Notas/Avisos: Eu não possuo os personagens de Avatar etc e tal.
A imagem de capa pertence a minari-hanul / deviantart ( art/Holding-hands-301189346).

Historia postada tambem no Animespirit ( .br/fanfics/historia/498947) e no Nyah! Fanfiction ( .br/historia/313292/)

É apenas uma oneshoot, então não esperem muito.

O quarto do casal real estava frio apesar de suas decorações vermelhas. Aqui e ali, velas estavam acessas. Viam-se um senhor e senhora, ele deitado na cama e ela em uma cadeira ao lado, ambos vestidos em tons de vermelho.
- Toph? - falou o senhor moribundo
- Sim princesa. - respondeu a mulher, cansada assim como acusavam as marcas de idade em seu rosto.
- Como é ser cega? – ele perguntou em seu ultimo suspiro de curiosidade.
- Você já me perguntou isso tantas vezes... eu não sou cega, apenas vejo de uma forma diferente, sou regida por um astro diferente.
- E se o meu sol se apagasse? - ele disse, sabendo que de qualquer forma ela iria entender o que ele quis dizer.
- Quando o sol se apagar, - começou ela - Eu vou estar lá para lhe mostrar minha luz, - ele sorriu, admirando o rosto de sua esposa enquanto ela falava . - E minha voz será o seu único guia. - a voz dela era doce e suave, mesmo no momento em que estavam.
- Como vão as coisas? - ele se esforçava ao falar, como se cada palavra fosse um novo obstáculo em sua vida.
- Indo - ela respondeu simplesmente. - Ursa esta com a criança, e Lin esta vindo de navio. Deve chegar apenas daqui a alguns minutos.
- E você? - As palavras dele saiam cada vez mais fracas.
- Eu estou bem enquanto você estiver bem. - falou ela, irônica. Ambos sorriram. - Eu te amo. - ela completou passando a mão no rosto de seu marido.
- Eu te amo, tam... - A voz de Zuko sumiu totalmente, enquanto apenas uma lagrima corria pelo rosto de sua Senhora do Fogo Toph.
Ela se levantou, limpou os cantos de seus olhos cegos e foi em direção a porta. Disse ao servo que a esperava que chamasse Ursa, e que ela saberia o que fazer. Andou pelos corredores do palácio em direção a saída. Em alguns pontos não apenas os ruídos de seus sapatos assombravam os corredores.
- Vovó! - uma pequena voz gritou - Para onde você esta indo?
- Vou esperar, Tio Junior... - foi a única coisa que saiu de sua boca. O menino se agarrou em sua perna.
- Esperar pelo que? - perguntou o menino mais uma vez.
- Esperar aquela que todos encontramos apenas uma vez - ela respondeu com um sorriso triste, enquanto soltava o neto de sua perna e continuava sua caminhada sem rumo através dos corredores. E depois, através da cidade, até que chegasse na praia próxima ao porto. Esperar pela sua pequena Lin.

O navio poderia ter demorado horas, ou dias, ela não saberia responder. Lin esperava que sua mãe não tomasse nenhuma atitude impensada, enquanto Ursa corria pela cidade procurando por ela. Ambas sabiam o que Toph estava prestes a fazer.
A senhora tirou os sapatos. Sim, depois de tantos anos os sapatos não eram mais empecilhos para sua visão. Uma de suas filhas chegava a poucos metros do porto enquanto a outra já podia avistar as pessoas circulando pela costa da nação do fogo. Ambas esperavam.

A mulher começou a caminhar em direção a água, as ondas apenas cobriam seus pés e joelhos quando ela pode ouvir aquela voz novamente.
- Mãe!- Ursa gritava - Mãe, não! Por favor, não! Mãe!
Tarde demais. Ela podia ouvir aquelas vozes novamente, suas vozes. De seus amigos e seu amado lhe dando as boas vindas ao mundo espiritual (paz).
Afinal, em que lugar o sol se apaga, se não nas profundezas do oceano? Quando o sol se apaga, outras luzes se ascendem (fogo).

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