Nota: se Hellsing me pertencesse..... Isso seria uma edição especial do mangá, e não uma FANfic, dã u-u
Outra nota: Eu queria dizer que essa fic não é absolutamente nada comparada à ultima one shot escrita pela Retalhadora, Romancia. Me sinto triste em dizer que não tem mais nada pra escrever depois disso, e qqr coisa que eu tente a partir de agora não chega aos pés de "Luvas" e "Romancia" tomando como cenário Hellsing de vdd, e não história paralela.
Outra nota: considerem tudo. Tudo mesmo que aconteceu no mangá até o fim. Menos uma coisinha! A integra dizendo que vai deixar a hellsing pro senhor Penwood! Acho q isso modifica as coisas.
Não sei quantos capítulos serão, nem quando vou continuar escrevendo. E também vai depender da aceitação do povo.
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- Já é tarde. Já é tarde demais, Alucard.
A voz de Integra soou como punição e lamento. Ela sabia que havia sido difícil para ele eliminar as 3.424.867 vidas que estavam dentro dele, mas sendo assim ou não, eram trinta anos. Trinta longos anos.
- Me desculpe. – uma face sincera.
- Você deve sentir falta de sangue, não? Do meu. – disse, acusando-o de ter tentado mordê-la durante o sono.
- Ah sim! Foram trinta anos sem comer nada. Estou faminto.
Os olhares não mais se cruzavam. Penetravam-se, engalfinhavam-se, se perfuravam. Olhos caídos dela. Tranqüilos os dele.
- Você demorou demais. Sou apenas uma velha vovó agora.
- Tudo bem pra mim.
Ela sorriu. Alucard não mudara. E ao se lembrar das preferências de Alucard, imaginou que, na verdade, ele considerasse aquela sua melhor forma.
Mordeu o próprio dedo. Um presente de boas vindas. Estendeu a mão ao vampiro, ainda caído devido ao tiro que levara. Este abriu a boca para receber as gotas do sangue de Integra.
- Bem vindo de volta, Conde.
- Estou em casa, Condessa.
Celes também estava no aposento. Sorrindo na soleira da porta, feliz pelo mestre ter voltado. E só saiu quando este, após levantar-se e andar até Integra, mirando a mestra nos olhos e sem desviar o olhar por um único segundo, mandou a serva sair para deixá-los a sós.
- Quanto tempo?
- Trinta anos. – ela respondeu, sentando-se na cama e esticando-se para pegar um charuto numa gaveta.
Alucard soltou um fiapo de risada.
- Trinta anos? E ainda não teve câncer?
Integra a olhou de esguelha, fuzilando-o com o olhar.
- Desculpe. – disse, rindo um pouco.
- Já não me bastam aquela draculina e seu namorado interno.
- Ah, sim. Celes está bem mais forte, não?
- Tomou seu lugar até hoje. – afirmou.
- E continuará tomando. – sentou-se na cama ao lado dela. – Esta minha batalha contra minhas próprias vidas foi a mais longa, e provavelmente a única em que ao invés de me fortalecer, me enfraqueci. Celes está muito mais forte que eu.
Integra envergonhou-se pelo choque tido ao receber a notícia que Alucard não estava mais forte que os lixos antigamente exterminados por ele com grande facilidade. Mas era óbvio. Afinal, tendo apenas sua própria alma dentro de si, Alucard não era mais que um vampiro recém mordido.
- Perdoe-me, mas não terei mais utilidade aqui na Hellsing. – afirmou Alucard.
- Ainda tem a vaga de ex-lixeiro.
- A vaga de mordomo? – Alucard riu – Não, não. Ainda não tenho rugas o suficiente pra esse cargo.
Silêncio por alguns instantes. Não era nada disso que nenhum dos dois queria dizer. O quarto de Integra era imensamente grande e vazio. As vozes dos dois faziam eco e o silêncio dava a sensação de ser pesado, denso. Angustiante.
- Está de sapatos.
Integra soltou uma baforada e tornou a colocar o charuto na boca, olhando para os pés.
- Sim. – ela confirmou, como se não entendesse.
- E estava dormindo. – adicionou Alucard.
- Sim.
- E também está de camisa social. E penteada.
- Ok, ok, entendi. Ontem foi um dia cheio, com direito à presença do Vaticano. Muitas coisas pra fazer, helicópteros pra comprar, soldados pra contratar. Eu ainda estava analisando alguns contratos – e apontou para uma papelada que estava aos pés da cama – quando desisti de suportar o sono, tirei a gravata e me cobri.
- A seção XIII ainda existe!? – sorriu Alucard – Achei que acabaria com o fim da guerra, a morte de Maxwelll e Andersen.
- Não. Eles têm substitutos. O de Andersen é Heikel.
- Heikel? – Alucard forçou a memória, sem sucesso – Não, não me lembro.
- Lutou contra Walter no fim.
- Bem, se lutou contra Walter e ainda está viva, merece o cargo que tem.
Silêncio novamente. Outra sessão de coisas inúteis que nenhum dos dois precisava dizer ou ouvir.
- Você chorou?
- Ahn?
- Você chorou alguma noite? – repetiu Alucard.
- Não. Deveria?
Alucard riu.
- Não. Eu não lhe reconheceria se tivesse. – uma pausa – Sentiu minha falta?
- Celes disse que você voltaria.
- Sentiu?
- Senti. No início, o fato de Celes dizer com tanta certeza que você voltaria, me deu conforto. Eu não estava preocupada, e não me espantaria se desse de encontro com você qualquer dia desses, andando pelos corredores da organização. Eu teria lhe punido e continuado meu trajeto. Mas os anos foram passando, e no meu aniversário de 35 anos, comecei a ficar deveras preocupada. Foi o ano em que comecei a perguntar diariamente à Celes se era mesmo verdade que voltaria.
- Você tem…
- 53. – completou, respondendo - E sabe… Depois dos 40 me acostumei com a sua falta. Mas ainda te esperava. Só me preocupava com você voltar e eu já estar morta. Eu queria… que você voltasse ainda na minha juventude.
- Sabe que está na sua melhor forma. E eu lamento muito ter perdido cada espasmo de excitação sua ao ver os corpos em Londres logo depois que eu "sumi".
- Idiota.
- Foi divertido não? Foi excitante ver tudo queimando como o inferno. Eu me diverti.
- Certamente foi muito divertido perder um olho.
Alucard riu novamente, dessa vez permitindo-se rir por mais tempo.
- Quase a confundi com aquele Pip Bernadotte.
- Por que todos os membros dessa organização decidiram tirar uma com a minha cara hoje?
- Desculpe. – uma pausa – E então? Posso sugar seu sangue?
- De onde tirou essa idéia, seu idiota?
- Você está envelhecendo. Provavelmente já não pode ter filhos. Pra quem vai ficar a Hellsing?
Integra silenciou-se um instante. Um frio percorrera-lhe a espinha. Na verdade toda aquela conversa havia sido dolorosa para ela, que já mal acreditava no retorno de Alucard enquanto ela estivesse viva. Muitas coisas haviam acontecido naquele meio tempo.
- Não notou nada diferente no meu sangue, Alucard?
- Seu sangue é sempre perfeito, mesmo não mais virgem, Integra. Por que haveria de reclamar?
Ah sim, obviamente ele notara. Apenas não quis ofendê-la, ou simplesmente esperar que ela falasse por espontânea vontade. Havia doído nele saber disso daquela forma, mas o vampiro ignorara. Um terrível presente de boas vindas, pra ser sincero.
- Muita coisa está diferente. – ela disse simplesmente.
- Quem foi?
Integra levantou uma das mãos, girando um anel no dedo.
- Meu marido.
Alucard não teve grande reação. Ao menos não demonstrou. Mas por dentro consumia-se de ódio.
- Quem é ele?
- Você não o conhece. É filho de um dos cavaleiros da Távora. Richard Loire.
- Não gosto desse nome.
Richard Hellsing, primeiro homem a tentar matar Integra. Morto por Alucard há 40 anos.
- Não tem nada a ver.
- Parece um casamento bastante vantajoso para a Hellsing.
- Como eu e ele já vínhamos nos dando bem e o pai estava para morrer, os membros da Távora acharam conveniente o casamento. Sendo meu marido ele herdaria o posto do pai e teríamos um homem de confiança.
- Como permitiu se casar com um homem qualquer?
- Richard não é um homem qualquer.
- Você não o ama.
- Como pode saber? – bradou Integra levantando-se da cama e pondo-se à frente dele.
Alucard deu um curto riso e sentiu em seus ouvidos cada reverberação do som que a doce voz dela provocou no imenso quarto. Vazio.
- Como posso saber? Se o amasse ele estaria dormindo aqui, na mesma cama. Por que uma mulher casada dormiria sozinha numa cama de casal?
Ela foi rápida na resposta.
- Porque Richard está viajando. Está na Alemanha nesse exato momento. Ora, Alucard, já provou meu sangue e viu que não sou virgem. E dentro de um mês comemoro 15 anos de casada.
Alucard permaneceu quieto processando as informações. Nada era como previra.
- Casou-se três anos depois de começar a perguntar à Ceres se tinha mesmo certeza de minha volta?
- Foi quando passei a duvidar.
- E por que se casou nesse mesmo período?
- Acho que isso não é do seu interesse.
- Ah, é sim.
- Não, não é. Seu caixão ainda está no seu quarto. Coloque-se em seu lugar, servo.
Alucard assentiu, levantando-se.
- Você o ama?
- Isso também não é do seu interesse.
- Uma mulher tão bem casada não deveria ter receio de dizer o que sente por seu marido.
- Sim, eu o amo. É um ótimo marido. Agora saia.
- E quanto ao meu posto na Hellsing?
- Investigador. Estamos tendo casos bastante peculiares ultimamente. Celas se encarregará de lhe explicar tudo.
- Sim, mestra. – tirou o chapéu e fez uma reverencia formal, afastando-se até sair pela porta.
Integra deu duas batidas leves no charuto, jogando a cinza no cinzeiro ao lado da cama. Sentou-se e tirou os sapados, com os quais estava dormindo até o momento. Foi então que se lembrou…
- Ah, não! – levantou-se, recolocando os sapatos – Sarah!
Integra correu até a porta, abrindo-a bruscamente. Pior do que tinha imaginado, Alucard estava de pé, de costas para ela, e de frente para uma garotinha de uns 10 ou 11 anos, loira, de olhos azuis. A menininha causava certa sensação nostálgica em Alucard.
- Olá, senhor. – dicção perfeita – Está perdido?
Alucard sorriu, passando a mão pelos cabelos lisos e finos da menina, delicadamente penteados.
- Sim. – ele respondeu sorrindo – Pode me dizer quem é esta mulher? – e apontou Integra com lágrimas nos olhos.
- Sim, senhor. – ela sorriu satisfeita em poder ajudar. – Está é minha mãe.
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Autora: AHHHH meu Deus!!! O Que eu faço!? Escrevi isso por mero acaso e não sei se vou continuar!
Leitor: e daí, não quero ler mesmo u-u!
Autora: (chorando descontroladamente)
