Fios da desilusão
ShiryuForever94 e Akane Mitsuko AST
(ShiryuMitsuko)
Gênero: Yaoi/Angst nada leve/Drama/Lemon.
Classificação: Não aconselhável para menores de 18 anos.
Casais: Radamanthys de Wyvern e Valentine de Harpia – Sylphid de Basilisco e Lune de Balron - Minos de Griffon e Ayacos de Garuda.
Localização temporal: Após a Saga de Hades.
Atenção: Fanfiction yaoi contendo relacionamento homoafetivo entre pessoas do sexo masculino. Esta estória é desaconselhável para menores de 18 anos. Todos os direitos de Saint Seiya, Cavaleiros do Zodíaco, pertencem a seu criador, Masami Kurumada. Esta estória não possui fins lucrativos e é vedada sua reprodução parcial ou integral em sites ou fóruns sem prévia autorização das autoras. A idéia de que Hades possui tesouros em ouro e jóias foi inicialmente vista por mim em argumentações da ficwriter Nana Pizzani e, concordando com o ponto de vista dela, utilizei tal entendimento na construção desta fanfiction.
Prólogo
Para compreender os fatos narrados
Radamanthys e Valentine são casados e têm um filho, Angel Harpy Wyvern, de um ano e alguns meses. Foram unidos por Shaka de Virgem em uma cerimônia na qual estiveram presentes Cavaleiros, Espectros e Marinas. Todos vivem em paz, na terra, após terem ressuscitado por ação de seus deuses. Hades permitiu a seus seguidores que vivessem na superfície mas de vez em quando os manda em missões do Meikai. Sylphid e Lune são noivos e têm uma filha, Seth Balron Basilisc, um mês mais velha que Angel.
O casal Wyvern-Harpy mora na Escócia, nas Highlands, próximo à Inverness, num castelo de um antigo clã escocês totalmente reformado e com ajuda de vários espectros do submundo que seguiram seu kyoto para a superfície.
Radamanthys é inglês de nascimento e nada mais natural que voltar à Grâ-Bretanha para cuidar de sua familia. Como um bom apreciador de whisky, instalou-se na Escócia e, sendo Hades o senhor do submundo, detém em seu poder grande quantidade de tesouros e pedras preciosas de seus domínios. Tendo dotado seus seguidores de bens suficientes para sua sobrevivência.
Valentine de Harpia é chipriota de nascimento e tendo sido o espectro mais leal de Radamanthys, acabou por se apaixonar por ele, sendo correspondido na mesma proporção.
A história se passa no inverno, quando o clima é frio, com chuvas e ventos, havendo temperaturas até cerca de dez graus negativos durante a noite e até quinze graus positivos durante o dia. Há neve ocasional.
Capítulo 1
Um Kyoto retorna
Por que diabos tinha que ter demorado tanto? Hades sabia que ele era casado. Sabia que ele não podia se ausentar tanto assim. Entendia que seu Imperador tinha seus motivos e que realmente sua atuação tinha sido necessária mas dois meses? Olhou a grossa aliança em sua mão esquerda e sentiu ainda mais falta de seu Valentine.
Perdera o aniversário de seu marido, perdera o aniversário de namoro e estava um tanto ansioso por chegar em casa e abraçar Valentine e Angel. Nem sequer cogitava de fazer coisa alguma antes de ver os dois. Já fizera vários relatórios para o senhor dos infernos, dando conta do sucesso de sua missão.
Tinha sido realmente difícil convencer uma raça estranha de demônios da Patagônia a se curvarem perante Hades mas vencera por fim. Dois meses. Nunca tinha ficado tanto tempo sem Valentine. Estava louco de saudade dele, da voz dele, do toque suave de sua pele e do sorriso dele. Queria pegá-lo nos braços e enchê-lo de beijos, queria pegar seu filho no colo e fazer mil mimos. Decididamente ser um Kyoto era difícil demais por vezes.
Nevava e estava muito frio. Era pleno inverno na Escócia onde tinham fixado residência. Um enorme castelo antigo era agora a morada oficial do casal Wyvern-Harpy. Avistou de longe a enorme construção. Não viera usando seu cosmo pois queria chegar descansado para ver Valentine. Trouxera para ele alguns presentes e vários para Angel.
Bateu na porta e um dos criados atendeu com um olhar surpreso. Perguntou por Valentine e foi informado de que ele estava em seu quarto já há bastante tempo. O Kyoto franziu o cenho. O que o serviçal quisera dizer com bastante tempo? E Angel? O criado respondera que o filho do casal estava há três dias sob os cuidados de Sylphid de Basilisco e Lune de Balron, a pedido de Valentine. Preocupou-se um tanto. O que teria havido?
Subiu as escadas voando, deixando para trás os pacotes, o sobretudo negro e ficando apenas com um terno bem cortado que usava para viajar. Bateu na porta do quarto de casal mais de uma vez e, ao não ouvir resposta, entrou de uma vez. Estava tudo escuro. Já era quase seis da tarde e no inverno seria como quase noite. Demorou um pouco para vislumbrar o vulto encolhido na cama de casal.
- "Valentine? Amor?"
Aparentemente, Valentine dormia. Usava uma calça comprida, blusão de gola alta e estava agarrado nos travesseiros, como se buscasse defesa de algo. Estranhou mais ainda.
- "VALENTINE!" Dessa vez gritou. O que estava havendo? Seu marido não dormia assim, no meio do dia.
Valentine não estava exatamente descansando. Estava era exausto e por isso se rendera a deitar-se no meio da tarde. Envolto por pesadelos, o corpo tremia por vezes. Não conseguia ter uma noite calma fazia alguns dias. No momento dormia, agarrado num dos travesseiros e recuperou a consciência ao ouvir seu nome sendo gritado. O corpo se retesou, os olhos abrindo de uma vez, um tanto vermelhos, a expressão meio assustada. Virou-se rapidamente para de onde o som viera, ainda meio deitado na cama. Demorou um tanto para reconhecer quem estava ali mas por fim suspirou, aliviado, forçando-se a dar um pequeno sorriso. Finalmente. Radamanthys. Seu marido estava de volta.
Harpia queria abraçá-lo, beijá-lo, tinha tantas saudades mas, ao mesmo tempo, faltavam-lhe forças para se atirar nos braços dele. Sufocou a expressão de sofrimento e o gemido de dor quando os movimentos que executara fizeram a roupa roçar nos ferimentos ocultos.
O Kyoto franziu a testa de maneira inquiridora. Aquilo não era normal. Foram dois meses longe de seu marido. Esperava vê-lo pular em seu colo e dizer que o amava mas, ao contrário, ele lhe dera um pequeno sorriso como se a idéia de vê-lo de volta não agradasse. Observou cuidadosamente os movimentos dele. Viu-o conter-se, mover-se devagar. O que diabos era aquilo?
- "Valentine? Aconteceu algo?"
E agora? Harpia percebeu que ele estranhara sua reação. Droga! Ele não podia, jamais poderia saber. Viu o marido perguntar se havia acontecido algo e observou-o por um momento antes de responder.
- "Não. Nada de novo. Está tudo bem. Como foi a missão?" Dessa vez conseguiu que um sorriso real saísse por seus lábios ao pensar que ele realmente estava de volta, ao seu lado.
Wyvern não acreditava nele. A voz tremera um pouco. Valentine não era inseguro nunca. Fechou o semblante e respondeu calmo e controlado.
- "Não era a recepção que eu esperava depois de passar dois meses sem ao menos conseguir falar com você ao telefone. Não era bem isso que eu esperava por ter ficado longe da razão da minha vida. Você deve ter seus motivos para ainda não ter se atirado em meus braços que sentem desesperadamente a sua falta e não ter me dado sua boca pela qual ansiei por dias e noites." Parou um pouco de falar com um ar magoado. Também podia ser apenas que Valentine tivesse tido dias difíceis. O fato de Angel não estar ali era indício de algo. Deu um longo suspiro e sentou-se na poltrona em frente à cama.
- "Por que Angel está com Sylphid e Lune? E, sobre a missão, basta dizer que temos mais uma raça de demônios a acrescentar aos nossos compêndios do mundo subterrâneo." Fixou o olhar em Valentine examinando-o inteiramente. A lareira do quarto estava acesa, não estava tão frio assim ali dentro. Reparou na roupa dele, totalmente fechada. Valentine odiava sentir calor e detestava roupas fechadas. Um espectro que vivia no inferno gelado do Cocytes estar com todo aquele frio era algo estranho. Franziu novamente a testa e ficou esperando por uma resposta sobre Angel.
O chipriota ouviu o que o marido dizia, abaixou os olhos por um momento, ele estava certo, sabia disso mas, simplesmente não podia. Percebera um tanto de mágoa e arrependeu-se de não conseguir fingir que não havia acontecido nada. Sim, sabia que ele estranhara a ausência do filho dos dois. Não conseguiu se atentar ao que ele falara sobre os demônios. Sentiu os olhares, Rada claramente esperava uma resposta. Pior ainda. A mente treinada do Kyoto do Inferno, os olhos treinados. Val sabia. Estava sendo percucientemente analisado. Temeu pelo que o outro conseguiria deduzir. Levantou-se devagar, medindo os movimentos para não sentir tanta dor. Inferno! Deveria ter ao menos cuidado daqueles ferimentos. Aproximou-se em curtos passos do kyoto, parando próximo a ele.
- "Não me senti bem e achei melhor deixar nosso filho com quem pudesse cuidar melhor dele." Não era mentira. Estava fraco. Além de tudo, não conseguira se alimentar direito nos últimos dias.
Se o inglês já estava preocupado, agora estava absolutamente desconfiado de que algo estranho ocorria ali. Valentine parecia abatido, estava magro. Ele não era de se empanturrar mas também jamais deixava de comer, a menos que algo o estivesse preocupando loucamente. O espectro que vigiava o Cocytos mantinha-se sempre em forma, quando pouco para zelar por Angel. Olhou-o novamente e tocou-lhe na mão branca e... Gelada? Embora o quarto estivesse quente, a mão dele... Ouvira direito? Para seu marido dizer-se incapaz de cuidar de Angel...
- "Amor..." Radamanthys levantou-se e tocou-lhe os lábios com os dedos para depois puxá-lo um tanto repentinamente para um beijo faminto. Nem respirava. Saudade pura e preocupação.
Harpia percebeu o olhar dele e mordeu de leve os lábios ao sentir o toque em sua mão. Radamanthys percebera. Era lógico. Não era de sentir frio, quase nunca mas, no momento e, ultimamente, sentia tanto... Tanto frio. Ouviu-o falando consigo e voltou a observá-lo, surpreendendo-se quando ele se ergueu, puxando-o para perto e beijando-o apaixonado. Seu corpo reclamou no mesmo momento, sentindo dor, mas o lamento que escapou por seus lábios foi abafado pelos lábios mornos sobre os seus. O beijo de Radamanthys. Seu amor. Seu marido. Sentira tanto a falta dele e, no entanto, não conseguia... Não conseguia corresponder. Sentiu lágrimas vindo aos olhos e tentou se controlar, um imenso vazio em seu coração.
A mente do inglês entrou em alerta. O que estava havendo afinal? Tentava obter algo de Valentine, uma centelha de amor que fosse e apenas sentia-o endurecer o corpo em seus braços? Era impressão sua ou ele estava se escondendo? Escondia-se ao não corresponder, escondia-se ao tremer em seus braços e não parecia ser de desejo. Sentiu um ofego mas não era de emoção. Era tristeza. Segurou-o pelos braços e o encarou vendo lágrimas pelos orbes verdes.
- "Valentine?" Não compreendia. Não conseguia. Deu meia volta e um longo suspiro.
- "Creio que você não quer me ver. Não consigo ao menos beijar você sem que fuja de mim. Estou aqui, para você, mas você não está comigo. Não sei o que fazer nem o que pensar. Eu vou buscar nosso filho." Dirigiu-se para a porta sentindo imensa tristeza lhe toldar os sentidos. Era um kyoto e agüentava tudo em sua vida insana mas não podia agüentar não ter o amor de Valentine.
O espectro de Harpia não acreditava naquilo. Ansiara tanto pela volta dele e... O beijo foi partido e sentiu os braços arderem quando ele o segurou com força, tentou abaixar os olhos, mas ele o encarou antes que pudesse fazê-lo. O inglês o chamou mas ainda assim não conseguiu responder. Por fim seu marido o largou, dando-lhe as costas. Deixou seu corpo cair sentado na cama enquanto ouvia o que ele dizia. Viu quando ele foi em direção da porta e não conseguiu impedir as lágrimas de finalmente caírem. Se havia uma tristeza mais angustiante, ele ainda não conhecia. Juntou toda a força que pôde para tentar que uma voz bem distante da tristeza que carregava consigo saísse, tremida e um tanto fraca.
- "Por favor, não vai... Não vai embora, por favor." Dessa vez soluçou, deixando o pranto adormecido em seu peito aflorar sem mais represas.
O Kyoto voltara-se para o outro ao perceber a oscilação imensa no cosmo forte e que parecia tão frágil agora. Ouviu aquele som que não era a voz de Valentine. Ele não era aquela pessoa tão debilitada ali, as palavras eram tão sofridas. Correu para ele sem mais dúvida alguma e pegou-o no colo, sem mais perguntas. Ele estava tão leve.
- "Não quero saber. Agora não. Você vem comigo, imediatamente, vamos visitar uns amigos." Pensava que era melhor levá-lo para ver um médico, um mago, bruxos, feiticeiras, o próprio Hades se fosse necessário.
- "Não, não precisa, não tem nada errado." O rapaz de longos cabelos ruivos soltou uma exclamação quando ele o pegou nos braços, ia pedir para que ele o soltasse quando atentou para o que ele dissera. Negou com a cabeça.
- "Você está leve como uma pena, não corresponde aos meus carinhos embora estejamos sem nos ver há dois meses, deixou Angel com Syl e Lune, estava chorando. Val, realmente quer que eu acredite que está tudo bem?" Olhou-o seriamente e notou mais alguma coisa.
- "E por que está com essas roupas? Está muito quente aqui dentro".
Valentine a tudo ouvia e sua única reação foi baixar os olhos. Não conseguia realmente enganá-lo. Nunca conseguira mas, mesmo assim, tentava. Sentiu o olhar sério sobre si e ouviu o que ele falou sobre as roupas. Balançou a cabeça veementemente, murmurando que estava frio.
- "Frio? Como assim frio?" Não ia aceitar aquilo. De Valentine não. Deitou-o na cama e olhou-o bem no fundo dos olhos.
- "Você viveu no Cocytos, o inferno gelado. Não pode estar sentindo frio, nem minimamente, ainda mais num quarto com lareira. Tire a roupa. Talvez tenha se ferido e não saiba. Andou se cortando em algo? Pode estar com febre causada por alguma infecção mas a sua pele está tão fria..." Agora estava mesmo preocupado. – "Amor, que houve?" Radamanthys não ia deixar passar. Deslizou a mão pelos ombros, pelos braços e apertou um tanto nos pulsos... Viu uma reação estranha no marido.
Se Valentine mantivera-se um tanto tenso enquanto estivera no colo do Kyoto, assim que foi posto na cama conseguiu relaxar o corpo inconscientemente. A quebra do contato entre os corpos o fizera suspirar. O toque de seu próprio marido o deixava nervoso. Para piorar tudo, Radamanthys e sua mania de saber tudo que se passava. Diabos, por que ele tinha que ser tão perceptivo? Sentiu-se ser deitado na cama e suspirou. Tinha vergonha de suas reações, mas não podia se controlar. Ao menos conseguira parar de chorar e ouvira o que ele dizia. Apavorou-se e negou com a cabeça numa súplica muda. Tirar as roupas? Não, isso não, seu corpo estava todo marcado, não podia deixar que ele visse. Viu que ele se aproximava mais e estremeceu ao sentir mãos passando por seus ombros, braços e segurando seus pulsos. Mordeu os lábios, sentindo um tanto de dor mas continuou em silêncio. Tarde demais. Sabia que nada passava em branco para o Kyoto.
- "Dói? O que houve?" Radamanthys começava a ter idéias sobre o porquê de seu marido estar tão arisco mas negava-se a acreditar no que suas conclusões apontavam. A falta de reação aos carinhos, o frio intenso, o medo estampado nos olhos de um espectro acostumado a lidar com o inferno. Sem aviso, ergueu os punhos da camisa e viu as marcas roxas, inúmeras linhas, nos pulsos, cortes cicatrizando, hematomas, havia muitas marcas. Ficou desesperado e olhou-o com angústia.
- "Vai me contar ou vou ter que descobrir?" Ergueu a camisa dele e Valentine tentou afastá-lo com mais veemência. Percebeu que o ruivo tremia. Não teve mais dúvidas e, sem mais perguntas, foi retirando-lhe as calças. O que viu foi doloroso. Marcas no corpo inteiro. Linhas finas em cortes parecidos feitos por uma fina lâmina. A maioria do cortes não estava cicatrizada ainda. Havia vergões e muitos hematomas. Observou Valentine encolher o corpo, afastando-se dele.
- "Por Hades, Valentine..." Levantou-se de supetão. O corpo todo tremendo. Os olhos cheios de água, soluçava sem conseguir respirar de tanto desgosto que sentia. Olhava o corpo alvo crivado de cortes finos, afiados. Sabia o que era aquilo. Mordeu os lábios contendo os gemidos, deixando as lágrimas correrem. Por fim falou novamente, a voz saindo num fio, transtornada e baixa. Conhecia aquelas marcas, já as vira muitas vezes.
- "Marionete Cósmica..." Era mais uma afirmação que uma pergunta da qual sabia a resposta. O que tinha havido em sua ausência?
Valentine baixara os olhos ao ver seu marido chorar, não conseguia mais observá-lo. Sentia tudo que ele sentia, eram muito íntimos e ainda havia o cosmo poderoso do kyoto que vibrava numa dor funda. Crispou as mãos por um breve momento, ouvindo leves murmúrios e sabendo que Rada sabia, sabia bem quem fora. Tentava a custo não sair correndo de lá. Estava tão transtornado.
- "Quando?" A voz do Kyoto soou no aposento, ele não tinha dúvidas de que tinha sido Minos de Griffon. Ele não tinha dúvidas de que o ataque não poderia ter sido há muito tempo mas queria ouvir.
- "Há quatro dias..." E lembrar daquilo o fez fechar os olhos e se encolher ainda mais, agarrando os travesseiros e enfiando a cabeça entre eles para sufocar mais dor. Lembrava de tudo, o tempo inteiro. Temia a reação do Kyoto, seu marido. Temia a reação do Kyoto Minos. Radamanthys não ia deixar barato e uma luta entre os dois o apavorava. Amava seu marido e não queria sequer pensar na hipótese de perdê-lo.
A reação do inglês foi de dor, tristeza, mágoa, ódio. Esbravejou sua fúria em um grito alto de raiva incontida. Seu marido. Seu amor, o pai de seu filho. Como ele pudera? Minos tinha Ayacos. Minos enlouquecera? Sentiu ganas de matar o Kyoto de longos cabelos loiros mas pensou que, primeiro, devia providenciar cuidados para Valentine que levantara o olhar para ele, provavelmente temendo uma reação mais drástica.
Radamanthys controlou o cosmo explosivo, controlou a dor que pulsava e sentou novamente ao lado dele, tocando-lhe no rosto bonito e descendo os lábios sobre os dele, levemente, para depois por fim deitar ao lado dele na cama larga e aconchegá-lo nos braços.
Harpia demorou um tanto para relaxar ao contato mas pensava sem parar que era o que devia fazer. Entregara seu coração ao Kyoto há muito tempo. Devia poder confiar no amor deles. Ouviu-o falando baixo.
- "Tudo minha culpa. Eu devia estar aqui. Eu devia ter podido te defender. Sinto tanto." Queria perguntar algo óbvio mas mesmo assim, precisava saber. – "Ele fez mais que torturar você com seu golpe mais potente?"
O chipriota ia dizer que não era culpa dele quando ouviu o que ele perguntava. Mordeu os lábios, abaixando a cabeça sem conseguir falar, mas por fim moveu a cabeça numa afirmativa, as lágrimas voltando a descer. Sentia-se um inútil.
A morte seria muito pouco para Minos.
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Nota das autoras:
Bem, mais uma produção conjunta, desta vez sobre Radamanthys e Valentine, um de nossos casais mais queridos. Esperamos que gostem. Não é uma fanfic simples e, da última vez que olhamos, tinha 206 páginas. No entanto, estamos ainda em fase de elaboração, betagem, comparação e acertos. Há reviravoltas e muito o que contar. Acompanhem-nos pelo universo de Radamanthys e Valentine, um casal do qual não temos quase nenhuma fanfiction em português mas que possui um grande material, em nossa opinião, para tecermos tramas e compartilharmos emoções. Opinem sobre esta nossa história. Temos o maior carinho por ela e foi uma das primeiras a integrar o ARC de Rada e Val que estamos fazendo. Apenas resolvemos publicar esta em primeiro lugar por julgarmos que seu conteúdo estava mais bem acabado que as demais que estamos escrevendo. Continuações? Estão em progresso. Vamos ver. Grande abraço e até a próxima.
