Naruto não me pertence, mas não me importo. Digo e repito: eu só tenho olhos para Uchiha Madara.


-

Amparo

-

Cerrando os punhos, golpeou a parede com brutalidade.

'Merda' praguejou mentalmente.

-

Ele caminhava. Apressado. Vazias, frias e úmidas, as ruas da cidade o confortavam naquela fatídica tarde de outono.

Teimosa, uma lágrima escorreu-lhe pelo lado esquerdo da face. Secou-a rapidamente.

'Queria que estas mesmas lágrimas me levassem pra longe daqui... ' pensava o loiro enquanto colocava as mãos nos bolsos. Acelerou a caminhada. 'As pessoas podem mesmo... mudar? É um erro meu pensar que algum dia eu possa fazê-lo mudar, Sai... '

Por ser hiperativo, parecia não se importar; contudo, a frieza do namorado por vezes o machucava. Todavia, ainda carregava esperanças de que esse temperamento mudasse. Porém, tudo aquilo começava a deixá-lo cansado.

-

Jogado no sofá, segurava a cabeça com ambas as mãos. Pensativo. Sentia-se derrotado. Fraco. Não pensava ser tão difícil uma vida a dois. Não pensava ser tão difícil tornar-se mais humano.

Seria falta de vontade sua, ou falta de compreensão de Naruto?

Abalando os ares, um violento trovão despertou-o de seus devaneios.

"Naruto..." exclamou.

-

"E como se ainda fosse pouco, agora vem chuva..." resmungava Naruto ao sentir-se molhar pela água da chuva – que começava a se intensificar. "Não vou voltar para casa..." disse ele, sisudo.

"Vai sim." disse Sai, autoritário, amparando-os sob um guarda-chuva.

Espantado com a atitude de Sai, o loiro arregalou os olhos.

"Precisamos conversar" continuou o moreno.

"Mais? Achei que já tivéssemos conversado o bastante. Não serão nossas conversas que surtirão efeito. Mas a sua vontade de mudar..."

Fez-se um breve silêncio. Sai tornou a falar.

"Você acha que se constrói uma história de evolução do dia para a noite, Naruto-kun?" perguntou ele, com um pequeno sorriso no rosto.

Ele tinha razão. O loiro sabia disso. Só então percebera a nuvem de egoísmo que lhe ofuscara as vistas. Envergonhado, Naruto exibiu um pequeno sorriso de derrota.

"Desculpe..." sussurrou o loiro, abraçando o namorado fortemente.

"Tudo bem..." Em resposta, Sai apenas deixou-se abraçar e pousou uma das mãos nas fartas madeixas loiras de Naruto.

Voltaram para casa caminhando abraçados. Aquela era apenas mais uma de tantas brigas vividas, e menos uma de tantas outras que provavelmente viriam. Todavia, a garantia da reconciliação não seria sempre um guarda-chuva. Contudo, a afeição e a proteção que um tinha sobre o outro, agia assim como um guarda-chuva. A afeição recíproca lhes servia de socorro, amparo em horas como aquela.

-


N/A: ¹ Minha primeira fic de yaoi; clichezona, eu sei. Então se estiver realmente muito ruim, dêem um desconto.-. ;

N/A²: REPOSTANDO!