Título: Ai, Moony
Autora:Magalud
Par: Remus/Sirius; Sirius/Moony
Censura: NC-21
Desafios: Escrito para o OpenFest de Dia dos Namorados 2012.
Temas: Sexo animal, fera ferida, consolo rosa bebê, você é a porca do meu parafuso, Voldemort voltou, taras e manias, cicatriz, sussurros, rotina, mágoa
Palavras: 5.060, aproximadamente, segundo o Word
Alertas: Sem querer dar muito spoiler, bestialismo.
Beta: Cris
Disclaimer: The characters contained herein are not mine. No money is being made from this fiction, which is presented for entertainment purposes only.
Ai, Moony
Ou
Como Sirius Black se esforçou para tentar convencer Remus Lupin a deixá-lo ser a cadelinha de Moony
Ninguém sabia. Era o seu maior segredo. Bom, talvez Dumbledore soubesse, mas ele não contava porque ele sabia de tudo, pensou Sirius Black, tentando loucamente cair no sono. Como cantiga de ninar, o animago perseguido ouvia as ritimadas e tranquilas batidas de coração de seu amante, Remus Lupin.
Naquelas horas tranquilas em Grimmauld Place, em que seu corpo abusado tentava se recuperar de mais uma rodada de sexo animal, Sirius bolava um meio de convencer Remus a concordar com seu desejo – que já estava virando fetiche.
Sirius queria ser dominado por Moony.
Se fosse mulher, Sirius estaria todo molhadinho só de imaginar a cena: ele de quatro, arreganhado, arrombado, possuído. Podia ouvir os gritos pedindo mais e pedindo misericórdia. Moony não ouviria (claro), bombeando sem dó, o macho alfa se impondo, fazendo dele sua presa, sua conquista, sua fêmea.
Sirius podia sentir a dor e o prazer misturados, sua abertura alargando-se além do que ele jamais supunha possível, os músculos indo ao limite, o sangue agindo ao mesmo tempo como lubrificante e evidência do extremo frenesi da cópula. Ele sentia o calor no baixo ventre, uma ereção começando, só de imaginar os pelos grossos e ásperos do lobisomem a queimar suas costas enquanto o penetrava repetidamente, as garras rasgando sua pele, o pirocão enorme partindo todo o seu corpo ao meio, de tão grande e grosso. Sirius já podia sentir até a garganta a queimar, a voz rouca de tanto gritar, o suor gotejando.
Nada, porém, se comparava ao prazer de estar totalmente dominado, incapaz de reagir, à mercê de uma fera que era seu namorado. O grande amor de sua vida era um vulcão de sexo, de força e de desejo, capaz de fazer dele uma cadelinha, quase um filhote derretido de tanto prazer e resumido a um mero brinquedinho de prazer.
Ai, Moony.
O problema era que Remus não queria Moony na cama com Sirius. Primeiro, porque Remus era passivo e dificilmente assumia as rédeas entre os lençóis. Com muito jeito, Sirius ainda conseguiu convencê-lo a deixar-se ser cavalgado. Então Sirius se sentou no colo do namorado e empalou-se com gosto, corcoveando como um peão em cima de um cavalo xucro, refastelando-se na ereção farta de Remus. Ele se excedeu tanto que saiu andando torto, o que levou Remus a resistir muito quando Sirius pediu de novo para sentir aquele pau gostoso no seu buraquinho.
Remus tinha razão, por um lado. Sem a poção Wolfsbane, ele realmente era um animal, e não reconheceria o namorado. Ele seria capaz de reagir mais ao instinto de matar do que ao de trepar. Esse era o medo de Remus, mas Sirius, viciado em adrenalina, considerava aquilo apenas um fator adicional de sex-appeal.
A princípio, o animago pensou que a solução fosse óbvia: tomando a poção Wolfsbane, Remus manteria sua mente e suas memórias, deixando, portanto, de ser um fator de risco. Com a poção, Sirius poderia desfrutar de sexo animal e selvagem de uma maneira quase segura, certo?
Errado.
Com a poção, Remus estava no comando do corpo de Moony, e continuava veementemente contrário à proposta de ser amante do animago enquanto estivesse na pele de lobisomem. Sirius tentou convencê-lo numa ocasião, oferecendo-se para o lobo com a bunda para cima e rebolando sem deixar qualquer dúvida sobre o que ele estava oferecendo.
O resultado foi desastroso: primeiro ele levou um tabefe de advertência, tão forte que rolou pelo quarto. Quando insistiu, aproximando-se para chupar o pau avermelhado da criatura, ela rugiu como fera ferida e partiu para cima dele. Sirius gelou, e o lobisomem pulou por cima dele, saindo da casa e sumindo até o fim do ciclo.
Eles discutiram muito depois do episódio. Foi uma briga épica. E sexo épico também, lembrou Sirius, com um risinho. Depois daquele episódio, Remus passou a ser ainda mais desconfiado durante as transformações, pronto a fugir a qualquer momento.
Continuaram a discutir, mas Remus passou a tentar convencer Sirius a desistir. Tudo começava com o "Você enlouqueceu?", "Quer fazer de mim um assassino?" até "Tenho medo de machucar você" e "Não sei o que faria se você ficasse ferido". Invariavelmente, havia sexo de reconciliação, pensou Sirius, agora totalmente ereto.
Ficou ainda mais inchado ao se lembrar que Remus passou a usar a tática de exauri-lo, na tentativa de deixá-lo ocupado demais para pensar nisso. Até um enfeitiçado consolo rosa bebê foi usado numa experiência de dupla penetração que deixou Sirius certo de que seu orifício anal jamais voltaria ao diâmetro original.
Infelizmente, porém, os esforços de Remus surtiram o efeito contrário: ao invés de sossegar o facho, Sirius só pensava naquilo. Afinal, se o namorado exibia sinais de ninfomania, como não deveria ser um lobisomem viciado em sexo, incapaz de ser satisfeito, exigindo meter mais e mais, incontrolável pelo buraco quente de Sirius? Nem a emergência de St. Mungus daria conta do estrago. Sirius, claro, estaria em coma e com um imenso sorriso nos lábios.
Ai, Moony.
Sirius já estava quase vazando só de imaginar.
Ficar imaginando aquelas coisas era altamente inconveniente. Não podia haver pior momento para aquilo. Dumbledore dissera que Voldemort estava de volta e tentara matar Harry. Seu afilhado perdera a proteção contra o monstro, e eles precisavam reunir a Ordem da Fênix.
Na verdade, Sirius andava às turras com Dumbledore. O velho acreditava que Voldemort estava atrás da profecia e iria usar Harry para obtê-la. O tolo Fudge, preocupado com seu carguinho, não acreditava na volta de Voldemort e tentava a todo custo desacreditar Harry e Dumbledore, plantando notícias falsas no "Profeta Diário". Era hora de recrutar aliados. As coisas se complicavam cada vez mais.
As taras e manias de Sirius, obcecado em ser empalado pela vara de Moony até sair andando torto, em nada ajudavam. Sirius, porém, estava com ideia fixa.
Mas Remus ainda não estava convencido, por mais que eles conversassem. O passo seguinte foi sugerir que Padfoot interagisse com Moony. Sirius foi peremptório: não podia ser Padfoot.
Ele se lembrou da cena, naquela mesma cama, numa noite de sexo frenético como aquela.
i
— Por que não pode ser Padfoot?
— Rem, não seria a mesma coisa. Padfoot é diferente.
— Padfoot não é você? Ou é tipo como Moony e eu?
— Não, eu sou Padfoot o tempo todo.
— Então qual é o problema?
— Não sei explicar. Mas não vai ser a mesma coisa se for com Padfoot.
— É que eu tenho certeza que Moony conhece Padfoot. Ele não se confundiria nem atacaria o cão.
— Moony não me conhece?
— Ele pode agir apenas por instinto. Siri, você não faz ideia como é quando ele está com raiva. — Remus abaixou a cabeça, envergonhado. — E ele sempre está com raiva.
Sirius abraçou Remus sem dizer nada.
— Padfoot acalma Moony — Remus abaixou a voz ainda mais. A mágoa era visível— Você sabe disso.
Com um sorriso triste, Sirius se limitou a se enroscar ainda mais em Remus. Se apenas ele pudesse tirar aquelas taras da cabeça, nem que fosse só para tranquilizar Remus...
/I
No meio da noite, Sirius pensava em todas essas coisas. Ele pensava, imaginava, fantasiava, maquinava. No final, o resultado era sempre o mesmo: lá vinha ela, a ereção completa, faminta por seu lobo insaciável.
Sirius evitou tocar uma bronha para acalmar o "pequeno Padfoot", mas esse parecia ser um cãozinho infatigável, sempre querendo brincar. Ele ainda estava indeciso se acordava o parceiro ou não, mas o "pequeno Padfoot" já estava ficando roxinho. Felizmente, Sirius não precisou tomar a decisão.
— Vai ainda demorar muito para começar a me molestar? — perguntou Remus, assustando o animago.
— Desculpe se acordei você.
— Era meio difícil não acordar, com você já se esfregando meu quadril.
Só então Sirius se deu conta de que estava se roçando, o "pequeno Padfoot" alegremente se esfregando no companheiro sem pensar no amanhã.
— Descul- aghn!
Foi interrompido com o susto que levou. Com incrível agilidade, Remus manobrou e se contorceu até abocanhar a fonte do incrível calor que o cutucava no quadril. Mostrando também senso de estratégia, ele se colocou em posição capaz de fazer Sirius cheirar, lamber e usar a língua para acariciar o "não tão pequeno Moony".
Sirius nem precisaria do incentivo, arreganhando-se todo para que Remus tivesse mais espaço ao mesmo tempo em que se ajeitava para tentar engolir o membro farto. Ele mal teve tempo de reconhecer o doce gosto e o "pequeno Padfoot" mandava mensagens de puro contentamento na boca talentosa de Remus.
Sem chance de conseguir organizar qualquer pensamento, Sirius só se resumia a sugar, sugar, sugar o máximo que podia, tentando acompanhar o ritmo de seus hormônios. Mas quando Remus, sem dó nem piedade, enfiou repentinamente o dedão em sua abertura, Sirius não largou o pirulito, mas urrou de prazer e o "pequeno Padfoot" jorrou litros de alegria. Ele nem percebeu o chupão impossível que deu no pau de Remus, fazendo o lobisomem despejar-se todo em sua boca. Foi leitinho para tudo quanto era lado.
Demorou uns minutos até os dois deixarem a posição de yin e yan, o clássico 69, e voltarem a se abraçar, ainda arfando.
— Bom... — disse Sirius, lutando para recobrar o fôlego. — Já engolimos tudo... Aí nem precisamos nos limpar...
Remus riu-se, também tentando recuperar o fôlego. Ajeitou Sirius para perto de si.
— Doido...
— Amo você demais, sabia? — sussurrou o animago, em seu ouvido. — Você é a porca do meu parafuso.
— Parafuso solto, você quer dizer.
Foi a vez de Sirius rir alto, embolando-se mais para dar um beijo longo e preguiçoso. Depois os dois ficaram agarradinhos, num silencioso momento pós-coital entre o sono e a plenitude.
A voz baixa de Sirius quebrou o silêncio do momento.
— Às vezes eu acho que não mereço você.
Remus se espantou:
— Que absurdo. Por que está dizendo isso?
— Eu sou tão... Eu deveria... — Desistiu de falar. — Ah, deixa pra lá.
Houve uma pausa. Remus lembrou.
— É lua cheia amanhã.
— Eu sei. Quer correr por St. James's Park de novo? Quem sabe saímos mais uma vez nos tabloides? Você ficou um borrão tão lindo no jornal...
— Quero que você fique com Moony.
— Como assim? Sempre fazemos isso: Padfoot e Moony, lembra?
— Não, eu falo de Sirius e Moony.
Sirius o encarou, tentando esconder o espanto e também conferir se era apenas uma brincadeira. Remus o encarou de volta, sinceridade dançando nos olhos castanhos. Apesar de saber a resposta, Sirius indagou:
— Tem certeza? Se você não se sente à vontade...
— É claro que não me sinto à vontade — respondeu. — Você sabe como eu me sinto, como é arriscado.
— Então fica tudo como antes e não se fala mais nisso. Não faça nada que não queira.
— Eu quero fazer isso.
— Mas se você está desconfortável, Remus, eu não quero que se obrigue a fazer uma coisa só porque eu pedi – mesmo que eu ache isso incrivelmente romântico.
Ele olhou para Sirius, sério, e garantiu:
— Eu realmente quero fazer isso. Mas não é por você.
— Então perdeu o medo de me machucar?
— Ao contrário: o medo é cada vez maior.
Sirius perdeu a paciência:
— Remus, pode se explicar agora mesmo. Estou te enchendo o saco há horas e você não queria nem ouvir falar do assunto. Agora me vem com essa. Por que você mudou de ideia?
— Eu não mudei de ideia. Ainda acho que essa sua tara é uma ideia perigosa e totalmente irresponsável - um de meus piores medos. — Ele teve que interromper Sirius, já pronto a protestar de novo. — Mas eu pensei no caso e percebi que a decisão não é minha. Nenhum de nós perguntou a Moony.
— Perguntar a Moony — repetiu Sirius. — Você diz, sem tomar o Wolfsbane?
— Claro que não. Não tomar a poção é completamente insano. Mas eu quero tentar. Ao menos uma vez. Assim está bom para você?
Sirius se jogou para o lado e apertou o namorado entre seus braços entusiasticamente, sem disfarçar a euforia:
— Bom? Está ótimo! Obrigado, Rem! — Começou a cobri-lo de beijos e lambidas. — Obrigado! Você é o melhor namorado do mundo! E é muito gostoso também! — Acariciou-o por baixo do lençol, insinuando a mão. — Hum, vamos comemorar?
— Siri, você está me molestando de novo.
Era verdade: Sirius estava mais uma vez se esfregando em Remus. Desta vez, a diferença era que ele também estava estimulando o parceiro com as mãos.
— É uma reclamação? Porque eu posso parar e continuar sozinho. Você pode só olhar.
Remus sorriu:
— Tentador, mas não. Não tem ninguém reclamando.
Com outro sorriso, Sirius continuou massageando a semiereção de Remus, com um beijo pra lá de safado. Quando sentiu o membro mais firme, deu um apertão carinhoso e partiu para massagear a bunda que tanto amava.
Remus suspirou alto, e Sirius então o virou de bruços. Pensou em prepará-lo e lubrificá-lo, mas mudou de ideia ao ver seu namorado deitado, as pernas afastadas, a bundinha empinada, olhando para ele por cima dos ombros com olhinhos que pareciam implorar "me come, meu bem".
Mensagem recebida.
Sirius cobriu-o com seu corpo, beijando a nuca e os ombros, esfregando sua ereção nos glúteos trêmulos de desejo. Acariciando-o de maneira possessiva, afastou as bochechas bem-formadas do traseirinho cobiçado e pôs-se a lamber e mordiscar toda a área perto da aberturinha.
Sons de língua e chupões se misturaram aos gemidos altos de Remus no quarto escuro de Grimmauld Place. O lobisomem começou a corcovear de desejo quando Sirius afundou a língua em seu buraquinho e a temperatura no quarto elevou-se em pelo menos cinco graus.
Sem poder esperar mais, Sirius pegou o vidro com lubrificante, lambuzou-se de qualquer jeito e enfiou o dedo para limpar o resto no buraco quente de Remus, que piscava impacientemente, implorando para ser preenchido. Foi o que Sirius fez sem titubear, afundando-se saborosamente na delícia que era Remus. Hum, gostoso e apertadinho na medida certa, pensou Sirius.
E ele desfrutou de seu lobisomem, perdido nas sensações do amor que faziam.
Enquanto se deliciava com as estocadas do animago, Remus usou os últimos vestígios de raciocínio lógico para parabenizar-se.
Quem sabe essa rapidinha diminuísse a ansiedade de Sirius até a lua sair?
Se Remus estivesse pensando direito, teria visto que seu desejo era um pouco otimista demais.
