"Papai? Papai!." A voz da criança era mais que assustada, gritava apavorada em busca de ajuda para o que estava vendo.
"Papai, por favor, acorde, abre olho, fale comigo." Beckett corria, ela não sabia ao certo pra onde ia cada vez mais aquela pequena vozinha parecia ficar mais próxima.
"Papaiiiiiiiiii!"
Kate chega a um beco escuro, não sabia ao certo como havia ido parar ali, mas reconhecia aquele lugar, local este que lhe trazia sempre suas mais profundas e dolorosas lembranças, ao olhar ao redor pode ver um corpo.
O Corpo estava coberto de sangue e ao seu lado havia um pequeno menino que deviria ter no máximo quatro anos de idade, ele chamava por seu pai, o sacudia e gritava na tentativa de fazê-lo se mexer. Ela correu em busca de ajudar, mas ficou paralisada ao perceber que era um corpo familiar, logo o reconheceu.
Reconheceu aquele que sempre estava ao seu lado, o homem cujos olhos azuis se perderam na palidez daquele pequeno rostinho assustado e amedrontado. Foi quando aquelas duas bolinhas azuis dos olhos do menino que mais pareciam duas zafiras olhou para ela e como se estivesse suplicando por ajuda disse "O papai não quer abrir os olhos...".
"Castleeeeeeee!"
"Kate? Kate! Acorde! Está tudo bem, eu estou aqui! O que aconteceu?" Sua voz era preocupada e acolhedora.
"Nada só tive um sonho ruim, mas já passou" - Kate tentava abrir um sorriso forçado.
"Não quer contar? Dizem que ajuda a espantar esse tipo de sonho, se é que você quer espanta-lo, pois eu estava nele, minha presença tenho certeza que foi fundamental." sua voz soava meio sarcástica.
"Talvez eu queira espanta-lo porque você estava nele." Ela finalmente conseguiu abrir seu sorriso forçado, escondendo seu medo atormentado até em seus sonhos, o medo de perdê-lo, principalmente da mesma forma que havia perdido sua mãe, de uma forma que lhe apavorava, uma forma brutal não só como com sua mãe, mas em especial com ela que não suportaria ser arrancada de uma das pessoas que mais amava em sua vida, mesmo que ainda não tivesse confessado isso a ele, mas sim ela o amava com todas as forças do seu ser.
Não sabia ao certo o que aquela criança representava no seu sono, mas não importava, ele estava lá, imóvel, intacto e coberto de sangue. Um enorme arrepio percorreu a espinha de Kate ao imagina-lo naquela situação. E ela agradeceu por esse seu pensamento ser interrompido por aquela serena voz que a chamava seu nome.
"Kate? Está tudo bem mesmo? - ele fez uma pausa meio hesitante e continuou- Você parece dista..." ela não o deixou terminar a frase.
"Rick esta tudo bem, foi só que..." Agora ela o olhava aliviado por ele esta ao seu lado e seguro e não consegue terminar a frase.
"Kate você sabe que sempre estarei aqui, não sabe?" Castle passou a mão em seu rosto e disse antes que ela o beijasse. – Always!
Kate o beijou, com muita ternura na ânsia de dizer a ele que sabia que ele sempre estaria lá.
Castle aprofundou o beijo, sentiu um calor ao tocá-la. Ele beijou seu pescoço, em quanto tocava seus seios por cima da sua camisola vermelha, ao chegar a seus ombros desceu a alça depositando beijinhos. - Como ela adorava aquelas caricias que a fazia revirar os olhos. Ele tirou a camisola deixando-a somente com uma langeri vermelha, desceu as mãos pelos braços dela deixando-os acima da sua cabeça. Tomou um dos seios com a boca em quanto acaricia o outro com a mão. Kate arqueava a cada caricia e não pode mas se conter, tinha que tocá-lo, passou as mão por suas costa largas e por um estante de prazer o arranhou. O desejo, o prazer, a paixão era tanto que ele não sentiu.
Castle desceu as mãos pelo corpo dela tocando-a, como se estivesse apreciando uma obra de arte. Ao sentir aquelas mãos firme tocar a sua virilha, Kate segurou com força os lençóis e arqueou seu corpo gemendo. Ele tirou sua calcinha e pode sentir a umidade em seu centro, em seguida tirou sua cueca boxe. Voltou a fita-la beijando-a em seguida. Kate pode senti-lo quente pronto para ela.
"Eu te quero Rick, agora!" ela sussurrou em seu ouvido.
"Tudo o que você quiser." Disse ele ao seu ouvido.
Castle a penetrou, e começou a se movimentar com ela num ritmo que somente eles tinham. Ela tentava beijá-lo na nuca, mas o prazer lhe fazia faltar o ar. Ela sentiu que iria explodir, segurou firme aquele corpo lindo e suado e finalmente, explodiu dentro dela levando-a a um prazer que somente ele lhe causava.
Ele deitou de lado para observá-la, eles se olhavam com ternura.
"Te amo minha Nikki Heat!"
Ela sorriu se aproximou dele e se aconchegou em seus braços, fechou os olhos, mas mais uma vez ela não conseguiu confessar seu amor e disse "Eu também."
Eles acordaram como todos os outros dias, Beckett após se recuperar de um pequeno desconforto, estava sentada no balcão da cozinha esperando Castle terminar de lhe preparar o café da manhã, enquanto brincava com a xícara vazia que estava em cima da bancada.
"Terminei... fiz o café do jeito que você gosta, e seu pão com amêndoas, ovos, bacon..."
Kate olhou para o café e sentiu uma repulsão em seu estomago, sentiu-se zonza, mas conseguiu disfarçar para não preocupa-lo. "Quer saber? Não estou com fome, venha vamos para a delegacia que já estamos atrasados." Falou rezando para que ele não insistisse ou que não a enchesse por não beber o café.
"Você vai sair sem comer nada?. " Ele falou com um majestoso sorriso nos lábios.
Droga ela ama aquele sorriso.
Ela o beija.
Ele enfia sua língua habilidosamente e ferozmente para dentro da boca dele, suas mãos vão lentamente do tórax até o zíper dele, mas antes que ele possa reagir o telefone dela toca, ela se levanta e vai pega-lo em cima do sofá. "Beckett... sim ok... já estamos indo." Ela olha para ele percebendo que ele ainda estava meio atordoado com os últimos acontecimentos. "Vamos nós temos trabalho a fazer." Diz ela enquanto andava para pegar seu casaco.
Saíram em direção ao elevador, no carro falavam sobre livros Niked Heat e Castle tagarelava algo mais que Beckett nem se preocupou em prestar atenção. Chegaram á cena do crime e logo perceberam que havia muitas pessoas, vários carros de policia, de reportes, e até do FBI, eles saíram do carro em total silencio andaram até onde estavam Lanie e Rayn.
Lenie estava abaixada próximo ao corpo estendido na grama, era uma casa luxou, em condomínio privado da alta nata da sociedade.
"Por isso que eu nunca quis morar em um desses!" Murmura Castle, e Kate não pode deixar de sorrir, ela se aproxima da Lanie e pergunta.
"Então Lanie o que temos" sem imaginar que as respostas que viriam a seguir seriam o começo para a queda e a destruição do seu lindo castelinho de areia e sonhos.
Antes que Lanie pudesse responder, Beckett ouve alguém se aproximando dela e dizer "Bom dia Kate, é bom te ver novamente depois tanto tempo, você está ótima." Diz o homem se aproximando dela.
Então quando ela olha para cima encontra o par de olhos olhando para ela, e só consegue responder "Obrigada Demming e também é bom te ver novamente." Ela fala tentando ser convincente e não olha para ver Castle que estava logo atrás dela, mas tinha a certeza que ele não estava com cara de muito amigos. Ela o conhecia bem o suficiente para saber "pena que não é nas melhores formas. E então Lanie?" Ela pergunta virando-se para Lanie ainda sem encarar Castle.
"Hummmm parece que este caso vai ser interessante" Diz Lanie olhando divertidamente para Beckett.
"Lanieeee..." Diz Kate repreendendo a piada oculta que amiga fez.
"Temos três corpos esse é de um homem adulto, ferimento à bala, calibre 38 atingiu a aorta e ele morreu de hemorragia, provavelmente pelas duas ou três da manhã." Diz Lanie olhando para Kate percebendo o quanto a amiga estava tensa.
"Nós estamos falando com os vizinhos, mas até agora ninguém viu ou sabe de algo." Rayn diz olhando para Beckett, também percebendo que o momento esta tenso, ele olha para Castle e para Demming sem saber o que falar e completa. "vou ver se consigo mais alguma coisa." E então se afasta.
"Mas por que o FBI esta envolvido nesse caso?" Castle fala entre os dentes e olha para Demming. Ele sabia que agora Demming era do FBI e não estava entendo o que ele fazia ali naquela cena de crime.
Kate suspira, ignora a pergunta feita por Castle olha para Lanie que lhe da um sorriso amarelo e então pergunta "Você disse três corpos?".
"Beckett eu... oi Demming. pera Demming a cara quanto tempo... eu imaginei que o FBI viria, mas nãos sabia que era você." Diz Espósito tentando ser cordial.
"É parece que vamos ter que trabalhar juntos novamente, minha equipe já esta a procura de prova, mas até agora não encontramos nem uma pista!" Diz ele sorridentemente.
Kate pensa "Droga!..." Ela sabia que Castle iria explodir em 3, 2, 1...
"Espera como assim trabalhar juntos com você o que esta acontecendo aqui?" Castle pergunta sem esconder seu ar de irritação.
"Há uma criança desaparecida!" Demming diz entre os dentes.
"Então Espo você dizia..." pergunta Kate
"A Há sim, acharam um mendigo com uma carteira de uma das vitimas, eu o Rayn estamos indo investigar.- responde Espo olhando para cara de Castle que agora estava realmente muito bravo - Se conseguimos algo te avisamos, até mais Demming."
"ok, alguma novidade me ligue." "Então Lanie- diz Kate ignorando por completo a discussão que havia se iniciado atrás dela - Lanie vamos ver os outros corpos."
Eles entram na casa e a mulher havia sido morta com uma bala na cabeça, sem chances de defesa, isso a chocou, mas não mais do que a cena que viria a seguir.
Enquanto eles estavam se dirigindo para o segundo andar Lanie diz para Kate. "Não sei se é uma boa ideia, você pode abrir mão desse caso e...".
Kate não a deixa completa. "Lanie eu to bem."
"Mas Kate você não sabe que..." Lanie ainda tenta argumentar.
"Não Lanie eu posso lidar com o caso de uma criança." Kate diz.
Percebendo que era em vão, Lanie a leva até onde estava o outro corpo, ao abrir a porta Kate sente uma onda de dor e calor que percorre todo o seu corpo, era o quarto de uma menina, ela deviria ter no máximo quatro anos ela deveria estar escondida embaixo da cama, mas os assassinos a encontraram e também lhe deram fim à vida, seu pequeno tórax estava roxo, provavelmente ela havia sido arrastada para fora de seu esconderijo, ela foi baleada bem no coração. Kate congelou, sentiu seus pés vacilarem, Castle veio rapidamente por trás e a segurou pela cintura, ele também estava em choque com toda a violência, não que eles não haviam visto outras crianças assassinadas, mas desta vez foi diferente.
"Quer sair daqui?" Perguntou ele a Kate tão baixo que ela mal conseguiu ouvir.
"Não eu estou bem!" Disse ela meio hesitante, afastou de Castle olhou para Demming que acompanhava a cena da porta curiosamente. "Então você disse que tinha uma criança desaparecida?" Falou ela, agora com mais firmeza.
"A sim, vem comigo." Demming se afastou, Kate e Castle o seguiram.
Quando ela já estava quase recuperada do choque anterior, eles entram no outro cômodo, ao perceber o que era este outro quarto desta vez Castle já pensando no pior a segurou com mais firmeza. Era um quarto de um bebê, um menino, todos os brinquedos na estante, as paredes pintadas em um azul tão clarinho que lembrava o azul do céu e, um dia ensolarado, o móbile tocando no berço e o berço vazio.
"Quantos anos?" Quase sem fôlego ela consegue perguntar, sentindo cada vez mais as mãos de Castle pressionado sua cintura.
"Um ano e cinco meses, ele sumiu e ainda não temos nenhuma pista de seu paradeiro."
"Castle e-eu preciso sair daqui, agoraaaaa!" Diz ela, sentindo-se pálida e quase desmaiando.
Castle a ajuda a sair de lá mais do que de imediato, ele a leva para o carro e eles fazem o caminho de volta para a delegacia. O trajeto é silencioso, ela estava atordoada com o que viu, enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto, Castle não conseguia olhar para ela, ele arrisca um rápido olhar, mas era tudo, não conseguia encara-la por muito tempo, ele também sentia- se mal pelo que viu. Ao chegar à garagem eles permaneceram por mais alguns minutos dentro do carro já desligado.
"Você sabe que não precisa fazer isso." Disse ele timidamente retirando-a de seu pensamento.
"Eu sei, mas eu quero, eu preciso..." Disse ela em um sussurro quase que inatendível.
"Sei, é isso mesmo ou você não quer ficar longe do seu ex-namoradinho." Disse ele agora um pouco mais áspero.
Ela lhe lança um olhar furioso "Você disse bem, EX-NAMORADO." Ela tira o sinto, bate a porta do carro visivelmente abalada, e sai andando pelo estacionamento.
"Seu idiota." Ele pensa, sai correndo atrás dela. "Kate espere vamos conversar, desculpa não foi isso que eu quis dizer, eu só..." Ele tenta argumentar mais desiste ao encontrar o olhar dela ainda mais furiosa.
"Não Castle me escuta você, eu já tenho problemas o suficiente para ficar lindando com seus ciúmes e desconfianças- ela para olha para ele com fogos nos olhos e termina- Seu eu quisesse eu estaria com ele, mas eu não quero to com você, então pare com isso imediatamente."
Ele olha para ela envergonhado de seu comportamento diz "Me desculpa.".
Ela olha para ele percebe seu constrangimento, a raiva vai embora quase que instantaneamente, então ela morde o lábio inferior, cruzas os braços e diz "Tudo bem, dessa vez eu te desculpo.".
Ele começa. "E eu não... eu só... mas eu..." ele desiste, olha timidamente para ela e pergunta "Então Kate estamos bem?"
Ela suspira, põe as mãos na cintura e fala "Sim Castle, nós estamos bem". Ela franzi a testa e completa "Mas agora me deixe sozinha agora.".
"Mas... mas eu pensei que estávamos bem." Ele a questiona confuso.
Ela da um sorriso, se aproxima dele, olha para os lados, percebe que esta longe do alcance das câmeras e do porteiro, não há ninguém no estacionamento além deles, então ela o agarra, o empurra contra um carro e lhe beija ferozmente, Castle a beija de volta, enterra suas mãos em seus cabelos, seu pescoço, as coisas estavam começando a ficar muito quente e então ela se afasta, olha para ele maliciosamente "Então Sr. Castle você ainda tem duvidas de que estamos bem?" ele ainda estava muito tonto para responder, ela então lhe da um ultimo beijinho e completa. "Eu só preciso de um tempo sozinha." Ela faz uma pausa olha para ele e continua. "Além do mais acho que agora você tem outro problema para resolver." Ela sai sorrindo do efeito do seu beijo.
Então ele olha para baixo e percebe que não conseguiu se controlar, ele pensa "droga" e ainda consegue dizer. "Isso foi golpe baixo" literalmente falando pensa ele. "Vai ter revanche você mal perde por esperar." Ele consegue dizer antes da porta do elevador fechar, ele tinha certeza que ela o ouviu.
Então ele volta correndo para o seu carro, não queria correr o risco que alguém o visse naquela "situação" ele precisava se aliviar então ele liga o carro e vai para casa.
Dentro do elevador Kate estava pensando em tudo que havia acontecido mais cedo, então o sorriso que havia em seu rosto, foi subtamente substituído por uma fisionomia de dor e preocupação.
Quando o elevador chegou ao seu andar, ela caminhou lentamente a te sua cadeira, e ainda perdida em seus pensamentos lembrou-se da pequena menina morta, e isso a fez lembrar-se de seu terrível sonho da noite anterior.
Ao chegar em sua cadeira sentou-se pesadamente, e mergulhou ainda mais em seus tristes pensamentos, ela imaginou o que aconteceria se Castle realmente estivesse morto, ou se eles tivessem uma filha e esta fosse assassinada igual a pequena que estava na cena do crime, e ainda tinha o menino do seu sonho, ela não sabia quem era aquele garoto ou o que ele representava, mas a única coisa que tinha certeza após ver aquele olinhos azuis lindos, brilhantes e cheio de dor e pavor do menino que era filho de Richard Castle.
Foi um dia muito longo e extenso, eles não haviam encontrado nenhuma pista do assassinou ou do sequestrador, e para melhorar ainda tinha que conviver com Castle e Demming dando uma de garotos no colegial disputando a menina. Ela precisava ir para casa. Ela precisava dormir. Ela precisava ficar sozinha. Naquela noite ela foi para o seu apartamento, estava tão cansada que mal conseguiu tomar banho , quando seu corpo finalmente se aconchegou na cama, dormiu quase que de imediato.
"Beckett!" Atende ao telefone com sua voz rouca de sono.
"Temos novidades no caso, encontramos um lugar que pode ser o cativeiro da criança e o esconderijo do assassino, fica na 45 com a Lex, encontramos com você lá." Esposito falava com uma voz de animo tentando acordá-la.
Desligou o telefone e ela levantou-se lutando contra a tontura que se negava a deixá-la. Caminhou lentamente para o banheiro e cada passada lhe causava uma espécie de cólica muito forte, vestiu-se devagar e foi para a cena do crime. No caminho tudo o que atormentava sua cabeça era os últimos acontecimentos.
Kate desceu do carro e foi em direção ao local onde Castle e Esposito a esperava.
"Bom dia!" Diz Castle com dois copos de café na mão, e ante que pudesse lhe oferecer, ele foi interrompido.
"Cas...tle?" Beckett sentiu sua visão escurecer, aquelas cólicas pareciam estar em um estagio de dor sem fim, fazendo com que o ar que ela tanto buscava ficasse cada vez mais longe, ela pôs suas mãos em direção a sua barriga, seu cabelo foi em busca do chão, aparadas pelos braços de Castle.
