O visitante
Não sei se eu odeio mais os ratos ou minha mãe. Bem, eu realmente não tinha nada contra eles, até nascer e minha mãe me mostrar que eles não eram tãão legais assim. Até aí tudo bem, eles lá no canto deles e eu aqui no meu. Se um deles passar na minha frente eu até deixo viver, e saio correndo, de preferência. Mas, fora isso, somos amigos íntimos para a vida toda. Seríamos, se não fosse a minha mãe e a sua fobia de ratos. Não vá pensando que ela é daquelas que quando vê um rato sai correndo pra a bombinha de asma ou fica paralisada de medo... Muitíssimo pelo contrário: ela desmonta a casa toda em busca do maldito rato. Desmonta literalmente, deixando a casa vazia, apenas com as paredes. Isso quando ela não quer quebrar as paredes para achar o esconderijo do maldito animal.
E para mostrar nosso infinito amor por essas criaturinhas, nós, todos os anos, vamos passar todo o verão na "fazenda", pois, segundo meu pai, precisamos de ar fresco e sair da agitação da cidade, onde, por caso, é o habitat natural dos ratos - ou pelo menos parece, pela quantidade desses bichos que existe lá. Ele esquece de reparar que eu já passo o ano todo em Hogwarts, onde ar fresco tem muito e cidades, a mais próxima deve ficar a uns mil quilômetros de distancia. Então, todo santo ano, nós vamos pra a "fazenda". Entre aspas, pois não é uma fazenda. É uma casa grande pintada de branco e azul, na zona rural da Inglaterra, com um gigantesco quintal na frente, aí termina com uma singela cerquinha branca e depois vem a rua. O fato de não ser fazenda vem de não possuirmos vacas, nem grandes propriedades de terra e a casar fica no centro da Vila, mais exatamente em frente à padaria.
Voltando ao assunto do rato...
Hoje foi um dos premiados dias em que o rato resolveu fazer a sua aparição, bem em cima do bolo da mamãe. Depois do berro escandaloso e da correria pela casa afora no encalço do bichinho, foi a vez da família toda começar a tirar os móveis da casa para mamãe procurara o maldito rato. Papai, com a sua paciência de Jó, foi tirando os móveis mais pesados, enquanto eu e Petúnia íamos tirando as mesinhas, cadeiras e coisinhas mais leves, ou pegando outras coisas mais pesada juntas. Quando só faltava tirar as coisas da cozinha, área pela qual a Petúnia ficou responsável, eu já estava morta de cansaço e com preguiça só de pensar em colocar tudo isso para dentro de novo. Gemi de desespero. A coitada da Petúnia tava indo e voltando milhões de vezes da cozinha para o quintal e vice-versa. Eu até iria ajudar, mas... Mas eu acabei de ver o sofá da sala bem em baixo da castanheira mais bonita do quintal, na sombra e com um ventinho muito agradável. Petúnia, fica para a próxima! Me joguei. Aaaah, que maravilha... Acho que consigo passar o resto da vida aqui. Fiquei observando a falta de movimento da rua, pois o sofá estava virado para a entrada da casa, direção de onde vinha um delicioso cheirinho de pão quentinho... Hmmm, me deu até fome, mas a preguiça de levantar é maior, então... É bom que emagrece. Peguei uma pequena barra de chocolate do bolso de trás da calça, lá de Hogwarts, e comecei a comer olhando os passarinhos fazerem arruaça lá em cima da árvore, brigando por uma castanha.
- P-a-d-a-r-i-a. Lugar onde se fazem pães; você sabe o que são pães, não? Então, na P-A-D-A-R-I-A nós compramos pão, com dinheiro, e levamos pra casa. Meu Deus, de que mundo você veio?! - Fui ouvindo bem de longe a voz do Daniel, o filho do maior fazendeiro da região. Sim, fazendeiro de FAZENDA, não casa de campo. Ah, sim. Ele é lindo e muito divertido! E meu amigo de férias, sabe? Tem sete anos de idade, o que não influencia em nada no nosso relacionamento. Me sentei ereta para falar com ele. Foi aí que eu reparei que ele não estava sozinho, e sim com uma pessoa bem grande, de ombros largos, alto, moreno, e já que eu só estava vendo ele de costas (o que não deixava nada a desejar), logo se pressupõe que... Enfim. Ajeitei o cabelo, dobrei as pernas em cima do sofá e fiz uma cara bonita. Bem bonita, eu imaginava, e esperava que fosse simpática. Posso ter namorado, mais não sou trouxa – dãh - nem burra, afinal, esse namoro não tem futuro mesmo.
- Oi Daniel! - O menino se virou ao meu chamado. Seu rosto se iluminou de alegria. Não pense que é de saudades, eu o vi ontem, quando cheguei. Parecia mais... Alívio.
- Lily!!! Que bom que eu te encontrei! Esse menino não sabe... - Aí o menino do lado dele se virou. Moreno de pele branca, cabelos bagunçados, óculos de aro redondo, e olhos castanhos esverdeados, mesmo eu não estando perto o suficiente para vê-los. James Potter. Meu estômago deu um salto triplo. Arregalei os olhos. - ... Nada.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? - berrei, literalmente. E dei um pulo do sofá. Ele, ao contrário de mim, estava atônito, sem nenhuma reação. Depois do berro, um esboço de sorriso começou a aparecer em sua boca.
- Brancaaaaa!! - E me agarrou em um abraço.
Uma pausa.
Branco:
adj.,
que tem a cor de neve ou de leite;
pálido;
Logo, uma menina "branco" é "branca", apelido carinhoso o qual o James vem me chamando nos últimos três anos. Ou seja, mais ou menos desde a época que ele descobriu que eu sou uma menina em potencial para se sair. Bem, o apelido não está muito fora do contexto da cor da minha pele, muito pelo contrário, é a definição ideal. Mas ele não sabe que eu concordo com esse apelido.
Voltando...
Ele me agarrou em um grande abraço, me tirando quase um palmo do chão. Depositou um beijo no meu pescoço quando ia me colocando de volta no chão.
- Branca, que saudades suas! O que você está fazendo aqui? - O coitado do Daniel estava meio completamente perdido nessa história, mas eu já nem lembrava dele, pra falar a verdade.
- Eu que te pergunto, o turista aqui é você. O que VOCÊ está fazendo aqui? - Coloquei o indicador no seu peito, em forma de acusação.
- Meus pais vieram visitar um amigo... Aí... Você sabe, né, nas férias eles não saem da minha beira... Matar a saudade, sabe? Coisa de pai e mãe...
- Ahh, sei. Com certeza sei. - Olhei pra casa, e ouvi uma correria. O rato deve ter sido avistado. Sorri. - Eu venho pra cá todo santo ano... Mas, enfim, em que casa você está?
- Haann, na amarela... - Ele até poderia ter sido específico, se na vila só existisse uma casa amarela, mas existem no mínimo umas dez. - Lá no começo, perto de um morro.
- O Morro... - Olhei séria para Daniel. Ele correspondeu meu olhar.
- O Morro.
Desviei o olhar, e mudei a expressão do rosto. Passei os braços por cima do ombro de Daniel, e encarei James, como se nada estivesse acontecido.
- Então você está na Fazenda? Legal.
- Heim?? Será que um dos dois poderia me explicar alguma coisa disso aqui? O Morro? Fazenda? - Coitado, eu também não gostaria de estar na pele dele. Sinto muito, o turista é ele. Deu pena esse olhar de "Meu Deus! Estou a três horas tentando achar o caminho no deserto e consegui me perder mais, e ainda queimei os pés".
- O Morro é... Bem, é o Morro. - Explicou Daniel. – A gente ainda te explica, certo? Mais pra frente, depois que você descobrir o que é uma padaria. E A Fazenda é a minha casa. É a única fazenda na região, então ficou como A Fazenda.
- Hãããnnnn... - A compreensão se espalhou sobre o seu rosto. - Só não entendi a parte do Morro...
- Não era pra entender, mesmo. - Cortei. - Você não sabe o que é uma padaria? De que mundo você veio?
- O mesmo que o seu. - Ele respondeu, entre dentes.
- No meu mundo existem padarias. Até os elfos sabem disso...
- Lily! - Ele me cortou, olhando significativamente para Daniel.
- Ahhh... Relaxa, ele também é um dos nossos. Os pais não sabem, ainda.
- Jura? Achei ele tão... Tão... Trouxa.
- Coitado, ele ainda não conheceu a Petúnia. - Comentei para Daniel. – Bem, ele é, e eu sou a testemunha viva disso.
- Heim? - A cada momento ele entendia menos.
- Ta, isso é história para outro momento. - Ele cruzou os braços em frente ao corpo, e fez uma cara de impaciência.
- Ok, a brincadeira "vamos deixar o James confuso" já acabou e perdeu a graça. Será que, agora, alguém poderia me dizer que porra é uma padaria?
- Calma, James, não se estresse. - Passei a mão sobre a cabeça dele, como se fosse uma criança. - Quem 'tá de fora da história que é você, ninguém manda pegar o bonde andando e querer sentar na janela.
- Está bem. Me deixem boiando, que diferença isso faz? - Ri. Não sei o real motivo, mas o dia está parecendo tão agradável. Pelo menos mais agradável que hoje cedo. Ele também sorriu, conformado.
- Está bem, eu vou te explicar o que é uma padaria... Melhor: vou lhe mostrar. Mais só um segundo? - Fui até em casa e expliquei a situação para mamãe: que um amigo meu de Hogwarts estava aí e não sabia nada sobre a vida trouxa e eu ira explicar. Combinamos que na hora de arrumar a casa de novo ela me chamaria. Provavelmente pela hora do almoço. Voltei para junto dos meninos, que a esta altura já haviam percebido como estava o meu quintal.
- Não reparem, por favor. - Empurrei os dois pelas costas, levando-os para a rua de costas para a bagunça. – Então, vamos?
iiiiiii, olha quem está de volta!o/
Bem.. o que acharam??
sim, outra fic, pra felicidade- ou infelicidade- de vocês! o capitulo ta curtinho, mais prometo melhrorar.
não essa não será curtinha, bem eu acho, só depende de VOCÊS!
seguinte, não faço idéia de que rumo essa fic vai tomar, então, as idéias virão de acordo com o incentivo ,(leia-se reviews).
joinha? (Y)
bjO,
Olivia
