Notas iniciais:

Poderá ter (terá) linguagem imprópria nessa desgraça; e não garanto seu riso. Atenção: Recomendado apenas para maiores de 18 anos (vaza, de menor).


Perdi Minha Virgindade!

por Mra Ichinose e Koorime Hyuuga

I – Recepcionado

Dois anos depois da IV Guerra Ninja

Retornar era sempre difícil.

O virgem Uchiha Sasuke cruzou os portões de Konoha com uma calma indiferente, premiada com sua careta de desgosto que não se desfez nem por um maldito segundo. Odiava estar ali e só veio para que a Hokage não inventasse de mandar sete anbus (ou o barulhento Naruto, o que é o pior) atrás dele para buscar os relatórios anuais, um acordo que fez com a administração de Konoha em troca de sua liberdade.

O fato é que Sasuke era um tipo de ninja especial da Folha. Quando o fim da guerra chegou regado a sangue e desespero, ele recusou-se a continuar na vila. Tampouco poderia ser considerado um renegado (havia sido essencial para os rumos da batalha e salvado um monte de gente inútil), sendo apenas por isso que Tsunade havia determinado que o Uchiha era um shinobi de missões longas, permitido a vagar entre outras vilas e cumprir tarefas onde era necessário, em suas próprias palavras.

O Uchiha, é claro, não aceitou bem a ideia de início, não queria nenhuma droga de vínculo com Konoha. Mas, então, sob influência velada de Suigetsu, pensou nos benefícios que poderia ter com isso: remuneração, gastos de viagem cobertos pela vila, um lugar para onde voltar (não que essa parte fizesse alguma diferença para ele), nada de perseguição, esconderijos e o cacete a quatro. Ele era livre – super livre – da melhor forma que um ex-nukenin pode ser.

O único agravante disso tudo era sua permanência obrigatória na vila enquanto sua nova missão era organizada e a entrega de relatórios. A variante de dias ficava entre quatro ou sete, recheados de Naruto e Sakura e, principalmente, de suas tolices combinadas. Para o inferno os dois! Eles simplesmente não entendiam que Sasuke gostaria de hibernar pelo tempo em que ficava na Folha, absolutamente sem ver ninguém, mantendo sua primeira colocação como o maior virgem antissocial de todos os tempos – não que ele saiba da existência deste ranking.

Mas o time sete, cuja falta de vergonha na cara não tinha tamanho exato, fazia questão de esperá-lo nos portões, uma vez que quase sempre um vigia o avistava. Ainda levavam um Anbu com anemia a tiracolo, boatos que: este ser randômico estava ali para substituí-lo desde sua saída de Konoha e que era tão virgem quanto o próprio Sasuke (o que é um absurdo, ninguém pode ser mais tapado que o vingador, sexualmente falando).

– Teme! – o conhecido loiro exclamou, laranjamente feliz.

– Naruto – devolveu, de hábito.

O mesmo cumprimento sucedeu com Sakura – porque é assim que Uchiha Sasuke cumprimenta as pessoas: dizendo o nome delas, como se dizer "oi" fosse torná-lo amigável, coisa que ele definitivamente não é, porque embora ele seja virgem (e virgens tenham certa tendência a serem amigáveis para conseguirem sexo), o moreno não é esse tipo de donzelo, afinal, ele nem está interessando em acasalamento.

O que isso o torna, então? Alguém do tipo fechado, todos sabem, em todos os sentidos, o que também é senso comum. Seu sagrado – e inutilizado – órgão reprodutor Uchiha jaz muito bem guardado e mole dentro da cueca, um desperdício tão grande que faz qualquer mulher num raio de setenta e sete quilômetros desejar romper o hímen peniano de Sasuke.

Mas. Ele. Não. Cede.

Por quê?

Porque ele não vai desperdiçar nem um mililitro de esperma que tem, pois seu único objetivo é encontrar um óvulo – que será fecundado com sucesso e se tornará quadrigêmeos, já para restaurar o clã com abundância – e não fará isso com qualquer louca desvairada que só quer seu corpo nu.

Olhando para o anbu e dispensando a educação que a graciosíssima Mikoto lhe deu, Sasuke ignorou deliberadamente Sai, que apenas lhe enviou um de seus sorrisos estúpidos: a única coisa que ele sabe fazer e que irrita o mais impenetrável dos homens – Sasuke está incluso, porque ele é realmente o mais impenetrável dos homens.

– Para onde você está indo? – Naruto perguntou, vendo Sasuke passar por eles como se fossem moscas indignas de sua atenção.

– Hokage – respondeu sete passos a frente.

•••

Após subir os últimos sete degraus de uma caminhada que durou sete minutos, Sasuke precisou bater à porta da Hokage sete vezes para ser atendido por ela, além de ter sido seguido pelo Time Sete, sentados no sétimo banco, esperando-o. Ah, sete... Puta desgraça da minha vida. Número da sorte o caramba! Uchiha "virgem" Sasuke odiava tal número do capeta que o perseguia como a sétima filha encalhada, fruto do sétimo casamento do pai, perseguiria um noivo.

Recostou-se na parede da sala da Godaime, mal humorado, recitando os detalhes de sua missão enquanto entregava informações valiosas para a vila. Fazia sete meses desde que ele não pisava naquela sala e – isso não vai te surpreender – ele não sentia um pingo de falta.

Consolava-se imaginando que tortura seria quando o usuratonkachi enfim se tornasse o Hokage dessa zona que ele chama de vila. Todos os shinobis seriam obrigados a usar laranja e ter rámen como refeição principal. "Dattebayo!" seria o lema de guerra e cada pivete filho da puta existente diria que seu sonho é ser hokage e o ninja número um da Folha. Sasuke estava quase pensando em implorar que Madara e Kaguya retornassem e destruíssem essa porra toda.

Seu irmão não morreu – duas vezes – por essa viadagem, aliás.

Foi até por isso que, sutilmente, Sasuke chegou a um momento de insanidade em que ambicionou ser kage, só para tornar o posto mais de macho. A que ponto eu cheguei? Ele devia estar fodidamente louco naquele momento. Bom, ao menos sabemos que virgens possuem algumas tendências para o improvável e o estúpido (teoria que também explica a anomalia sexual de Naruto – que, se depender da disposição a não-desmaios de Hinata, morrerá sem utilizar seu pequeno pinto para outra coisa senão mijar e acariciar em noites de consolo).

– Se isso é tudo, Sasuke, você está dispensando. Mandarei um ninja a sua procura quando organizarmos sua próxima missão – disse-lhe a mulher avantajada ao ouvir o fim de seus relatos, bebendo mais um gole de seu saquê.

Vaca alcoólatra.

Como ela esperava administrar bem uma vila inteira bebendo em serviço? Das outras vezes que Sasuke esteve na vila, Tsunade havia pelo menos escondido a garrafa e chupado uma balinha para disfarçar o hálito – ato estupidamente inútil, já que o Uchiha sempre percebia –, mas agora nem isso ela fazia. Falta de respeito.

Com um resmungo, o vingador deu de ombros, saindo da sala da Godaime e encontrando o maldito Time Sete ainda lhe esperando. Sério, ele apenas gostaria de não ser notado e, assim, ir para a Pousada Kunai, onde costumava se hospedar enquanto permanecia nessa vila de merda, cuja "folha", que deu origem ao nome, não serve nem pra limpar a bunda.

Naruto olhou para Sasuke com seus olhinhos cerúleos e pedintes. Sakura estava ao seu lado dando um sorrisinho murcho, mas igualmente esfomeado. E Sai, ah, porra, o Sai não conta exatamente, no entanto, como os outros, ele ainda esperava algo do Uchiha – porque todo mundo tem a miserável ideia de querer algo dele o tempo todo, mesmo sabendo que nada poderá ser oferecido.

– Topa o Ichiraku, teme?

– Não – Sasuke respondeu-lhe, indicando a mochila pesada em suas costas. – Vou descansar.

– Mas você deveria comer um pouco, Sasuke-kun – Sakura aconselhou. O Uchiha se virou e a viu cruzando os braços cobertos. Ele olhou para eles inconscientemente, sabia que ela ainda carregava as quase imperceptíveis cicatrizes das queimaduras do dia em que o salvou da dimensão de Kaguya. Grunhiu baixinho ao pensar em Sakura e sua tendência de fazer coisas estupidamente corajosas e até que úteis.

– Depois eu faço .

– Não me faça ir buscá-lo! – a Haruno avisou, quase no mesmo tom autoritário com o qual se dirigia a Naruto. Sasuke escarneceu. Com quem aquela criatura perversa e rosa pensa que está falando?

Mas ele deu de ombros, voltando-se para seu caminho. Talvez desse uma passadinha rápida no Ichiraku mais tarde, apenas para evitar que quaisquer uns desses parasitas que o chamam de amigo resolvessem ir até a pousada incomodá-lo com esses reencontros infantis e, na maior parte do tempo, tediosos.

•••

Depois de dormir por sete horas, Sasuke finalmente chegou à frente do Ichikaru, no entanto, o local encontrava-se com todas as luzes apagadas e com Naruto, Sakura e Sai moribundos ao lado de fora. Havia uma aura tão triste nos dois primeiros que parecia até que o senhor Teuchi havia morrido e o restaurante fechado suas portas para sempre.

– Sasuke-kun! – Sakura, ao erguer a cabeça, lhe avistou. Mas, ao contrário de Naruto, ela só parecia infeliz pelo seu atraso, não pelo lugar estar fechado.

Cauteloso, o shinobi chegou perto mais um bocadinho, desejando não tê-lo feito. Naruto olhou para ele, triste.

– Ah, teme, algo terrível aconteceu! – o Uzumaki dramatizou erguendo os braços e ficando de pé. – O tio viajou com a filha e nos deixou à míngua! Não quero viver num mundo sem rámen.

– Está escrito no papel que ele volta amanhã – Sai decidiu dizer, apontando para o aviso na viga da entrada.

O Uchiha revirou os olhos, expressou sua melhor cara de desprezo como quem não dá a mínima – porque ele não dá – e virou as costas para o Time Sete que agonizava diante das portas fechadas do restaurante. Sakura, percebendo o afastamento do vingador, colocou Naruto de pé e falou mais alto do que o necessário:

– Vamos, Naruto, o Ichiraku não é o único lugar do planeta onde podemos nos reunir, pense num lugar calmo, já que o Sasuke-kun não gosta de gente – ela dizia, apontando para as costas de Sasuke sugestivamente, tal rapaz ia embora como se tivesse o direito de fazê-lo (obviamente ele tinha, mas isso não quer dizer que seus colegas veriam sua partida nada educada com bons olhos).

O Uzumaki, reagindo tão rápido (ato que provavelmente faria com que os convencidos de sua inexistência cerebral refizessem seus cálculos), logo olhou cúmplice para Sakura e deu um sorrisinho malicioso de quem entendeu o recado. Recuperou-se de sua depressão pelo Ichiraku e correu até Sasuke, travando-o com força além da necessária pelo pescoço, virando-se para Sakura e Sai.

O Uchiha, com uma expressão azeda, tentou se soltar. Em vão.

– Já que o infortúnio no Ichiraku aconteceu, eu, um ninja preparado para tudo e futuro hokage da vila, convido-os para uma reunião na minha humilde casa. – o futuro kage alargou o sorriso. – Sasuke já topou ir!

O vingador olhou surpreso e um pouco pálido para Naruto, que o arrastava acompanhado dos outros dois insetos. Ele pensou, por todas as kunais, que poderia refugiar-se em seu quartinho da pousada e esquecer que o mundo existe. Tolinho. Ao que parece, seu dia azarado só estava para começar. Com certeza, estava.

Naruto suspirou, contente. Não se poderia dizer o mesmo do virginal Sasuke, é claro. Mais infeliz que isso é impossível.

– Finalmente aquela caixa de bebidas que a obaa-chan me deu terá algum uso descente. 'Tebayo!

Sakura emitiu um som parecido com um grunhido de reprovação.

– E eu posso saber por que a shishou te deu álcool, Naruto? Que eu lembre, ela tinha senso de responsabilidade.

– Ela estava bêbada quando me deu, Sakura-chan – o Uzumaki deu de ombros, sem soltar Sasuke, que sabia que acordaria com torcicolo de tantos puxões e peso que estava suportando. Pensar nisso o fez perder a paciência. Bastou um safanão em Naruto para que ele ficasse finalmente livre das futuras dores.

O Uzumaki fingiu não se importar muito.

Naturalmente – e virgem como é –, Sasuke odeia contato físico, mas ao mesmo tempo anseia por ele. O que não quer dizer – em absoluto – que ele deseje contato masculino. O que ele quer é mulher – das que provocam sonhos molhados, tão virgem quanto ele, se possível, para não passar vergonha (ah, ela precisa ser mortalmente poderosa, porque são os genes que interessam! Ele não quer filho burro e fraco, a vila terá que se contentar com as espécimes que sairão de Naruto).

– Vamos nos acabar de beber hoje! – Naruto exclamou, saltando para o pescoço de Sakura e indo passos mais a frente. Ela nem reclamou como faria anos antes. Usuratonkashi.

A Haruno estava usando um desavergonhadíssimo short jeans, mais curto que o pinto do Naruto, e uma blusa creme normal. Ela só podia estar pedindo, com grandes luzes e um cartaz, para que todo virgem num raio de sete quilômetros olhasse para a redonda, empinada e lindíssima bunda dela. Sasuke, homem como qualquer um, inexplicavelmente donzelo e com bilhões de hormônios masculinos acumulados (o que explica seus olhos terem se mexido magicamente para aquela direção), não deixaria de reparar também, claro.

Infelizmente, ele não estava solitário em sua ode ao bumbum.

– Você está olhando para a bunda da feia. – Sai apontou.

O vingador virou-se para o ex-root como se ele fosse uma larva branca gordinha e inquieta no seu último tomate: descartável e repugnante. Puta merda, que garoto estranho.

– Pelos meus estudos, – Sai continuou seu discurso, feliz por empregar um diálogo empolgante com Uchiha Sasuke, porque se você consegue conversar com o moreno, ainda que ele não responda, sinta-se o ser humano mais sociável do planeta – eu posso dizer que isso é um claro sinal de que você deseja acasalar com aquela fêmea.

– Que... porra...?

– As duas maricas aí atrás podem apertar o passo? – Naruto chamou-os. O Uchiha azedou seu olhar um pouco mais, sem humor e irritado. – Já chegamos.

Assim, diante do seu pior pesadelo possível, ruminando possibilidades de matar Sai de modo silencioso, mas cruel, Sasuke viu-se subindo as escadas que davam acesso ao cubículo fedido onde Naruto habitava.

Oh, inferno, ainda era tarde demais para fugir?

Era.

Próximo: II – Embebedado


Oi. Antes que briguem, essa história já tem muitos capítulos escritos e é bem antiga. Ela está sendo escrita desde o ano passado com a tia Koorime Hyuuga e nós esperamos que vocês gostem. Por conta disso, ela não segue a ordem cronológica do mangá.