vez a ação. Eu já imaginei – sonhando ou acordado - este momento tantas vezes e nada chegava perto da realidade.

- Eu queria fazer isso há tanto tempo. Pareceu uma eternidade – admiti.

Juntei, mais uma vez, minha boca a dela. Era surreal o quão avidamente Bella respondia a cada toque. Eu queria memorizar absolutamente tudo. O jeito firme que ela segura meu cabelo, a suavidade de seus lábios, o gosto de sua boca, o fervor de sua língua. Ela.

Meu corpo reagia a proximidade de sua quente pele e tentando controlar certa parte de minha anatomia, diminuí o ritmo de nossos beijos até o momento em que ela abaixou o rosto para meu pescoço.

Após algumas perguntas, ela decidiu que deveríamos conversar no dia seguinte, pois necessitava de um tempo para pensar. Eu não sabia o que aquilo significava exatamente, mas decidi respeitar o espaço dela.

Então, parado olhando ela deixar o cômodo, uma questão surgiu em minha mente. Se não a restassem muitos dias de vida, será que eu estaria incluso em seus últimos desejos?

Dia 11 Outtake – Vou te contar...

Eu estava ansioso o dia inteiro querendo saber o que tinha feito Bella encerrar nossa conversa na noite anterior daquela maneira.

Durante o café da manhã, a Carrapata não se sentiu bem e estando nesta situação, sabia que ela não teria condições de manter uma conversa sobre um assunto que eu imaginava ser sério. Cheguei a questioná-la quando tivemos um momento a sós - enquanto fazia um intervalado da sessão de fotos para uma revista -, mas não era bobo e sabia que ela tentaria adiar mais uma vez a conversa por não ser o momento mais propício para isso.

O meu medo era que ela estivesse evitando o papo por ter achado que a noite anterior foi um erro, mas quando ela assegurou-me que não era por aquela razão, fiquei mais tranquilo.

Jessica era outro problema no meu dia. Se já não bastasse o fato de eu estar preocupado com o que havia ocorrido com Bella para torna-la tão hesitante quanto aos seus sentimentos, minha querida assessora ainda veio encher meu ouvido fazendo reclamações, alegando que minha Carrapata havia agido de forma grosseira com ela.

A sessão de fotos acabou mais cedo e quando finalmente chegamos em casa, estava tentando aparentar despreocupação e não queria pressiona-la para me falar o que se passava por sua mente. Nós comemos devagar e fizemos pequenos comentários, mas nada foi dito sobre o grande elefante no quarto.

Quando a comida acabou, arrumei o quarto e Bella foi escovar os dentes. Ao retornar, não aguentei mais e a fiz uma pergunta.

- Podemos conversar agora?

A reação dela não foi o que eu esperava. Embora ela tenha me respondido de forma afirmativa, observei que assim que as palavras deixaram seus lábios, a cor saiu de seu rosto. Ela estava ficando pálida e parecia muito mais nervosa do que estava de manhã.

Tentando deixa-la mais confortável, pedi que se juntasse a mim na cama e ela o fez. Seu rosto estava focado no programa que passava na tela a nossa frente, mas podia ver que ela não estava prestando muita atenção. Acomodei-me melhor na cama e levei minha mão até os longos cabelos castanhos, afagando sua cabeça e torcendo para que se sentisse melhor.

- Estou te deixando com sono? – questionei ao ver os olhos dela fechados.

- Não. Isso é bom. – Bella disse e um sorriso se formou em minha boca.

A resposta pareceu sincera e fiquei feliz por ela se sentir confortável ao meu lado. De repente, notei pela maneira que ela me olhava que uma resolução foi formada em sua mente.

- Eu acho que estou pronta para conversar.

- Ok. Eu estou pronto para te ouvir.

E foi exatamente isso que eu fiz. Eu suspeitava que o que Bella fosse falar tinha algo relacionado a algum ex-namorado devido ao fato que em algumas conversas ela tinha deixado transparecer isso e assim que me perguntou se eu conhecia James Howard, tive certeza que estava certo em minhas suposições.

Ela começou dizendo que ele tinha sido o segundo famoso com que trabalhara e que seu jeito parecia conquistar todos ao seu redor. Eu nunca tinha conhecido James pessoalmente, mas sabia que ele era uma pessoa influente no meio artístico.

Eu tentei me conter quando ela disse que havia dormido com ele. Não era como se eu esperasse que Bella fosse virgem ou qualquer coisa do gênero, mas ainda assim não era fácil de escutar que ela tinha vivido com ele algo que nós ainda não tivemos a chance de experimentar. Ela parecia assustada, seus olhos procuravam alguma coisa nos meus e pela primeira vez eu reparei o quão vulnerável ela estava se sentindo naquele momento. Continuei meus afagos em sua cabeça, tentando fazer com que ela relaxasse mais uma vez.

Nada me preparou para o modo que o relacionamento – se é que aquilo poderia ser chamado assim – deles acabou. Como alguém poderia ter feito isso com ela? Será que ele nunca reparou a pessoa incrível que estava ao lado dele? Algumas lágrimas escorriam dos olhos dela e eu queria por tudo fazer com que ela esquecesse aquilo. A coloquei nos meus braços e naquele exato momento prometi a mim mesmo que nunca mais a deixaria ser magoada da mesma forma.

Dia 12 Outtake – Não é mole!

Ela entrou no quarto com a expressão de uma criança que aprontou alguma besteira. Com um sorriso maroto, deitou-se na cama junto a mim e colocou os braços ao meu redor. Ela era tudo que faltava nesse cômodo. Em mim. O triste era pensar que após alguns beijos ela iria para o próprio quarto e me deixaria aqui sozinho, como sempre.

Talvez, se eu pedisse, ela aceitaria passar a noite aqui comigo.

- Dorme comigo hoje – pedi. Porém, lembrando da história que ela havia passado com James, quis a assegurar que minha intenção era somente de dormimos juntos.

Compreendia que ela ainda estava um pouco hesitante de dar um passo adiante no nosso recente relacionamento, então - por mais forte que fosse o meu desejo de tê-la por completo -, sabia que tudo teria que ocorrer conforme o ritmo dela.

Para minha felicidade, a Carrapata concordou e quando me dei por mim, nós continuávamos de onde havíamos parado na noite anterior.

Meus lábios eram famintos e atacavam qualquer pedaço de pele visível. Eu beijava os macios lábios dela e descia minha boca até a garganta para depois sugar o canto de seu pescoço, traçando o mesmo caminho de volta com minha língua. As mãos dela agarravam meu bíceps até que chegaram em meu cabelo, o puxando com força e juntando sua boca a minha.

Os beijos dela eram o suficiente para me enlouquecer. Eu amava chupar o seu farto lábio inferior para dentro de minha boca e uma vez ou outra dar uma leve mordiscada que faziam com que pequenos gemidos saíssem da boca dela e tornavam cada vez mais difícil controlar o meu tesão que só aumentava.

Como instinto, minhas mãos foram para a coxa dela, sentindo a firmeza de sua pele e querendo descobrir cada milímetro de seu corpo. Não sabendo mais o que era passar dos limites, minha mão parou bem em cima de seu bumbum e, não resistindo à tentação, apertei sua carne em minhas mãos. Ela, como resposta, colocou a perna em cima de minha cintura e juntou nossos corpos, fazendo com que seu sexo criasse uma certa pressão em minha ereção que clamava por algum tipo de alívio.

- A gente combinou de só dormir... – ela disse. Sua respiração era ofegante e o fato de não cessar o contato de nossos corpos só tornava aquele lembrete uma contradição.

Minha língua passava vagarosamente por sua orelha e eu sentia o corpo dela fervendo, assim como o meu.

- Eu sei. – respondi para que ela tivesse certeza que eu havia a escutado.

- A gente deveria parar então... – disse, porém mais uma vez não afastava nossos corpos.

Por mais que eu soubesse que nós dois estávamos com vontade de continuar, não queria que Bella tivesse a mesma impressão de mim que teve do ex - se é que ele poderia ser considerado um ex -, então, tentando controlar minha libido, afastei-me dela.

Ela me deu um beijo de boa noite e virou de costas para mim. Coloquei meu braço em volta dela e fechei os olhos, mas a Carrapata, não satisfeita, não quis manter um centímetro de distancia entre nós e grudou-se em mim por completo, fazendo com que sua bunda entrasse em contato direto com meu pau.

Pedi que ela se movesse um pouco, tentando explicar minhas razões e ela o fez, ficando corada pela minha honestidade. Não conseguindo me controlar, contei que tinha curiosidade de saber como ela seria na cama. Será que ficaria tímida ou na hora H seria completamente desinibida?

A resposta que me deu não ajudou e muito menos a pressão proposital que ela fez com a bunda em minha ereção. Eu me sentia tão excitado que sabia que dormir naquele estado não seria fácil. Saí da cama com um intuito e quando Bella questionou onde eu estava indo, me pedindo honestidade, não houve como mentir. Eu não queria mentir para ela.

Quando entrei no banheiro, envolvi meu pau com minha mão e – vergonhosamente - não foi necessário muito para que eu finalmente tivesse meu alívio. Ao retornar para a cama, a vendo deitada em meio aos meus lençóis, tive a plena certeza de que os próximos dias não seriam moleza.

Dia 13 Outtake – Vamos falar de coisa boa.

(Esme Cullen)

Era bom ver toda família reunida, mesmo que certas vezes eu tivesse vontade de puxar Emmett e Edward pela orelha e colocar os dois num cantinho para pensarem no que tinham feito. Se eles agiam como crianças mereciam castigo como tal. Era incrível como marmanjos com mais de 20 anos quando se juntavam pareciam regredir. Deveria até fazer com que os outros acreditassem que eu não os dei uma boa educação.

Desculpa ficar reclamando. Vamos falar de coisa boa...

Devo admitir que estava ansiosíssima para o dia de hoje chegar. Zafrina estava há semanas deixando-me por dentro do que rolava entre Edward e Bella, e a maneira que ela descrevia os dois parecia um tanto quanto surreal para mim, então tinha que conferir com meus próprios olhos.

Lembro-me que a primeira ligação de Zafrina veio no dia seguinte que Bella havia chegado na casa. Zaza comentou que Edward parecia fascinado pela morena e que o jeito que ela corava sempre que eles conversavam, indicava que ele também não passava despercebido aos olhos dela. Conforme os dias corriam, foi ficando cada vez mais nítido que um sentimento crescia entre os jovens.

Tive que conter minha alegria quando Edward me telefonou ontem para contar que gostaria de apresentar para a família alguém especial. Ao que tudo indicava, Zafrina não estava errada e finalmente chegou a vez de meu pequeno se apaixonar.

No exato momento, comprovava com meus olhos o que sempre quis para meu menino. Nós estávamos na cozinha e já tínhamos acabado de jantar, mas todos estavam conversando animadamente e eu não queria deixar o local, já que aquilo me fazia bem.

Rosalie era a única que aproveitava os restos da refeição, pois tinha um pedaço de frango na mão. Emmett não poderia ter encontrado uma mulher melhor. Eu e Carlisle tínhamos o costume de chamar os dois de Fiona e Shrek – óbvio que eles não sabiam disso.

Alice conversava com Emmett e ele como resposta as caras e bocas que a irmã fazia, soltava uma gargalhada, o que só incentivava minha bolinha de energia a exagerar mais em suas expressões. Aliás, ela também não sabia que eu a chamava assim, pois se descobrisse com certeza ia ficar me enchendo o saco por compará-la a uma bola.

E então, lá estavam eles dois, abraçados e fingindo estar prestando atenção ao que acontecia ao redor, mas não precisava ser um gênio para ver que um só tinham olhos um para o outro. Bella tinha um sorriso no rosto e não sei se ela percebia, mas seus dedos brincavam com a mão de Edward que estava pousada em sua cintura. Ele, por sua vez, volta e meia virava o nariz para os cabelos da moça, inspirando seu cheiro e dando um sorriso que enchia meu coração de felicidade.

- Tudo bem? – Carlisle questionou.

- Sim, só estou um pouco emocionada.

- Por causa de Edward?

- Aham. Finalmente.

- Eu sei.

Dia 14 Outtake – Os sábios conselhos do irmão mais velho.

Eu estava colocando os pratos na mesa quando Emmett chegou do meu lado com alguns talheres, os despejando no centro do móvel sem ao menos os organizar.

- Você não está vendo que eu estou arrumando a mesa? – perguntei.

- Ih, relaxa, já vou arrumar. – Emmett disse, mas permaneceu parado. – Ela é bonita.

- Quem? – questionei virando-me e percebendo que ele falava de Bella. Um sorriso imediatamente se formando em meu rosto. – Ela é linda.

- Então... É sério mesmo ou só sexo? – indagou.

- É sério. Eu gosto dela de uma maneira que nunca gostei de ninguém. – admiti tentando não soar muito sentimental antes que Emmett começasse a me chamar de gay.

- Tem certeza que você não está falando isso só porque ela chegou aqui agora e vocês podem ficar trancafiados no quarto quando bem entendem? Eu já achei que gostava de uma garota, mas depois percebi que o que eu gostava mesmo era do jeito que ela era atrevida na cama.

- Emmett, a gente ainda não fez...

- O quê?

- Sexo.

- Por que não? – perguntou como se tal fato fosse um absurdo.

- Porque ela quer esperar mais um pouco.

- Ela é virgem? – indagou estarrecido.

- Não, Emmett! Ela não teve muita sorte com um ex e quer esperar até que se sinta mais segura.

- Uau. Imagino o tempo que você tem passado no banheiro ou tomando banhos gelados. – ele disse dando um riso alto.

- Não é engraçado.

- Sabe o que isso significa?

- O quê?

- Que é um momento para os sábios conselhos do irmão mais velho. – Emmett disse sério.

- Lá vem você com isso...

- Alguma vez eu te dei um péssimo conselho?

- Já. Várias vezes.

- Quando?

- Quando você disse que eu deveria praticar tirar sutiã das meninas pegando os sutiãs da mamãe.

- Isso foi um bom conselho!

- Emmett, ela me viu pegando os sutiãs dela e achou que eu queria me vestir de mulher!

- Mas você aprendeu a abrir, não foi? Isso que importa, o resto você esquece. Então, vai querer ou não ouvir meus sábios conselhos?

- Ok, diga. – falei. Caso ele desse um conselho idiota eu apenas ignoraria.

- Você precisa criar um clima. Pelo que você deu a entender, tá rolando uma paixão e tal. Se você não tá se comportando como um babaca, ela deve ter algum tipo de sentimento por você, pois é a única justificativa para alguém conseguir te aguentar.

- É conselho ou é pra me esculachar?

- Calma, presta atenção. Quando a gente for dormir, você põe um filminho e cria um clima...dá uns beijinhos, não vai ter erro. – disse confiante.

- Eu não quero forçar ela a nada, Emmett.

- Você não vai forçar, espera partir dela.

- Não sei. Vai parecer que eu estou enganando ela.

- Claro que não. O que importa é ser honesto, você está sendo honesto com ela?

- Sim.

- Então pronto.

- Você tem algum conselho de filme?

- Olha, na verdade eu acho que Rose trouxe um dos favoritos dela. Posso pegar emprestado pra você.

- Ok. Vou pensar sobre isso.

- Ah, só uma coisa. Eu coloquei uns presentes na sua gaveta da mesinha de cabeceira.

- Eu quero saber do que se trata?

- Talvez, depende se o meu conselho vai dar certo.

Deveria ser loucura, mas eu estava cogitando – mais uma vez – seguir um dos conselhos de Emmett.

Dia 15 Outtake – UNF

Eu estava de joelhos em meio a suas pernas e a visão que tinha em minha frente fazia com que por um segundo eu cogitasse juntar as mãos e agradecer por quem quer que seja que colocou Bella em meu caminho.

Sua pele era branca e tão macia, minhas mãos frequentemente imploravam para tocar qualquer parte de seu corpo. Eu observava sua forma com fascinação e fiquei feliz em ver que ela não se sentia desconfortável sob meu olhar.

Meus dedos estavam cobertos pelo borbulhante líquido que havíamos bebido e eu deixava gotículas caírem pouco a pouco sobre Bella. Ela pareceu despertar de um transe quando uma das gotas repousou em sua barriga.

- Isso vai me deixar toda melada. – disse.

- Bom... – falei tentando não rir, mas involuntariamente um sorriso se formou em meus lábios – Acho que esse é o objetivo.

Ela riu de meu comentário, mas parou subitamente quando sentiu uma das gotas de champagne cair em cima de seu peito. Não aguentando mais para provar de sua pele, passei a língua bem embaixo de seu umbigo. Segui assim até não sobrar mais um vestígio do líquido em seu corpo.

Tinha seu mamilo entre meus lábios e merda...como eu amava seus peitos. Ela estava inquieta embaixo de mim, pedindo que eu parasse de provocá-la. Apenas sorri e a dei um suave beijo nos lábios.

Levei uma de minhas mãos até seu sexo e o toquei, percebendo que ela já estava pronta para mim. Um suspiro deixou sua boca e ela pareceu surpresa com minha ação, porém satisfeita. Os olhos dela brilhavam e Deus, eu nunca vi alguém dessa forma em toda minha vida.

Continuei explorando seu corpo de todas as maneiras que podia, até que tudo que eu precisava era estar dentro dela.

- Eu gosto tanto de você. – falei retirando alguns fios de cabelo que estavam em cima de seu rosto.

- Eu também sinto isso. – retribuiu, mas palavras não eram necessárias.

Penetrei-a devagar, tentando me controlar e aproveitando a sensação que era tê-la ao meu redor. Meus movimentos eram compassados e eu sentia que deveria dizer alguma coisa bonita para ela, mas era praticamente impossível falar algo com sentido naquele momento.

- Não precisa. – ela disse colocando as mãos em cima de minha bunda e fazendo com que meu ritmo aumentasse um pouco. – Você me mostra.

Senti-me aliviado com seu comentário. Se eu não era capaz de falar alguma coisa, pelo menos conseguia demonstrar. Tudo começou a ficar mais intenso e eu mal pensava nas coisas que saíam de minha boca. Bom, isso até o momento em que Bella começou a rir de algo que eu havia dito.

- Não ri. – pedi.

- Foi engraçado.

- Ainda é engraçado? – questionei aumentando a velocidade de minhas investidas. Ela apenas gemeu.

Quando ela estava por cima, eu praticamente me entreguei por completo ao prazer, vendo seus seios balançarem e meu pau entrando e saindo de seu sexo, mas ainda sim consegui me controlar. Ao menos fisicamente, já que não fui capaz de conter meu pensamento que queria ter meu pau entre os seios dela e depois sentir sua boca o chupando.

Após um certo incentivo, Bella estava gemendo e contraindo ao meu redor. Era como se seu corpo tivesse levado um choque. Eu não levei muito tempo para acompanhá-la.

Ela beijou meu peito - em cima de meu coração - e me deu um beijo nos lábios que falava mais alto do que milhões de palavras. Nós estávamos cansados e ficamos abraçados em silêncio trocando apenas leves carícias.

Nada mais era necessário.

Dia 16 Outtake – Tick tock tick tock.

Esse definitivamente não era o jeito que eu esperava iniciar minha manhã. Após uma incrível noite com Bella, imaginei que acordaria com beijos – se despertasse primeiro os distribuiria pelo corpo dela -, ou até mesmo com disposição para mais uma descoberta de como satisfazer Bella das mais diversas maneiras. Porém, Jessica apareceu inesperadamente e acabou com todas as boas expectativas que eu tinha.

Normalmente, esse lado possessivo da minha assessora e seu eterno lema de "só estou fazendo isso para o bem de sua carreira", eram coisas que eu esquecia facilmente e até relevava. O problema é que hoje ela havia ofendido uma das pessoas de maior importância para mim.

Quando Bella pediu que escondêssemos nosso relacionamento, não sabia que seria tão difícil assim. Nem uma semana havia se passado, desde o dia que decidimos ficar jutos, e já estávamos tendo que tomar mais cuidado com nossas ações. Era árduo demais tentar ser racional quando tudo que eu desejava era ser impulsivo.

Querendo alguma forma de alívio, peguei o maço de cigarros que estava na mesa e logo acendi um, tragando com vontade.

Enquanto o que Jessica tinha dito não fosse motivo para eu radicalmente demiti-la, foi o suficiente para me fazer perceber que estava mais do que na hora de impor limites. Se ela já reagia dessa forma sem ao menos saber da veracidade da minha relação amorosa com Bella, não gostava nem de pensar o que ela falaria quando descobrisse a verdade.

O que será que os outros pensariam quando descobrissem o que realmente se passava entre Bella e eu? Será que teriam a mesma reação de Jessica? Sinceramente, pouco me importava o que os outros pensariam, mas algo me dizia que Bella não lidaria com as coisas da mesma maneira que eu. Será que esperar esses dias acabarem era a melhor solução?

Eram inúmeras perguntas que rondavam minha cabeça e infelizmente nenhuma delas tinha uma resposta concreta.

Frustrado, passei as mãos pelos cabelos e exalei com força, notando que meu cigarro tinha acabado rapidamente e algumas cinzas haviam caído no chão. Peguei um cinzeiro e joguei o filtro dentro dele, imediatamente pegando mais um cigarro.

Tentando não arrumar mais motivos para Jessica reclamar comigo, comecei a me vestir antes que perdesse mais tempo.

O segundo cigarro não fez nada para me acalmar e involuntariamente acendi mais um. Eu tentava não ficar remoendo as palavras que ela usara, mas era difícil. Como ela pôde falar de minha carreira como se fosse algo tão descartável? Ela mesma sabe o quanto eu batalho para me manter nesse meio e fazendo algo que é uma das maiores paixões da minha vida. O que eu considero ser meu dom.

Um barulho na porta despertou-me de meus pensamentos e ao obter a resposta de que Bella quem estava do outro lado do cômodo, deixei-a entrar.

A calmaria que somente o toque dela foi capaz de me trazer provou-me que embora minhas questões não tivessem uma resolução imediata, no final tudo valeria a pena.

Dia 17 Outtake – James Coward*

*covarde, em inglês.

A possibilidade de James Howard participar do evento de basquete jamais havia passado pela minha mente.

Eu estava animado para esse jogo, já que se tratava de algo diferente do que costumava fazer e ainda por cima ajudaria uma instituição, porém quando Jacob Black disse que o infeliz ator não só estaria no local, mas também participaria do jogo conosco, toda minha animação foi substituída por temor.

O fato de que eu não poderia explicitamente defender Bella de qualquer tentativa de comunicação que James quisesse ter com ela me incomodava e, não pensando duas vezes, coloquei minha mão sobre a de Bella, deixando claro que eu estava do lado dela para o que fosse preciso.

Embora eu não fosse o maior fã de Jacob – estava muito longe disso – e nem gostasse da proximidade dele com minha namorada, tinha que admitir que ele havida sido uma grande ajuda. Insinuar, naquele momento, que Bella e eu estávamos juntos, só causaria problemas ao invés de trazer soluções.

Quando Bella estava sentada em meu colo, na saleta que encontramos no fim do corredor, notei que ela parecia muito mais surpresa do que amedrontada com a situação.

Jacob mostrava saber as palavras certas para lidar com Bella e quando eles ficaram sozinhos na sala, embora eu estivesse sentindo uma pequena pontada de ciúmes, torci para que ele conseguisse deixá-la mais tranquila.

Assim que James chegou ao local que estávamos, meus olhos não deixavam Bella, procurando a todo minuto algum sinal de seu desconforto, porém nada mais encontrei além de indiferença. Naquele momento pensei que tudo ficaria ok daqui para frente, mas infelizmente estava errado.

A partida começou tranquila e eu felizmente não estava no mesmo time que o covarde loiro. As fãs gritavam na arquibancada e eu estava até surpreso com meu desempenho, já que fazia um bom tempo que eu não praticava tal esporte.

Querendo implicar um pouco com a Carrapata, fui em sua direção durante um dos intervalos e deixei como lembrança uma toalha completamente encharcada de suor para ela. A cara de nojo dela foi impagável.

No terceiro tempo meu corpo estava cheio de adrenalina. Eu estava prestes a fazer mis um ponto para meu time, quando James puxou minha blusa e fez com que eu perdesse o equilíbrio, caindo ao chão. O jeito que ele me olhou deixava claro que aquilo foi feito de propósito. Ainda mais certeza tive de suas intenções, quando alguns minutos depois, ele esbarrou em mim com toda força que tinha, mas desta vez eu estava mais alerta e retribuí da mesma forma.

- Cara, relaxa. James está um pouco alterado. Você agindo da mesma forma que ele não vai ajudar as coisas. – Jacob aconselhou logo após notar a hostilidade que rolava entre mim e o ator do grupo adversário.

- Ele está me tirando do sério.

- Que bom, continua agindo assim então, porque é exatamente isso que ele quer.

Tentei me controlar, mas alguns minutos depois James esbarrou de novo em mim e eu simplesmente não conseguia deixá-lo agir assim e não fazer nada. Respirando fundo, tentei novamente manter a calma e prometi a mim mesmo que finalizaria esse jogo de forma pacífica.

A partida estava quase no final e eu fazia um lance além da linha dos 6,25 metros, só que ao invés de obter sucesso e acrescentar mais 3 pontos no placar do meu time, fui abruptamente jogado no chão por James com tanta agressividade que meu corpo fez um grande barulho ao impactar-se com a quadra, meu braço esquerdo doendo graças ao peso que foi jogado em cima dele. Não me lembro a última vez que senti tanta raiva assim, mas levantei agilmente, partindo para cima de James.

- Qual seu problema? – indaguei tentando controlar minha voz.

- Só estou brincando. – o loiro falou com um sorriso no rosto. – Mas agora que temos a chance de trocar umas palavras, tenho uma pergunta a te fazer. Ela também está dando para você como provavelmente deu para todos os outros famosos com quem viveu? Eu adoraria provar daquela buceta de novo.

Não havia nada naquele momento que fosse capaz de me controlar. Eu praticamente voei em cima de James e se não fosse pelo fato de que Jacob Black conseguiu me segurar, eu provavelmente teria o acertado diversas vezes na cara. Meu sangue fervia e eu pouco ligava para a comoção que se formou ao meu redor, tudo que eu queria era poder agredi-lo com a mesma a força que as amargas palavras que ele disse haviam me atingido.

O árbitro parou o jogo e pediu que nós dois deixássemos a quadra. Eu caminhei para o local que Bella e Jessica estavam e sentei-me, tentando controlar um pouco toda raiva que sentia por dentro.

- Edward, que merda você... – Jessica começou a falar, mas agora realmente não era o momento para ela vir me dar lição de moral.

- Não agora, por favor. – falei de forma séria, esperando sinceramente que ela calasse a boca.

Bella estava ao meu lado e pelo canto de olho, via que ela estava preocupada, com o cenho franzido e olhar distante. Eu queria tocá-la e mais do que tudo queria suas mãos afagando meu cabelo, trazendo-me aquela tranquilidade que somente ela era capaz de trazer. Só que isso não era possível. Nada disso era possível.

Do outro lado da quadra, James conversava com as pessoas ao seu redor, dando sorrisos e agindo como se nada do que tivesse se passado, houvesse o abalado. Provavelmente já havia cheirado carreiras de cocaína o suficiente para perder a noção do que era certo ou errado.

Fitei novamente minha namorada ao meu lado e torcia para ela falar alguma coisa, qualquer coisa, mas nada saía de seus lábios. Será que ela estava decepcionada com meu comportamento? Ela com certeza irá pedir uma explicação.

Duas semanas e dois dias. Muito pouco tempo. Entretanto, tempo suficiente para saber que se eu repetisse as palavras de James para Bella, ela jamais se perdoaria e muito menos eu, ao ver a tristeza estampada no rosto dela.

Dia 18 Outtake – Edmund e Carlie.

Enquanto por fora eu aparentasse toda confiança do universo, por dentro eu estava morrendo de medo que o pai de Bella não me aprovasse. Por mais que eu quisesse que o Sr. Swan tivesse noção do meu relacionamento com sua filha, o fato de ele possuir uma arma, ter como associação ao meu nome a briga de ontem e chamar a filha de 26 anos de "minha criança", não ajudavam nada para manter-me mais tranquilo.

Sem ter como fugir da conversa que ele desejava, respirei fundo vendo minha Carrapata sair do quarto, deixando-me a sós com seu bigodudo pai. Pelo menos ele não tinha como me agredir pelo computador.

- Bella já saiu do quarto? – ele questionou.

- Sim, senhor.

- Rapaz, antes de tudo eu quero te fazer uma pergunta porque provavelmente eu escutei errado. Você chamou a minha filha de Carrapata?

Merda. As coisas seriam tão mais simples se eu chamasse Bella de "meu amor".

- É apenas um apelido que dei para Bella quando ela chegou aqui. Como ela tem que passar um mês grudada a mim, o nome acabou pegando. Ela também entrou na brincadeira e me chama de Cachorro. – falei dando um riso completamente sem graça. Imagina se eu estava desconfortável.

- Então eu devo concluir que minha filha está namorando um Cachorro.

- No bom sentido da palavra, não de modo pejorativo.

- Claro. – falou debochado. – Diga-me Edmund...

- É Edward.

- Ok, Edmund. – continuou, ignorando por completo minha correção. – Eu deveria ficar preocupado pelo fato que todos os jornais estão falando que você entrou numa confusão com aquele atorzinho meia boca? Diga-me verdade, menino. Não precisa repetir a bobeira ensaiada que você falou naquele programa.

- Sinceramente, Carlie...

- É Charlie. – corrigiu-me, mas se ele ia ficar me chamando de Edmund, eu também me sentia no direito de chama-lo pelo nome errado.

- Bom, como eu estava dizendo, Carlie, o que aconteceu foi um desentendimento. James falou algo que não foi respeitoso e infelizmente no calor do momento as coisas acabaram fugindo do controle.

- E se um dia você perder o controle com minha filha?

- Eu não sou uma pessoa agressiva. Acredite, senhor, na minha posição sua atitude seria a mesma.

- Esse rapaz já trabalhou com minha filha, não é?

- Infelizmente sim.

- Hmmm... – disse desconfiado, provavelmente notando que havia coisas que ele desconhecia do período que Bella havia passado com James. – Bella ficou um pouco distante depois da matéria com ele. Aliás, ela está distante desde que começou com isso tudo.

- Imagino.

- Você já imaginou então como fará para isso funcionar depois que ela tiver que trabalhar com outra pessoa? Porque, Edmund, você é o segundo homem que minha filha apresenta para mim. O outro foi há quase 10 anos, o primeiro namoradinho dela e que partiu o coração da minha criança um tempo depois. Se Bella não achasse que isso que está acontecendo entre vocês dois fosse sério, ela com certeza não teria tido o trabalho de me apresentar para você e vice-versa.

- Eu sei, Carlie.

- Rapaz...

- É Edward.

- Ok, Edward. – bufou. – Se você já bolou uma solução para isso, que bom. Eu espero que você trate minha filha com todo o carinho que ela merece. Agora, se você ainda não achou um jeito, é bom começar a pensar. Eu não quero ver minha filha magoada, estamos entendidos?

- Sim, Charlie.

- Ótimo. E quero que você me faça duas promessas. – ele disse. Espero que seja lá o que ele vá pedir não envolva a frase "sexo somente após o casamento" porque esse relacionamento definitivamente já foi consumido.

- Quais?

- Faça com que Bella arrume um jeito de ter mais tempo para ela. Nenhum ser humano pode viver assim e muito menos um amor pode sobreviver desse jeito. E a outra coisa que te peço, é que se você a ama ou um dia vier a amar, trate ela com carinho e respeito porque minha criança tem um coração de ouro.

- Eu vou fazer meu melhor. Eu prometo.

- Bom, porque caso contrário eu realmente tenho uma arma no meu armário. – ele disse tentando me assustar.

- Não será necessário.

- Assim espero.

Dia 19 Outtake – Mas amei você... pode agradecer.

(Jessica)

Eles estavam juntos. Eram pequenos detalhes, sutis até demais para que certas pessoas percebessem, mas eu conseguia notar cada um deles. No primeiro dia que Isabella Swan chegou à casa de Edward, a forma que ele olhava para ela, como um menino curioso, foi meu aviso. Aquele era o dia em que deveríamos ter cancelado tudo isso.

Agora, sentada dentro de um carro e vendo a maneira que interagiam, eu tinha certeza que o que estava acontecendo entre eles era algo muito maior do que uma relação profissional. Eu poderia mesmo até me enganar, dizer que Edward provavelmente estava dormindo com a morena e que não se passava disso, mas eu não era idiota, por mais que eles pensassem assim.

Devo admitir que, durante um certo tempo, eu queria ter Edward para mim. Ele é um homem belo, interessante e tem algo que me fascina mais ainda: talento. Quando começamos a trabalhar juntos, era como se fossemos a combinação perfeita. Eu administrava a imagem dele como ninguém, sabia que era competente e que ele sentia forte admiração pela minha cumplicidade com seu trabalho, mas para ele sempre foi isso. Só isso.

Era como se meu ego tivesse sido ferido. Eu era uma mulher certamente atraente, bem cuidada e me dedicava por completo a ele. Será que Edward nunca sentiu um pequeno interesse por mim? Houve dias em que pensei que sim, mas o vendo retirar um maldito cílio da bochecha de Isabella, foi como um tapa na minha cara. Uma tola, procurando sinais que nunca existiram, relembrando de todos os momentos em que Edward poderia ter demonstrado algum sentimento de afeto por mim, mas nenhum era equivalente a tal ato tão simples como esse. O máximo que ele me dava eram sorrisos ou abraços, nunca nem mesmo um estúpido e infantil beijo na bochecha.

Hoje, sinceramente, não o queria para mim. Se ele não foi capaz de ver meu valor todos esses anos, não merecia ter-me. Só que havia um lado meu, um lado enorme, que desejava que ele não tivesse ninguém.

As capas das revistas já falavam tudo. Esse romance não era aprovado e aquilo com certeza me daria um trabalho gigantesco. Se alguém merece crédito por Edward ter essa monumental fama, sou eu. Não deixaria uma jornalistazinha qualquer acabar com tudo que eu consegui construir.

Em 10 dias ela iria embora e certamente eu faria de tudo para nunca mais voltar.

Dia 20 Outtake – Como a mais doce melodia.

Bella estava inquieta ao meu lado. Tempestades realmente não eram de seu grado, já que se remexia de um lado para o outro, as vezes murmurando palavras que eram incompreensíveis aos meus ouvidos. Coloquei minha mão entre seus fios castanhos e acariciei sua cabeça suavemente, de forma que não fosse possível perturbar seu sono, mas que a trouxesse algum tipo de calmaria.

Para meu alívio, aquilo pareceu funcionar. A respiração de minha Carrapata mais uma vez entrou em um ritmo cadenciado e seus braços foram a procura de alguma parte de meu corpo.

Eu a observei durante mais alguns minutos, cada detalhe já me era tão familiar. Ela tinha uma pinta mínima, para muitos até imperceptível, bem no cantinho da boca. Acho que ela nunca notou, mas as vezes eu dava um beijo bem suave no local, como se fosse um lugar só meu.

Sentindo um pouco de sede, saí da cama sem tentar acordar minha namorada e fui direto para a cozinha no primeiro andar. Nessie, provavelmente ouvindo meus passos, correu logo para a escada, seguindo-me até a geladeira.

- O que foi? Está com medo da chuva também? – indaguei olhando para ela, mesmo sabendo que a cadela não seria capaz de me responder. – Quer ir lá para cima com papai? Que tal ouvir uma música antes?

Algumas notas já rondavam minha mente havia alguns dias e como eu sabia que não iria voltar a dormir tão cedo, o momento pareceu oportuno.

Entrei na sala de música com Nessie seguindo meus passos e parando pacientemente ao lado do piano. Sentei-me no banquinho e deixei que meus dedos fizessem ecoar pela sala os doces sons de uma canção de amor. A primeira real canção de amor que compus. Eu parava apenas para fazer algumas anotações em uma folha de papel, arrumando algumas notas, corrigindo outras.

As imagens que vinham em minha mente eram tão claras. Minha Bella. O primeiro dia que a vi, com as bochechas coradas batendo a minha porta e apresentando-se como a jornalista que escreveria sobre mim. Ah, se ela soubesse. Deveria ter dito que era a mulher que mudaria minha vida.

Cada dia que passava era como se eu ficasse ainda mais fascinado por ela. Sentia uma inexplicável vontade de tê-la junto a mim, de querer fazer com que ela risse de minhas idiotas piadas e de beija-la.

Meus habilidosos dedos tocavam nas teclas de mármore e tentavam transmitir tudo que eu senti quando nossos lábios finalmente se tocaram, mas talvez eu nunca fosse capaz de explicar exatamente o que se passou naquele momento.

Minha intenção principal era não só passar a importância que ela tinha para mim, mas que ao ouvir todas essas notas juntas, ela fosse capaz de perceber que nossa história formava a mais doce melodia.

Dia 21 Outtake – Agora vê se se toca que eu me toco também.

- Do que você está falando, Cachorro? – ela questionou.

- Eu quero que você se toque...na minha frente.

- Agora? – ela indagou com os olhos arregalados.

- É. É sexy.

- Mas assim... do nada?

- Você estava fazendo isso ainda agora.

- Mas foi por impulso. Agora...

- Tudo bem, se você não quiser.

- Não é que eu não queira... – ela falou ficando com as bochechas no tom rosado que eu tanto amava. – Eu tenho vergonha.

- Carrapata, há alguns minutos você estava com meu pau entre os peitos, me chupando e se tocando. Vergonha mais do quê?

- Sei lá! Você vai tá vendo!

- Eu já vi. Eu já lambi, já fiz muita coisa lá...

- Edward! – ela gritou escondendo o rosto com as mãos e fazendo com que eu risse de sua timidez.

- Deixa pra lá, Carrapata. A gente tenta um outro dia.

- Não... – ela falou baixo e ainda com as mãos no rosto. – Eu quero.

- Sério?

- Sim. – respondeu desta vez deixando que eu visse sua face. – Mas com uma condição.

- Qual?

- Vai para o banheiro e espera uns 2 minutos. Eu vou fechar os olhos. Quando chegar, não me avisa que você está aí.

- Ok. – respondi animado indo para o banheiro, mas não sem antes dar um beijo em seus deliciosos lábios.

Eu fiz como ela havia dito. Aguardei alguns poucos minutos no banheiro e quando achei que já tinha esperado por tempo suficiente, entrei no quarto novamente.

Ela estava no centro da cama, suas pernas abertas e uma mão acariciava seu sexo enquanto a outra apertava um mamilo. Seus olhos estavam fechados e ela parecia um pouco nervosa, porém ao mesmo tempo bastante excitada.

Continuei calado, como ela havia pedido, e apenas observando o que ela estava fazendo, a maneira que ela gostava de se dar prazer. Tocou inicialmente seu clitóris e um gemido saiu de seus lábios. Ela estimulava sua parte mais sensível fazendo lentos círculos e em seguida penetrou um dedo em sua entrada, em um movimento de vai e vem que deixava-me com vontade de substituir seu dedo pelo meu. Adicionou mais um dedo e seu ritmo aumentou. Os sons que deixavam sua boca eram como música para meus ouvidos.

Quando me dei por mim, havia envolvido meu pau com minha mão direita e, assim como ela, eu estava me tocando. Um forte som gutural saiu de minha boca quando passei o dedo por minha ponta, espalhando o pouco líquido que se acumulava.

Ao ouvir minha voz, Bella não parou, mas abriu os olhos. Observou o que eu fazia e seu olhar estava fixado em meu pau. Eu sabia que ela gostava desse tipo de sacanagem.

Ela tirou a mão que estava massageando seu seio e desceu por sua barriga até alcançar o ápice de seu sexo, acariciando o lugar que mais a dava prazer. Seus movimentos eram ágeis e eu tinha certeza que ela não duraria muito tempo. Eu também não.

- Me deixa ver você gozar. – pedi. Minha voz saindo quase como um sussurro.

Ela, então, aumento ainda mais seu ritmo e em apenas segundos estava ofegante e atingindo o auge de seu prazer. Eu fiz o mesmo logo em seguida, meu gozo caindo em minhas mãos e no chão.

- Todas minhas fantasias parecem estar se tornando realidade nas últimas horas. – falei com uma risada.

- Eu deveria perguntar qual é a próxima? – ela questionou tímida.

- Não. Não sou tão ganancioso. Finalizar o dia de hoje com você nos meus braços vai ser o suficiente.

- Isso é fácil. – ela me respondeu com um sorriso.

Melhor do que qualquer fantasia era a realidade de que ela é minha.

Dia 22 Outtake – A Estrada Para o Inferno é Pavimentada de Boas Intenções.

Jessica chegou aqui sem ao menos cumprimentar Bella ou Zafrina. Pelo jeito que as coisas estavam, achei que era melhor dessa forma. A maneira que ela me olhou assim que sentei no sofá já deixava claro que eu provavelmente levaria o maior esporro da face da terra.

- As vezes eu fico pensando que você deve achar que tudo é uma brincadeira. – ela começou. – Porque sinceramente é a única conclusão que consigo chegar. Desde que essa mulher colocou os pés nessa casa, a sua carreira está passando por uma situação deliciada.

- Que situação delicada, Jessica? O primeiro single do CD está vendo que nem água.

- Mas a sua imagem está péssima. Quem gosta de um cantor que chifra uma menina inocente?

- Eu não chifrei ninguém, mas que merda! – falei ríspido, perdendo um pouco do controle.

- Não é isso que eles pensam! Eles acham que você está com Isabella!

- E estão achando certo! Eu estou com Bella! – disse olhando-a veemente nos olhos e por apenas algum segundos, vi sua fúria estampada neles.

- Edward, você não pode arriscar sua carreira por uma menina que você está apenas comendo...

- Jessica, você está desrespeitando minha namorada. Eu não posso te obrigar a gostar de ninguém, mas se você quer agir assim, você pode sair da minha casa.

- Sua namorada? – ela perguntou arqueando uma sobrancelha como se não acreditasse na veracidade do que eu falava.

- Sim, minha namorada.

- Você está falando sério?

- Eu pareço estar brincando? Olha, Jessica, o que eu quero fazer é falar para todo mundo que eu já neguei um bilhão de vezes esse porcaria de relacionamento amoroso que eles inventaram que eu tenho com Tanya e assumir que estou com a Bella.

- Edward, o mundo da música não torce para um casal dessa forma desde Dustin e Brittany! Você não pode destruir isso! Essas fotos não dizem nada, ainda podemos desmentir tudo e dizer que você estava apenas protegendo Bella de alguém que estava cantando ela ou qualquer coisa do gênero. Pelo amor de Deus, não faça essa burrada.

- Desde quando falar a verdade é a coisa errada?

- Você está aqui tem dois anos já, Edward. Até parece que não sabe que em Hollywood se vive de aparência. Quem não segue o fluxo, não sobrevive.

- Eu não suporto mentir, Jessica. Fora que eu não estaria traindo só aos meus fãs, eu estaria me traindo e a Bella também. Quando eu quis me tornar uma pessoa pública, fingir ser alguém que eu não sou nunca esteve em meus planos.

- Isso aqui é seu sonho. É apenas tudo que você sempre quis, não é mesmo? – ela disse num tom sarcástico e fazendo com que minha cabeça latejasse. Eu já não aguentava mais ouvir a sua voz.

- Você realmente acha que assumir meu relacionamento seria algo tão ruim? – questionei.

- Escuta o que eu estou te dizendo, Edward. Isso que você está querendo fazer é suicídio. Ninguém gosta dessa menina. Fora que é jogar uma ótima carreira na privada. Você quer assumir um relacionamento que tem prazo de validade.

- Jessica, chega de falar disso...

Ela então começou a falar de seus planos, sempre deixando claro que tudo que fazia para mim era pensando no meu bem. Eu gostaria de pensar que estava errado, mas como já dizia o ditado: "a estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções".

Eu sinceramente esperava que não fosse para lá que estava indo.

Dia 23 Outtake – Era Cilada

Embora no começo eu estivesse um pouco duvidoso sobre esse encontro com Tanya, quando ela começou a falar sobre a gravação de um extra para o DVD, deixei minhas desconfianças de lado.

A proposta de Tanya parecia interessante e eu estava prestando atenção em tudo até o momento em que o celular de Bella tocou, interrompendo nossa conversa.

- Com licença. – ela falou pegando o aparelho da bolsa e saindo em direção ao que eu imaginava ser o banheiro.

- Mas como eu estava dizendo, acho que seria super legal fazer uma coisa dessas. Vai ser como se estivéssemos nos velhos tempos da gravação de "Eternal" e tal. Ah! Alias, falando nisso, tenho uma ótima piada! Tenho certeza que você vai morrer de rir!

- Qual? – perguntei animado. Durante o tempo que passamos juntos gravando a música para o CD dela, Tanya foi capaz de me contar piadas tão ruins que chegavam a me fazer chorar de rir.

- Por que um anão não pode lutar boxe? – ela questionou animada colocando a mão sobre a minha, tentando prender minha atenção.

- Não sei.

- Porque ele dá golpe baixo. – ela disse e eu não consegui evitar a estrondosa gargalhada que deixou meus lábios.

De repente, fui pego totalmente de surpresa quando Tanya se inclinou e tocou rapidamente os lábios aos meus.

- Que merda você está fazendo Tanya? – questionei e olhando ao meu redor, vi que Bella estava olhando através do vidro, para fora do restaurante, enquanto os paparazzi a fotografavam livremente. Em seguida ela saiu correndo para o hall. Merda.

- O que Jessica havia dito. – ela disse com as bochechas coradas de vergonha. – Meu Deus, você não sabia?

- Sabia do quê? Merda, eu sabia que não deveríamos ter vindo para cá! – falei tentando me controlar já que as pessoas que estavam perto de nós não tiravam os olhos de nossa mesa.

- Jessica disse que você estava de acordo com isso. – Julie falou parecendo estar um pouco irritada. – Não acredito que aquela sua assessora de merda mentiu para nós.

- Puta que pariu! – exclamei passando as mãos pelo rosto e tentando de todas as formas ficar mais calmo, mas era em vão. – Eu não sabia de porcaria nenhuma. Tenho que ir atrás de Bella.

Eu saí da mesa bufando de raiva, torcendo para que Bella ainda estivesse no hall do restaurante, mas infelizmente não pude a encontrar. Felix também não estava mais no bar e imaginei que os dois haviam deixado o local juntos.

- Felix, Bella está com você? – questionei assim que ele me atendeu.

- Sim, senhor. Ela está comigo.

- Ela está bem?

- Não sei.

- A verdade, Felix.

- Não. Ela quer voltar para casa.

- Ela chegou para falar com você nervosa?

- Sim.

- Você acha que tem como vocês voltarem e me buscarem?

- Não.

- Pergunta para ela, por favor.

- Bella, Edward está perguntando se podemos voltar para busca-lo. – o escutei questionando Bella, mas era impossível ouvir a voz dela. – Eu vou deixar ela em casa e em seguida passo para lhe buscar.

- Ok. Felix, só mais uma coisa. Ela está muito chateada?

- Aparentemente sim, senhor.

- Merda. Estou te esperando.

- Ok.

Eu sentei no bar e fui para um canto mais escondido, torcendo para que os paparazzi não me fotografassem. Tanya apareceu de repente, sem Julie ao seu lado e estava um pouco preocupada.

- Desculpa, Edward. Se eu soubesse que você não tinha conhecimento disso, jamais teria tido uma ação dessas.

- Eu não ligo para o que os outros estão pensando, Tanya. Se eles viram o que aconteceu, não estou nem aí. O problema foi que minha namorada viu.

- Bella?

- Quem mais poderia ser? Ela me avisou esse tempo todo sobre Jessica e eu sempre defendi minha assessora, dizendo que ela era ótima profissional. Merda. Ela deve estar puta por causa disso. Esse tempo todo eu não dei ouvidos.

- Será que agora ela vai ficar pensando que existe alguma coisa entre nós? – Tanya questionou.

- Não. Bella sabe que eu jamais faria uma coisa dessas com ela.

- Julie quer ir embora. Acha que eu já me expus o suficiente. Se tiver alguma coisa que eu possa ajudar, me diga, ok? Sinto muito. – ela disse.

- Ok, Tanya. – foi a única coisa que conseguir dizer, já que estava me sentindo um pouco irritado com ela também.

Felix demorou 15 minutos para me buscar e eu estava tão preocupado, que me mantive calado durante todo o caminho.

Assim que entrei na casa, subi direto para nosso quarto, mas Bella não estava lá. Fui então para o outro, no qual ela havia dormido nos primeiros dias.

- Carrapata? – chamei através da porta.

- Eu não quero conversar agora.

- Mas eu quero. Fala comigo.

- Eu vi! – ela gritou. Ela estava puta por causa do beijo?

- O que? Bella, não...foi apenas algo estúpido que Jessica disse. – expliquei. Tudo que aconteceu havia sido culpa de Jessica por algo idiota que ela disse para Tanya.

- Edward, por favor. Eu não quero conversar agora. Eu estou com raiva. – ela disse com uma voz fraca e imaginei que ela fosse chorar a qualquer momento.

- Você nunca quer conversar na hora! Não seja estúpida, você sabe o que eu sinto por você! – gritei com raiva por ela ter pensado que eu faria alguma coisa tão baixa quanto beijar outra mulher na frente dela. – Carrapata? Bella...

- Edward. O que está acontecendo? – Zafrina questionou preocupada.

- Aconteceu uma merda no restaurante e Bella não quer falar comigo! – exclamei tentando abrir a porta do quarto dela, mas era em vão, pois estava trancada.

- Calma, menino.

- Ela nunca quer conversar na hora! Eu não tenho culpa de porra nenhuma!

- Edward. – Zaza disse desta vez pegando no meu braço. – Calma. Deixe-a sozinha um minuto, espera ela se acalmar e você também.

- Eu não fiz nada, vovó.

- Tudo bem. – ela disse passando as mãos pelas minhas costas. – Vamos para o quarto.

- E se ela for embora amanhã de manhã?

- Ela não vai. Eu tranco todas as portas e escondo as chaves. Toma um banho e deita. Seja lá o que aconteceu, amanhã vocês dois estão mais calmos e conversam melhor. De cabeça quente nada se resolve.

Fiz como minha avó disse e tomei um banho, mas na hora de deitar na cama, não era a mesma coisa. Minha Carrapata estava longe e eu não queria acreditar que ela poderia ter pensado que eu faria algo daquele tipo. Não. Ela deveria estar chateada porque eu não havia demito Jessica e tudo que aconteceu foi uma consequência disso. Era isso.

Ao menos era disso que eu tentava me convencer durante todas as horas da noite que fiquei me remexendo na cama sem sentir um pingo de sono.

Dia 24 Outtake – Hit the road, Jess and don't you come back no more, no more, no more, no more.

Assim que Tanya veio se esclarecer comigo, ficou completamente claro que a culpa do que havia acontecido na noite anterior era toda de Jessica.

Eu não poderia dizer que nunca fui avisado. Todo mundo sempre me disse que Jessica não era a profissional mais íntegra do universo, mas para mim aquilo sempre foi apenas um sinal de dedicação. Como sempre disse, o dia em que ela fizesse algo que me prejudicasse, não teria mais volta. Eu a colocaria na rua.

Então, aqui eu estava. Parado em frete ao seu flat e pronto para lhe avisar que seus dias como minha assessora haviam acabado.

Ela não demorou a abrir a porta e parecia um pouco surpresa ao me ver.

- Edward! Não esperava uma visita sua. Se soubesse que você viria teria arrumado melhor a casa.

- Não tem problema. Eu pretendo ser breve.

- O que houve? – questionou. – Você não parece muito bem. Aconteceu alguma coisa?

- Eu não quero que você trabalhe mais para mim.

- O quê? Como assim? Do que você está falando?

- Não se faça de sonsa, Jessica. Você sabe muito bem do que eu estou falando e quais são meus motivos. Como você pôde manipular Tanya daquele jeito? E ainda por cima a mandar fazer algo que eu não tinha conhecimento? Eu tinha desconfiado, mas uma parte de mim queria fazer de tudo para acreditar que você não estava me metendo numa cilada.

- Eu não sei do que você está falando. Você me parece um pouco nervoso. Vou pegar um copo com água e açúcar, quem sabe assim você não se acalma? – ela falou indo em direção a outro cômodo.

- Eu não quero beber nada. – disse indo atrás dela. – Do jeito que você é, é capaz de querer me envenenar.

- Pelo amor de Deus, Edward. Não seja dramático.

- Não importa o que você falar, Jessica. Acabou. Você está demitida.

- Isso é por causa daquela garota? – perguntou furiosa. – Não acredito que você está fazendo isso!

- Minha decisão já foi tomada e não há nada que vá me fazer voltar atrás.

- Edward, ela não é boa para você. Isabella só quer se promover, aproveitar sua grana e status! Não seja burro. Você sabe que tudo que eu faço é pensando no bem da sua carreira.

- Ninguém é bom para mim, né Jessica? Mas você é! – falei cheio de deboche.

- Eu certamente sou! – ela gritou. – Você acha que alguém vai se dedicar a você tanto quanto eu? Nunca, Edward! Me demitir é assinar o seu contrato para o esquecimento. Você tem sorte ter chegado onde está por minha causa! Tudo que você conseguiu foi porque eu estive do seu lado esse tempo todo.

- Você me ajudou, mas, por favor, pare de ser egocêntrica desse jeito. Se eu não tivesse o mínimo de talento, não teria sobrevivido dois meses aqui.

- Ela vai destruir isso tudo.

- Para com essa obsessão pela minha namorada! Ela não tem nada com isso, mas que merda! Você que é culpada, Jessica. Que ideia imbecil que você teve! Fazer uma garota como Tanya se jogar em cima de mim. Você sabe o quão ingênua ela é e por isso fez com que topasse uma coisa dessas.

- Uma hora Tanya ia ter que aprender como as coisas funcionam.

- Eu não acredito que demorei tanto tempo para perceber quem você realmente era.

- Edward, até parece que você também é um santinho. Eu lembro muito bem que você disse que ia cogitar o meu plano, eu apenas tomei uma decisão mais rápida por você.

- Eu falei aquilo porque você é insistente, chata. Eu não aguentava mais ouvir sua voz tagarelando no meu ouvido sobre essas propostas de merda. Tentei de todas as formas ignorar esse seu lado manipulador, mas já basta Jessica. Nós vamos acertar tudo no papel, eu sei que seu contrato duraria por mais tempo, mas eu pago a multa que for para me ver livre de você. Eu vim aqui apenas para te dar esse aviso. – falei caminhando em direção a porta que entrei e esperando realmente nunca mais ter que vê-la novamente.

- Edward, se você sair por essa porta, eu vou acabar com a sua carreira!

Eu não apenas saí como bati a porta com toda força que possuía.

Dia 25 Outtake – Da missa você não sabe o terço!

Eu estava preparando o café da manhã quando Esme me mandou uma mensagem perguntando que fim tinha levado a briga de Edward e Isabella. Caminhei até a escada que dava para o segundo andar e não vi sinal dos dois. Aproveitei o momento para fazer minha ligação.

- Esme?

- Sim! Me conta. – disse com ansiedade.

- Eu suspeito que eles fizeram as pazes!

- Edward chegou em casa que horas ontem? Você nem para me ligar, eu estava preocupada!

- Eu esqueci, desculpa. Chegou tardíssimo. Sabe o que ele estava fazendo?

- Óbvio que não, Zaza. Para de me enrolar e conta logo tudo.

- Demitindo Jessica! - contei e pude ouvir seu suspiro de surpresa.

- Como assim? Ai meu Deus, eu sonhava tanto com esse dia! Vou até acender uma vela.

- Ah Esme, da missa você não sabe o terço. Jessica que armou essa confusão para cima dos dois! Parece que ela falou alguma coisa para Tanya e ela se jogou em cima de Edward, foi uma coisa assim. – contei o que eu ouvi por alto. – Mas eu fiquei preocupadíssima, né? Edward chegou em casa devastado. Eles estavam dormindo em quartos separados, depois discutindo no corredor... não gostei nem um pouco de ver os dois assim.

- Brigas acontecem em todos os relacionamentos, Zaza. Você sabe que eu e Carlisle já passamos por problemas, mas o que importa é que depois a gente sempre se resolvia. Espero que eles dois estejam bem, pois nunca vi meu filho tão contente desse jeito e eu acho que todo mundo merece amar.

- Eu acho que eles se resolveram. Ainda não vi se dormiram no mesmo quarto, mas Bella tinha me falado que julgou ele de forma errada, então não deve ter sido algo realmente grave. Essas crianças de hoje em dia só procuram problema onde não tem, difícil aceitar que as coisas as vezes dão certo na vida.

- Coisa de momento, vai ver eles não conseguiram ser racionais.

- Pode ser. Edward antes estava com medo de ela ir embora e depois Bella ficou com medo do que podia ter acontecido com ele quando sumiu ontem. Tenho quase certeza que a conversa que eles tiveram ontem foi boa e tudo correu bem. Vou tentar te manter atualizada. – falei e, olhando para o lado, vi Carmen parada me observando. Ela apontou para o andar de cima, fez um O com uma mão e em seguida enfiou o dedo indicador da outra mão para dentro e para fora do O, obviamente alegando que Edward e Isabella estavam num momento íntimo. – Ok, tenho certeza que está tudo bem com eles. Depois te conto melhor, tenho que desligar.

- Ok. Ficarei esperando!

Dia 26 Outtake – Nom Nom Nom.

Assim que ela desligou o telefone com Felix, eu soube que tinha curtido a minha ideia. Eu estava esperando que ela tomasse uma iniciativa, mas o jeito que desviava o olhar toda vez que eu dava um sorriso cheio de malícia em sua direção, me indicava que ela estava aguardando que eu desse o primeiro passo.

- Por que você pediu para ele vir nos buscar mais tarde? – indaguei somente para provoca-la. Era quase um hobby meu.

- Porque você disse...o negocio do...você sabe. – ela balbuciava.

- O quê, Carrapata? – questionei tentando controlar o sorriso que queria se formar em meu rosto.

- Para de fazer isso! Você sabe do que eu estou falando! Da gente e do...chantilly. – ela falou frustrada. Eu adorava o estado que ela ficava quando estava desse jeito.

- Hmmm... Sua safada! – exclamei e ela ficou um pouco sem graça, mas de repente teve uma atitude que me pegou de surpresa.

Ela segurou um morango em sua mão e colocou um pouco de chantilly em sua ponta, em seguida passando a língua para retirar o creme branco e lamber os lábios. Depois deu uma mordida na fruta e o líquido vermelho e suculento do morango caiu pelo canto de seus lábios, provocando-me de uma maneira que foi impossível controlar minha vontade de levantar e beija-la.

Sua animação pela minha atitude era clara. Ela colocou as mãos em meio a meus fios de cabelo e puxou com força, juntando sua língua a minha e fazendo-me sentir o gosto do morango que comera.

Eu peguei o chantilly de sua mão e pedi que ela fechasse a boca. Em seguida coloquei o creme em cima de seus lábios e o retirei com minha língua, a beijando novamente. Como se estivesse lutando contra mim, ela puxou o frasco de minha mão e afastou nossos corpos. Seus atos foram tão rápidos, que mal tive tempo de pensar quando ela simplesmente puxou minha cueca e a deixou aos meus pés.

Ela ficou em pé e colocou um pouco do creme batido em cima do bico do meu peito. Em seguida sugando para dentro de sua boca. Ela nunca cansava de me surpreender com suas atitudes. Ela fez o mesmo do outro lado e eu apenas a observava, com uma cara de menina sapeca que ela adorava fazer quando estava pensando sacanagem.

De repente, ficou de joelhos em minha frente e segurou minha ereção em sua pequena mão, fazendo movimentos para cima e para baixo. Eu mal tive tempo de raciocinar quando o chantilly foi posto em cima da cabeça de meu pau e ela lambia vagarosamente, como se tivesse todo tempo do mundo e quisesse saborear cada segundo.

Ela estava me provocando e conseguindo. Estava louco de tesão. Bella colocou mais um pouco do creme batido em cima de meu pau, e passava a língua sem tirar os olhos de mim. Oscilava entre lamber, chupar e dar suaves beijos, até o momento em que me tomou em sua boca e senti meu pau batendo em sua garganta. Suas mãos massageavam minhas bolas e como eu lutava para não gozar a qualquer momento! Ela chupava com vontade e seus lábios faziam a pressão certa, enquanto sua língua massageava a parte debaixo de meu pau.

Me retirou por completo dentre seus lábios e pôs mais um pouco de chantilly em sua ponta, desta vez me chupando com mais agilidade e infelizmente não consegui mais me controlar, deixando que o prazer tomasse conta de meu corpo e ela prontamente engoliu tudo que estava em sua boca.

Eu a coloque de pé e a peguei o no colo, jogando-a em cima da mesa que antes estávamos comendo. Puxei suas roupas com ansiedade, querendo a ver livre delas. Em segundos ela estava nua a minha frente. Agora era minha vez de aproveitar.

Coloquei o chantilly em seu peito e, assim como ela, lambi vagarosamente, aproveitando meu tempo. Ela tinha seus lábios vermelhos e um olhar perverso que me faziam querer a provocar ainda mais, passando meus dentes pelo bico de seu peito e ganhando um gemido em resposta.

Eu sacodi o frasco e estava pronto para por um pouco mais sobre o corpo de minha namorada, mas infelizmente, nada mais saía.

- Acabou? – ela perguntou surpreendida.

- Acho que sim. – falei sacodindo, mas não havia nem uma gotinha para contar história.

- Até a porcaria do chantilly me sacaneia! – disse indignada e me fazendo dar uma gargalhada. – Para de rir, não tem graça. Agora eu fiquei aqui, na vontade...

- Bom, ainda tem a geleia de morango. – falei apontando para o pote que estava próximo dela.

- Não, não tem a mesma graça. – ela disse e eu me virei para pegar a roupa dela que estava no chão. – Tá pegando minha roupa por quê? Aonde você vai? Pode terminar o que você começou.

Essa Carrapata...

Dia 27 Outtake – Se eu cozinho, posso comer?

(Jake)

Não era por pouco que falavam que eu era um dos melhores atores da nova geração. Todos que estavam comigo nessa mesa, com exceção de Bells, poderiam jurar que eu era o galã galinha de Hollywood. Mal eles sabiam que toda vez que Edward dava um sorriso, eu me derretia por dentro. E nem vou citar que praticamente caí da cadeira quando ele se abaixou do meu lado para pegar o garfo que havia caído entre minhas pernas.

Aliás, quem juraria mesmo que eu era um machão daqueles, era a amiga de Bella que estava praticamente se jogando em cima de mim. Meu Deus, essa mulher não tinha um marido? Marido que por sinal daria um bom caldo, se me permitem dizer. É, acho que eu estava definitivamente precisando de alguém.

- Quando sai o seu próximo filme? – Angela questionou com um sorriso enorme e colocando uma mão em cima de minha coxa.

- Hmmm... O próximo só ano que vem. – contei – Mês que vem já devemos começar com a publicidade, aí você terá mais informações.

- Ah sim. – disse praticamente suspirando. Eu estava morrendo de vergonha pelo marido dela. Porém não ia ser indelicado com a mulher, vai que ela me convida para um ménage à trois com o maridão? Meu deus, eu realmente preciso de alguém. – Pode ter certeza que eu vou correndo assistir.

- Obrigado.

- Jake provavelmente vai ter mais um filme que vira sucesso. – Bells falou. - Nunca vi alguém conseguir ser bem sucedido em tudo que faz como você!

- Claro que já. Seu namorado é outro exemplo. – comentei olhando para Edward que pareceu surpreso com o meu elogio. Gato, se você quiser eu posso até enumerar suas qualidades, a começar por esse braço defino maravilhoso e já fico arrepiado só de pensar no que está por debaixo dessa roupa. Ai meu Deus, perdão, sei que a gente não deve cobiçar o namorado das amigas, mas você me apronta uma dessas? Edward Cullen? Tem como não cobiçar? Prometo que quando chegar em casa rezo umas 3 Aves Marias, só para gente não ficar em dívida.

- É verdade. – ela sorriu e deu um beijo nos lábios do bonito. Sortuda, filha da mãe! Ok, Deus, 4 Ave Marias e a gente não fala mais nisso. É uma língua que eu estou vendo? Pode pular para 6 orações, então.

- Mas me conta... – Angela falou passando a mão na minha perna novamente e me distraindo. E essa menina que não para de me alisar, hein? Isso é sacanagem do Senhor, pode debitar uma Ave Maria aí dessa nossa conta. – É verdade que você estava saindo com a Amanda Bancroft?

- A gente chegou a sair algumas vezes. – comentei. Amanda topou na hora sair comigo quando isso foi proposto por meu agente, afinal, ela também vivia uma mentira, já que adorava colar um velcro. Falo mesmo porque minha boca não é baú. – Mas já é passado.

- Ela parece ser bem metida. – Angela comentou.

- Para de ser implicante, Ang. – Bells disse. – E que tal pararmos um pouco com o vinho?

- Nada! Tô óóótima! Tô belíssima! – falou.

- Aloca! – disse e todos olharam para mim. – A louca dessa menina já um pouco alta.

- Que nada, lindo. Estou apenas feliz por estar aqui com você. – falou sorrindo. – Quer dizer, com vocês.

Estávamos todos um pouco constrangidos pela situação da miguxa, exceto por Edward que parecia deveras entretido. Queria eu receber um tiquinho dessa atenção.

- As fotos devem ficar bem legais, não acha? – questionei Edward.

- Sim. – ele disse meio curto. Ai maldita Isabella que fica fazendo ciúmes no gato e ele não simpatiza comigo. Ela fica aí dando essa periquita curtindo e eu aqui, na pior.

De repente, eu tive um insight. Vai ver meu destino era virar padre. Eu já tinha o quê? Umas 5 Ave Marias para rezar? Não fazia um bom sexo há sabe-se lá quanto tempo. Vai ver era isso era um chamado de Deus mesmo.

- Vocês ainda querem comer? – Edward questionou. Depende, gato. Tem salpicão? Peru? Ovos mexidos? Salsichão?

Ok, esquece esse negócio aí de padre e pode acrescentar uma Ave Maria.

Angela pediu um pouquinho mais de macarrão e Edward, educado do jeito que era, se levantou para servir a mulher. No que ele se esticou, sua bunda ficou praticamente em minha cara.

Estou vendo que vou ter que ler logo é a bíblia.

Dia 28 Outtake – Minha favorita

Eu tentava parecer o mais calmo possível com isso tudo. Bella, ao contrário de mim, demonstrava somente com o olhar o quão apreensiva estava. Não era como se eu não estivesse preocupado com o nosso futuro, é claro que havia uma parte de mim que estava insegura com o que havíamos planejado, mas eu tentava ao máximo não pensar de forma negativa.

Quando ela estiver arrumando as malas, aí sim tudo ia ser mais real. Por enquanto, eu gostava de pensar que hoje era apenas mais um dia como qualquer outro ao seu lado. Seria mais uma adaptação em minha vida, tinha que dar certo. Eu faria dar certo de qualquer forma. Amor era o suficiente, não era?

Assim que chegamos em casa, seu olhar mudou. Era curioso o quanto eu já a conhecia, levando em conta que morávamos juntos há apenas 28 dias. Eu sabia detalhes sobre ela, que jamais parei para reparar em outra pessoa. Se estivesse nervosa, ela ia começar a mexer nas unhas ou então ter uma clara expressão de preocupação no rosto. Quando estava se sentindo triste, ela olhava para tudo quanto era canto, menos para meus olhos – provavelmente porque sabia que eu enxergaria a verdade estampada neles. Era assim que ela estava agora.

- Você quer conversar, Carrapata? – questionei a observando tirar os sapatos e os brincos.

- Não, bobagem minha. Você sabe como eu sou.

- Você não precisa manter as coisas para você somente porque pensa que é bobagem.

- Não quero entrar nesse assunto de novo. – ela falou. – Hoje foi tão legal.

- Foi, né? Tudo foi inesperado. Eu gosto quando as coisas ocorrem dessa forma.

- Inesperado até demais, né? Jamais imaginei que iria participar de um quadro de culinária no programa da Mary Stuart! Devo admitir que me diverti bastante cozinhando, mesmo estando na TV. O que será que pensaram da gente? – indagou. – Será que Sophie estava certa e agora vai ter menos gente implicando comigo?

- Não sei. Não me importo com o que vão pensar, você continua sendo minha Carrapata favorita.

- Eu sou sua única Carrapata. – ela falou rolando os olhos. – Ao menos acho bom que eu seja, caso contrário, você vai ver que peteleco não é nada perto dos tapas que eu vou te dar.

- Ok, ok. Não precisa me ameaçar com violência. – disse rindo e colocando meus braços em volta de sua cintura. – Você é minha única. Minha favorita.

- Ótimo! – respondeu me dando um sorriso enorme, mas de repente seus olhos mudaram de foco e ela pareceu triste novamente.

- Vamos trocar de roupa e dormir? – questionei torcendo para que amanhã ela estivesse melhor.

- Ok. – respondeu cabisbaixa.

Nós levantamos e trocamos de roupa sem falar muito. Ela parecia estar no mundo da lua e eu sabia exatamente o que ela estava pensando. Só faltam dois dias. Então, quando nos deitamos, comecei a beijar meus lábios favoritos no mundo inteiro. Beijei-a até o momento que ela me correspondia com fervor e torcia para que minhas carícias fossem o suficiente para fazê-la esquecer que hoje era nossa penúltima noite morando juntos.

Dia 29 Outtake – O primeiro e o último.

Bella havia ido ao banheiro e eu sabia que essa era minha oportunidade de fazer um telefonema. Procurei o número secretamente gravado em meu celular como "Carlie" e apertei a tecla verde. Ele atendeu mais rápido do que eu esperava e me deixou um pouco nervoso, pois nem tinha ensaiado direito que falaria a ele.

- Alô?

- Boa noite, senhor. Sou eu, Edward.

- Ah sim. – falou com uma voz desconfiada. – O que houve? Aconteceu alguma coisa com minha criança?

- Não. Ela está bem. Na verdade eu liguei porque tenho uma proposta a te fazer.

- Do que você está falando, rapaz?

- Nós iremos para Nova Iorque amanhã, eu tenho um show para fazer na Times Square. Bom, eu gostaria de saber se o senhor e Sue gostariam de encontrar a gente lá.

- Sue não voa. – Charlie disse. – É um tanto quanto inesperado esse convite.

- Sim, mas é que como a gente não sabe como as coisas ficarão nos próximos meses, acho que é importante para Bella ver o senhor logo. Ela está com saudade.

- Eu também sinto muita saudade de minha criança. – suspirou. – E como assim vocês não sabem como as coisas ficarão nos próximos meses?

- Bella não quer deixar o trabalho. Eu não a tiro a razão, pois eu jamais desistiria do que faço porque é algo que amo. A gente vai tentar se encontrar sempre no final do mês, quando ela for para casa.

- E vocês acham que isso vai funcionar?

- É claro que vai. A gente vai fazer dar certo.

- Vocês estão sendo deveras otimistas. Edward, viver a vida dos outros não é profissão. Eu fico feliz de Bella ter chegado aonde chegou, mas fazer isso por mais tempo? Agora que ela finalmente pareceu começar a viver a vida dela? Não é isso que eu quero para minha filha.

- E você quer que eu faça o que? A force a sair do trabalho? Desculpa Charlie, mas o pai dela é você, não eu. – falei frustrado. – A gente quer tentar ver se as coisas funcionam. Se der errado, vamos tentar outra coisa. Eu não quero perder sua filha por nada.

- Ela é tão teimosa. – Charlie murmurou.

- Sim, ela é. – concordei com um riso.

- Eu vou. – falou. – Amanhã eu quero ver minha filha. Talvez eu ainda consiga fazer com que ela me escute.

- Tenho certeza que mesmo não escutando o senhor, ela vai ficar feliz em o ver. Não comente nada com ela porque quero fazer uma surpresa. Eu vou enviar tudo por e-mail, o senhor pode pedir para Sue o ajudar?

- Claro, ela só está colocando comida para aquele maldito gato. – disse rabugento.

- Ok. Qualquer coisa é só me ligar. Tenho que desligar. – falei vendo que Bella logo retornaria.

- Obrigado, rapaz.

- Eu quem deveria falar isso.

Dia 30 Outtake – Sem Você

Meus pés não se moviam, por mais que eu soubesse que o carro já estava muito distante e eu não mais conseguia o enxergar. Era estranho acima de tudo.

Eu me acostumei com ela, com a presença dela, em tê-la ao meu lado e de repente fazer uma provocaçãozinha que iria a deixar desconsertada. Agora, olhando para meus arredores, tudo parecia incompleto. Era cliché, porém nada mais que a verdade.

A companhia de Bella mudou minha vida e agora ela voltava para a realidade dela e me deixava na minha. Tudo parecia inadequado.

- Edward, você já está aí tem 30 minutos. Está tudo bem? – vovó questionou ao meu lado.

- Eu tinha esperança que ela ia ficar. – finalmente admiti para alguém. – É egoísta da minha parte, mas eu queria que ela desistisse de tudo e ficasse aqui comigo. Eu ganho dinheiro suficiente para sustentar a gente e mais um batalhão. Ela podia largar tudo e ficar aqui comigo para sempre.

- As coisas não funcionam assim, Edward. – Zaza disse colocando a mão em meu braço e puxando meu corpo para o lado dela, como costumava fazer quando eu era criança. A diferença era que agora eu era muito mais alto que ela. – Bella precisa ficar sozinha um pouco para pensar o que ela realmente quer da vida dela. O que ela fez ao deixar sua casa, foi cumprir um dever. Ela tinha a obrigação de sair daqui porque esse foi o trabalho que ela aceitou. Bem ou mal, Bella é influenciada por isso. Talvez com o tempo decida se é realmente isso que ela quer da vida dela. Pode ser amanhã ou pode ser daqui a 2 anos.

- Mas eu queria hoje.

- Você largaria isso tudo para ficar com ela?

- Eu amo meu trabalho, Zaza. Eu também a amo, mas não seria justo ter que decidir entre meu trabalho e ela.

- E por que é justo para ela?

- Não é! Mas eu não quero ficar sem ela. Eu me permito ser egoísta apenas esse momento. Não queria que as coisas tivessem que ser assim.

- E você não falou isso para ela?

- Não. Não é certo. O pai dela já não dá muito apoio, tenho que ser um tipo de suporte para ela.

- Paciência. Sei que é difícil, mas é disso que você precisa. Espera um tempo e vocês vão ver como irão se adaptar às mudanças. Todo relacionamento passa por algum tipo de desafio. Você quer realmente continuar com ela?

- É claro, vó. Eu amo a Bella. – falei um pouco sem jeito, mas sempre achei que Zaza era a melhor pessoa para conversar sobre essas coisas.

- Então pronto! Se nenhum dos dois desistirem, não tem como dar errado. Tenho certeza que Bella também te ama muito.

- Eu sei que sim.

- Sem motivos para drama, então. Ao invés de ficar aí de bobeira, aproveita e compõe uma música. Não é isso que vocês artistas adoram fazer nesses momentos?

- Pode ser uma boa alternativa.

Mas não foi. Eu tentei escrever alguma coisa, mas minha vontade era na verdade de ouvir a voz dela. Eu me deitei na cama e afundei minha cara em seu travesseiro, por alguns segundos olhando meus arredores com medo que alguém presenciasse tal cena e me chamasse de frouxo. Ainda sentia seu cheiro impregnado na fronha. Minha Bella.

Controlei-me o máximo que pude, até o momento em que liguei para ela, com o intuito somente de desejar uma boa noite.

Quando desliguei o telefone, abracei o travesseiro com força, inspirando seu cheiro e torcendo para que aquilo fosse o suficiente para fazer-me dormir.

Não foi, mas durante todas as duas horas que levei para dormir, meu nariz não desgrudou da fronha branca que continha seu perfume.

New Dawn Outtake – Um pedido.

Felizmente tive o trabalho para me ocupar durante a semana. Hoje era o sexto dia sem ela e eu queria preparar uma surpresa. Eu estava a caminho de um programa aonde iria me apresentar e a melhor ideia que surgiu em minha mente foi cantar uma canção. Porém, qual poderia representar exatamente o que eu senti todos esses dias sem a presença dela ao meu lado?

Zaza provavelmente já estava de saco cheio de me ver perambulando pela casa e comentando alguma coisa sobre Bella. O pior era quando eu falava com minha Carrapata no telefone e sua voz ficava triste quando ela percebia que a chance de nos encontrarmos nos próximos meses era praticamente nula. Ela tentava disfarçar, mas eu sabia que ela também não estava levando essa distância muito bem.

A cada dia que passava, eu sentia mais vontade de falar para Bella que queria que ela deixasse a revista, mas sabia que não era justo. A divulgação do meu CD tinha começado a ficar mais pesada e por algumas programações que Sophie havia feito, meu tempo ficaria cada vez mais escasso. Como iríamos conseguir manter esse relacionamento dessa forma? Pela primeira vez fiquei com medo do que futuro nos reservava.

Esse um mês vivendo com Bella mudou por completo minha vida. Eu nunca tinha me envolvido tão sério assim com uma pessoa e com ela eu podia ver claramente o meu futuro. Eu quero um futuro com ela, mas as condições em que vivemos não facilitavam para isso. Tê-la ao meu lado todos os dias acabou me deixando mal-acostumado e agora a sua falta era quase como um peso que eu carregava.

- O que houve, Edward? – Sophie questionou.

- Estou pensando em algumas coisas. – falei. – Acho que vou cantar uma música a mais no programa de hoje.

- Qual?

- Um cover. Eu quero fazer uma homenagem a Bella, acho que agora que ela terminou a matéria, vai ter tempo para assistir o programa que participarei.

- Que música?

- Ainda estou pensando.

- Hmmm. Você tem certeza que não quer ler a matéria que ela escreveu? Talvez te ajude a achar alguma música.

- Não, prometi a ela que só leria depois. Tenho certeza que ela fez um bom trabalho.

Eu demorei um pouco, mas quando lembrei de uma canção, sabia que não conseguiria encontrar nenhuma outra melhor. Ela tinha um trecho que falava exatamente o que eu queria falar para minha Carrapata. "Venha para mim". Era esse meu maior desejo, por mais egoísta que fosse. Torcia para que ela compreendesse minhas palavras e que de alguma forma voltasse para o lugar que foi nosso ninho por 30 dias e que se dependesse de mim, seria por tempo indeterminado.

New Day Outtake – Isso é um sequestro.

Eu estava muito orgulhoso do meu plano. Tinha entrado na casa de Tanya, alegando ao segurança que estava no portão principal que iria apenas devolver uma bolsa de roupas à Bella, e nesse momento estava escondido no armário de minha namorada apenas aguardando pelo momento que ela saísse do banho e abrisse a porta do armário. Eu sou um gênio...ou um ninja.

Conseguia ouvir passos e sabia que a qualquer segundo ela se aproximaria do local onde eu estava. Não demorou muito e ela abriu a porta.

- AHHH! – ela gritou largando a toalha e correndo para cima da cama.

- Sou eu, Carrapata!

- O que você está fazendo aqui, Cachorro? – questionou ainda um pouco assustada.

- Vim te sequestrar. E Bella, se eu fosse um sequestrador de verdade, ficar pelada e correr para cima da cama não é a coisa mais inteligente que uma pessoa deve fazer nesses momentos.

- Cala a boca! Você me assustou! – ela disse pegando a toalha do chão e se cobrindo.

- Eu não sou um sequestrador, você pode continuar pelada.

- Como você entrou aqui? – tentou desconversar. – E que ideia é essa de ficar dentro do meu armário? Você está louco, Cachorro?

- Sei lá, quando eu entrei no seu quarto e vi que você estava no banho, pareceu a coisa mais divertida que eu poderia fazer.

- Eu não vou poder ir embora com você hoje. Teremos que adiar seu sequestro.

- Não se negocia com sequestrador.

- Você já falou que não é sequestrador de verdade.

- E daí? Agora eu sou. Se eu te pegar no colo você não vai conseguir fugir.

- Cachorro, isso é algum tipo de fetiche seu? A gente tá interpretando alguma fantasia sua em que eu sou a pobre inocente menina e você o sequestrador mau?

- Não, mas agora que você sugeriu, pode ser...

- Não dá! Tanya quer que a gente jante fora...não vou poder sair de casa.

- Diz que tá com diarreia.

- Eca.

- Para de frescura, diarreia e febre são as melhores desculpas para qualquer ocasião. Diarreia sendo a melhor de todas porque ninguém gosta de conversar sobre bosta.

- Você bebeu antes de vir pra cá?

- Não! Vamos, Carrapata. Eu estou morrendo de saudades de você.

- Não vale falar assim.

- Vale sim, eu não te vejo desde aquele programa em que Tanya e eu estivemos juntos. Isso tem 15 dias já.

- Ai, Cachorro...

- E até agora você só reclamou comigo, me chamou de bêbado, subiu pra cima da cama como se eu fosse um rato e nem me deu um beijinho. – disse tentando fazer ela se sentir um pouco culpada. Eu tinha que tirar ela da casa de alguma forma, né?

- Eu não posso, meu amor. – ela disse colocando os braços em volta do meu pescoço e ficando na ponta dos pés para dar um beijo em meus lábios. – Falta pouco para eu sair daqui, só mais 8 dias. Tanya quer jantar fora e daqui a pouco vai bater aqui perguntando se eu estou pronta. Fora que eu tenho que auxiliar Karen amanhã de manhã. Nós vamos voar pra Carolina do Norte onde Tanya tem uma apresentação e ela que é a nova jornalista de "Celebridade". Preciso dizer a ela quais são as coisas importantes de se anotar e observar num evento como esse.

- Que saco!

- Eu sei, mas prometo que assim que acabarem meus dias aqui, eu vou passar um dia inteirinho com você.

- Dois.

- Ok, dois. – ela disse com uma risada. Eu realmente sentia saudade.

- Isso era mais legal quando você passava 30 dias grudada comigo.

- Por mais que Tanya seja legal...Meu Deus, não acredito que estou dizendo isso. Enfim, por mais que ela seja legal, eu me divertia mais com você.

- Claro, eu sou o mais divertido de todos.

- Para mim, você é.

Eu inclinei minha cabeça para beija-la e juro, era somente para ser um beijinho rápido, mas... Bom, um beijo rápido levou a um beijo mais demorado e de língua, que resultou nas mãos dela passando pelas minhas costas e as minhas indo até a bunda ela e a trazendo mais pra perto de mim. De repente as pernas dela estavam em minha cintura, eu estava caminhando para joga-la em cima da cama e o nó da toalha se desfez e...puta que pariu, como eu amo minhas meninas. Estava prestes a mostrar toda minha apreciação por seus seios quando a porta do quarto se abriu...

- Bella, você já AHHHH! – Tanya começou a falar, mas bateu a porta no mesmo momento.

- Merda! Merda! – Bella começou a exclamar tentando sair de baixo de mim e se cobrindo com a toalha novamente. – Ferrou! Merda.

- Fica calma, Carrapata. O máximo que ela viu foi um peitinho.

- Edward!

- Você acha que ela conseguiu me ver? – questionei. – Eu posso tentar sair pela janela.

- Eu vi e ainda estou ouvindo vocês através da porta! – Tanya gritou. – E pelo amor de Deus, Edward, não tenta pular da janela que você vai se machucar. Bella, você já está vestida?

- Ah meu Deus! Que vergonha! – Bella disse colocando as mãos no rosto que estava da cor de um tomate.

Ela abriu o armário e pegou um vestido, rapidamente o colocando.

- Pode entrar, Tanya! – falou.

- Posso saber o que estava se passando aqui? – ela questionou após abrir a porta e olhar para nós dois com reprovação.

- Eu estava ajudando Bella a... se vestir.

- Claro, foi exatamente isso que pareceu. Como que você entrou aqui sem eu saber?

- Eu menti pro segurança lá embaixo, ok? Eu estava com saudades da minha Carrapata.

- Ela é minha Carrapata agora.

- Eu vou fingir que não escutei você falar isso.

- Ei! Dá pra gente fingir que isso não aconteceu? – Bella gritou. – Edward já estava de saída, Tanya.

- Ok, eu já vou. – falei – A gente se fala...minha Carrapata. Tchau, Tanya.

- Vai logo, antes que eu chame a polícia. – disse, mas podia ver que ela estava brincando.

Eu saí do quarto, mas ainda fiquei atento ao que as duas falavam, caminhando bem devagar.

- Eu adoro o quão irritado ele fica quando eu falo que você é minha carrapata. – Tanya falou rindo.

- Eu sei, toda vez que vocês se veem fazem isso.

- É muito divertido, não consigo evitar. Alias, nada com o assunto ,mas... você tem belos seios.

- Argh. – ela gemeu irritada.

Não me controlei e dei uma risada. Ela provavelmente ia me ligar mais tarde pra me xingar e dizer que eu tinha, mais uma vez, feito ela ficar mortificada. Eu nem me importava. Valeu a pena.

New Life Outtake – Não deve dar tanto trabalho...né?

Eu estava de folga, não tinha nenhum show para fazer nos próximos dois dias e, para melhorar a situação, minha Carrapata estava aqui em casa dormindo quietinha ao meu lado. Esse dia tinha tudo para ser uma tranquilidade só, mas quando Rosalie ligou para mim minutos depois de eu ter acordado, pedindo que cuidássemos urgentemente de Brighton enquanto eles agilizavam com a mudança, fiquei meio desconfiado que as coisas não iriam ser tão simples assim.

- Carrapata? – chamei tentando fazer com que ela acordasse.

- Que é? – questionou ainda com os olhos fechados. – Tô dormindo.

- Acorda, Rose vai trazer Brighton para cá...

- Agora?

- Daqui a pouco. Ela vai deixar a gente cuidando dele. – contei. Isso pareceu acordá-la um pouco.

- A gente vai ficar cuidando do filho dela? – minha namorada perguntou preocupada. – Da Rose? Edward, ela vai matar a gente se acontecer alguma coisa com essa criança.

- Para de ser pessimista. Não deve dar tanto trabalho...né?

Doce ilusão. 15 minutos depois de Rosalie deixar o menino aqui em casa (após me falar uma lista enorme de cuidados que eu deveria ter com o bebê e informar que caso eu não o olhasse direito, ela cortaria meu saco), ele começou a chorar sem parar, para meu desespero e da Carrapata.

- O que a gente faz? – Bella me perguntou quase chorando junto com Brighton. Coitada, ela achava que eu saberia alguma coisa?

- Sei lá. Chama a Zaza!

- A Zaza não está trabalhando hoje, Edward! Só tem nós dois.

- Rose vai cortar meu saco. – disse com total certeza.

- Será que ele vai cansar?

- Pelo jeito acho que não. Tenta amamentar ele.

- Edward... – falou olhando para mim como se eu tivesse duas cabeças.

- O que foi?

- Eu não tenho leite no peito!

- E dai? Ele vai ficar distraído por alguns segundos tentando ver se tem leite ou não.

- Não vou fazer uma coisa dessas com ele, Cachorro.

- Ok, então mostra seus peitos pra mim. Se não funciona com ele, funciona comigo. Certamente ficarei mais calmo. – sugeri e ela rolou os olhos. Não custava nada tentar, não é mesmo?

- Esquenta o leite que Rose trouxe enquanto eu tento distrai-lo. – ela disse tirando o menino do bebê conforto e o pegando no colo.

Eu desci o mais rápido possível e esquentei o leite que Rose tinha entregado junto com milhões de coisas de Brighton. Parecia até que o moleque ia passar uma semana aqui em casa.

Quando subi para o quarto, ele ainda continuava aos prantos.

- Toma. – falei entregando a mamadeira para Bella.

- Tem que ver se tá numa temperatura boa antes, vê se está bom. Não posso fazer isso com ele no colo.

Eu coloquei um pouco do leite na mão e em seguida provei.

- Era só pra colocar na mão pra ver se a temperatura estava boa...

- Acho que tá estragado. Não tem gosto de leite normal.

- Por que é leite do peito! – Bella falou e eu senti meu estômago revirar. Acho que vou vomitar. – Cachorro?

- Preciso sentar. Estou me sentindo tonto.

- Para de frescura, Edward.

- Eu acabei de beber leite do peito de Rosalie e você quer que eu fique calmo?

- Você também bebeu leite do peito da sua mãe quando era bebê! O leite tá morninho? Me dá logo isso. – ela disse puxando a mamadeira da minha mão. Eu ainda queria vomitar.

Bella sentou-se na cama com o menino em seu colo e colocou o bico da mamadeira entre os lábios da criança, finalmente fazendo com que ele se silenciasse. Como é que ele conseguia beber essa coisa nojenta? Meu estômago ainda estava revirado.

- Está mais calmo? – Bella perguntou.

- Um pouco. – respondi sentando-me ao lado dela e observando o bebê mamar tranquilamente. – Agora ele está até bonitinho.

- Ele é lindo! – Bella disse passando a mão pelo pouco cabelo que o menino tinha. – Quer coloca-lo para arrotar?

- Não sei. É só pegar no colo e dar um tapinha nas costas, né?

- Sim, não é difícil.

Com a ajuda de minha Carrapata, peguei o bebê no colo e o ajeitei perto de meu ombro. Dei uns tapinhas leves em suas costas e de repente...algo quente começou a molhar minha blusa.

- Oops... – minha namorada disse tentando conter a risada. – Acho que ele golfou.

- Tenho certeza que Rose e Emmett conversaram com esse moleque antes de trazer ele aqui para casa. – murmurei.

- Me dá ele e vai trocar de blusa. – ela disse tirando o bebê do meu colo.

- Ok. Carrapata?

- O quê?

- Estou começando a concordar com esse seu plano de bebê só daqui uns 9 anos.

Epílogo Outtake – Família

Silêncio. Isso era raro hoje em dia.

Josh estava quietinho em seu berço e num sono profundo após uma noite agitada. Já Amy estava deitada em minha cama, entre minha Carrapata e eu. Desde que Josh nascera, Amy pedia para dormir conosco em nosso quarto e as vezes era um pouco difícil de negar – principalmente quando ela vinha me pedir com seus enormes olhos azuis cheios de lágrimas.

Minha esposa dormia calma, mas eu sabia que era apenas necessário Josh fazer um barulhinho para que ela levantasse alerta, toda protetora com nosso pequenino.

Era como se muita coisa tivesse mudado, mas permanecido o mesmo. Com o nascimento das crianças eu notei que além de ter talento para a música e para ser um bom marido – desculpa a falta de modéstia, mas é verdade - , também possuía o dom para ser pai. Poderia não ser o melhor do mundo, já que muitas vezes a vida ficava um pouco conturbada por conta de meu trabalho, mas certamente eu dava o meu melhor para os dois.

Mês passado, quando Josh estava perto de nascer, tomei a decisão de ficar parado profissionalmente por um tempo. Minha carreira já estava mais do que estabelecida e o tempo para cuidar de minha família era necessário.

- Papai? – Amy sussurrou tocando meu braço.

- Que foi, meu amor?

- Dedera. – pediu.

Amy já estava crescendo rápido demais. Volta e meia ela me dizia que já era uma mocinha, mas toda manhã gostava que eu a desse mamadeira. Peguei o mingau que já estava preparado numa bolsa térmica e levei até os lábios de minha criança. Ela mamava com calma e segurando minha mão. Eu sabia que ela era capaz de segurar sozinha, mas como o bobo que era, queria participar de cada segundo que me fosse permito.

Uma pena que a infância não pode durar para sempre. Já imagino a quantidade de cabelos brancos que essa espertinha vai fazer com que eu ganhe.

- Edward...- Bella murmurou, mas quando a olhei, vi que seus olhos ainda estavam fechados. – Josh... fez cocô...vai limpar sim. Vai...sem sexo...sua mãe me ensinou...limpa. Limpa.

Não tenho 100% de certeza, mas acho que ela estava sonhando que eu tinha que limpar o cocô de nosso filho. Até parece que nesse tempo todo eu não tinha ajudado algumas vezes.

- O que mamãe tá falando?

- Sei lá. Sua mãe é maluca.

- Maluca num é titia Alice?

- Titia Alice é pior.

- Hmm...

- Quer descer e brincar? Vamos deixar a mamãe e seu irmãozinho dormirem.

- A gente pode brincar de cabana? E esconde-esconde?

- Claro, bebê.

- Não sou mais bebê. Bebê é o Josh.

- Ok, Carrapatinha. Vamos lá, mocinha.

Falando assim, ela se levantou pegando minha mão. Fechei a porta do quarto com cuidado, ainda observando minha Carrapata e meu menino. Minha família.


N/A: Está aí, pessoal. Quem não leu, pode aproveitar.

Esses extras as vezes me deram mais trabalho que o capítulo em si, mas admito que tem uns que eu adoro (tipo o 2, 7, 9, 17, 21, 23...ok parei hahaha, ai mas eu adoro o ultimo também). Se alguém quiser comentar, adoraria saber qual é o que vocês mais gostam.

Amanhã postarei aqui um outtake chamado "A Despedida de Solteira". Semana passada soltei um teaser no twitter, então teve um pessoal que já viu mais ou menos o que vai rolar rs.

Beijos e...ATÉ SEXTA!