Notas de Autora: Esta fic é um Crossover entre Harry Potter e o Senhor dos Anéis. Atenção, não é uma fic aconselhada para homofóbicos visto ter relações homem/homem.

Disclaimer: Os personagens, lugares e citações de Harry Potter pertencem a J.K. Rowlin e as de Senhor dos Anéis pertencem a J.R.R. Tolkien. Esta estória não possui quaisquer fins lucrativos.

Em Outro Mundo

Prólogo

A Chegada

Ouvia-se perfeitamente a chuva a cair lá fora e com ela vinha também o som de trovões que preenchiam o céu nocturno com tonalidades de branco. Não era uma noite favorável para o Halloween, as crianças que à minutos atrás batiam às portas para pedir os doces que tanto desejavam corriam agora para o interior das suas casas a fim de se protegerem daquele súbito temporal.

A familia Potter não era excepção, tinham pensado passear naquela noite pela rua muggle e observar os diversos disfarçes que não só as crianças mas também alguns adultos vestiam mas acabaram por se recolher no calor da sua casa.

A sua lareira estava acesa e inundava toda a sala com uma luz alaranjada que reproduzia a sombra de cinco pessoas. Estavam sentados em círculo no chão e no meio um bébe de apenas um ano de idade e com uns olhos grandes e verde esmeralda tentava dar os seus primeiros passos.

Lily e James Potter não conseguiam parar de sorrir ao ver o seu pequeno filho a começar a andar. Ele era tudo o que alguma vez poderiam sonhar. Amavam aquele pequeno ser com todas as suas forças e desde a primeira vez que o tiveram nos braços souberam que eram capazes de dar a sua vida por ele. Harry era o mais importante que alguma vez tiveram.

-Vem ao padrinho mais sexy do mundo Harry. – chamou Sirius com os braços esticados.

-Nada arrogante não é Black? – indagou Remos ao mesmo tempo que rodava os olhos.

-Não conheço essa palavra meu querido Moony.

Sirius e Remos eram os melhores amigos que James podia pedir e juntos partilhavam várias recordações, umas boas e outras nem tanto mas ambas cheias de significados. Já passavam alguns anos desde que sairam de Hogwarts onde eram a personificação de caos dentro daquele castelo mas a sua amizade continuava igual à desses tempos.

Pouco depois de se formarem aurores Sirius e Remos começaram uma relação e agora pensavam em casar. A notícia deixou Lily e James muito felizes pois ambos sabiam que apesar de serem muito diferentes eram feitos um para o outro.

A noite estava a correr muito bem e todos pareciam muito felizes. Os seus estados de espírito contrastava claramente com o tempo que se fazia sentir naquela noite. Harry olhava para todos com confusão e não sabia para quem se dirigir por isso voltou a sentar-se e começou a brincar com o seu ursinho de pelucia, provocando risos nos demais.

Umas horas depois, quando já Harry estava meio sonolente e, de vez em quando, fechava os olhos e caia para a frente, Sirius e Remos levantaram-se prontos para irem embora.

-É bastante tarde e amanhã temos muita coisa para tratar no ministério. – explicou Remos pegando no pó de Floo e aproximando-se da lareira - Os ataques dos Devoradores da Morte são cada vez mais seguidos e temo que não lhes importe se sejam visto pelos muggles, aliás, eles são uma potencial vítima.

-Exactamente, por isso tenham cuidado. Apesar de isto ser uma vila muggle não está livre de perigo. – avisou Sirius aproximando-se também da lareira e beijando Harry na frente, no caminho.

-Nós sabemos isso tudo Sirius também somos aurores lembras-te? Estamos a par de todos os movimentos de Voldemort e dos seus súbditos. – relembrou Lily com Harry nos braços.

-Não te preocupes connosco Padfoot não nos vai acontecer nada. – tranquilizou-o James.

-Eu sei mas tenho um mau pressentimento.

-Eles ficam bem amor, e se lhes acontecer alguma coisa só têm de entrar em contacto connosco. – elucidou Remos.

Quando não estavam juntos costumavam falar entre si através de uns espelhos. A ideia tinha sido de Sirius que não estava habituado a ficar muito tempo longe dos seus amigos, afinal, tinham convivido durante sete anos em que passavam todo o tempo na companhia uns dos outros e não era fácil começar uma vida separados.

-Está bem. – concordou Sirius dando um beijo apaixonado no seu Remos. – Boa noite e cuidem bem do meu afilhado!

-Black estás a dizer que eu não seu ciudar do meu filho?! – perguntou Lily indignada mas sabia que Sirius estava apenas a tentar irrita-la na brincadeira. Desde que tinha casado com James que Sirius adorava deixa-la fúriosa pois dizia que ela tinha roubado o Prongs deles.

-Adeus stressadinha! – despediu-se Sirius ignorando descaradamemte a pergunta de Lily e desaparecendo na lareira.

-Até manhã e não liguem ao Padfoot a quantidade de chocolate quente que bebeu afectou-lhe o cérebro. – riu Remos desaparecendo logo a seguir a Sirius.

A casa ficou mais silênciosa e tanto Lily como James começaram a rir. Era muito divertido estar com aqueles dois, conseguiam animar qualquer ambiente.

-Enfim sós – suspirou James maliciosamente.

Lily apenas sorriu com o comentário e deixou-se cair no sofá com Harry ao colo.

-Mamã... uso – pediu Harry agitando os seus braçinhos em direcção ao urso que tinha ficado no chão onde antes estiveram sentados.

-Queres o teu ursinho meu pequeno anjo? – indagou James apanhando o urso do chão e entregando-o ao seu filho. A seguir sentou ao lado de Lily e acariciou os cabelos de Harry tão revoltos como os seus.

-Amo-te Lily nunca pensei que fosse possível ser tão feliz. – afirmou James.

Lily e James beijaram-se enquanto que Harry olhava para os seus pais e, sem saber o que estavam eles a fazer, voltou a sua atenção para o seu ursinho.

Estavam no sofá abraçados a observar as chamas da lareira e apenas a disfrutar da companhia e do amor que sentiam, mas foram sobressaltados com o barulho de um trovão que deveria ter caído ali perto.

Não tinham recuperado do susto quando ouviram passos e vozes vindos do exterior da casa. Harry começou a chorar e agarrava com força o seu ursinho e Lily olhou assustada para James que de um momento para o outro tinha ficado extremamte pálido. Conhecia algumas daquelas vozes, pertenciam a Devoradores da Morte.

-Lily sobe e comunica com Sirius! – gritou James pondo-se rápidamente de pé e agarrando com força a varinha.

Lily concordou com a cabeça e apertou Harry com mais força contra si, como se de repente o podessem tirar dela. Nunca tinha sentido tanto medo nem quando lutou contra os Devoradores e Voldemort em pessoa, o que tinha sucedido algumas vezes. Mas nesses encontros não tinha o seu filho a chorar e a soluçar assustado com os gritos que se aproximavam cada vez mais da porta de entrada. Sem pensar duas vezes olhou uma última vez para o seu amado esposo e subiu as escadas até ao segundo andar.

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Entrou no quarto de Harry que era banhado pela luz da lua e colocou-o na sua caminha. As paredes estavam pintadas de azul celeste e desenhos de anjinhos enfeitavam-as e tornavam tudo muito alegre mas não era alegria que sentia nesse momento observando o seu bébe chorar.

-Pronto meu anjinho, não chores a mamã está aqui contigo e vai ficar tudo bem. – dizia enquanto lágrimas caíam pelo seu rosto e traçavam uma linha desde os seus olhos até à sua boca.

Harry parou de chorar mas os seus ombros continuavam a descer e a subir devido aos soluços.

-Mamã choar – disse o pequeno Harry sentado na sua caminha com o seu ursinho no colo.

Lily teve ainda mais voltade de chorar quando Harry disse isso. Tinha de parecer forte para conseguir tranquilizar o seu filho mas agora que as vozes pareciam vir do andar de baixo sentia que o seu mundo se estava a derrubar à frente dos seus olhos. Tinha de proteger o seu filho custasse o que custasse, não sabia o que faria se lhe acontecesse alguma coisa.

Procurou o espelho e mal o encontrou chamou por Sirius.

-Sirius... estamos a ser atacados... não sei o que fazer. – mais lágrimas caíam afogado as palavras.

-Lily acalma-te eu vou já para aí! – disse Sirius sériamente e com uma expressão sombria e extremamente preocupada no rosto.

-Promente-me que cuidas do Harry se me acontecer alguma coisa. – pediu Lily ao mesmo tempo que soluçava.

-Não te vai acontecer nada!

-Sirius só promente... por favor. – suplicou Lily.

-Está bem...

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James tinha sentido uma pressão no coração quando os seus olhos cruzaram com os olhos de terror de Lily. Viu como Harry soluçava e gritava o seu nome quando Lily subia as escadas abandonando-o na sala que agora estava gelada e escura. A chamas da lareira extinguiram-se condenado toda a habitação.

A porta voou e vários homens cobertos por mantos negros e máscaras cadavéricas entraram naquela que uma vez foi uma casa feliz.

James ergueu a varinha e começou a disparar todos os feitiços que se lembrava enquanto se desviava dos que lhe mandavam. Não os podia deixar subir, tinha de proteger a sua familia apesar de saber que a sua vida tinha chegado ao fim. Era irónico morrer agora quando à apenas uns minutos atrás falava animadamente com os seus amigos com a sua Lily e observava o seu filho naquela mesma sala.

Uma figura alta e imponete apareceu no meio dos Devoradores e avançou até ele com um sorriso mortal nos lábios azulados. Sabia de quem se tratava, não era a primeira vez que estavam frente a frente.

-Que bom é voltar a ver-te. – disse Voldemort numa voz que até parecia simpática.

-Lamento não dizer o mesmo. – conseguiu pronunciar James.

-Ora, porque não podemos aproveitar os teus últimos momentos de vida para falarmos cordialmente?

-Vais morrer! – exclamou James. Sabia que não o conseguiria matar pois nem Dumbledore o tinha feito, Voldemort era muito poderoso não tinha quaisquer hipóteses.

-Ah ah ah, e quem é que me vai matar? Tu? – riu Voldemort.

O som do seu riso provocou escalafrios em James, nunca tinha ouvido um som mais maléfico e glacial do que aquele.

-Sei que não o conseguiria mas tenho a certeza de que chegará o dia em que alguém o fará. – afirmou James enquanto apontava a varinha para Voldemort.

Os seus feitiços não fizeram absolutamente nada, Voldemort bloqueou-os com um único movimento da varinha e depois apontou-a para ele.

Era agora... era o seu destino.

Pensou em tudo o que tinha vivido até àquele momento. Nunca mais veria aqueles que amava, não acompanharia o crescimento do seu filho. Não estaria com ele quando fosse comprar a sua primeira vassoura, quando entrasse em Hogwarts, quando tivesse a sua primeira namorada, quando escolhesse o seu emprego, quando se casasse, quando tivesse os seus próprios filhos...

Deixou cair uma lágrima quando uma luz verde o rodeou.

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Harry observava com atenção a sua mamã que fazia-lhe festas no cabelo enquanto murmurava palavras de amor e carinho. Já não estava a chorar a sua mamã o tranquilizava e enquanto ela estivesse ali consigo não precisava de ter medo. Abraçava o seu ursinho e lhe enchia de pequenos beijinhos iguais aos que a sua mamã e o seu papá lhe davam.

Um homem alto abriu a porta e Lily colocou-se de pé com o coração a bater fortemente no seu peito.

-Lily Evans. – cumprimentou-a Vodemort avançando até ela.

-Por favor mata-me a mim mas não mates o meu filho. – implorou Lily. Sentia-se desfalecer. Se Voldemort se encontrava ali era porque James já estava...

Não se importava de morrer mas tinha de salvar o seu pequeno. Ele era a sua vida. Correu até Harry que olhava dela para Voldemort com os olhos cheios de lágrimas e colocou-se entre ele e Voldemort.

-Mamã – chamou Harry tentando-se pôr de pé dentro da caminha apoiando-se nas grades para isso.

-Afasta-te e serás poupada. – disse Voldemort continuando a avançar.

-Nunca! – gritou Lily em desespero.

Nunca abandonaria o seu filho.

-Tu é que sabes. Avada Kedavra! – exclamou Voldemort numa voz clara e forte.

E Lily deixou o seu corpo cair no chão já sem vida.

-Mamã – voltou a chamar Harry a chorar novamente.

Voldemort aproximou-se da cama onde o menino de olhos verdes olhava para ele com medo e receio.

-Agora é entre tu e eu Harry Potter.

Voldemort apontou a varinha a Harry e disse aquelas palavras mortais que tiravam a vida em questão de segundos e que nem deva tempo às vítimas de saber o que lhes acontecia.

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Sirius entrou na casa a correr. Não se conseguia materalizar dentro dela e nem dava para entrar pela lareira pois, a casa estava protegida com alguns feitiços e encantamente de protecção.

Tudo estava rodeado de escuridão e apesar de não ser muito cerrada não conseguia ver.

-Lumos! – a ponta da sua varinha ficou iluminada permitindo-lhe ver alguma coisa à sua frente.

Remos estava a lutar contra uns Devoradores em frente à casa juntamente com outros aurores, que chamara mal Lily contou-lhe pelo espelho o que acontecia, e não conseguia entrar com ele.

Sabia que algo ia acontecer e estava fúrioso consigo próprio por não ter seguido o seu instinto. Corpos com mantos negros estavam espalhados pelo chão mas não havia sinais de James. Continuou a andar até às escadas e quando olhou para o primeiro degrau caiu de joelhos. Ali sem vida estava o seu melhor amigo que considerava como um irmão.

Gritos vindos do andar de cima trouxe-o até à realidade e subiu as escadas com lágrimas de raiva a correrem-lhe pela cara. A porta do quarto de Harry estava aberta e as vozes vinham daí. Correu o mais depressa possível e quando entrou na habitação ficou sem fôlego, estava completamente petrificado.

À sua frente estava Lily no chão tal como James e Voldemort acabava de pronunciar a maldição imperdoável que tiraria a vida ao seu amado afilhado que ainda agora tinha começado a viver.

O mais estranho foi o que aconteceu a seguir. Quando a luz verde rodeou Harry tornou a voltar para Voldemort e este desapareceu. Viu como Harry olhava para ele e também este acabou por desaparecer ficando ele e o corpo de Lily sozinhos naquela habitação.

Ouviu vozes atrás de si e voltou-se para reparar que os seus donos tinham uma expressão de incompreensão nos olhos. Remos abraçou-o e ele deixou-se envadir pelo que tinha acabado de acontecer soluçando no ombro do licantropo.

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Na Terra Media (em outra dimensão)

Legolas disparava as suas flechas em direcção aos Orcs. Eram imensos e avançavam para eles sem medo da morte, viviam apenas para receber ordens, mesmo se isso significasse acabar com as suas próprias vidas.

Tinha regressado a Mirkwood nesse mesmo dia devido aos ataques de Orcs. Vinha de Gondor onde em nome da sua amizade com Aragorn pediu a sua ajuda para poder combater essas criaturas das trevas.

Passava alguns anos desde a Guerra do Anel. Aragorn e Arwen tinham um filho com quatro anos, Eldarion príncipe de Gondor. Possuia a sabedoria da sua mãe e a coragem do seu pai e Legolas sabia que iria ser um bom Rei. O seu amigo parecia ser muito feliz e o seu reino prosperava.

Quanto a ele, preferiu conhecer novas terras com o Gimli e viver novas aventuras, mas por causa das ameaças ao seu reino teve de retornar.

Passava os dias a treinar com o arco, a cavalgar na escura floresta que conhecia como a si mesmo e a visitar os seus domínios.

O seu irmão mais velho iria subir ao trono já que o concelho havia decidido que o seu pai Thranduil deveria ceder o trono ao seu herdeiro. Estavam todos muito entusiasmados e esperavam muito de Ithlam. A sua coroação iria ser no dia do seu casamento com Lafdae um elfo de Lorien que tinham conhecido à uns séculos e ao qual o seu irmão se tinha apaixonado.

Durante os seus 2.940 anos nunca tinha visto o seu irmão tão feliz do que no dia em que pediu Lafdae em casamento. A sua irmã mais nova Eillanna também irradiava felicidade por toda a parte e ajudava nos preparativos para a cerimónia que tinha sido adiada devido às constantes batalhas nas fronteiras de Mirkwood.

Agora ali estava ele com um batalhão de Homens que Aragorn tinha dispensado e a combater em cima do seu cavalo. Conseguia ouvir o barulho de lâminas a chocarem entre si e gritos de guerra por parte dos Orcs. Não sabia quem estava a vencer, toda a sua concentração estava contida nos movimentos dos Orcs que o tentavam derrubar.

Afastou-se um bocado do centro da batalha para alcançar um Orc que se dirigia para dentro de uma das aldeias e disparou-lhe uma flecha certeira que o fez cair como um peso morto.

Ia voltar para trás onde os Orcs, os Homens e os Elfos estavam a combater quando ouviu um choro vindo do meio de umas àrvores. Legolas desmontou do cavalo retirou a espada da bainha e seguiu até donde vinha o choro. Sabia que podia ser alguma armadilha mas também podia ser alguém ferido e não era capaz de abandonar alguém assim.

Entre uns arbustros atrás de uma àrvore estava uma pequena criatura que Legolas reconheceu como sendo um bébe Humano. Ajoelhou-se à frente da criança que soluçava e tremia e colocou a sua mão naquela pequena cabeça.

-Mamã...?

Quando o pequeno abriu os olhos Legolas ficou deslumbrado com verde intenso que o mirava. Nunca, em toda a sua longa vida, tinha visto uns olhos tão bonitos como aqueles.


Espero que gostem... e já sabem, deixem Reviews :oD