Oi galerinha! Fiquei tão emocionada com algumas fics que andei lendo na rede, que me deu vontade de escrever mais uma fic! Mas não se preocupe não me esqueci de Recomeçar não basta! Vou escrever as duas! Tenho um monte de ideias! Espero que gostem e me enviem reviews, pois só assim poderei melhorar meus textos! Grande abraço e embarquem nessa!

[JJ]


Cinco anos atrás...

PoV Rukia


Nee-san, quando é que o Byakuya chega? Ele está demorando muito! – Falava com cara emburrada uma linda garotinha de dez anos. Tinha cabelos longos negros escorridos; olhos azuis que mudavam para violeta quando estava nervosa e uma pele alva lembrando uma bonequinha de porcelana, nada condizente com sua personalidade forte e matreira.

– Já ele chega Rukia! Não precisa se estressar tanto! Ele não ligou avisando que demoraria um pouco porque a reunião se estendeu? Além do mais, não poderíamos dar uma volta na praça se ele estivesse aqui, você sabe como ele é chato! – Hisana tentava acalmar os ânimos de sua irmãzinha. Ela tinha cabelos curtos negros, rosto idêntico ao de Rukia, mas com um ar mais cansado, isso devido sua saúde não ser das melhores.

Estavam em uma pracinha no centro da cidade. Ela era completamente arborizada e cheia de bancos de cor esverdeada contrastando com o ambiente ao redor. Rukia corria a frente de Hisana que tentava inutilmente acompanhar a pequena, mas ela tinha fôlego e energia para ficar correndo daquele jeito o dia todo se quisesse.

– Olha nee-san aquele grupinho de rapazes está olhando pra nós! Será que eles querem alguma coisa com a gente? – Rukia para e aponta com o indicador mostrando um meigo sorriso em direção à irmã.

– Vem Rukia, vamos embora! – Hisana pega a mãozinha da menina e a puxa com força a levando para o sentido contrário. Sabia que àquela hora não tinha muita gente na praça e por isso pessoas mal intencionadas aproveitavam para cometer seus crimes. Ela se arrepende de ter pedido ao seu chofer para esperá-la longe da praça. Sentia que algo muito ruim iria acontecer. E por causa disso, ela começa a se desesperar e correr com Rukia que estava sem entender nada da situação ao qual se encontravam.

Nee-san está me machucando! Por que está correndo? Nee-san? – Rukia estava com medo, nunca havia visto sua irmã preocupada, e agora estava com um ar grave que nunca havia visto antes. Ela olha para trás na direção do grupo e percebe que estes também correm em direção a elas fazendo muita algazarra. Alguns estavam de skate e já circulavam as duas.

Hisana grita, mas ninguém estava próximo para notar o desespero das duas. Foi tudo tão rápido que Rukia, após ser lançada no chão, ficou estática sem conseguir se mexer. Ela presenciou algo que nunca mais esqueceria em sua vida. Sua irmã estava sendo violentada ali mesmo a sua frente. Ela consegue forças e se joga contra um dos homens que estava por cima de Hisana, mas este a chuta e lhe soca o estômago. Não podia fazer nada e gritou com todas as forças que tinha.

– Socorro! Socorro alguém nos ajude! Por favor! Alguém nos... – Havia recebido outro soco, agora no rosto e tombou com a força da pancada que levou. Agora não conseguia mais falar ou se levantar, só conseguia gemer e chorar vendo a pessoa mais importante de sua vida, sua única família, ser tirada a força bem na sua frente.

Ne-e-san! – Já não conseguia mais aguentar aquilo. Parecia uma eternidade, quanto tempo estava ali? Ninguém ouviria o que estava acontecendo? Onde estava Byakuya? Tudo isso se passava na mente da menina que permanecia estirada no chão.

– Oe, essa foi das melhores que já provei! E agora que tal experimentar a "pequeninha"? – Falava um dos violentadores olhando para a garota a sua frente.

– Por-por- fa-vor não ma-chu-que minha ir-mã... Ela é só u-ma cri-an-ça. – Hisana falava segurando o braço do seu algoz. Nunca permitiria que sua amada irmãzinha sofresse o que havia acabado de passar.

– Cala a boca sua vadia! – Deu um tapa no rosto de Hisana com tanta força que um filete de sangue saiu de sua boca. Os outros riram da cena e começaram a rodear a pequena menina que não se mexia, mas permanecia com seus orbes violetas arregalados.

Um deles levanta do chão a menina segurada pelos longos cabelos, enquanto o outro se preparava para despi-la. O desespero de Hisana foi tanto que ela começa a se debater para sair debaixo daquele que a esbofeteou. Lutava para tentar salvar a irmã. Gritava desesperada com todo o fôlego que ainda tinha implorando para que a deixassem em paz. Mas ninguém se quer se importavam e já estavam praticamente em cima da pequena garota que estava agora chorando muito sem saber o que fazer, imaginando que aquilo tudo era um pesadelo. Foi quando um deles ouviu um barulho de apito ao longe, era o guarda noturno que se aproximava. Cada um se levanta aos tropeços para fugir. Mas um deles, o que parecia ser o líder sacou uma pequena faca de sua cintura e antes de fugir, desfere facadas nas duas. Era como se isto o satisfizesse, ele nunca deixou testemunhas para trás. Rukia agora ensanguentada lutava para memorizar aquele rosto. Ele era alto, de cabelo azul e tatuagem próxima aos olhos de cor azul. Tinha um tigre tatuado na virilha descoberta. Foi à última coisa que Rukia viu antes de desmaiar.


PoV Byakuya


– "Essa reunião não termina? Droga! Prometi as meninas que as levaria para jantar fora. Elas devem estar nervosas me esperando no restaurante"! – Pensava impaciente um homem de porte altivo, olhar sério, mas doce. Cabelos negros que iam até o ombro.

Era um bem sucedido executivo que agora tentava prestar atenção a um de seus CEOs que falava gesticulando a frente para aquela imensa mesa de mármore negro cercado por mais de vinte pessoas. Dez em cada lado, recostados à mesa e acompanhados de seus notebooks que mais parecia uma central em alerta.

O telefone de Byakuya toca chamando a atenção de todos inclusive do interlocutor que parou para não atrapalhar a conversa de seu líder.

Moshi, moshi! – Falou em tom severo. – Como é? O que foi que aconteceu? – Levantou-se com um ar desesperado. Nem olhou para seus espectadores que pareciam apreensivos com sua reação, pegou seu terno e saiu da sala correndo. Ele havia acabado de receber a informação que sua esposa estava morta e sua cunhada entre a vida e morte em um hospital.

Imagens de sua família, sorrisos, brincadeiras, a pequena Rukia correndo pela sala na hora das visitas e a voz suave de sua mulher povoava sua mente enquanto corria desesperadamente pelos corredores do hospital. Nunca imaginou que algo assim acontecesse com ele. Era de uma família nobre e tradicional no Japão. Tinha seguranças que o protegia, mas nunca se passou pela cabeça que Hisana fosse dispensá-los para dar uma volta num parque maldito que lhe arrancou tudo o que mais prezava.

– Hisanaaaaa! Gritou quando viu o corpo da jovem esposa deitado em uma maca. Tudo estava girando em sua cabeça e ficando escuro. Não via nem ouvia mais nada. Havia desmaiado.

#

#

#

#

#

#

#

#


Tempos atuais...

– Rukia você não quer vir comigo visitar seu avô? Ele me disse que está com saudade de você! – Byakuya falava sem nenhuma emoção em sua voz, seu olhar era frio e distante. Havia se tornado um homem amargurado e sem brilho. Estava tentando novamente levar sua agora irmã, pois havia adotado a pequena para que ela não fosse enviada para algum orfanato, para um passeio, já que essa sofria de síndrome do pânico.

– Eu não quero sair não nii-san! Obrigada pelo convite, mas tenho que estudar estas disciplinas para que possa fazer o exame para conseguir o diploma de décimo ano. – Rukia, agora de cabelos curtos e aparência cansada, ainda possuía um ar de bonequinha de porcelana. Era baixa para sua idade e não tinha muito seio, mas ainda assim era de uma beleza velada que encantava qualquer rapaz que conseguisse a honra de vê-la.

A garota não saia a não ser que fosse extremamente necessário. Estudava em casa desde o acontecido há cinco anos. Falava pouco e era muito tímida. Era totalmente o oposto que era antes. Não tinha muitos amigos, e só se comunicava com os poucos que tinha pela internet. Tinha pavor de lugares apertados ou movimentados demais. Não suportava ficar perto de estranhos, e por causa disso nunca mais fizeram um almoço social em sua mansão.

– Por que não vai à escola como todo mundo? O colégio que te falei é um dos melhores do Japão! Vai conseguir novos amigos e se socializar melhor e... – Tentava o Kuchiki antes de ser interrompido.

– Não obrigada nii-san! Por favor, já conversamos sobre isso. Não quero alongar uma discussão que já terminamos e acordamos! – A menina se levanta de sua escrivaninha e caminha até o irmão, pousando sua delicada mão em seu peito e o empurrando de leve para que ele saia de seu quarto.

– Está bem! Não vou insistir mais, mas pense um pouco mais sobre o assunto. Já não suporto ser chamado de tirano que não permite a irmã sair de seu "castelo"! – Ele sai sem demonstrar qualquer sinal de alteração em sua voz ou expressão no rosto.

– Obrigada nii-sama!

Agora mais aliviada retorna a sua escrivaninha para voltar a estudar seus preciosos livros. Sonhava em cursar designer interior, mas só de pensar em estar rodeada por pessoas estranhas seu corpo enrijecia e suas mãos transpiravam de pavor. Imaginava que nunca mais conseguiria deixar ninguém se aproximar dela.


Uma semana depois...

Em uma casa distante do centro, em um daqueles bairros de ar moderno, mas sem os devidos cuidados, ouvia-se um grito no segundo andar da casa, onde parecia ser um quarto. A casa tinha uma pequena clínica adjacente. Era a clínica médica Kurosaki, onde Kurosaki Ishin atendia o bairro e a região em que morava.

– Ichiiiiiigooooooo! Hora de levantar seu moleque preguiçoso encalhado! – Gritava Ishin dando uma voadora no filho que já estava no chão por causa do susto que levou. O pai era alto, de rosto sério, mas nada a ver com sua personalidade amalucada. Tinha a barba por fazer e usava um jaleco branco por cima de sua camisa polo e calça jeans, nada profissional a vista.

– Est-está maluco velho sádico! Sabe que porcaria de horas é? – Gritou no mesmo tom Kurosaki Ichigo, um adolescente de quinze anos, que convivia com o preconceito das pessoas por causa de sua cabeleira laranja intensa e seu olhar carrancudo diário. Ele era bonito e tinha um corpo invejado pelos colegas. Praticante de esporte e um aluno mediano em questão de notas. Vivia de cara fechada e dificilmente alguém consegui arrancar um sorriso de seu rosto.

– Ora, você está atrasado filho ingrato... Seu querido pai veio gentilmente acordá-lo para que não perca sua aula no ensino médio, e é assim que você me agradece? – Chorava rios de lágrimas, mas foi chutado pelo garoto que já estava mais do que cansado das peripécias de seu velho pai.

Após se livrar do pai, o ruivo toma uma ducha, troca de roupa colocando o detestável uniforme, que era composto de uma camisa branca com uma gravata que ele nunca usava, uma calça azul marinho e sapatos baixos de mesma cor. Um martírio para um garoto que adorava usar roupas descoladas e de marca. Tinha seu próprio estilo, mas no colégio que estudava isso não era permitido.

Pega sua mochila, desce as escadas correndo sobre os protestos da irmã menor Yuzu. Rouba uma torrada da mesa e engole um copo de suco de laranja, dando bom dia a sua outra irmã Karin que estava sentada a mesa lendo uma revista. Sai sem se despedir do pai e corre em direção ao metrô, pois seu colégio era no centro de Tóquio. Era um dos mais conceituados e conseguiu uma bolsa, pois passou pela bateria de exames que seu pai obrigou a fazer. Era o colégio onde o pai havia estudado, e era a porta para entrar nas faculdades mais famosas do país, além de algumas estrangeiras também.

Ao chegar ao colégio vai cumprimentando um ou outro colega com um monossílabo e se senta na carteira próxima a janela. Seria mais um ano de mesmice e chateação, já que seus antigos colegas do fundamental também estavam em sua sala, uma brincadeira do destino para ele. Mas tinha algumas pessoas que estava feliz por estar com ele, como seu velho amigo Sado, a colega de karatê Tatsuki, "os encrenca" Mizuiro e Keigo, o certinho Ishida e a abobalhada, mas gostosona Inoue. Sem contar, nos outros que não fazia tanta questão de lembrar.

– Ohayo Kurosaki-kun! – Esta era Inoue Orihime, uma garota de rosto meigo, sorriso doce, cabelos ruivos longos e peitos que não cabiam direito na blusinha do uniforme. Era apaixonada pelo garoto, mas não tinha a menor coragem de se declarar.

– Yo Inoue! Yo Chad, Mizuiro, Tatsuki, Ishida... huuummm...

– Keigoooooo! Como pode esquecer-se de um grande amigo como eu, seu insensato sem coração. – Choramingava Keigo, um garoto esquisitão, mulherengo e olhar abobalhado (par perfeito pra Inoue).

– Ah tá... Tá! Foi mal, agora vai pra sua carteira que a professora já vem chegando.

– Silêncio seus vermes encéfalos! – Gritou uma professora de cabelos castanhos, presos em um rabo de cavalo, corpo esbelto e óculos para completar o quadro. – Teremos uma nova aluna em nossa sala!

Ouviu-se uma gritaria geral. Não tinha muitas meninas na sala, e quanto mais, melhor, esse era o lema dos garotos do colegial.

– Silêncio suas amebas cheias de hormônios! Assim vão assustar a garota! Antes que ela fuja daqui chorando, devo alertá-los que ela é uma menina especial que precisa ser tratada com muito cuidado... Ela tem síndrome do pânico e não está habituada a uma sala cheia de marmanjos como vocês! Além de ser uma princesinha Kuchiki, então não quero ver gracinhas com ela, entenderam? Nada de rodear, nem paquerar, paparicar ou mesmo se aproximar sem a devida permissão dela. Separei algumas carteiras vazias ao redor da carteira que ela sentará para que ela fique mais confortável! Por isso não me envergonhem!

Todos se entreolharam achando que iria surgir uma daquelas monstruosidades citadas nos filmes, que era antissocial e debochada por ser nobre.

– Pode entrar querida Kuchiki Rukia! – Falou com voz doce que ninguém imaginava que possuía.

Uma linda menina que lembrava uma bonequinha entra devagar vestida no uniforme de sai rodada e camisa branca de lacinho. Meia até próximo aos joelhos, segurando uma bolsa nas mãos que estavam jogadas a frente de si. Seu olhar era vivo, mas sua expressão era de pavor. Tremia enquanto se aproximava da professora e tentava não olhar o rosto das pessoas na sala. Suas mãos estavam trêmulas e suavam muito. Ela agora estava muito arrependida de ter aceitado o pedido de seu irmão para entrar no colégio.


Docinhos, espero que tenham curtido até aqui. Esta fic vai tentar tratar de um assunto muito interessante que alguns sofrem: A Síndrome do pânico! Conheci algumas pessoas com isso, e achei legal colocar essa na pauta. Mas minha princesinha Rúkia vai deixar esta estória mais intensa, e o Ichigo (não podia faltar!) vai se meter em várias confusões pra tentar entender a pequena! Esperem os próx caps que prometo tentar escrever algo decente! Grande beijo!

[JJ]

Ah! Mandem reviews!